Mercedes-Benz GLA 200 AMG Line: dirigimos o SUV híbrido-leve de entrada da marca

Texto e Fotos | Júlio Max, de Teresina - Piauí

O segmento de SUVs é um dos que mais concentram subcategorias, que se desdobram de acordo com as características de cada modelo - afinal, em todo o mundo há uma parcela crescente de consumidores interessados nos utilitários. A Mercedes-Benz dispõe em seu portfólio dos utilitários GLA, GLB, EQA e EQB, somente considerando os modelos de porte médio - todos baseados na plataforma da quarta geração do Classe A. No Brasil, o GLA passou em novembro de 2023 por uma reestilização, que incorporou novidades em termos de design externo e detalhes internos, além de trazer conjunto mecânico híbrido-leve. Nesta atualização, a marca também aproveitou para distinguir mais as personalidades do GLA e do GLB em termos de design. Nós do Auto REALIDADE dirigimos o GLA 200 AMG Line por 160 quilômetros e contamos agora as impressões ao volante deste modelo!

Rival direto do Audi Q3 e do BMW X1, o GLA é uma alternativa de SUV "menos família" do que o GLB, que é capaz de levar até sete pessoas. A atual geração do GLA estreou no mercado brasileiro em fevereiro de 2021, cerca de dois anos depois da chegada da atual geração do Classe A e poucos meses depois do GLB. As alterações de design são discretas, e demandam olhos bem treinados para identificar as mudanças. Hoje, o GLA 200 é oferecido em duas versões: Progressive e AMG Line.

Na dianteira, os faróis LED High Performance passam a ter nova assinatura de luzes. Eles concentram luzes de posição na parte superior que se convertem nas luzes de pisca, caso necessário, e trazem parábolas separadas para os fachos baixo e alto. A grade dianteira mantém os pequenos hexágonos cromados que dão efeito tridimensional, além da barra horizontal em prata-anodizado com frisos cromados, mas o para-choque mudou ligeiramente de estilo, passando a ter molduras laterais mais desmembradas da parte central, que possui abertura de ar. Olhando atentamente para estas molduras laterais, é possível notar que há passagens de ar para as caixas de roda dianteiras. O para-choque frontal possui sensores de estacionamento, mas quem olhar o alojamento logo acima do grande emblema de três pontas vai perceber que, ao invés de câmera, existe somente uma tampa de plástico nesta versão. Logo acima há outro emblema da Mercedes-Benz, com o nome da marca gravado no aro. Na parte inferior direita, o para-brisa possui a assinatura de Gottlieb Daimler (fundador da marca que levava o seu sobrenome e se fundiu à companhia de Karl Benz, que resultou nos primeiros automóveis da Mercedes-Benz no ano de 1926).

Na lateral houve basicamente duas mudanças: a parte superior das molduras dos para-lamas passa a ser pintada na cor da carroceria e as rodas de liga leve tiveram o design alterado - em nossa opinião, o estilo ficou mais careta do que antes. Estas rodas são de 20 polegadas, com superfície polida, detalhes pretos e assinatura AMG, sendo calçadas por pneus Bridgestone Alenza 235/45. Curiosamente, as coberturas das caixas de roda dianteiras são feitas de plástico rígido, enquanto as das rodas traseiras possuem revestimento de carpete.

Há detalhes cromados em torno das janelas laterais, nos frisos da parte inferior das portas e em detalhes das maçanetas externas, que são pintadas na cor da carroceria, assim como as capas dos retrovisores externos, que possuem luzes de seta embutidas. Os frisos do teto são de alumínio polido - e estas barras são funcionais, podendo suportar até 75 quilos.

As lanternas mantém o formato conhecido, mas passam a ter novo design interno de luzes, integrando luz de neblina no lado esquerdo. O aerofólio da tampa traseira integra o brake-light. A logotipia é discreta e cromada, com as identificações "GLA 200" e a estrela de três pontas da marca. A iluminação da placa é branca e o para-choque traseiro traz fendas plásticas que lembram saídas de ar, além de refletores horizontais, sensores de ré, friso cromado e duas molduras que parecem ponteiras de escapamento - porém a verdadeira saída de escape fica mais abaixo, direcionada para o lado direito. A câmera de ré fica embutida e só aparece quando há o comando para seu acionamento.

Com 4,41 metros de comprimento, 2,02 metros de largura com os retrovisores abertos (quando eles estão recolhidos, são 1,834 m), 2,73 metros de distância entre-eixos e 1,62 metro de altura, o GLA cresceu somente 0,2 centímetro no comprimento e 0,5 cm na altura, em comparação com o modelo anterior.

O interior pode ter os revestimentos de material sintético Artico e Alcantara na cor preta, com costuras vermelhas, ou em marrom, com costuras brancas. Painel e forros de porta trazem apliques com visual assemelhado a fibra de carbono. De um modo geral, o acabamento agrada - como não podia deixar de se esperar de um Mercedes-Benz. Materiais macios ao toque estão presentes na metade superior do painel, logo acima da coluna de direção e na porção de cima dos forros de porta dianteiros e traseiros; além disso, os porta-objetos das portas dianteiras, da parte dianteira do console (com esteira retrátil) e o local aberto que fica no lugar do touchpad contam com fundo emborrachado. Outros cuidados são o forro de teto com tecido macio, acompanhado de finas camadas de tecido nas colunas dianteiras, e os fechos dos cintos dianteiros com tiras de carpete. Mas toda a parte inferior do painel e das portas, assim como as laterais do console, possuem o tradicional plástico rígido, também presente nas laterais do console, e o material dos para-sóis (um plástico texturizado áspero) parece o de um Volkswagen popular.

O novo volante com aro revestido em couro Nappa é bastante similar ao do Classe C e de outros modelos recentes da Mercedes-Benz. Exclusivo para a versão AMG Line, ele possui aro com laterais perfuradas e costuras vermelhas. Os comandos inseridos nele dispensam a necessidade do touchpad no console central, que existia no GLA anterior. Com base levemente achatada, este volante conta com botões físicos acompanhados de comandos sensíveis ao deslizamento dos dedos nas partes centrais. Os comandos do lado superior esquerdo servem para alterar as informações na tela do quadro de instrumentos, enquanto os itens do lado oposto operam funções do sistema multimídia. No raio inferior esquerdo estão os comandos do limitador e controlador de velocidade adaptativo, incluindo ajuste de distância do veículo à frente em quatro níveis. Já no raio inferior direito ficam comandos de voz do sistema MBUX, som e telefone, além de um comando-coringa (estrela) que abre o menu Favoritos do sistema multimídia, facilitando o acesso a funções da preferência do condutor. Há ainda aletas (paddle-shifts) galvanizadas para trocas sequenciais de marcha. Diferentemente do C200, que dispõe da regulagem elétrica da coluna de direção, o GLA traz uma trava na parte inferior que, ao ser liberada, permite o ajuste manual do volante em altura e profundidade. A área logo acima da coluna de direção é emborrachada.

O quadro de instrumentos manteve a tela de 10,25 polegadas, mas a interface passa a ser a mesma de modelos mais recentes da Mercedes-Benz, como o Classe C. No GLA, estão presentes os modos Sutil, Esportivo, Clássico, Assistência e Serviço (por conta da ausência de GPS nativo, o modo Navegação não está presente). Todos os layouts exibem velocímetro digital e informações sobre os assistentes de condução ativos na parte central-superior da tela, e, mais abaixo, itens como nível de combustível, autonomia estimada, relógio, temperatura externa, status do afivelamento dos cintos, medidor EQ (com as escalas Power, em que há consumo de potência, e Charge, quando o veículo desacelera ou freia) e posição do câmbio, acompanhada de ícone do modo de condução. Saiba as particularidades de cada um dos modos de visualização:

  • Sutil: neste modo que minimiza distrações ao motorista, o fundo da tela assume a tonalidade cinza-azulado (muito embora na tela de seleção de modos apareça a tonalidade roxa). Este modo é semelhante ao clássico, com círculos e ponteiros virtuais, mas a escala do velocímetro à esquerda só mostra os números próximos ao ponteiro. Ao invés de conta-giros, este modo emula um relógio analógico com horas e minutos no lado direito. Nenhuma informação é exibida na parte central dos instrumentos.
  • Esportivo: o fundo passa a ser vermelho e o conta-giros passa a exibir em algarismos as rotações por minuto. Semi-círculos em vermelho exibem a demanda por torque (em Nm) e por potência (em kW). A extremidade esquerda da tela passa a mostrar o medidor de força G, enquanto do lado direito é mostrada a pressão do óleo do motor em kPa. Neste modo, as indicações de nível de combustível e o medidor EQ passam a ser exibidos em barras na parte inferior. Ao acelerar, os semi-círculos laterais aumentam de tamanho.
  • Clássico: com fundo azul, exibe emulações de instrumentos analógicos, com escala do velocímetro à esquerda (até 260 km/h, acompanhada do indicador do nível de combustível e autonomia) e conta-giros à direita (com faixa vermelha a partir de 6500 rpm, escala até 8 mil rpm e a indicação EQ). Neste modo, as informações ao centro podem ser alteradas.
  • Assistência: em fundo azul, este modo dá ênfase aos gráficos que indicam a operação dos assistentes de condução. Uma imagem da traseira do GLA em meio a uma estrada acende as luzes de freio e os piscas, e o entorno mostra veículos detectados à frente, revelando a proximidade ou afastamento.
  • Serviço: também com fundo azul, mostra mensagens de alerta, dias restantes para a próxima revisão, pressão e temperatura dos pneus, temperatura do líquido de arrefecimento do motor e nível de óleo do propulsor.

As informações que podem ser vistas ao centro da tela no modo Clássico são:

  • Hodômetro total e distância percorrida no dia.
  • Após partida: mostra as informações de viagem em cada ignição, incluindo distância percorrida, velocidade média, consumo médio e tempo de viagem, além das informações EQ, que mostram por quantos quilômetros e por quantos minutos o veículo rodou com energia elétrica.
  • Após reset: mostra as mesmas informações acima mencionadas, acumuladas desde a última vez em que foram resetadas.
  • Indicação ECO: mostra o quão está sendo econômica a condução, através da nota dada em uma escala de cinco estrelas. Com o veículo em movimento, a bola verde em 3D "rola" para a frente e para trás, indicando se o gasto está sendo maior ou menor.
  • Consumo: com o carro parado, mostra o gasto de combustível em litros por hora, numa escala de 0 a 60 l/h. Já com o veículo em movimento, exibe o consumo instantâneo em km/l.
  • Attention Assist: ativo entre 60 e 200 km/h, monitora as atitudes do motorista e sugere uma pausa na condução em caso de sinais de cansaço. Caso o sistema não esteja atuando (por exemplo, quando a velocidade fica abaixo deste patamar), aparece a mensagem "sistema passivo".
  • Mídias: mostra informações da faixa ou estação em reprodução. A partir desta tela, é possível alternar entre outras mídias.
A tela exibe qual ou quais portas estão abertas, mostra se o porta-malas está aberto mas não informa se o capô estiver aberto.

A tela sensível ao toque do sistema multimídia também é de 10,25 polegadas e fica visualmente integrada com o monitor do quadro de instrumentos. A central integra o assistente de voz MBUX, cuja ativação pode ser feita por voz através da frase “Hey, Mercedes”. Além do espelhamento de aplicativos de celular sem fio através do Apple CarPlay e Android Auto, a tela também exibe a imagem da câmera de ré (que pode ser exibida em visão convencional, com gráficos dos sensores dianteiros e traseiros, ou angular, com maior vista para as laterais, e também integra o sistema Parktronic de auxílio autônomo de estacionamento).

O GLA mantém os botões físicos para ajustes do ar-condicionado Thermotronic automático de duas zonas. Estes comandos possibilitam a regulagem de meio em meio grau Celsius (entre 16 e 28 graus), o ajuste entre 7 velocidades de vento (para desligar o aparelho, basta selecionar na velocidade abaixo de 1), modo automático de funcionamento e possibilidade de sincronização de temperatura do passageiro com a selecionada pelo motorista, podendo também ser ajustado pela voz. Um recurso interessante: se o passageiro dianteiro for a pessoa que der o comando de voz, o carro reconhece de que lado está sendo emitida a fala e entende que a temperatura deve ser alterada somente do lado dele. Em meio aos comandos de ar está o botão do pisca-alerta, que acende quando apertado.

O início do console central possui tampa retrátil que, quando aberta, revela carregador de celular por indução, entrada USB-C com contorno iluminado e dois porta-copos com laterais retráteis. Logo atrás há um nicho aberto onde antes havia o touchpad com diversos botões de atalho. Com o fim deste recurso, também foi embora o pequeno apoio para o pulso que existia para sua operação. Agora, o estilo da região está mais minimalista e mantém comandos físicos para a operação do Dynamic Select, volume/mudo/liga-desliga de mídia e acesso ao menu de visualização de câmeras e de acionamento do assistente de estacionamento. O console também possui apoio de braço que, quando aberto (através de botão), faz com que as duas partes se levantem. É possível baixar estas partes dos apoios de braço em qualquer ordem. Nesta região há um amplo porta-objetos iluminado e revestido de carpete com mais duas entradas USB-C, ambas também com molduras iluminadas.

O seletor de modos de condução Dynamic Select permite selecionar entre os modos Eco, Comfort, Sport e Individual. Nesta última opção é possível alterar os parâmetros de propulsão, direção, atuação do controle de estabilidade e som do motor reverberado pelos alto-falantes.

Com bom espaço mas sem fechadura, o porta-luvas traz tampa que desce suavemente, além de iluminação amarela e uma bandeja na parte superior para objetos menores. O fundo das duas superfícies do porta-luvas é de plástico texturizado.

O retrovisor interno tem a função anti-ofuscante automática. O console de luzes possui botões que, da esquerda para a direita, acionam a luz de leitura do motorista, ativam ou desativam o acendimento das luzes de teto quando uma porta for aberta, ligam todas as luzes de teto, ativam somente as luzes traseiras e ligam a iluminação de leitura do passageiro dianteiro. As luzes dianteiras são envoltas em uma moldura refletiva; dentro dela está o botão que faz a abertura das persianas do teto solar panorâmico, cuja parte dianteira do vidro pode ficar na posição tilt (elevado na parte traseira) ou abrir por completo, ocasião em que um defletor de ar se abre na dianteira. Os para-sóis contam com tampas, espelhos, iluminação (no forro) e abas porta-documentos. Próximos a eles ficam os dois microfones para captação dos comandos de voz.

A porta do motorista concentra os comandos de travamento e destravamento das portas, além dos botões para ajuste elétrico do banco, inclusive com três memórias de posição. Para o passageiro dianteiro, também há três posições que podem ser salvas e os mesmos tipos de ajustes. Mais abaixo estão os comandos de ajustes e rebatimento dos retrovisores externos e acionamento dos vidros elétricos (por um toque tanto na descida quanto na subida), com comando para bloqueio das janelas traseiras, além do botão para acionamento motorizado da tampa traseira (que, ao ser empurrada para baixo por alguns segundos e depois soltada, permite a abertura; para fechar o porta-malas, deve-se apertar o botão para cima e segura-lo até o fim da operação; do contrário, o movimento é interrompido). A parte inferior do forro traz iluminação vermelha.

A parte inferior esquerda do painel concentra os comandos de acionamento do freio de estacionamento eletrônico, controle de iluminação (luzes de estacionamento, comuns de serem utilizadas na Europa em regiões de neblina intensa e que se acendem somente de um lado para mostrar a outros condutores, em ruas estreitas, a presença do veículo parado; além das luzes de posição, acendimento automático dos faróis e facho baixo aceso, além da lanterna de neblina) e ajuste do brilho dos instrumentos. Quase não dá para ver, mas a alavanca de abertura do capô, vermelha, fica sob o painel. Curiosamente, se o capô for aberto quando o veículo estiver com motor ligado, automaticamente o propulsor desliga e o carro entra no modo de ignição ligada. Os pedais do freio e acelerador são de metal, com borrachas pretas, e o apoio para o pé esquerdo possui o mesmo carpete do assoalho.

Os bancos dianteiros possuem extensores manuais para as coxas (que se prolongam até 6 centímetros) e ajustes lombares elétricos em quatro direções, cujo botão de ajuste fica embutido na capa plástica lateral. Pelos comandos nas portas é possível regular altura do assento (tanto na região das coxas, quanto na junção com o encosto das costas), além de distância do assento e inclinação do encosto. Já os apoios de cabeça podem ser manualmente regulados em altura (através dos pequenos botões na parte inferior) e também para a frente e para trás (pelos botões que ficam nas laterais, mais acima). Os tapetes são de carpete espesso preto com a identificação AMG, sendo que a peça do motorista possui velcros na parte inferior e duas presilhas para melhor fixação. A parte dianteira traz soleiras metálicas com a assinatura Mercedes-Benz, porém não são iluminadas. Os cintos dianteiros trazem regulagem de altura.

A acomodação para os ocupantes de trás é boa, com espaço suficiente para pernas e cabeça a quem possui cerca de 1,80 metro de altura. Quem senta ao meio terá que lidar com a grande elevação do túnel no assoalho, obrigando a por os pés em torno deste túnel; além disso, nesta região o encosto para as costas é mais vertical. De toda forma, até mesmo quem fica nesta região terá bom espaço para a cabeça.

Na traseira, há duas saídas de ar direcionáveis, um porta-objetos aberto e uma tampa retrátil que, ao ser aberta, revela mais duas entradas USB-C iluminadas e um pequeno nicho para objetos. Atrás dos bancos dianteiros há redes porta-revistas e as alças de teto retráteis dispõem de ganchos fixos e focos de iluminação. Os encostos são tripartidos na proporção 40:20:40, sendo que a parte do meio inicialmente está junto da porção esquerda, mas pode ser rebatida separadamente através de uma trava. As janelas traseiras abrem por completo.

Com a capacidade de 425 litros, o porta-malas possui iluminação no lado esquerdo, ganchos fixos e móveis nas extremidades, além do kit de reparo de pneu (com líquido selante e compressor de ar, que pode fazer com que o pneu furado volte a rodar a até 80 km/h antes de chegar a uma borracharia), do kit de primeiros-socorros (atualmente dispensado no Brasil) e da bateria do conjunto híbrido-leve, que fez a capacidade para as bagagens ficar 10 litros menor. A tampa possui duas alças para ajudar no fechamento manual, caso se deseje faze-lo assim, além de ter iluminação e botões para fechamento motorizado da tampa (Easy-Pack), inclusive com botão Stop para interromper o processo. Também é possível fazer o acionamento da tampa traseira através de um gesto de movimento do pé sob o para-choque traseiro.

A chave do GLA não é tão estilosa quanto a do atual Classe C, conservando um estilo mais tradicional, mas as funções são as mesmas, com os comandos de travamento e destravamento das portas, além de acionamento da tampa do porta-malas. Caso alguma janela tenha sido esquecida aberta, é possível apertar e segurar o botão de travamento para levantar o vidro à distância, desde que o comando seja segurado até o fim do processo (do contrário, a janela para no meio do caminho). Se o veículo for destravado mas nenhuma porta for aberta, o retravamento ocorre dentro de 40 segundos. Um botão no verso permite a liberação da lâmina a ser utilizada em fechaduras. Para o travamento e destravamento pela presença, a chave deve estar em um raio de 1 metro de proximidade do veículo.

A iluminação interna do GLA inclui: luzes ambiente que podem ser selecionadas em 64 cores e ficam embutidas nas saídas de ar do painel (com o interessante efeito de, se a temperatura escolhida for mais quente, momentaneamente as luzes do lado da zona ficam avermelhadas e, se for mais fria, ficam azuladas), na iluminação para os pés para os ocupantes dianteiros, nos filetes dos forros de porta dianteiros, nas laterais do console frontal, dentro do porta-objeto coberto pela tampa corrediça, na região das maçanetas internas e dos porta-objetos (nas quatro portas) e no filete do painel no lado direito. Também são iluminados os botões na parte esquerda do painel, os comandos de memória e contorno dos botões de posição dos bancos, das travas, retrovisores e vidros, bem como os botões no volante (exceto paddle-shifts) e alavanca de câmbio, além dos botões no painel e no console, das molduras das entradas USB e dos botões no forro de teto.

O pacote de itens de segurança inclui 7 airbags (frontais, laterais dianteiros, de cortina e para os joelhos do motorista, com desativação automática da bolsa do passageiro dianteiro quando não há detecção de ocupante no banco da frente), alarme volumétrico, sistema Pre-Safe de preparação dos ocupantes para uma colisão iminente (o sistema chega a emitir um ruído nos alto-falantes para proteger o ouvido interno contra o som de um acidente), monitoramento de pressão dos pneus, assistente de permanência em faixa, assistente de estacionamento Parktronic, assistente ativo de frenagem, comutação automática do facho dos faróis, monitoramento de pontos cegos, controlador de velocidade e distância do veículo à frente, entre outros.

O motor 1.3 M 282 de quatro cilindros, turbinado e com injeção direta de combustível, movido somente a gasolina, manteve os 163 cavalos a 5500 rpm, mas o torque passou a ser de 27,5 kgfm de torque na faixa de 2000 a 3500 rpm (antes, eram 2 kgfm a menos, mas a faixa de rotações em que ele era entregue era maior, de 1620 a 4000 rpm). Já o conjunto elétrico contribui com mais 14 horsepower em determinadas situações. A tração é dianteira. Uma característica interessante deste propulsor é a possibilidade de serem desativados automaticamente dois dos quatro cilindros em situações em que o acelerador não é muito demandado, o que favorece o consumo de combustível, juntamente com o Start-Stop (desligamento do motor em paradas).

O câmbio se manteve o automatizado de dupla embreagem 7G-DCT. Como o peso da carroceria passou de 1485 para 1570 quilos, o desempenho foi um pouco penalizado: conforme dados da Mercedes-Benz, o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h ficou 0,2 segundo mais lento em relação ao GLA 200 anterior. O capô traz um amortecedor e manta de isolamento acústico, enquanto a capa do motor é feita em material espumado.

A capacidade do tanque de combustível foi mantida em 43 litros. Sua portinhola, que fica no para-lama esquerdo direito, é travada ou destravada de acordo com o trancamento e destravamento do veículo.

Com preço a partir de R$ 364.900 no momento da publicação desta postagem, o GLA 200 AMG Line possui as seguintes opções de cores para a carroceria: Branco Polar (sólida), Preto Noite (sólida), Prata Iridium (metálica), Azul Spectral (metálica), Cinza Montanha (metálica), Branco Digital (metálica) e Preto Cosmos (metálica).

Quem não fizer tanta questão dos equipamentos da versão AMG Line pode optar pelo GLA 200 Progressive, que custa a partir de R$ 344.900. Esta opção possui grade dianteira e para-choques com estilo mais discreto, além de rodas menores (de 19 polegadas, com pneus 235/50) e molduras foscas em torno das caixas de roda. O estilo do volante e dos bancos, bem como os revestimentos internos (sem o material Dinamica) e as molduras do painel, também são diferentes. O GLA Progressive abre mão do sistema de som Burmester, do assistente ativo de frenagem, das paddle-shifts galvanizadas e das diferenças que o AMG Line possui nos sistemas de freios e som do motor.

Impressões ao dirigir

Ao se acomodar no GLA, a impressão que se tem é de que sua posição de dirigir fica no exato meio-termo entre um hatchback como o Classe A (mais assentado ao chão) e um SUV de maior porte. Este posicionamento levemente elevado é cômodo; além disso, os bancos dianteiros permitem diversos ajustes, facilitando bastante encontrar e modificar a melhor maneira de se acomodar. Logo depois de ligar o motor (algo que acontece de forma bastante sutil), o cinto de segurança dá um "puxão" no motorista para depois aliviar a carga. A angulação entre os pedais é bem distinta, evitando confusões. O cheiro da cabine é agradável e bem típico dos modelos da Mercedes-Benz.

O volante é bem ergonômico e a textura de seu aro é bastante agradável para as mãos. Apesar de parecer grande, este volante possui o aro bem espesso; só a buzina, acionada no topo da parte central, é difícil de ser apertada, exigindo força da mão. A direção elétrica é direta, característica que é bem perceptível pelo reduzido número de voltas de batente a batente exigido. O diâmetro de giro de 11,4 metros está dentro do esperado para um modelo deste porte.

A visibilidade é boa, graças a detalhes como as palhetas dos limpadores que ficam abaixo da área transparente do para-brisa, os retrovisores externos com bordas que trazem campo de visão ampliado e o espelho interno bem-dimensionado, além do vidro traseiro com área transparente suficiente para a vista para trás. Os sensores de estacionamento contribuem para a maior precisão das manobras. Os limpadores possuem boa atuação (e o movimento das palhetas, no GLA, é um pouco diferente do habitual, para ampliar a área varrida), mas observamos um pouco de trepidação durante o funcionamento. Além disso, um pequeno rangido no painel e alguns barulhos na parte traseira também se fizeram ouvir.

A câmera de ré se embute automaticamente a cerca de 20 km/h. O barulho que ela faz ao ser rebatida é perceptível a ponto de ser ouvida de dentro do carro. Também ajuda nas balizas a função tilt-down do espelho direito (chamada pela Mercedes-Benz de "posição de manobra"): ao engatar a ré, a lente assume o posicionamento que ajuda na visualização desta extremidade da carroceria.

Mesmo com rodas de 20 polegadas, até que o GLA consegue absorver com maciez as irregularidades do piso. Sobre pistas mal-conservadas, é possível constatar o chacoalhado da carroceria, mas em um nível razoável. Nas curvas em velocidades maiores e nos desvios rápidos de percurso, o SUV da Mercedes entrega ótimo nível de estabilidade. Os freios também atuam muito bem e de maneira previsível.

O barulho do motor é razoavelmente ouvido ao redor e acima dos 2 mil rpm, mas em deslocamentos feitos de forma mais tranquila, este SUV é bem quieto. Uma característica inesperada (e divertida) do GLA é que, nele, é possível ouvir os espirros do turbocompressor quando se acelera e, em seguida, o pedal é aliviado. A 100 km/h e em piso plano, o Mercedes mantém a rotação de 1700 rpm.

Uma das curiosidades em dirigir o GLA estava na atuação do sistema híbrido-leve de 48 Volts. Porém, na prática, em nenhuma situação o carro chegou a desligar o motor a gasolina em velocidades mais altas (e olha que testamos com ar ligado e desligado, no modo Eco, em descidas e na estrada com velocidades constantes...). Somente quando a velocidade do SUV era de 21 km/h ou menos, e em frenagens mais significativas, era possível constatar que o conta-giros caía para 0 rpm: o motor a combustão era desligado, com a atuação do sistema ECO Start/Stop. O reinício do propulsor nesta situação é feito de forma muito ágil e suave, e não eram raras as ocasiões em que, no anda-e-para, o motor reiniciava três vezes dentro de um minuto. Para se ter uma ideia, nos 160 quilômetros em que dirigimos este GLA, nada menos que 11 km deles foram percorridos sem que o motor a combustão estivesse atuando. Com o carro desligado enquanto o Start/Stop está acionado, a assistência elétrica da direção permanece ativa, assim como as demais operações elétricas do veículo; a rigor, somente o ar-condicionado começa a dar sinais de perda de eficiência se o clima estiver quente.

Como é comum nos Mercedes-Benz da atualidade, a alavanca de câmbio fica à direita do volante. No GLA, que possui transmissão automatizada de dupla embreagem, é possível perceber que as mudanças são feitas de forma rápida (e razoavelmente perceptível). O modo sequencial exibe sugestões para trocas de marcha mais eficientes (até mesmo no modo Sport). As reduções de marcha são feitas de forma automática. Ao pegar leve com o pedal do acelerador, automaticamente a transmissão retorna para a operação em Drive. A transmissão é operada de forma fácil: ao engatar as posições Ré ou Drive e acelerar, o freio de estacionamento eletrônico é liberado pelo veículo de forma suave. Mesmo que o veículo esteja em Drive, ao desligar o motor o câmbio é automaticamente engatado na posição Parking e o freio de estacionamento é aplicado. Na prática, o botão no lado esquerdo do painel não vai ser utilizado.

Na aceleração de 0 a 100 km/h, notamos que o GLA não consegue manter uma rotação de motor muito elevada ao executar o controle de largada (nem em modo Sport ou com o ESP desativado), o que faz com que sua partida seja, de início, pouco vigorosa. Passado este momento inicial, ele deslancha, mas, mesmo fazendo o 0-100 no modo Sport, ainda ficamos um tanto distantes do resultado de 8,9 segundos declarado pela fábrica. Para as retomadas, o modo de condução escolhido foi o Normal. Veja os nossos números obtidos em pista sem tráfego de veículos, com ar-condicionado desligado, modo de condução Normal, somente o motorista a bordo, controles de tração/estabilidade ativos e cronometragem automática pelo aplicativo GPS Acceleration:

Aceleração de 0 a 100 km/h: 9,5 segundos
Retomada de 40 a 80 km/h: 4,4 segundos
Retomada de 60 a 100 km/h: 6,2 segundos
Retomada de 80 a 120 km/h: 8,5 segundos

Condições do teste

Temperatura externa: 32º C
Altitude (estimada): 71 metros
Pressão dos pneus: 235 kPa (pneu traseiro direito); 240 kPa (demais pneus)
Nível de combustível: pouco mais de 1/4 do tanque
Quilometragem do veículo durante os testes: 565 km

O consumo de combustível esteve um pouco abaixo da média estabelecida pelo Inmetro na cidade, de 11,1 km/l - mas o percurso de rodagem foi relativamente curto e o GLA poderia ter se saído melhor. Veja os resultados em nossa testagem:

Consumo de combustível médio: 10,1 km/l
Distância percorrida: 160,0 km
Velocidade média (estimada): 21 km/h

Para concluir...

Para quem faz questão de ter um SUV, o Mercedes-Benz GLA é uma alternativa com design atraente, cabine interessante e uma lista de equipamentos condizente com sua etiqueta de preço. Deve-se levar em conta o prestígio e a exclusividade que são transmitidos pela marca da estrela de três pontas. Mas o BMW X1, com seu projeto mais recente, e o Audi Q3, que possui motor significativamente mais forte e vem com tração nas quatro rodas, são modelos deste segmento que justificam melhor o que custam. Até mesmo o Classe C, em sua versão de entrada 200 AMG Line, não chega a custar muito mais do que o GLA na versão do nosso test-drive.




























































































































































































































































































































































































































































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