Texto e Fotos | Júlio Max, de Teresina - Piauí
Agradecimentos | Assessoria de Imprensa Nissan
Atualmente, a Nissan Frontier dispõe de seis versões oferecidas no mercado brasileiro, que abrangem desde as pessoas jurídicas que fazem o uso da picape para trabalho até os consumidores que rodam predominantemente no asfalto e raramente fazem uso da caçamba. Da opção mais simples à mais sofisticada, as alternativas são: S, SE, Attack, XE, Platinum e PRO-4X, todas com 6 anos de garantia de fábrica. Conforme dados da própria Nissan informados com exclusividade para o Auto REALIDADE, a versão Attack é a alternativa que mais se destacou em vendas entre janeiro e dezembro de 2024, com 59% do mix. Nós, que já havíamos experimentado as opções topo-de-linha PRO-4X (em 2022) e Platinum (em 2024), agora temos a oportunidade de conviver por uma semana com a versão XE, uma alternativa intermediária que se aproxima das variantes mais completas da linha - e que aparece no pódio das opções mais adquiridas da gama, na terceira posição (12%). Foram exatamente 750 quilômetros percorridos com ela. Conheça agora os detalhes desta picape!

O nome XE começou a ser utilizado para designar versões da Frontier a partir de 2002, ano em que a picape passou por uma reestilização e começou a ser fabricada em São José dos Pinhais, no Paraná. Nesta época (e também quando a geração seguinte teve a produção nacional iniciada em 2008), a XE era a opção de entrada. Quando a picape passou a ser feita na Argentina, em 2018, a XE se consolidou de vez como uma alternativa intermediária - acima da Attack, mas abaixo da opção topo-de-linha, que na época era a LE (substituída em 2022 pela dupla Platinum e PRO-4X). Desde a reestilização da Frontier, promovida há três anos, a versão XE passou por algumas mudanças (realizadas a partir da linha 2024): ela ganhou os logotipos atualizados da Nissan (inclusive na inicialização das telas do quadro de instrumentos e do sistema multimídia), teve o período de garantia ampliado, passou a ter emblemas na cor cinza e trocou as rodas de liga leve de 18 polegadas (compartilhadas com a versão Platinum) pelas rodas de 17 polegadas prateadas - as mesmas da versão SE.

Assim como as demais versões da Frontier, a XE traz estilo robusto. O capô possui vincos bem definidos e a grade dianteira é ampla, com pintura em cinza-fosco e bordas cromadas. Desde a versão Attack, o nome da picape fica gravado em baixo-relevo na sua moldura superior (que é cromada e fixada ao capô). A partir desta versão XE, os faróis contam com luzes de posição de LED e projetores de luzes (também de LED) para os faróis baixos (na parte inferior) e para os faróis altos (na parte superior; todos os projetores ficam acesos quando o facho alto é acionado). Somente as luzes de seta são halógenas na dianteira. Nas laterais do para-choque dianteiro estão as luzes de neblina (também de LED a partir desta versão). A parte inferior do para-choque possui dois apliques prateados, que contrastam com o tom preto-fosco desta região. No lado direito há um gancho para reboque. O ângulo de ataque nesta versão é de 31,4 graus. O para-brisa conta com proteção contra raios ultravioleta e as palhetas dos limpadores ficam sobre a área não-transparente quando estão em repouso.

Lateralmente, a Frontier XE vem com barras de teto (que trazem detalhes prateados e suportam até 56 quilos distribuídos uniformemente), capas dos retrovisores externos pintadas na cor da carroceria (com luzes de seta de LED incorporadas), maçanetas externas cromadas (as peças dianteiras possuem botões que, quando apertados, travam ou destravam a picape caso a chave esteja pelo menos 80 centímetros próxima desta região; na porta do motorista há fechadura exposta), além de estribos laterais (com superfície prateada e molduras laterais de borracha). As rodas de liga leve de 17 polegadas possuem o mesmo formato das versões SE, Attack e PRO-4X; na versão XE, elas possuem a pintura prata tradicional, assim como na Frontier SE. Cada roda é fixada por seis parafusos, e elas são calçadas com pneus Pirelli Scorpion Zero 255/65 All Terrain e devem receber 35 psi de pressão, rodando com até meia carga (com carga máxima, os pneus traseiros devem receber 41 libras). A Frontier também possui para-barros dianteiros e traseiros em plástico. As caixas de roda dianteiras possuem carenagem em plástico; na traseira, há coberturas em metal de superfície rugosa. A altura em relação ao solo é de 24,9 centímetros. A parte posterior do teto conta com ranhuras aerodinâmicas e a antena de formato tradicional.

A tampa da caçamba incorpora o nome da picape gravado em baixo-relevo na própria lataria e sua maçaneta é cromada, acompanhada da câmera de ré (no lado esquerdo) e da fechadura (no lado direito), sendo envolta em uma moldura preta e fosca. As lanternas contam com lentes fumê, sendo mais escuras do que nas versões Attack, SE e S. Os LEDs estão no brake-light, posicionado acima do vidro traseiro (com desembaçador) e nas luzes de posição e de freio. Já os piscas e as luzes de ré usam lâmpadas halógenas. Os logos "XE 4x4" são pintados em cinza-escuro - até a linha 2023, eram cromados. Com pintura na cor da carroceria em suas laterais, o para-choque traseiro acomoda a placa (com dois focos de iluminação branca, de LED). Além disso, o formato da peça permite o apoio para os pés na hora de subir e descer da caçamba. O ângulo de saída da picape nesta versão é de 25,8 graus. A saída de escape fica à direita do estepe.

A Frontier XE possui 5,26 metros de comprimento, 1,85 metro de largura, distância entre-eixos de 3,15 m e altura de 1,86 metro, considerando o rack de teto. Esta versão possui peso em ordem de marcha de 2209 quilos e pode encarar subidas com ângulo máximo de 22,2 graus. A capacidade de reboque é de 2885 quilos com freios no trailer ou 750 kg sem freios.
A cabine da versão XE possui o tom predominante preto (no painel, forros de porta, assoalho e bancos) que contrasta com detalhes prateados (nos raios do volante, nas molduras laterais do centro do painel, nos frisos das portas e em volta do início do console e dos porta-copos dianteiros), além de itens em preto-brilhante (nas molduras em torno do sistema multimídia, dos comandos do ar-condicionado e em torno da alavanca de câmbio) e cromados (nas maçanetas internas, nos detalhes dos direcionadores centrais de ar, em volta da manopla de câmbio e no botão do freio de mão).
O volante de três raios é parecido com a peça presente em modelos como Kicks Play e Versa, mas é todo arredondado (nos outros modelos, a base é achatada). Com aro revestido de couro, costuras aparentes escurecidas e raios prateados na parte inferior, ele concentra em seu raio esquerdo os botões para controle do volume do som, das faixas de áudio e para a operação do computador de bordo. Do lado direito estão os comandos do limitador/controlador de velocidade de cruzeiro, da operação de telefone e os comandos de voz (nativos do sistema multimídia). A coluna de direção regula em altura e não despenca ao liberar a trava, que fica na parte inferior. O vão da coluna traz uma coifa de carpete na parte superior; a região inferior também possui cobertura acarpetada.
O quadro de instrumentos da picape mescla informações digitais e analógicas. Conta-giros, indicador de temperatura do líquido de arrefecimento do motor, velocímetro e nível de combustível são exibidos analogicamente com ponteiros. A tela colorida do computador de bordo possui 7 polegadas e definição de 133,3 dpi. Quando o motor é ligado, os instrumentos giram em todas as suas escalas e uma animação em 3D da Frontier surge, sendo exibido o nome Nissan na sequência.
A tela do computador de bordo exibe algumas informações fixas, como relógio, temperatura externa (com ícone de advertência para possibilidade de gelo na pista em temperaturas de 3º C ou menos), hodômetro (total ou trip A/B), autonomia estimada (que deixa de informar quando, pelos cálculos do computador de bordo, há menos de 60 km restantes), posição de câmbio, modo de condução selecionado e ícone de seleção de tração. Ao centro, é possível ver:
- Velocímetro digital: pode ser acompanhado de informações de rádio/música (nesta tela, ao apertar o botão Ok do volante, a fonte de áudio pode ser modificada) ou da velocidade média. Um submenu permite a opção de não aparecer nenhuma informação ao centro da tela (Vazio), como forma de minimizar distrações;
- Média de consumo de combustível, acompanhada de uma barra de consumo instantâneo que mostra se o gasto está sendo maior ou menor do que a média atual (indicada por uma seta);
- Trip: exibe distância percorrida e tempo de viagem. A partir desta tela é possível ver a informação da pressão individual dos pneus na escala escolhida pelo motorista, exibida com a picape em movimento a partir de cerca de 25 km/h, acompanhada da informação da pressão ideal para cada eixo.
- Informações de som: exibe a sintonização AM ou FM de rádio e a estação selecionada, além das informações das demais mídias (USB, Bluetooth, entrada auxiliar). Pelo botão OK no volante é possível alternar entre as fontes de áudio.
- Alertas: exibe avisos como o de portas abertas e o de nenhuma chave detectada.
- Definições: permite fazer as seguintes configurações:
- Assistências ao condutor: aqui, é possível modificar as definições dos sensores de estacionamento traseiros (on/off, volume e intervalo), ativar o temporizador de alerta (não possui função específica, mas funciona como um "despertador" para um determinado tempo) e o alerta de baixa temperatura, que adverte o motorista quando a temperatura externa for de menos de 3° C.
- ECO Mode Setting: permite ou não exibir o ECO Drive Report (relatório que surge toda vez que a ignição é desligada), mostrando gráficos da média de consumo dos últimos minutos em comparação com as últimas cinco médias de rodagem, computadas quando se roda pelo menos 500 metros com a picape. No histórico, é possível ver também qual foi a melhor média de consumo de diesel.
- Configurações TPMS: permite ajustar a pressão dos pneus a ser utilizada para os pneus dianteiros e traseiros (a diferenciação da pressão entre os eixos se faz necessária em casos de levar muita carga), permite selecionar a unidade de pressão (kPa, psi, bar ou kgf/cm²) e redefinir o sensor.
- Relógio: é possível ajustar manualmente o horário e definir se o relógio irá aparecer no formato de 12h ou de 24 horas.
- Definições do veículo: é dividido em quatro submenus. Em Iluminação, é possível ativar ou desativar a função "luz de cortesia automática", de acender as luzes de leitura dianteiras a partir do momento em que houver o destravamento da picape. Em Sensibilidade da luz, é possível alternar a intensidade de atuação do sensor crepuscular. Também é possível ativar/desativar a função de acionar o pisca 3 vezes com um leve toque na alavanca de seta. Em Botão Ext. do i-Key, é possível ativar ou desativar os botões mas maçanetas externas dianteiras para destravar e travar as portas pela presença da chave. Já em relação aos espelhos externos, é possível desativar o rebatimento automático dos retrovisores ao travar a picape ou abrir os espelhos quando a ignição for posta no modo On.
- Manutenção: este menu traz o controle da troca de óleo do motor (mostrando quantos quilômetros faltam para a próxima troca, recomendada em intervalos de 10 mil quilômetros), permite estabelecer alertas quando o veículo chegar à quilometragem recomendada para troca de óleo/filtro, pneus e outros componentes, e também informa sobre o nível de Arla 32 no tanque suplementar.
- Personalizar a tela: aqui é possível ocultar ou mostrar os menus já mencionados. Já em relação ao efeito de boas-vindas, é possível escolher se a picape irá ou não girar os ponteiros até o fim da escala e mostrar a animação em 3D da Frontier que dá lugar ao nome Nissan.
- Unidades/idioma: além do ajuste da unidade de pressão dos pneus, já comentada acima, também é possível alterar a exibição em quilômetros e consumo em km/l, quilômetros e consumo em litros por 100 km, ou milhas e MPG (miles per gallon, milhas por galão) no padrão do Reino Unido ou na escala norte-americana. O idioma pode ser português, espanhol ou inglês.
- Por fim, é possível retornar às configurações de fábrica.
A Frontier dispõe de indicação individual de porta aberta no quadro de instrumentos. Não há alerta para tampa da caçamba ou capô abertos.
Do lado esquerdo da cúpula dos instrumentos estão os botões Trip/Reset e o controle do brilho da instrumentação. Pelo botão Trip é possível ver a distância percorrida A, a distância parcial B (ambas são desvinculadas da distância percorrida que é exibida junto com o tempo de viagem) e o hodômetro total. Ao ser apertado por alguns segundos, este botão zera a quilometragem parcial.
A haste de luzes traz três posições: Auto (para acendimento automático dos faróis baixos, conforme as condições do ambiente), luzes de posição ligadas ou faróis baixos ligados. A posição Off, que existia nos primeiros exemplares da Frontier reestilizada, foi removida. Há um segundo comando giratório para acionar as luzes de neblina dianteiras. Um alerta sonoro dispara caso o motorista tenha esquecido os faróis ligados, se o botão for girado quando a ignição estiver desligada; caso haja o travamento das portas ou a posição não for alterada depois da picape ser desligada, eles são desligados automaticamente para evitar que a bateria descarregue. Com um leve toque é possível acionar a seta três vezes - essa função pode ser desativada pelo quadro de instrumentos, situação em que as setas se apagam assim que o motorista solta a alavanca.
A partir desta versão, a Frontier dispõe do acendimento temporizado dos faróis com a ignição desligada (Follow Me Home), mas seu acionamento ocorre de forma manual. Com a picape desligada e o seletor na posição Auto, quando o motorista puxa a alavanca das luzes em sua direção, os faróis baixos e as luzes de posição ficam acesos por 30 segundos. Repetindo o movimento, o acendimento é estendido por mais 30 segundos até chegar ao período máximo de 2 minutos. Para apagar as luzes durante a atuação do temporizador, é possível girar o seletor para outra posição e, em seguida, posicionar novamente em Auto.

Já a haste dos limpadores dianteiros possui posição de funcionamento no ritmo contínuo lento enquanto a alavanca estiver sendo deslocada (Mist, acima da posição desligada Off), modo Auto com seleção da atuação do sensor de chuva em quatro níveis, bem como a varredura contínua lenta (Lo) ou rápida (Hi). Se os esguichos forem acionados muito rapidamente, as palhetas não se movem. Ao aciona-los mais prolongadamente, os limpadores fazem automaticamente a varredura.

A central multimídia da Frontier possui tela sensível ao toque de 8 polegadas - medida comum aos outros modelos da Nissan atualmente vendidos no Brasil. Com úteis botões físicos que circundam a moldura da tela, o sistema dispõe de ícones no menu principal que permitem alternar entre os submenus de Telefone, Áudio, Conexões, Informações e Configurações. As três telas do menu principal podem ser personalizadas, sendo possível inserir widgets e atalhos do jeito que o usuário preferir, desde que os ícones "caibam" nos espaços de tela livres. O sistema reinicia quando o botão Power/Volume é apertado e segurado por cerca de 10 segundos.
Este sistema multimídia é capaz de se conectar a redes de Wi-Fi para realizar atualizações do sistema operacional. Assim como outros modelos da Nissan, não é possível avançar para outro ponto de um arquivo de áudio tocando na barra de tempo, sendo necessário apertar e segurar o botão de avançar ou retroceder, num processo mais demorado e suscetível a erros. Somente arquivos de áudio podem ser reproduzidos, incluindo mp3 e Flac.
O aparelho dispõe de espelhamento de conteúdo de celular através do Android Auto e Apple CarPlay (utilizando-se de um cabo, que deve necessariamente ser encaixado na entrada USB-A do console dianteiro), permitindo a utilização de aplicativos na tela da picape, além do Bluetooth para chamadas telefônicas e streaming de áudio.
A picape conta com a câmera de ré, que inclui linhas de guia (fixas, em escalas de cores, e dinâmicas, que acompanham o movimento do volante). Ao apertar o botão Camera e acessar o menu de configurações, é possível ver a imagem da câmera mesmo que o câmbio não esteja na posição R.
O sistema de som possui seis alto-falantes (um em cada porta e mais dois no painel). Pela tela do sistema multimídia é possível ajustar graves, médios, agudos, balanço (esquerda/direita ou frente/trás), ajuste de volume variável de acordo com a velocidade e potencializador de graves. Pode-se ajustar o volume até o nível 40. Para uma picape, a Frontier oferece uma boa reprodução de áudio, especialmente em volume moderado e com a otimização dos graves ativa - porém um tanto projetada à frente, mesmo no modo centralizado de reprodução.
O ar-condicionado é digital e automático de duas zonas. Os botões das extremidades permitem que motorista e passageiro dianteiro ajustem a temperatura de meio em meio grau Celsius entre 18 e 32° C. Da esquerda para a direita, há os botões de acionamento do desembaçador dianteiro e traseiro, on/off do aparelho, modo de funcionamento automático (Auto), Mode (permite alternar entre as distribuições de vento, cuja velocidade é alterada pelos botões - e +, entre os níveis 1 a 7), funcionamento do compressor de ar (A/C; sua desativação faz com que haja a captação automática de ar externo), comandos separados para recirculação de ar e captação de ar externo, além do Dual, que permite escolher temperaturas separadas ou sincronizar com a seleção feita pelo motorista. Curiosidade: se o desembaçador for acionado, o ar-condicionado bloqueia a seleção de temperatura para o passageiro dianteiro. Porém, com os faróis ligados, o brilho de tela da operação do ar fica bem reduzido.
Há dois porta-copos retráteis diante das saídas de ar laterais do painel: basta puxá-lo para a frente e empurrar a base para baixo. Como eles ficam bem próximos das saídas de ar-condicionado, as bebidas tendem a ficar frias por mais tempo. Existe ainda uma pequena garra lateral que ajuda a manter copos pequenos no lugar e que pode baixar, abrindo espaço para copos maiores caso necessário.
Abaixo dos comandos de ar está o seletor giratório de tração "Shift-on-the-Go" (com as posições 2WD, de tração traseira, 4WD High, que pode ser engatada com a picape em movimento a até 70 km/h, e 4WD Low, que deve ser engatada com o veículo parado e o câmbio em Neutro). Há ainda os botões para ativar/inibir o controlador de velocidade em descidas e os sensores de estacionamento traseiros. No canto direito está presente uma tomada de 12 Volts/120 Watts/10 Ampères com tampa móvel, próximo de uma entrada USB-A (a única da cabine com função de dados) e uma entrada auxiliar.
Na versão XE, o bloqueio de diferencial é eletrônico e, em funcionamento, desativa recursos como o ABS (antitravamento) dos freios e o controle de estabilidade. Ele pode ser ativado quando a tração 4x4 Low está engatada, permitindo a transferência de torque para a roda que tem mais aderência à superfície e evitando deslizamento excessivo na roda oposta.
Para o controlador de velocidade de descida funcionar, há três formas: acionamento do interruptor, engate do seletor de tração no modo 4WD Low com velocidade inferior a 25 km/h ou seletor no 4WD High e com velocidade menor do que 35 km/h. Este sistema controla automaticamente a velocidade da descida conforme a inclinação. Caso o acelerador ou o freio sejam pressionados, o recurso é momentaneamente desativado, retornando à atividade assim que o motorista libere o pedal.
A parte dianteira do console dispõe de um porta-objetos de fundo liso, e, nas laterais, mais dois pequenos porta-trecos abertos - que podem guardar a chave, por exemplo. A moldura em torno da alavanca de câmbio (com pomo revestido em couro) possui acabamento em preto-brilhante, com bordas prateadas, e a máscara em torno das posições de câmbio é cromada. Já a alavanca de freio de mão possui botão cromado e coifa em couro na parte posterior. Uma pequena tampa preta oculta a possibilidade de liberação da trava de mudança de marcha caso a transmissão eventualmente fique travada, o que pode ocorrer caso o nível de bateria esteja muito baixo. Há dois porta-copos em plástico rígido (com moldura prateada) e, mais atrás, o apoio de braço revestido de couro e com costuras aparentes em marrom, que possui uma pequena trava para levantar o apoio e ter acesso ao porta-objetos de boas dimensões e com fundo em plástico rígido. Curiosamente, basta liberar essa trava para o apoio se levantar por si só. Este baú esconde mais uma tomada de 12 Volts/120 Watts com tampa e duas entradas USB exclusivas para carregamento - uma do tipo A, outra do tipo C. Um pequeno vão no lado direito permite fechar o apoio de braço sem esmagar o cabo que estiver conectado a uma destas entradas.
À frente da alavanca de câmbio, o seletor de modos de condução (D-Mode) dispõe de quatro opções: Tow, Sport, Standard e Off-Road. Com o seletor de tração no modo 2WD (apenas nas rodas traseiras), não é possível utilizar o modo Off-Road. Com tração nas quatro rodas (4WD), os quatro estilos de condução podem ser ativados. Já com tração reduzida (4WD Low), fica desativado o modo Sport.
O modo Standard é selecionado automaticamente toda vez que a ignição é ligada e é recomendado para uma condução mais convencional. O modo Sport ajusta os parâmetros do motor e do câmbio para oferecer respostas mais rápidas, ao custo de uma elevação no consumo de combustível. O modo Tow é recomendado quando for necessário tracionar um reboque ou cargas pesadas, e também altera as características de operação do motor e da transmissão. Por fim, o modo Off-Road é recomendado para condições fora-de-estrada, como em trilhas, atoleiros e superfícies de areia. O quadro de instrumentos mostra em que modo de direção a picape está.
Também no console dianteiro fica o botão para regeneração do filtro de partículas de diesel (DPF). As partículas se acumulam e não são queimadas em certas situações, notadamente sob o chamado "uso severo", quando se roda pouco e o motor funciona por apenas 10 minutos (ou menos) e a velocidade é inferior a 15 km/h por um longo período de tempo. A Nissan optou por permitir que a regeneração do filtro de partículas de diesel fosse feita de duas formas: automática ou manual. Na forma automática, que é feita quando a luz do DPF se acende no quadro de instrumentos, basta dirigir a cerca de 80 km/h até a luz se apagar (isso leva cerca de 30 minutos). No modo manual de regeneração, que é acionado pelo botão, o processo de regeneração leva 45 minutos e a rotação do motor fica mais elevada (começa em 3000 rpm, depois baixa para 1700 rpm). O botão existe para minimizar a necessidade de levar a picape para uma oficina para o serviço e para reduzir a necessidade de se rodar com a Frontier para concluir este serviço. É possível interromper a regeneração no modo manual ao segurar o botão por 3 segundos ou pisar no acelerador ou no freio.
O porta-luvas possui espaço razoável e pode ser trancado à chave, mas não traz iluminação e a tampa despenca quando aberta. Quando aberto, ele dá acesso a um vão onde estão alojados parte dos fusíveis da picape.
A parte inferior esquerda do painel concentra o ajuste interno da altura do facho dos faróis (nos níveis 0 - quando se roda somente com passageiros na picape, 1 - adequado para 5 pessoas e metade da carga útil, 2, para 5 pessoas e carga útil máxima, e 3, quando o motorista roda sozinho com carga útil máxima), além do botão para desativação do controle de estabilidade. Mais abaixo estão a alavanca para abertura do capô e o leitor OBD2 para scanner veicular. O assoalho é de carpete e tanto o apoio para o pé esquerdo quanto o pedal de freio trazem superfície de material emborrachado, enquanto o pedal do acelerador, com dois estágios, é de plástico. Os tapetes nesta versão são de borracha, com o nome da picape. Na peça do motorista há dois locais de fixação, além de um aviso para não adicionar tapetes um por cima do outro.
O retrovisor interno conta com haste para alternar entre as posições dia/noite. Revestido de carpete, o forro de teto traz dois para-sois (também revestidos de carpete) que, a partir desta versão XE, possuem espelhos cobertos por tampas e iluminação na parte superior com luzes amarelas; há ainda uma tira porta-documento em material sintético na sombreira do motorista, acessível quando o para-sol está fechado. O console de teto dispõe de porta-óculos dianteiro com abertura suavizada revestido de carpete, acompanhado de duas luzes de leitura de LED para os ocupantes dianteiros e uma discreta luz ambiente que joga luz para o console central, além de um foco adicional de luz halógena, que fica no centro do forro de teto e pode acender com a abertura das portas. Um botão permite o acendimento de todas as luzes de teto, e cada luz de leitura pode ser acesa individualmente. Existem três alças de teto para os passageiros dianteiros e traseiros (que na versão XE são fixas; nas opções topo-de-linha, elas são móveis), além das três alças fixas embutidas nas colunas (dianteira direita e traseiras) que facilitam o acesso à cabine.
A porta do motorista concentra os comandos dos retrovisores externos (inclusive com botão para rebatimento elétrico), travas das portas (elas são automaticamente fechadas com a picape em movimento, a partir de 24 km/h), bloqueio das janelas (afeta os vidros traseiros e também o do passageiro dianteiro, sendo que, quando estão bloqueados, nem mesmo o motorista consegue operar as janelas) e dos vidros elétricos. O motorista possui a funcionalidade um-toque apenas para baixar a sua janela - e só o botão do condutor, identificado por um desenho com a letra "A", é iluminado. Para subir o vidro do motorista (e subir ou descer os vidros dos passageiros), é necessário segurar o botão até o fim da operação. Não há acionamento temporizado das janelas depois de a ignição ser desligada. As portas dianteiras trazem luzes de cortesia amarelas na parte inferior, que servem para iluminar o chão e para alertar a outras pessoas que a picape está parada com a porta aberta.
As maçanetas internas são cromadas e trazem pequenas travas integradas, que podem ser manualmente movidas. Mesmo com a picape travada, o motorista pode abrir sua porta a qualquer momento ao puxar a maçaneta interna. Os demais ocupantes dependem das demais portas estarem destravadas, o que pode ocorrer ao mover a trava mecânica ou quando o motorista destrava (pelo botão ou ao puxar sua maçaneta interna). Os forros dianteiros e traseiros das portas contam com áreas em couro e costuras aparentes em marrom. Um detalhe curioso: quando se abre uma porta (até mesmo traseira), os focos de iluminação das portas dianteiras se acendem, iluminando o assoalho, mesmo que as luzes de teto fiquem desligadas. As portas dianteiras acomodam bem garrafas de 1,5 litro. Elas entram apertadas nos porta-copos do console dianteiro e do apoio de braço traseiro. Nos porta-copos embutidos no painel é possível levar latas de 350 mL ou garrafas de 500 mL.
Ao abrir a porta do motorista, se acendem o botão de partida, as luzes de teto e a tela do quadro de instrumentos, inicialmente exibindo somente relógio, quilometragem (ou trip A/B) e avisos (porta aberta ou instrução para ligar o motor). Cerca de 15 segundos depois de fechar a porta, o botão de ignição se apaga, seguido das luzes de teto; a tela dos instrumentos apaga 25 segundos depois. Ao primeiro toque de ignição, é possível usar o sistema multimídia - e o botão de partida fica iluminado. A trava do volante é liberada (o que gera um barulho perceptível). No segundo toque de ignição, ficam ativos o quadro de instrumentos (que pode ser plenamente utilizado) e o visor do ar-condicionado. O botão do vidro elétrico do motorista acende, assim como a discreta barra do botão de limpeza do filtro de partículas de diesel.
Na cabine, ficam acesos os botões no volante, todos os comandos na parte esquerda do painel (de ajuste do brilho dos instrumentos, trip/reset, facho dos faróis, controles eletrônicos; no caso do botão de ajuste de altura do facho dos faróis, os algarismos não são iluminados) e os botões de ajustes e rebatimento dos retrovisores, os comandos físicos ao redor do sistema multimídia e de operação do ar-condicionado, além do seletor de tração (e os demais comandos próximos), o seletor D-Mode, a máscara de posições do câmbio (somente o trilho principal; as posições sequenciais não são iluminadas), o botão do DPF, o pisca-alerta e a luz ambiente do teto. Ao desligar a ignição, as luzes de teto se acendem. Se o seletor estiver na posição Auto e os faróis não forem ligados, parte da iluminação interna deixa de acender, a iluminação dos comandos internos se desativa. Ao desligar a ignição, somente ficam acesos o quadro de instrumentos (que fica acesa por 45 segundos e, depois do desligamento, exibe o Eco Drive Report) e o botão de ignição (por 15 segundos).
Os bancos da versão XE contam com revestimentos de couro preto com costuras aparentes na cor marrom e estampagens tridimensionais com tramas hexagonais - adotando o mesmo estilo da versão Platinum. O motorista tem ajustes elétricos para regulagens de distância e altura do assento (tanto da região das coxas quanto da parte posterior), além da inclinação do encosto; há ainda ajustes lombares elétricos em duas direções longitudinais. As regulagens funcionam mesmo com a picape desligada. Já o passageiro possui somente os ajustes manuais de distância do assento e inclinação do encosto. Os bancos dianteiros, batizados "Zero Gravity", possuem formato e densidade planejados para evitar o cansaço em trajetos longos. Eles trazem capas de carpete na região do console central, evitando o acúmulo de sujeira em cantos mais difíceis de serem higienizados. Os cintos dianteiros são ajustáveis em altura e contam com pré-tensionadores. Além disso, os fechos dos cintos regulam em inclinação.
O piso é mais elevado na região traseira, fazendo com que os ocupantes fiquem com as pernas mais flexionadas, mas o espaço disponível é bom. A amplitude de espaço para a cabeça é boa; para as pernas, é um pouco menor, mas os joelhos ficam livres e não encostam no banco da frente. No meio do banco de trás existe uma elevação no assento: quem tem cerca de 1,80 metro de altura vai ficar com a cabeça mais próxima do forro de teto, mas sem encostar nele. Além disso, nessa região o encosto para as costas é mais vertical. Nas outras posições, a acomodação é melhor, mas é importante destacar que o túnel central do assoalho é baixo e permite posicionar bem os pés. Os ocupantes traseiros dispõem de duas alças de teto fixas e esta versão possui dois porta-revistas (espumados por dentro) e apoio de braço revestido em couro, com dois porta-copos em plástico rígido.
O fim do console central possui, abaixo das saídas de ar (com direcionamento e vedação central), um pequeno porta-treco aberto acompanhado de uma entrada USB-A (exclusiva para carregamento de dispositivos) com uma tampa flexível. O assento do banco traseiro pode ser rebatido para cima (basta puxa-lo com a fivela liberada) e fixado com uma cinta, permitindo o acesso aos dois recortes no assoalho (cada qual com uma tampa) que servem como compartimentos para as ferramentas de troca do pneu. As janelas se abrem quase até o final. O encosto do banco traseiro é fixo, mas todos os apoios de cabeça são ajustáveis em altura e podem ser removidos. Existem dois pontos de fixações Isofix/i-Size e três ancoragens Top Tether para cadeirinhas infantis.
A chave presencial de estilo oval conta com botões prateados para travamento e destravamento das portas, além de trazer uma lâmina embutida na parte de trás para utilização nas fechaduras da porta, tampa da caçamba ou porta-luvas. Ao travar a picape, fica ativo o alarme perimétrico (que dispara continuamente a buzina somente com a abertura de portas), mas a tampa da caçamba ainda pode ser aberta: para travá-la, é necessário girar a parte metálica da chave na fechadura externa. Ao travar, as luzes de posição (dianteiras e traseiras) e a iluminação da placa no para-choque traseiro ficam acesas por 10 segundos; os piscas são acionados uma vez, o bipe de confirmação soa uma vez e os retrovisores externos se recolhem. No destravamento, os bipes e piscas são acionados duas vezes e as luzes de posição e de placa, bem como os botões e comandos internos, ficam acesos por 30 segundos, mas os retrovisores permanecem fechados (eles se abrem automaticamente quando a ignição é ligada). Se a Frontier for destravada mas nenhuma porta for aberta, o retravamento ocorre em 30 segundos. Caso alguma janela fique aberta, ela continuará assim se as portas forem travadas.
Com a chave na cabine (ou no vão próximo dos limpadores de para-brisa), é possível ligar a ignição. O primeiro toque sem pisar no freio ativa a posição de ignição ACC ("acessórios"; não confundir com a sigla para controle de velocidade de cruzeiro adaptativo), que já permite operar o sistema multimídia, os retrovisores elétricos e as tomadas/entradas de energia. No segundo toque fica ativa a posição On de ignição, que permite operar o restante das funcionalidades ainda com o motor desligado, entre elas os vidros elétricos, o quadro de instrumentos e as luzes externas.
Se a Frontier ficar nos modos ACC ou On por 7 minutos, um aviso surge no quadro de instrumentos indicando que a ignição será desligada para a proteção da bateria. Dez minutos depois da ignição ser ligada com o motor desligado, a picape é automaticamente desligada. As luzes internas do forro de teto e dos espelhos nos para-sois podem acender até 15 minutos depois da ignição ser desligada; depois disso, ficam apagadas mesmo que os comandos sejam acionados. Apertando o botão sem pisar no freio a partir da posição On, a ignição é desligada; apertando o botão ao mesmo tempo em que se pisa no freio, o motor é ligado (posição Start). Se for tentado o travamento com a ignição desligada enquanto a chave estiver na cabine, ou se alguma das portas ainda estiver aberta, um bipe soa continuamente por 3 segundos e as portas não são travadas. Se a ignição estiver ligada, a chave for retirada da cabine e a porta do condutor for fechada, 3 bipes soam para alertar o motorista.
O motor 2.3 Bi-Turbo Diesel de quatro cilindros em linha e 16 válvulas conta com sistema redutor catalítico (SCR) com ARLA 32/AdBlue (que é uma solução composta de 32,5% de uréia e água desmineralizada), cujo reservatório é acessado por uma tampa que fica ao lado do bocal do combustível. Segundo a Nissan, o consumo de ARLA 32 é de aproximadamente 100 mL a cada 100 quilômetros, podendo chegar a até 500 mL/100 km em caso de uso severo. Vale dizer que, sem ARLA 32 no reservatório, o motor pode chegar ao nível de não conseguir dar a partida. Diferentemente de outras picapes, o nível exato do ARLA 32 não é exibido no quadro de instrumentos: só há a indicação de nível "Ok" ou baixo. Há um primeiro alerta caso a autonomia do ARLA esteja entre 1200 e 800 km, e um segundo aviso abaixo de 800 km.
Com 2298 cm³, este motor é movido a diesel S10 ou S50 e tem rendimento de 190 cavalos a 3750 rpm e torque de 45,9 kgfm na faixa de 1500 a 2500 rpm. Já o câmbio é automático de 7 marchas, com conversor de torque e opção de trocas sequenciais através de um trilho na alavanca à esquerda da posição Drive. A bateria é de 70 Ampères. O protetor de cárter é item de série a partir da versão SE. O verso do capô dispõe de manta de isolamento acústico e a sustentação se dá pela vareta encaixada pelo lado direito, que traz partes com cobertura de plástico. O capô, porém, é pesado - e encaixar sua haste é um pouco trabalhoso.
A picape dispõe do assistente de oscilação do reboque, que detecta a oscilação do trailer por meio do monitoramento do balanço do veículo, reduzindo a oscilação do reboque pela ativação do freio, para mitigar o balanço excessivo da carroceria.
Na versão XE, protetor de caçamba e capota marítima só estão disponíveis como acessório nas concessionárias. A caçamba possui quatro ganchos com argola móvel na região do assoalho, que podem ser usados para amarrar cargas de até 400 kg cada um, e traz uma tomada de 12 Volts/120 Watts/20 Ampères com tampa retrátil na lateral esquerda. O comprimento do compartimento é de 1,51 metro, enquanto a largura máxima é de 1,56 metro e a altura é de 47,3 cm. A capacidade volumétrica da caçamba é de 1054 litros e a capacidade de carga nesta versão é de 1039 kg - a maior entre todas a gama da Frontier. A tampa possui alívio de peso, o que facilita significativamente sua abertura e fechamento utilizando apenas uma mão, mas não há amortecimento do fim do batente e, com isso, não é recomendável deixar a tampa despencar assim que for aberta. Um foco de iluminação para a caçamba também seria bem-vindo. O estepe utiliza pneu 255/65, idêntico aos demais que estão no chão, mas a sua roda é de aço.
O conjunto de suspensão foi mantido: à frente está o esquema independente double-wishbone com barra estabilizadora, enquanto atrás o eixo rígido é complementado pelos braços (five-link) com molas helicoidais, em um esquema único no segmento (muitas rivais permanecem utilizando os feixes de mola na traseira). O chassi é do tipo "Duplo-C".
O tanque de combustível tem a capacidade de 73 litros, enquanto o tanque de ARLA 32 possui a capacidade de 18,4 litros. A portinhola é travada ou destravada juntamente com as portas. Com as portas destrancadas, basta empurrar a portinhola por sua extremidade traseira para abri-la.
A picape da Nissan dispõe de freios a disco ventilados nas quatro rodas, além de antitravamento (ABS) e com controle eletrônico de distribuição de força (EBD) e assistência em caso de frenagem de pânico (Brake Assist). Outro detalhe é que há um alarme sonoro que avisa sobre o desgaste das pastilhas de freio.
A lista de itens de segurança para esta versão inclui seis airbags (dois frontais, dois laterais nos bancos dianteiros e dois de cortina), ancoragens no banco traseiro para fixação de cadeirinhas infantis, alerta visual e sonoro do não uso dos cintos de segurança nos bancos dianteiros e traseiros (que entra em ação com a picape em velocidades acima de 15 km/h), controles de tração e estabilidade, trava de direção (acionada com a ignição desligada) e assistente de partida em ladeiras (que mantém os freios acionados por cerca de dois segundos, tempo suficiente para retirar o pé do freio e acelerar sem recuar), além de itens já mencionados nesta avaliação.
Atualmente produzida em Santa Isabel, na Argentina, a Frontier XE tem preço de tabela de R$ 284.390 e está disponível em cinco alternativas de cores para a carroceria: Prata Classic (+ R$ 1.950), Cinza Grafite (+ R$ 1.950), Preto Premium (+ R$ 1.950), Branco Aspen (sem custo adicional) e Azul Cayman (+ R$ 1.950). A produção da Frontier na Argentina está prevista para terminar em novembro deste ano; a picape passará a ser trazida do México. Uma renovação abrangente da Frontier está confirmada para ser apresentada na América Latina entre o segundo trimestre de 2026 e o primeiro trimestre de 2027.
A Nissan Frontier possui assistência técnica 24 horas por 6 anos a partir da data de entrega do veículo, disponível nos territórios do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. Veja o custo das revisões até os 60 mil quilômetros da Frontier, que podem ser parcelados em 3 vezes:
1ª Revisão (12 meses ou 10.000 quilômetros rodados): R$ 1.155,00
2ª Revisão (24 meses ou 20.000 quilômetros rodados): R$ 2.364,00
3ª Revisão (36 meses ou 30.000 quilômetros rodados): R$ 1.155,00
4ª Revisão (48 meses ou 40.000 quilômetros rodados): R$ 2.364,00
5ª Revisão (60 meses ou 50.000 quilômetros rodados): R$ 1.155,00
6ª Revisão (72 meses ou 60.000 quilômetros rodados): R$ 2.364,00
Impressões ao dirigir
Ao assumir o volante, além da natural posição de condução elevada, é possível notar que, nas manobras de estacionamento, a assistência hidráulica da direção tem mais peso em baixas velocidades e exige mais movimentos dos braços em comparação com outras picapes que já aderiram à direção elétrica ou até mesmo na comparação com outras utilitárias com direção hidráulica. Além disso, em curvas é preciso esterçar mais para que a Frontier aponte para o sentido desejado e, em velocidades de estrada, sente-se uma leveza um pouco além do esperado. Mas é possível se adaptar a estas características com o convívio diário, e esta assistência permite exercer um melhor controle da picape no uso fora-de-estrada, evitando sustos e perda de controle. O diâmetro de giro da Frontier, de 12,4 metros, é idêntico ao da Hilux e melhor que o da S10, da Amarok e da Titano.
A quantidade de voltas de batente a batente (3,4) é razoavelmente grande para os veículos dos tempos atuais. A centralização automática do volante depois de uma conversão não chega a ser total, mas é mais bem-resolvida que a da Titano recentemente avaliada. O volante possui boa empunhadura e sua textura, com costuras grossas, evita o escorregamento acidental das mãos. A buzina é fácil de ser acionada de leve. Já o apoio para o pé esquerdo tem boas dimensões e traz uma área emborrachada que minimiza que a sujeira infiltre diretamente no carpete. A alavanca de freio de mão é leve e fácil de ser operada. Diferentemente de outras picapes, a imagem do sistema multimídia quase nunca vai refletir no vidro traseiro.
A visibilidade transmitida pela Frontier é ampla, graças aos retrovisores externos verticalmente grandes e ajudado pelo espelho interno bem-dimensionado. Outro fator que contribui é o fato do apoio de cabeça central do banco traseiro poder ficar praticamente da altura do encosto para as costas quando não está em uso, o que amplia a visão para trás. Apesar dos encostos laterais serem elevados, em último caso eles podem ser removidos. O vidro traseiro fica em posição vertical e sua visão não possui obstruções: é possível enxergar uma pequena parte da caçamba pelo retrovisor. Mesmo com o assento o mais baixo possível, o motorista ainda vê uma parte significativa do capô à frente. Esta versão não dispõe da visão em 360 graus presente nas opções topo-de-linha; a câmera de ré tem qualidade razoável e linhas de guia fixas e dinâmicas. Ao apertar o botão Camera e acessar a função de configurações para ajuste da imagem, é possível ver a imagem sem o câmbio estar em ré, inclusive se a picape estiver em movimento em baixa velocidade (a até cerca de 18 km/h). Apesar da definição da câmera ser baixa, mesmo à noite e sob chuva o sistema dá seu auxílio. Já os sensores de ré funcionam a até 10 km/h e contam com a visualização gráfica em cores (verde, amarela e vermelha), colaborando nas manobras.
Durante o teste, limpadores e esguichos dianteiros (que dispersam jatos de água) funcionaram apropriadamente. É possível ver uma pequena parte dos braços das palhetas quando elas estão em repouso, mesmo considerando o fato de que elas ficam em uma área não-transparente do para-brisa. O desembaçador traseiro ajuda a manter a visibilidade para trás mesmo sob chuva.
Para entrar na cabine com mais facilidade, estribos laterais e alças fixas para os passageiros estão presentes - porém não para o condutor. Ainda assim, uma pessoa de 1,80 metro de altura que posicionar o banco para a posição mais baixa não terá que fazer contorcionismos na entrada. O motorista consegue encontrar um bom posicionamento de condução com os ajustes de altura da coluna de direção, do cinto de segurança e do assento, inclusive com ajustes lombares em duas direções, para "abraçar" a parte inferior das costas. Ainda que não haja a regulagem de profundidade da coluna de direção, esta fica em uma posição naturalmente avançada. O formato do banco faz com que o motorista praticamente não sinta necessidade de "ajeitar" a posição do corpo mesmo depois de algumas horas de viagem. Além disso, o encosto de cabeça proporciona bom apoio. Os pedais, porém, possuem angulação parecida entre si.
O conjunto de suspensão faz com que a Frontier atravesse lamaçais, lombadas e pedregulhos com facilidade. Para o segmento, há um bom compromisso entre filtragem das imperfeições do piso e rigidez para manter a estabilidade da carroceria nas curvas. Os solavancos do piso são sentidos, porém de forma amaciada, filtrados também pelos pneus de perfil alto. Como é comum entre picapes feitas sobre chassi e com eixo rígido atrás, sentem-se algumas pequenas quicadas - mas a Frontier possui comportamento bem neutro, mesmo quando conduzida apenas com tração traseira.
À noite, o alcance do facho baixo dos faróis é bem satisfatório e a iluminação de LED permite melhor visualização do entorno, com alcance bem mais eficiente do que as lâmpadas halógenas das versões mais simples da picape. A iluminação interna também é confortável aos olhos, com botões alaranjados, instrumentos em branco e telas de fundo azulado, mas a variação do brilho dos itens analógicos alterna entre um nível muito claro e vários outros escuros (que não possuem tanta diferenciação entre si). Os faróis de neblina colaboram para ter mais luminosidade no chão imediatamente à frente do veículo.
O curso do acelerador é um pouco mais longo do que o habitual dos veículos de passeio e há um delay perceptível (de pouco mais de um segundo entre pisar e reagir), mas o motor entrega todo o seu torque já a partir de 1500 rpm, pouco acima do regime de giros em marcha-lenta (que oscila em aproximadamente 750 rpm), garantindo uma entrega de força satisfatória em situações como subidas e em ultrapassagens nas estradas. O ar-condicionado possui boa eficiência mesmo em dias quentes.
Mesmo sendo movida a diesel, a Frontier traz um nível de vibrações bastante atenuado, similar ao de um veículo a gasolina, até mesmo quando o motor está na fase fria de funcionamento e com a picape parada. Quando é feita a partida, sente-se um leve sacolejo rapidamente. O nível de ruído na cabine, com as janelas fechadas, também é razoavelmente contido para um veículo a diesel, graças a fatores como a manta de isolamento acústico no capô e às vedações da carroceria - o barulho do motor trabalhando do lado de fora é perceptível, mas até o som do escape é discreto. E mesmo quando a Frontier acelerada mais intensamente, o ronco não chega a incomodar. Em compensação, assim que se desliga o motor, ainda é possível ouvir certos barulhos dos componentes de ignição. Em velocidades de estrada, o barulho de vento ouvido do lado de dentro é mínimo, mesmo com a caçamba sem a capota marítima. Para se ter uma ideia, a 100 km/h constantes, o motor está trabalhando a cerca de 1750 rotações por minuto no modo Standard - no Sport, o patamar é de aproximadamente 2250 rpm.
A operação do câmbio automático de sete marchas da Frontier está dentro do esperado para o segmento de picapes médias. Partindo com a picape em Drive a partir da imobilidade, sem acelerar, o seu avanço é bem previsível, e a velocidade no plano é de cerca de 8 km/h. As trocas de marcha são razoavelmente perceptíveis em alguns momentos, como é esperado para uma transmissão com conversor de torque. No modo sequencial, soa um bipe em caso de mudança inadequada (exemplo: tentar o engate da quinta marcha a 50 km/h), mas não há ícones de sugestão de troca de marcha.
O modo manual de trocas leva a sério a vontade do motorista, e a transmissão mantém a marcha engatada até mesmo se o ponteiro do conta-giros entrar na faixa vermelha de rotações do motor, mas, nas desacelerações, automaticamente são feitas as reduções de marcha. Aliás, somente no modo sequencial é possível ver em tela qual é especificamente a marcha engatada (exemplo: 1M, 2M, 3M...). Curiosamente, é possível desligar o motor sem pisar no freio e com a transmissão fora da posição Parking, muito embora um alerta sonoro seja instantaneamente disparado e um aviso nos instrumentos apareça para lembrar o motorista de levar a alavanca até a posição P. A partida pode ser feita com o câmbio em P ou N. Tanto a sexta quanto a sétima marcha da Frontier possuem relações mais longas (overdrive, inferiores a 1:1), para reduzir o consumo de combustível e o nível de ruído em velocidades de estrada.
A título de curiosidade, nós monitoramos as velocidades mínimas que são permitidas para o engate sequencial de marcha. Confira abaixo (os valores são aproximados e podem sofrer variações conforme o tipo de terreno, a carga no veículo e a pressão sobre o acelerador):
1ª marcha: desde 0 km/h
2ª marcha: 13 km/h
3ª marcha: 24 km/h
4ª marcha: 39 km/h
5ª marcha: 55 km/h
6ª marcha: 68 km/h
7ª marcha: 89 km/h
Em relação à atuação dos modos de transmissão, é possível notar que o Sport eleva os regimes de rotação do motor em um patamar maior do que o Tow, pois o Sport privilegia a entrega de potência, e o Tow dá preferência para o torque. No modo Standard, a Frontier muda de 1ª para 2ª marcha e de 2ª para 3ª marcha ao redor (ou um pouco abaixo) de 1750 rpm. Já no modo Tow, o ponteiro marca um pouco mais de 1750 rpm nestas duas trocas, e o Sport faz estas mesmas mudanças acima de 2000 rpm. Vale dizer que o modo de condução selecionado a cada nova partida do motor é sempre o Standard.
O controlador de velocidade de cruzeiro nos chamou a atenção por ter atuação em ritmo mais lento do que o da imensa maioria dos automóveis que passaram recentemente pelas mãos do Auto REALIDADE. Exemplo: se você estiver a 50 km/h e quiser programar o cruise-control para 60 km/h, o sistema aumenta a velocidade tão lentamente que primeiro só permite que você selecione até cerca de 58 km/h, para que a picape alcance primeiro os 58 km/h, cabendo a você ter a paciência para, depois, apertar novamente o botão para aumentar o passo até os 60 km/h. A desaceleração de velocidade através do comando no volante também ocorre de forma lenta.
Curiosamente, a faixa de operação do controlador de velocidade de cruzeiro é diferente da do limitador de velocidade: é possível utilizar o piloto automático entre 40 e 144 km/h, enquanto o limitador de velocidade está disponível entre 30 e (teoricamente) 200 km/h. Testamos o limitador e de fato só foi possível exceder a velocidade programada ao pisar até o fim de curso do acelerador, na posição kick-down (situação que o veículo entende que é excepcional).
A despeito de suas características físicas, a picape da Nissan conta com modulação previsível do pedal do freio, que evita o acionamento brusco mesmo ao pisar forte, e os discos ventilados e pastilhas das quatro rodas permitem com que a picape freie com eficiência em todas as condições. O controlador de velocidade em descidas atuou de forma satisfatória. Em nosso teste prático, feito sobre uma ladeira com inclinação máxima de 11%, a Frontier manteve automaticamente a velocidade entre 8 e 9 km/h enquanto o sistema esteve ativo.
O torque está disponível integralmente entre 1500 e 2500 rpm - uma faixa de rotação alcançada desde baixas velocidades. Ao acelerar totalmente no modo Standard, o ponteiro do conta-giros chega a invadir a faixa vermelha, e as trocas são feitas a cerca de 4500 rpm. Em geral, os números de desempenho da versão XE foram bem parecidos com os obtidos pelas versões Platinum e PRO-4X, com pequenas variações na casa dos décimos de segundo. O tempo de 0 a 100 km/h, por exemplo, empatou com o dado de fábrica e com o resultado que obtivemos com a Frontier PRO-4X. Confira agora os resultados dos nossos testes de desempenho com a Frontier XE realizados em ambiente seguro, com uma pessoa a bordo, ar-condicionado desligado, tração 2WD, modo de condução Standard, controles eletrônicos ativados, câmbio em Drive e cronometragem automática pelo app GPS Acceleration:
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,3 segundos
Retomada de 40 a 80 km/h: 5,9 segundos
Retomada de 60 a 100 km/h: 6,2 segundos
Retomada de 80 a 120 km/h: 8,3 segundos
Condições do teste
Temperatura externa: 26° C
Altitude (estimada): 61 metros
Nível de combustível do veículo (estimado): 1/4 tanque
Pressão dos pneus: 33 psi (pneu dianteiro esquerdo); 32 psi (demais pneus)
Quilometragem do veículo durante os testes: 16 980 km
No quesito do consumo de combustível, a Frontier XE ficou em um meio-termo entre os 8,5 km/l registrados com a versão Platinum e os 9,5 km/l alcançados pela versão PRO-4X. O indicador de autonomia deixa de registrar estimativa abaixo dos 60 quilômetros. O marcador de autonomia diminui seus cálculos de 1 em 1 km e o alerta de combustível baixo ora foi exibido com 95 km de autonomia, ora com 101 km, ora abaixo dos 89 km. Para rodar os 750 quilômetros, a picape demandou um tanque cheio de combustível e dois abastecimentos, um de 14,57 litros e outro de 7,0 litros, chegando ao fim do teste na reserva (sem estimativa de autonomia). Confira os resultados (obtidos com diesel S-10, uso constante do ar-condicionado e maior parte do tempo rodando na cidade com tração 2WD e no modo de condução Standard):
Primeiro tanque
Consumo de combustível: 8,8 km/l
Distância percorrida: 492,3 km
Velocidade média (estimada): 20 km/h
Acumulado após o primeiro reabastecimento - 14,57 litros
Consumo de combustível: 9,0 km/l
Distância percorrida: 674,6 km
Velocidade média (estimada): 21 km/h
Acumulado após o segundo reabastecimento - 7,0 litros
Consumo de combustível médio: 8,8 km/l
Distância percorrida: 750,0 km
Velocidade média (estimada): 20 km/h
Boletim comentado da Nissan Frontier XE
Design = 9,25
A versão XE possui detalhes que mostram seu maior refinamento na comparação com as opções mais em conta da Nissan Frontier, incluindo faróis e lanternas com luzes de LED (presentes também na iluminação de neblina), cromados nas maçanetas e na grade dianteira, além da pintura na cor da carroceria presente no para-choque traseiro e nas capas dos retrovisores externos. A adoção das rodas de liga leve de 17 polegadas em substituição às rodas de 18 polegadas que era utilizadas pela versão Platinum tornaram o design da Frontier XE um pouco menos atraente, pois o estilo é o mesmo que se vê na versão SE - uma opção bem mais simples da picape. A XE poderia ter, por exemplo, as rodas de 18 polegadas totalmente prateadas, sem os dois tons da Platinum. As outras diferenças visuais entre as versões XE e Platinum incluem a presença de alguns itens somente na versão topo-de-linha, como os frisos das portas na cor da carroceria e o adesivo 4x4 nas laterais da caçamba. Reestilizada em 2022, a Frontier mantém o desenho equilibrado e mais conservador do que em algumas de suas rivais mais recentes.
Espaço interno = 9,25
Tanto na frente quanto atrás, a acomodação dos ocupantes da Frontier é boa. Na frente, os bancos apoiam muito bem o corpo e há amplitude de espaço para cabeça e pernas. Atrás, o piso é nitidamente mais elevado, mas a intrusão do túnel central é mínima, permitindo posicionar melhor as pernas. No banco traseiro, quem vai ao centro conviverá com um assento um pouco mais alto e o encosto para costas mais vertical, ao passo em que, nas outras posições, até quem possui 1,90 metro de altura conseguirá viajar numa boa. Além disso, a profusão de porta-objetos pela cabine permite guardar vários trecos nos forros de porta e console, existindo nichos específicos para óculos (no console de teto) e para garrafas e copos de 500 mL, que são bem acomodados nas portas dianteiras e traseiras - e também nos porta-copos do painel e do console. Raso e liso, o porta-objetos à frente da alavanca de câmbio poderia ser redesenhado para acomodar melhor um celular; além disso, os outros locais do console também não comportam o telefone adequadamente. O volume da caçamba está em um patamar intermediário de volume no segmento, superando Hilux e Triton, porém ficando atrás de S10, Titano, Amarok e Ranger.
Conforto = 8,75
O comportamento ao rodar da Frontier XE tem compromisso com a comodidade dos ocupantes: os chacoalhados e solavancos são sentidos ao trafegar em pisos ruins, mas de forma atenuada. É notável que o conjunto de suspensão repassa uma sensação mais confortável do que em outras picapes desta categoria. Os pneus de perfil alto ajudam a suavizar o rodar. A picape também dispõe de um bom isolamento acústico da cabine, e também chama a atenção positivamente o nível de vibrações muito contido: o ruído do motor a diesel fica do lado de fora. A direção hidráulica vai exigir um pouco mais de esforço em manobras de baixa velocidade do que em outras rivais, mas ajuda a manter o controle no uso fora-de-estrada ou até mesmo ao passar por valetas. Em termos de ergonomia, os comandos mais utilizados estão bem à mão, ainda que alguns botões do lado esquerdo do painel fiquem fora do campo de visão imediato do motorista. O ar-condicionado eficiente conserva um clima agradável a bordo, mesmo sob calor.
Acabamento = 8,5
A Frontier XE possui acabamento dentro da média do segmento. A partir desta versão, a picape traz os revestimentos em materiais sintéticos e couro nos bancos, aro do volante, apoios de braço e laterais das portas (dianteiras e traseiras), acompanhados por costuras aparentes e estampas dos bancos ao estilo da versão Platinum. A alavanca de freio de mão traz uma pequena coifa em couro (mas não a empunhadura, que é revestida somente nas versões mais completas da Frontier). O carpete está no porta-óculos, no assoalho e nos para-sóis. Já os aros que vedam as saídas de ar são emborrachados. O plástico rígido predomina na cabine, principalmente no painel, mas existem variações de pinturas/texturas e as peças são bem modeladas. É possível notar, também, que houve atenção com as forrações do cofre do motor e também no vão entre a cabine e a caçamba. Bem que os porta-objetos poderiam ter fundo revestido, evitando os batuques sobre os plásticos - que são muito comuns de se manifestarem nos pisos irregulares.
Equipamentos = 9,25
A Frontier XE oferece uma lista de itens de série que contempla diversos adicionais na comparação com a versão Attack. Entre os diferenciais da XE, estão: ar-condicionado automático digital com duas zonas de temperatura, sensores de ré, banco do motorista com ajustes elétricos, revestimentos de couro, espelhos com iluminação nos para-sois, chave presencial com partida do motor por botão e sensor de chuva. Alguns dos itens ausentes da versão XE podem ser encontrados nas opções topo-de-linha da Frontier, como teto solar, retrovisor interno eletrocrômico, câmeras de visão em 360 graus e protetor de caçamba. Mas há ainda os equipamentos que nenhuma versão da picape da Nissan traz de fábrica - como acionamento por um-toque para todos os vidros, temporizador do acionamento das janelas após desligar a ignição e sensores de estacionamento dianteiros.
Instrumentos, Multimídia & Sistema de Som = 8,75
O quadro de instrumentos da picape da Nissan agrada por ser de fácil leitura, e a tela colorida de 7 polegadas para exibição de informações pode até não ser tão vistosa quanto os monitores totalmente digitais, mas ainda é um tamanho interessante no contexto das versões intermediárias. Ela exibe velocímetro digital, informações de som, registros de distância percorrida, consumo instantâneo de combustível, portas abertas, pressão dos pneus e configurações do veículo, entre outros itens. Seria bem-vinda uma maior integração entre as informações do computador de bordo, pois a velocidade média aparece em um menu separado da distância percorrida, que por sua vez não aparece junto do consumo médio. Também seria interessante a exibição de mais de um registro de consumo médio, para melhor monitoramento dos gastos.
Tirando a nova animação de inicialização, o sistema multimídia da Frontier é fundamentalmente o mesmo desde o final de 2018. Ainda tem suas qualidades, como a câmera de ré e a presença simultânea de entradas USB do tipo A e C, acompanhadas da tomada 12 Volts e da entrada auxiliar. Mas faltam alguns recursos aos quais nos acostumamos em veículos mais modernos, como espelhamento sem fio dos aplicativos de celular e carregador de smartphone por indução. Além disso, a depender da claridade do ambiente, a imagem da tela fica pouco visível. A interface desta central é comum à de outros modelos da Nissan e tem aparência datada, mas os botões físicos nas laterais ajudam na operação.
Por fim, o sistema de som nesta versão conta com 6 alto-falantes (dois no painel e um em cada porta). A definição de áudio é agradável para o segmento e pode ser ajustada para maior definição, mas no exemplar avaliado, os graves geravam rangidos em volume mais alto.
Desempenho = 8,75
A Frontier se defende bem no contexto das picapes com faixa intermediária de força, contando com disposição satisfatória para o cotidiano: seu torque disponível desde baixas rotações do motor garante acelerações e retomadas adequadas, além de disposição para subir ladeiras. A força do motor 2.3 Biturbo Diesel é bem gerida pelo câmbio automático de 7 marchas - que, mesmo no modo Standard, mantém relações que privilegiam boas respostas. Esta versão XE apresentou tempos de acelerações e retomadas bastante próximos dos exemplares da Frontier (Platinum e PRO-4X) avaliados previamente pelo Auto REALIDADE.
Dirigibilidade = 9,0
A Frontier é mais fácil de dirigir do que aparenta em um primeiro momento: ainda que seja comprida e alta, ela não é tão larga assim. As respostas da direção hidráulica não são tão diretas, mas esta é uma característica comum no segmento de picapes médias feitas sobre chassi que possuem este tipo de assistência - deve-se apenas haver cautela pelo fato da leveza da direção ser mais acentuada em velocidades mais elevadas. Mesmo rodando com tração traseira, o comportamento em condições normais de uso tende à neutralidade, a menos que seja muito provocada. Apesar do centro de gravidade da carroceria ser naturalmente alto, a Frontier é estável nas curvas, ajudada pelo conjunto de suspensão na traseira que utiliza molas helicoidais, no lugar dos feixes de mola, e braços que complementam o eixo rígido.
Segurança = 9,0
A Nissan Frontier XE possui o pacote esperado para uma versão intermediária, abrangendo 6 airbags (frontais, laterais dianteiros e de cortina), alerta do não-uso do cinto em todas as posições, freios a disco nas quatro rodas com ABS com EBD e Brake Assist, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em ladeiras, ajuste da altura dos cintos dianteiros, fixações para cadeirinhas infantis - mas abre mão dos assistentes de condução (ADAS) presentes nas versões Platinum e PRO-4X. Aqui, é importante comentar que, na maioria das outras picapes deste segmento (mesmo nas de projeto mais moderno, como Ranger e Triton), os pacotes ADAS também só estão disponíveis em versões mais completas. Os freios da Frontier possuem atuação previsível e, mesmo quando submetidos a grande pressão no pedal, reduzem a velocidade de forma equilibrada.
Consumo de combustível = 8,25
Apesar do valor do litro do diesel ainda estar mais caro na comparação com a gasolina comum em várias partes do Brasil, o segmento das picapes médias construídas sobre chassi ainda é majoritariamente composto em nosso País por utilitárias movidas a óleo diesel. A Frontier XE obteve a média de 8,8 km/l rodando na cidade e conseguiu ser um pouco mais econômica que a Platinum testada em 2024, mas não chegou a ser tão comedida quanto a versão PRO-4X avaliada em 2022. O tanque de combustível é um pouco menor do que em algumas de suas rivais, o que interfere na autonomia.
Relação custo-benefício = 9,25
Considerando o que se observa em outros segmentos do setor automotivo, que possuem elevações quase mensais de valores dos modelos, chama a atenção o fato de que o preço de tabela da Nissan Frontier XE hoje é menos de R$ 5.500 superior ao que ela custava há três anos - e, nas concessionárias, os valores praticados em todas as versões são significativamente menores. É fato que boa parte das picapes médias passou por renovações desde que o modelo da Nissan foi reestilizado pela última vez. Mas a Frontier XE é uma picape honesta, que entrega o que se espera dela e traz um conjunto bem equilibrado entre equipamentos de série, usabilidade em diferentes terrenos e conforto ao rodar, além de ser uma opção já bem consolidada no mercado brasileiro, sendo comercializada por aqui desde 1998. Sem dúvidas, para quem pretende adquirir uma versão intermediária de uma picape média construída sobre chassi, a Nissan Frontier merece ser considerada.
Nota Final = 8,9
As notas são atribuídas considerando a categoria do automóvel analisado, os atributos oferecidos pelos concorrentes (diretos ou por aproximação), além das expectativas entre o que o modelo promete e o que, de fato, oferece. Um mesmo carro avaliado duas vezes pode ter sua nota diminuída em uma avaliação posterior, caso não evolua para os níveis de exigência que se aprimoram continuamente no mercado automotivo. Frações de pontuação adotadas: x,0, x,25, x,5, x,75. Em caso de notas com valores fracionados na casa dos centésimos, os décimos da nota do resultado final são arredondados para cima. Critérios - Design = analisado o aspecto estético do automóvel, considerando-se as linhas e formas do veículo, bem como as proporções entre tamanho de rodas e o restante da carroceria, a presença de itens de estilo diferenciados, entre outros detalhes. Espaço interno = julgada a amplitude do espaço para passageiros (dianteiros e traseiros, de acordo com a capacidade declarada do carro), locais para acomodar objetos e bagagem. Conforto = considera o nível de comodidade transmitida pelo conjunto de suspensão e pela operação de transmissão, pedais, alavancas e outros mecanismos, bem como o nível de ruído e de vibrações dentro do automóvel, a posição de dirigir, a ergonomia interna e outras amenidades adicionais. Acabamento = analisada a atenção aos detalhes internos do veículo (encaixes de peças, qualidade dos materiais empregados e padronagens dos revestimentos). Equipamentos = analisam-se itens de série e opcionais disponíveis no automóvel avaliado. Aqui são considerados os equipamentos de conveniência. Instrumentos, Multimídia & Sistema de som = na análise do quadro de instrumentos, são julgados a facilidade de leitura e a disponibilidade de informações. O sistema multimídia do veículo é avaliado de acordo com os recursos disponíveis (espelhamento de tela de celulares, entradas para dispositivos, facilidade de operação do aparelho, visualização de câmeras, etc). Caso o veículo avaliado não possua um sistema multimídia mas disponha de rádio, este aparelho será analisado sob os mesmos critérios. Se o automóvel não dispuser de sistema de áudio, iremos considerar a presença de pré-disposição para som (fiação, antena e falantes). Desempenho = julgadas a aceleração do veículo, as retomadas de velocidade e a entrega de torque e de potência pelo automóvel. Dirigibilidade = são analisados o comportamento em curvas, a manobrabilidade do veículo (incluindo diâmetro de giro e número de voltas de batente a batente do volante) e o funcionamento da transmissão. Segurança = levam-se em conta a visibilidade pelos retrovisores e pela carroceria, a iluminação do veículo, os itens de proteção ativa e passiva, o desempenho nas frenagens (assim como a modulação do pedal do freio) e a presença e facilidade de operação dos assistentes de condução. Consumo de energia/combustível = energia/combustível gasto durante a avaliação e autonomia. Custo-benefício = avaliada a relação de vantagem entre o preço pago e o que o carro entrega.
Para mais detalhes sobre todos os critérios das avaliações do Auto REALIDADE, clique aqui.
Vem conferir a Galeria de Fotos da Nissan Frontier XE!
Comentários
Postar um comentário
Na seção de comentários do Auto REALIDADE você está livre para escrever o que você achou da matéria.
Caso você queira fazer perguntas maiores, incluir fotos ou tirar dúvidas, envie e-mail para blogautorealidade@hotmail.com
Sua opinião é muito importante para o Auto REALIDADE! Estamos a disposição no Facebook (http://www.facebook.com/AutoREALIDADE), no Instagram (http://www.instagram.com/autorealidade e no Twitter (@AutoREALIDADE).