Texto e Fotos | Júlio Max, de Teresina - Piauí
Agradecimentos | Assessoria de Imprensa Stellantis
A Fiat Titano representa o ingresso da marca em um segmento que era inédito para ela no Brasil: o de picapes médias construídas sobre chassi. É uma categoria que começou a se originar na década de 1990, e onde tradição e confiabilidade são valores primordiais - hoje, o consumidor tem à disposição modelos como Toyota Hilux, Chevrolet S10, Ford Ranger, Mitsubishi L200, Nissan Frontier e Volkswagen Amarok. Para ter a Titano em seu portfólio, a Fiat se valeu da simbiose entre as marcas do grupo Stellantis, originadas após a fusão dos grupos FCA e PSA em 2021: inicialmente, os planos eram de que a Peugeot vendesse no Brasil a Landtrek em 2022, mas a ideia foi abandonada quando se constatou que a marca do leão possui bem menos concessionárias espalhadas pelo País e pouca tradição no segmento de picapes (só foram vendidas por aqui a 504 Pick-Up e a Hoggar), enquanto a Fiat dispõe de utilitárias muito bem-sucedidas nos seus segmentos (Strada e Toro) - e assim, potencialmente lograria mais êxito ao introduzir este produto no mercado nacional com a sua marca, realizando o badge-engineering (prática de vender um veículo com uma marca diferente da original com poucas alterações). Será que a estratégia foi a melhor? É o que nós do Auto REALIDADE vamos dizer agora, depois de ter convivido com a Titano Volcano por uma semana!

A Titano tem seu nome inspirado na entidade da mitologia grega que enfrenta Zeus e os demais deuses do Olimpo em sua ascensão ao poder (e que também faz referência ao metal titânio). Montada em Montevidéu (Uruguai) pela Nordex S.A. a partir de 2023 e exportada para o Brasil em três versões com carroceria de cabine dupla (Endurance, Volcano e Ranch), a Fiat Titano é fortemente baseada na Peugeot Landtrek (que, por sua vez, é uma variação da picape Changan Kaicene F70, projetada e fabricada na China, lançada em 2019 e vendida com o nome Hunter em alguns mercados), mas possui alguns detalhes próprios, que podem ser observados desde a parte frontal. Mesmo com poucas modificações, o resultado final é uma picape de linhas agradáveis e tradicionais. Os faróis tiveram o formato mantido, enquanto a grade dianteira é exclusiva para a Titano, pintada em preto-brilhante a partir da versão Volcano, com friso cromado na parte superior (porém não na parte inferior, presente somente na Ranch) e paralelogramos maciços, além da bandeira Fiat Flag no canto esquerdo - em maiores dimensões do que nos carros de passeio da marca.
Na dianteira da versão Volcano, o conjunto ótico é totalmente halógeno: setas, faróis baixos, faróis altos, luzes de posição (na mesma parábola do facho alto), luzes de condução diurna (halógenas, que ficam na parte inferior e acendem com o motor ligado) e faróis de neblina (com função Cornering, que acende somente uma das luzes a até 40 km/h ao dar seta ou ao girar o volante para um dos lados) usam lâmpadas comuns, dispensando as luzes de posição de LED e os projetores da versão Ranch. O para-choque dianteiro traz filetes cromados abaixo dos faróis de neblina e moldura inferior (chamado pela Fiat de skidplate) na cor prata. O capô se destaca pelos quatro vincos longitudinais.
A Titano Volcano traz rodas de 17 polegadas com desenho exclusivo para esta versão, bordas diamantadas, áreas pintadas em preto-brilhante, sustentação por seis parafusos e pneus Goodyear Wrangler Territory AT 265/65, com banda de rodagem de uso misto. A Fiat recomenda a pressão de 29 psi em todos os pneus a até meia carga, 42 psi somente nos pneus traseiros a plena carga ou 35 psi em todos os pneus para maior economia em condições de meia carga. Todas as caixas de roda trazem coberturas de plástico rígido e são complementadas pelos para-barros no mesmo material. As aberturas dos para-lamas possuem formato quadrado com arestas arredondadas e dispensam molduras. Vincos pronunciados e horizontais estão esculpidos nos para-lamas dianteiros e traseiros.

Nas versões Volcano e Ranch, as portas dianteiras contam com logotipos 4x4 na parte superior. Nesta versão intermediária, os retrovisores externos possuem capas na cor da carroceria, luzes de seta de LED embutidas e, exclusivamente do lado direito, uma câmera; as lentes dos espelhos possuem desembaçadores (acionados junto com o aquecimento do vidro traseiro). As maçanetas externas (imensas; na porta do motorista há fechadura exposta) também seguem a cor da carroceria nesta versão. As molduras entre os vidros e atrás das janelas traseiras (com relevos) vêm em preto-fosco, mesmo quando a cor da carroceria é preta. Barras de teto, santantônio e estribos laterais são itens presentes unicamente na opção topo-de-linha. A portinhola do tanque de combustível fica no para-lama traseiro esquerdo.
Acima do vidro traseiro ficam o brake-light e os dois focos de iluminação para a caçamba, com alto brilho; todas as iluminações são de LED. Na tampa traseira, os logotipos e a maçaneta da caçamba são cromados; os nomes "Fiat" e "Titano" ficam centralizados. As lanternas verticalizadas (e com áreas côncavas nas laterais) trazem lâmpadas halógenas nesta versão - de cima para baixo, luzes de posição e freio, de seta, de ré e de neblina (na Ranch há luzes de posição de LED e lentes escurecidas. A luz de placa, halógena, amarela e alojada na parte superior, é única, enquanto na maioria das outras picapes há dois focos embutidos no para-choque. A Titano vem com duas luzes de neblina, característica rara entre os automóveis que avaliamos. O para-choque traseiro também possui as extremidades cromadas, que abrigam os sensores de ré. A saída de escape fica escondida antes do eixo traseiro.
Com 5,33 metros de comprimento, 2,22 metro de largura (considerando os retrovisores; 1,96 m sem os espelhos), 1,86 m de altura e distância entre-eixos de 3,18 metros, a Titano apela para o tamanho com o objetivo de se impor: apenas Ranger, Amarok e S10 são ainda mais compridas nesta categoria. A picape da Fiat possui 23,5 centímetros de distância do solo, ângulo de entrada de 29 graus, ângulo de transposição de 25º, ângulo de inclinação lateral de 42º e ângulo de saída de 27º. A altura em relação ao solo é de 23,5 centímetros. Já o peso da carroceria para a versão Volcano é de 2097 quilos.

O interior da Titano, assim como a parte externa, conserva semelhanças fortes com a Landtrek (que, por sua vez, também é praticamente idêntica à picape Kaicene F70/Hunter), fato que explica a cabine ter algumas similaridades visuais com veículos da Peugeot, como o conta-giros contraposto ao velocímetro (assim como em versões de entrada do 208), o formato dos dois raios do volante (outro ponto em comum com diversos modelos da Peugeot), além da disposição dos botões centrais do painel e da fixação da tela do sistema multimídia, aspectos que lembram a segunda geração do SUV 3008. Um ponto que desagrada na picape é a falta de uniformidade nas fontes das palavras, que dão à cabine um aspecto de desleixo. O acabamento interno segue o padrão deste segmento, com diversos locais em plástico rígido texturizado (o painel, por exemplo, é inteiramente confeccionado neste material); apesar disso, os recortes e encaixes das peças possuem bom aspecto. Uma das principais diferenças da versão Volcano para a Ranch, olhando para o painel, é a presença de molduras prateadas na versão topo-de-linha e acinzentadas na opção intermediária. A cabine traz dezessete porta-objetos que, conforme a Fiat, proporcionam 27,2 litros de espaço para itens na cabine.
Com base achatada, o volante tem aro revestido em couro com costuras escuras aparentes, parte traseira com plástico espumado, detalhes em preto-brilhante nos seus raios e capa central diferenciada com o logo da Fiat, ainda que a grafia "Airbag" logo abaixo seja típica dos Peugeot. No raio esquerdo estão concentrados os botões do limitador e controlador de velocidade de cruzeiro, além do botão que pode acionar o comando de voz do telefone conectado ou dar acesso ao menu de mídia. Do lado oposto estão os comandos de volume, operação do computador de bordo, atendimento/recusa de chamada telefônica e seleção de faixas/estações. A coluna de direção pode ser manualmente ajustada em altura e profundidade (ao liberar a trava na parte inferior) e possui coifa em material sintético. Os botões do volante que podem ser deslocados para cima e para baixo são emborrachados.
A "saudação de boas-vindas" da Fiat (o nome da marca aparecendo e dando lugar às quatro barras inclinadas com as cores da bandeira da Itália) é exibida a cada ignição na tela digital colorida de 4,2 polegadas (presente desde a versão Volcano) que fica ao centro do quadro de instrumentos, idêntico ao da Landtrek (até mesmo na grafia e iluminação). O conta-giros, com faixa vermelha a partir de 4500 rpm, fica contraposto ao velocímetro analógico com escala até 220 km/h. Abaixo da tela estão os marcadores luminosos de nível de combustível e temperatura do líquido de arrefecimento do motor. Certamente não foi intencional, mas a disposição em sequência das letras C (Cold), H (Hot), E (Empty) e F (Full) formam a palavra Chef...
A tela exibe o modo de condução (Normal, em branco, Eco, em verde, ou Sport, em vermelho) no canto superior-esquerdo; a indicação da temperatura externa só está presente na versão Ranch. A parte inferior mostra autonomia estimada (no canto esquerdo), posição do câmbio (ao centro) e hodômetro total (à direita). Para alternar entre os submenus Veículo, Status do Veículo e Configurações, usa-se o botão com o ícone de retângulos no volante. Ao centro há as seguintes informações:
- Veículo: esta aba exibe as seguintes informações:
- Velocímetro digital em km/h
- Percurso de Curta Duração: registro de consumo médio, distância percorrida e tempo de viagem. É automaticamente reiniciado depois de algum tempo após o desligamento do motor.
- Percurso de Longa Duração: registro de consumo médio, distância percorrida e tempo de viagem. Acumula as informações até que o motorista decida resetar este registro.
- Velocidade média (pode ser resetada)
- Sistema de Arla 32: percentual do nível e autonomia estimada
- Status do Veículo: caso esteja tudo certo para dirigir, esta tela mostra o status Normal.
- Configurações: subdividido em:
- Configurações de brilho: permite alterar o nível de iluminação dos instrumentos (o ajuste afeta somente a instrumentação)
- Configurações de volume: os alertas podem ser emitidos em volume alto, médio ou baixo
- Configurações de idioma: há múltiplas opções de linguagem, incluindo o português do Brasil
- Configurações de unidade: o consumo pode ser exibido em l/100km ou km/l
A tela exibe ícone e texto em caso de capô aberto e porta(s) aberta(s), mas não avisa se a tampa da caçamba permanecer aberta. Também há avisos textuais para desligar os faróis (se a chave for retirada da ignição), para soltar o freio de mão assim que uma marcha for engatada com motor ligado, girar o volante para esquerda ou direita (se ao desligar não houver a centralização), ativação do assistente de partida em ladeiras, entre outros. A tela também mostra os gráficos dos sensores de estacionamento traseiros em escala de cores conforme a proximidade (amarelo/laranja/vermelho). Especificamente depois de reabastecer, aparece a métrica "Desde o último reabastecimento". Curiosamente, ao apertar o botão Ok muitas vezes seguidas no menu Veículo, a tela mostra, em chinês, um campo de senha, onde é possível inserir os números 0 (para baixo) e 1 (para cima).
A alavanca do lado esquerdo da coluna de direção possui aro na extremidade para alternar entre faróis baixos, luzes de posição acesas e faróis desligados (mesmo na posição Off, com o motor ligado, acendem as luzes de condução diurna e as lanternas na traseira; o acendimento automático dos faróis baixos só está presente na Ranch); um aro secundário permite acender os faróis e as lanternas de neblina. Assim como em alguns carros de projeto chinês, a Titano permite acionar o pisca por 3, 5 ou 7 vezes ao pressionar levemente a haste na direção desejada (esta função pode ser desativada, se o motorista preferir; neste caso, o leve toque continua a poder ser feito, mas as setas apagam assim que o condutor soltar a alavanca).
Já a haste dos limpadores dianteiros possui posição de funcionamento enquanto a alavanca estiver sendo deslocada (Mist), Off, modo Int com seleção de sua intermitência em cinco níveis (curiosamente, a haste tem apenas quatro indicações), bem como a varredura contínua lenta (Lo) ou rápida (Hi). A posição Auto, de operação do sensor de chuva, também é privativa da versão Ranch. Ao puxar a alavanca em sua direção, o motorista aciona os lavadores dianteiros.
Na parte superior do painel, a central multimídia com tela sensível ao toque de 10 polegadas é feita para a Titano, não sendo compartilhada com outros modelos vendidos pela Stellantis no Brasil. Item de série a partir da versão Volcano, ela possui espelhamento de aplicativos de celular (através do Android Auto, Apple CarPlay e MirrorLink, disponível somente pela conexão através de cabo USB-A), disco rígido de 10 GigaBytes (que permite armazenamento de vídeos, fotos e arquivos de áudio) e imagens das câmeras do lado direito e na traseira. Quando a ré é engatada, o volume do áudio é automaticamente reduzido e são exibidos gráficos dos sensores de estacionamento traseiros; as linhas de guia acompanham o esterço do volante e podem ser desativadas.
O sistema de som é composto por 4 alto-falantes (um em cada porta), apresentando qualidade somente razoável na reprodução de áudio, carecendo de maior definição dos graves.
A interface do sistema multimídia, da mesma forma que os gráficos da tela do quadro de instrumentos, parecem vindas de celulares e MP4s do final dos anos 2000, trazendo layouts muito datados, fontes das letras ultrapassadas (ou sem uniformidade) e animações esquisitas. A tela sensível ao toque mostra, na parte superior, informações de mídia e telefone conectado; há ícones para Android Auto, Navegação, Mídia, Rádio, Telefone, Apple CarPlay, MirrorLink, Documentos, Veículo e Configuração. É possível escolher entre três temas de layout (Clássico, Esporte e Tecnologia). Em todos, os ícones são organizados em duas telas, que podem ser alternadas ao arrastar para o lado. No caso dos ícones menores, é possível inclusive apertá-los e arrastá-los para alterar a ordem de exibição.
O ar-condicionado é manual nesta versão e possui zona única de temperatura. Da esquerda para a direita, os comandos permitem alterar o status do compressor de ar (A/C), alterar a velocidade de vento em 8 níveis (para desligar, deve-se girar totalmente para a esquerda até chegar à posição Off), regular a distribuição de vento na cabine, recirculação/captação de ar, desembaçador dianteiro/traseiro, ajustar a temperatura e ligar o modo Max A/C (de temperatura mínima e ventilação máxima, função rara em automóveis com aparelho manual). Os aros de vedação das saídas centrais e traseiras são emborrachados.
Logo abaixo dos comandos de ar-condicionado há uma fileira de botões (ao estilo de alguns modelos da Peugeot) para acionar o bloqueio do diferencial traseiro, o controlador de velocidade em descidas, o controle eletrônico de estabilidade (ao apertar e segurar este botão, o recurso é desativado), o travamento e o destravamento das portas (há dois botões, um para cada função, e redundantes com o comando da porta do motorista) e o pisca-alerta - que exige que o motorista se estique para aciona-lo.
Em seguida, estão o botão liga/desliga e de controle do volume de áudio (que vai desagradar aos perfeccionistas, pois, ao ser girado, o ícone deixa de estar na posição correta), além do atalho para a visão da câmera lateral direita, indicação do status do airbag do passageiro dianteiro e duas entradas USB-A, sendo uma para carregamento (à esquerda) e outra para dados. Mais abaixo há um porta-objeto aberto, cujo acesso é estreito, com fundo em plástico rígido e espaço razoável para alojar um celular. Ao lado esquerdo da alavanca do câmbio, com detalhe cromados, trilho reto entre as posições P, R, N e D (além de posições sequenciais + e - à direita da posição Drive) e pomo e coifa em couro, há botões para acionamento dos modos Sport e Eco de operação, assim como o seletor giratório dos modos de tração (com as posições 2H, de tração nas rodas traseiras; 4H, de tração integral; a alteração para este modo pode ser feita em movimento, a até 70 km/h; e 4L, com reduzida; só pode ser engatada com a picape parada, e o botão deve ser apertado e girado; neste modo, não deve ser ultrapassada a velocidade de 40 km/h e a condução deve ser feita em linha reta).
O console central também dispõe de dois porta-copos (com fundo emborrachado e texturizado), alavanca de freio de mão (com botão de liberação cromado) e acendedor de cigarros (item em extinção nos automóveis da atualidade, cujo aro é emborrachado e incorpora iluminação na cor azul; não há cinzeiro) e que também é uma tomada de 12 Volts/120 Watts. Há também o apoio de braço revestido de couro, que pode ser aberto através de maçaneta, abrindo espaço para um amplo porta-objeto - também com fundo emborrachado e de textura pontilhada. Perto de sua trava de abertura há um vão que permite alojar um cabo sem esmaga-lo ao fechar o apoio.
O porta-luvas traz iluminação na parte superior e duto de refrigeração (que pode ser aberto ou fechado) em todas as versões. Além disso, a tampa se abre com suavidade. O espaço é bom, mas não há nichos para objetos menores. O lado direito superior do painel incorpora um porta-copo aberto com fundo de plástico rígido, que leva com folga uma garrafa de 500 mL.
Uma garrafa de água de 1,5 litro pode ser acomodada até com folga nos porta-objetos das portas dianteiras, e é adequadamente acomodada nos porta-copos do console. Os porta-copos do apoio de braço traseiro são menores e levam adequadamente recipientes de 500 mL, assim como os porta-objetos das portas traseiras.
O retrovisor interno possui haste para alternar entre as posições dia/noite. Há um porta-óculos central revestido em carpete. As duas luzes de leitura dianteiras se acendem ao apertar suas lentes; o botão Door permite o acendimento das luzes dianteiras ao abrir uma das portas. Há ainda um foco adicional de iluminação na parte central-traseira, com botão para acendê-lo ou apaga-lo. Causa estranheza o fato dos para-sóis (de plástico levemente espumado) serem mais claros do que a tonalidade do forro de teto, em carpete simples. O para-sol do motorista possui tira porta-documento (acessível quando o componente está fechado), mas dispensa espelho. Ele só está presente para o carona, protegido por uma tampa retrátil mas sem iluminação. Há três alças de teto retráteis com retorno suave para os passageiros.
No lado inferior esquerdo do painel há um porta-copos embutido (similar ao da Nissan Frontier, mas que se abre ao ser pressionado e depois puxado, com espaço de sobra para uma garrafa de 500 mL; o local fica diante de uma saída de ar-condicionado) e dois porta-cartões. Abaixo, estão os comandos de ajustes dos espelhos (o rebatimento elétrico só vem na versão Ranch), além dos interruptores dos bipes dos sensores de estacionamento e da luz de caçamba. Há ainda um rolo para ajuste da altura do facho dos faróis (entre os níveis 0, recomendado quando o motorista roda sozinho e sem carga, ao 5, com carga total).
Logo abaixo está a alavanca para abertura do capô. O apoio para o pé esquerdo e o pedal do freio trazem superfícies emborrachadas, enquanto o pedal do acelerador vem em plástico rígido. No piso, próximo do assento do motorista, fica a pequena alavanca para destravamento da portinhola do tanque de combustível. Os tapetes são de borracha áspera, trazendo faixas o nome da picape nas peças dianteiras e contam com presilhas na peça do motorista, além de faixa emborrachada no piso na região do condutor. O assoalho é de carpete nas versões Volcano e Ranch (na Endurance, ele é de vinil).
Na porta do motorista há botões para travamento/destravamento das portas (elas se travam automaticamente ao atingir a velocidade de 20 km/h), bloqueio das janelas (afeta os vidros traseiros e até do carona dianteiro, fazendo com que somente o motorista consiga acionar estas janelas) e acionamento dos quatro vidros elétricos - nesta versão Volcano, todos os vidros precisam ser apertados até o fim da operação, pois a função um-toque para o motorista só está presente na Titano Ranch. Após desligar a ignição, ainda é possível operar as janelas por 1 minuto, caso as portas permaneçam fechadas. As maçanetas internas e as molduras dos puxadores de porta (vazados ao centro, parecidas com a de carros da Peugeot) são foscas e escurecidas. Ao serem abertas, as portas da frente acendem luzes vermelhas nas extremidades para alertar outros condutores que há um veículo à frente. Se o travamento das portas estiver acionado, é preciso puxar as maçanetas internas duas vezes para efetivamente abrir as portas. Os quatro forros contam com amplos porta-objetos/porta-garrafas na parte inferior, além de revestimentos em couro nos apoios para os braços.
Os bancos (que, desde a versão Volcano, são revestidos em couro preto) trazem perfurações e costuras claras, no mesmo padrão visto na versão Ranch, mas sem os comandos elétricos da opção topo-de-linha. Nesta Volcano há ajustes manuais de distância do assento e inclinação do encosto para motorista e passageiro dianteiro - para o condutor há ainda a regulagem de altura do assento. Os ocupantes da frente também dispõem de ajustes manuais de altura para os cintos de segurança (com pré-tensionadores pirotécnicos) e para os encostos de cabeça. As duas colunas dianteiras possuem alças fixas para facilitar o acesso à cabine. Há também telas para tweeters, mas eles só estão presentes na versão Ranch. Os fechos dos cintos dianteiros trazem as laterais revestidas de veludo.
Nos bancos de trás, o espaço é suficiente para a acomodação das pernas e bem amplo para a cabeça: um ocupante de 1,80 metro de altura se acomoda com folga atrás de uma pessoa de mesma estatura. No meio do banco traseiro, o assento é um pouco mais elevado e o encosto para as costas é mais vertical, mas a intrusão do túnel central do assoalho é relativamente baixa e até permite acomodar os pés, em posição mais alta. O assento é um tanto curto e cede muito facilmente na extremidade das coxas. Os ocupantes traseiros contam com apoio de braço central (com tira para facilitar na abertura e dois porta-copos), dois porta-revistas com revestimento macio por dentro, duas saídas de ar direcionáveis com vedação central, entrada USB-A para carregamento de dispositivos (com tampa e nicho aberto para objetos à direita), foco central de iluminação com botão para acionamento, duas fixações Isofix e duas ancoragens Top Tether para cadeirinhas infantis, além de dois ganchos retráteis atrás dos bancos dianteiros com capacidade de levar cargas de até 4 quilos. Além das duas alças fixas presentes nas colunas B para auxiliar no embarque, existem duas alças retráteis de teto.
Uma característica rara em picapes: a Titano pode rebater parcial ou totalmente tanto os encostos quanto os assentos dos bancos traseiros, ambos divididos na proporção 2/3-1/3. Sob os assentos há dois recortes no carpete que dão acesso a porta-objetos encravados no assoalho metálico (no lado direito ficam agrupadas as ferramentas para a troca do pneu, incluindo colete refletivo), e há clipes laterais para a acomodação dos cintos traseiros, embora os fechos tenham que ser segurados para não ficarem por baixo dos assentos na hora de baixa-los. É possível levar cargas de até 100 quilos sobre os encostos rebatidos. As janelas das portas traseiras se abrem por completo.
A chave-canivete da Titano é totalmente diferente dos outros Fiat vendidos no Brasil e traz três botões que permitem o travamento do veículo (ao apertar e segurar por 3 segundos, as quatro janelas se fecham, mas é necessário manter o dedo pressionado até o fim da operação, ou elas param no meio do caminho), localização do veículo (os piscas são acionados por 10 segundos; as luzes de posição e os faróis baixos se acendem por 30 segundos; ao apertar 2 vezes este comando, a buzina é acionada) e destravamento das portas (também permite baixar todos os vidros ao apertar e segurar o botão até o fim do processo; curiosamente, o acionamento dos vidros é levemente dessincronizado entre eles). Se a Titano for destravada mas nenhuma porta for aberta, o retravamento ocorre em 30 segundos, caso ele esteja habilitado no sistema multimídia. Apertando e segurando ao mesmo tempo os botões de travamento e destravamento na chave, altera-se o status do destravamento seletivo, que permite que haja o desbloqueio de todas as portas ou só da porta do motorista quando o botão de destravamento for apertado, funcionalidade que também pode ser configurada pelo sistema multimídia. Vale dizer que o comando de travamento e destravamento das portas não interfere na tampa da caçamba; a fechadura embutida em sua maçaneta permite trancar ou destrancar a tampa traseira.
A caçamba possui comprimento de 1,58 metro e sua largura máxima é de 1,59 m. Entre as caixas de roda, a largura se estreita para 1,20 m. Já a altura do compartimento é de 50 centímetros. A caçamba possui iluminação de LED embutida ao redor do brake-light (acima do vidro traseiro) e traz também tomada de 12 Volts/120 Watts (do lado esquerdo, com tampa) e ganchos para fixações de cargas. A capacidade de carga é de até 1.020 quilos, enquanto a capacidade de reboque chega a 3.500 quilos (caso haja freios no trailer - sem freios, a capacidade é de 750 kg). Com o protetor de caçamba instalado, o volume é de 1.220 litros. Fixado à parte inferior da caçamba, o estepe 265/65 R17 possui o mesmo tamanho de pneu dos outros que estão no chão (a roda é de ferro, porém), e deve receber a pressão de 42 psi. Capota marítima e protetor de caçamba são itens de série a partir da versão Volcano. A tampa traz duas dobradiças articuladas sem amortecimento (a operação é pesada, mas pode ser feita com uma mão), além de superfícies que podem apoiar copos. A iluminação da caçamba pode ficar acesa a até 3 km/h. Durante a utilização, constatamos que a caçamba acumula poeira mesmo com a capota marítima corretamente fechada.
Na cabine, há iluminação nos seguintes locais assim que as luzes externas são acesas: inscrições dos botões do volante, comandos da parte esquerda do painel (os comandos dos retrovisores e os números 0 a 5 das posições dos faróis, porém, não são iluminados), comandos dos vidros elétricos em todas as portas (contudo, travas das portas e bloqueio das janelas não são iluminados), aro azul do acendedor de cigarro, comandos de ar-condicionado, botões da fileira horizontal do painel, comandos de volume, câmera e indicação do funcionamento do airbag, em volta do tambor da chave (somente com ignição desligada), nas indicações de posições de câmbio (a marcha engatada brilha mais intensamente na cor branca), botões Sport/Eco e comando giratório de tração.
No quesito de segurança, todas as versões trazem seis airbags (frontais, laterais nos bancos dianteiros e de cortina) com switch de desativação da bolsa do passageiro dianteiro (na lateral do painel, acessível ao abrir a porta dianteira direita), alarme perimétrico com disparo da buzina, controles eletrônicos de tração e estabilidade, alerta sonoro para porta aberta e não-uso do cinto de segurança (ambos acima de 10 km/h), freios ABS (com discos ventilados na dianteira e tambores na traseira) com distribuição eletrônica da força de frenagem (EBFD) e assistência à frenagem de emergência (EBA); assistente de partida em ladeiras, controlador de velocidade em descidas (atua em inclinações superiores a 5% e atua de 8 km/h a até 35 km/h), sensores de estacionamento com atuação a até 15 km/h e assistente de estabilização do reboque. Para a versão topo-de-linha está reservado o alerta de saída da faixa de rodagem, que atua acima de 65 km/h.
O motor 2.2 Turbodiesel DW12 é da mesma linhagem dos comerciais leves Fiat Ducato, Peugeot Boxer e Citroën Jumper. Na Titano, o propulsor é montado em posição longitudinal (nos demais utilitários, ele fica na transversal), mas são idênticos em número de cilindros (quatro em linha), número de válvulas (16), diâmetro dos cilindros e curso dos pistões (85,0 x 96,0 mm), recursos (turbocompressor com geometria variável, injeção direta de combustível e duplo comando de válvulas no cabeçote), deslocamento (2179 cm³) e taxa de compressão (16:1). Na picape, a potência é 40 cavalos maior, totalizando 180 cavalos alcançados a 3750 rpm (mesma rotação em que a força é entregue no Ducato e companhia). Já o torque da Titano foi ampliado de 34,7 para 40,8 kgfm, embora seja atingido a 2000 rpm na picape, ante 1750 rpm nos utilitários.
O câmbio é o automático com conversor de torque conhecido pelo código BVA6, com seis marchas e opção de trocas sequenciais feitas pela própria alavanca no trilho à direita da posição D, com reduções para trás (-) e avanço de marcha para a frente (+). O verso do capô traz manta de isolamento acústico e há uma haste de sustentação fixada no lado direito com empunhadura em plástico para a mão. A bateria de 12 Volts possui 90 Ampères.
Os freios dianteiros utilizam discos ventilados (com diâmetro de 33,2 x 3,2 centímetros), que trazem pinças "flutuantes" e dois cilindros de comando. Atrás, são utilizados tambores com diâmetro de 27,9 polegadas, acompanhados de sapatas autocentrantes e regulagem automática de jogo pelo acionamento do freio de estacionamento.
O conjunto da suspensão dianteira é independente, com quatro braços oscilantes, barra estabilizadora, amortecedores telescópicos de duplo efeito e molas helicoidais de flexibilidade constante. Já a suspensão traseira possui eixo rígido, amortecedores telescópicos de duplo efeito e feixes de molas de 4 lâminas e dupla flexibilidade. De acordo com a Fiat, foram promovidas alterações nas molas da suspensão dianteira, nos bancos e nos pneus para a Titano.
O tanque de combustível tem a capacidade de 80 litros, enquanto o reservatório de Arla 32 (agente redutor líquido para redução de poluentes) comporta até 18 litros. As tampas ficam próximas e são acessadas pela mesma portinhola. A Titano só pode ser abastecida com diesel S-10.
Além da inserção de logotipos Fiat na grade dianteira, na parte central das rodas, na tampa traseira e no volante, o logo da marca também aparece nas telas de inicialização de instrumentos e multimídia. Nos vidros, a inscrição que aparece gravada é a da Stellantis. Olhando com atenção, é possível observar diversas gravações da Changan e Peugeot em vários componentes, como sob as capas dos retrovisores externos, sob o fundo do porta-objeto abaixo do apoio de braço do console, nas pinças de freio e, principalmente, em componentes reunidos no cofre do motor e sob a carroceria.
A Fiat Titano Volcano tem preço de tabela de R$ 239.990. Quatro cores estão disponíveis para a carroceria em todas as versões: Branco Ambiente (sólido, sem custo adicional), Preto Carbon (metálico, + R$ 2.490), Vermelho Tramonto (metálico, + R$ 2.490) e Prata Billet (metálico, + R$ 2.490). As revisões são feitas a cada 10.000 quilômetros ou a cada 12 meses, prevalecendo o que ocorrer primeiro, com tolerância de 1000 km ou 1 mês para mais ou para menos. Todas as versões trazem pacote fechado de equipamentos, sem opcionais de fábrica. Nas 520 concessionárias da Fiat pelo País é possível adicionar 30 opções de acessórios para a picape, que é o primeiro produto da Stellantis oferecido no Brasil a ter 5 anos de garantia de fábrica. Curiosamente, a Titano é produzida no Uruguai mas não é vendida neste país, já que a Peugeot Landtrek é comercializada por lá. Uma terceira variação desta picape é a Ram 1200, que é vendida no México e possui motor 2.4 Turbo a gasolina. A produção da Fiat Titano na Argentina está prevista para iniciar ainda no ano de 2025, e a mudança de nacionalidade virá acompanhada de modificações técnicas e de acréscimos na lista de equipamentos.
Impressões ao dirigir
Desde o seu lançamento no Brasil, em março de 2024, a Titano se tornou alvo de diversas críticas oriundas de jornalistas especializados e dos consumidores. É necessário, contudo, reconhecer que existem qualidades nesta picape - e algumas delas acabam ficando em um segundo plano. Um dos pontos positivos é a posição de dirigir, que oferece variadas regulagens para coluna de direção, banco e cinto - o ajuste de profundidade do volante emperra em algumas situações, mas pelo menos a coluna não despenca ao ser liberada. Além disso, o formato encorpado do volante permite boa empunhadura. O revestimento de couro, aliás, causa boa impressão. Só o cinto fica um pouco baixo no ombro do motorista, dependendo do posicionamento do assento. O posicionamento dos pedais e do apoio para o pé esquerdo são adequados. A textura macia dos revestimentos de portas e do apoio de braço dianteiro trazem aspecto bem similar ao que observamos em carros da BYD.
Assim como Hilux, Frontier e Amarok, a Titano é do time das picapes com assistência hidráulica para a direção. Na picape da Fiat, há várias características que deveriam ser melhores. O diâmetro de giro é de 14,0 metros, exagerado para o segmento de picapes médias e parelho ao das opções full-size: em uma Ram 1500, com seus 5,93 metros de comprimento, o diâmetro é de 14,1 m. A direção hidráulica da Titano não pode permanecer em fim de curso para qualquer um dos lados por mais de 15 segundos; caso contrário, o sistema pode ser danificado. Além disso, na picape da Fiat são necessárias 3,6 voltas de batente a batente - na Ranger, para citar um exemplo, bastam 2,7 voltas.
Outro detalhe que nos chamou a atenção negativamente: ao fazer uma manobra de esquina, por exemplo, o volante demora a retornar e não assume posição totalmente centralizada - é preciso puxar um pouco a direção para que a Titano ande em linha reta. É até possível se acostumar com o nível de assistência transmitida, mas a direção é mais pesada que o ideal nas manobras (exigindo mais esforço para esterçar o volante, ainda que seja mais macia em baixas velocidades do que na Nissan Frontier, por exemplo) e muito leve e imprecisa em velocidades mais altas. O revestimento do aro é macio, porém muito liso, o que faz com que as mãos às vezes escapem do volante em manobras que exigem agilidade. Curiosamente, se o volante for posicionado para um dos lados e a Titano for desligada, o quadro de instrumentos exibe uma mensagem pedindo para girar a direção para um dos lados até chegar à centralização. A buzina é difícil de acionar, e normalmente o que era para ser um toque simpático de agradecimento acaba parecendo um som de protesto. Já o botão de destravamento na chave-canivete fica muito saltado. Diversas vezes, ao girar a chave para desligar a picape, apertamos sem querer este comando. É um pouco complicado a chave entrar no tambor de ignição (mas ela pode entrar em dois sentidos) e, na partida, é preciso segura-la por uma fração de segundo que seja suficiente para o motor não "morrer".
O conjunto de suspensão da Titano é um dos fatores que deixam a picape da Fiat menos receptiva para a utilização no asfalto em comparação com as suas rivais. Durante a convivência, surge até o pensamento de que a Titano precisa ser domada, não dirigida. Mesmo pequenas ondulações no asfalto são repassadas para a cabine na forma de chacoalhados bastante incômodos, repassados tanto pela suspensão dianteira quanto pela traseira, fora dos padrões aos quais nos acostumados nas picapes da atualidade: isto causa maior fadiga dos ocupantes e obriga o motorista a sempre segurar firme o volante com as duas mãos. Em irregularidades mais acentuadas, é nítido que a traseira da picape quica levemente. Além disso, em velocidades mais altas se manifesta uma sensação de flutuação. Para uma picape que leva a marca Fiat e que teve um bom tempo de tropicalização no Brasil, esperava-se bem mais do que isso. Ao menos, a Titano não bate seco e o fim de curso de suspensão traz certo nível de maciez. O nível de estabilidade em curvas está dentro do esperado para o segmento, com leves cantadas de pneu em velocidades mais altas, mas o motorista precisa estar ciente de que a direção poderá estar mais leve do que o desejável nesta situação, exigindo mais esterço e atenção.
Já a desenvoltura da picape para trechos fora-de-estrada e a capacidade de enfrentar buracos e valetas é o completo oposto do seu comportamento no asfalto: a Titano fica totalmente à vontade, graças à ampla altura em relação ao solo e a cuidados como a chapa de aço que protege componentes do motor. Ao passar sobre pisos com pedras, a absorção dos impactos é inesperadamente macia. Na terra, é fácil manter o controle a bordo dela (mesmo somente com tração traseira e com o controle de estabilidade desativado, situação em que é possível explorar melhor sua força), e o engate da tração 4x4 é feito de forma prática. A travessia de trechos alagados pode ser feita a até 10 km/h, desde que a altura da água seja de no máximo 60 centímetros.
A Titano não demonstra refinamento nos aspectos de ruídos e de vibrações. A tremedeira no momento da ignição chega a ser incômoda e não condiz com uma picape média dos dias de hoje; em movimento, o nível de vibração é menor. Ao rodar em pisos irregulares quando o banco do passageiro dianteiro está desocupado, é bem perceptível que ele chacoalha. Mesmo com manta de isolamento acústico, o motor se faz escutar quando o pedal do acelerador é bem pressionado - situação em que a picape passa dos 4 mil rpm. Na estrada, em algumas situações, é possível ouvir leve barulho de vento, mesmo com a capota marítima instalada. No exemplar avaliado, havia alguns pequenos rangidos de acabamento. Sob calor mais forte e ao usar o ar-condicionado, alguns estalos no painel próximos da central multimídia eram ouvidos, e a cúpula dos instrumentos refletiu bastante o brilho do Sol. A operação da alavanca de freio de mão é simples, exigindo pouco esforço, e, curiosamente, em movimento não é permitido o travamento das rodas. Esguichos e limpadores funcionaram a contento. Já a atuação do ar-condicionado é suficiente para uma cidade quente como Teresina, muito embora o fluxo de vento na região do porta-luvas seja pequeno. A iluminação dos faróis halógenos é regular, com o perceptível auxílio da função Cornering das luzes de neblina, mas como o quadro de instrumentos fica aceso com ignição ligada e não há acendimento automático dos faróis nesta versão, é preciso se atentar para não sair dirigindo à noite somente com as luzes de posição que se ligam quando o motor está ligado.
A transmissão de seis marchas possui operação suave, com trocas levemente perceptíveis, e permite que a Titano saia de segunda marcha. Quinta e sexta marcha atuam como overdrive. Nas descidas, o câmbio normalmente retém uma marcha mais baixa ao invés de avançar para a velocidade seguinte, priorizando a atuação do freio-motor. As trocas podem ser feitas pela própria alavanca - que, no modo sequencial, passa a exibir o algarismo da marcha engatada. Curiosamente, não apenas é possível desligar a Titano em qualquer posição do câmbio (e sem pisar no freio), como sequer há advertência para que ele seja levado para Parking. O motor pode ser ligado em P ou N; em D ou R, ao girar a chave, não é exibido aviso e o motor não liga (assim como quando o pedal do freio não é pressionado). Caso seja tentada uma troca indevida (exemplo: engatar marcha alta em velocidade baixa), a picape da Fiat simplesmente veta a passagem de marcha sem aviso. Mesmo no modo sequencial, a transmissão poderá avançar automaticamente para a marcha seguinte caso o motor esteja muito próximo do limite de giros, além de realizar as reduções de marcha nas desacelerações de forma automática. Confira as velocidades mínimas em que são permitidos os engates sequenciais de marcha em piso plano e com aceleração leve (os valores são aproximados e podem sofrer variações conforme o tipo de terreno, a carga no veículo e a pressão sobre o acelerador):
1ª marcha: 0 km/h
2ª marcha: 0 km/h
3ª marcha: 23 km/h
4ª marcha: 39 km/h
5ª marcha: 56 km/h
6ª marcha: 68 km/h
A ativação de um dos modos de condução (Eco ou Sport) desativa o outro; se o Sport ou o Eco já estiverem ativos e o mesmo botão é apertado, o modo passa a ser o Normal. Ao ligar a ignição, o modo Normal é selecionado por padrão. No modo Sport, é perceptível a injeção de ânimo instantaneamente na reatividade do pedal do acelerador; além disso, as trocas de marcha passam a ser executadas em rotações mais altas do motor. Já o modo Eco interfere nas reações do pedal do acelerador e também da troca de marchas, deixando a performance da Titano notavelmente mais lenta. O modo Normal mostra um bom meio-termo entre estas duas alternativas. A Titano memoriza os modos de condução Eco e Normal, mas se o modo Sport for escolhido e a picape for desligada, na ignição seguinte ela retorna no modo Normal.
A visibilidade é, no geral, boa, graças à posição de dirigir naturalmente elevada, mesmo com o assento o mais baixo possível - é uma característica similar a outras picapes médias feitas sobre chassi. Pelo para-brisa há visão de parte do capô, principalmente de suas laterais; os retrovisores também são bem-dimensionados e, curiosamente, a luz de seta pode ser vista mesmo pela parte de trás. O vidro traseiro é praticamente vertical, transmitindo boa visibilidade (além disso, nesta versão não há barras na parte traseira para interferir na visualização), e a caçamba é parcialmente vista pelo espelho, mas nada muito diferente de outras picapes médias.
Estão disponíveis duas câmeras, uma sob o retrovisor direito e outra para exibição em marcha-a-ré. A câmera do lado direito pode ser acionada momentaneamente ao dar seta, com exibição a até cerca de 20 km/h, ou ao apertar o botão correspondente no painel, quando é possível vê-la continuamente até que a velocidade de 30 km/h seja superada. Apesar da definição destas lentes serem apenas medianas, estas câmeras são muito úteis para o dia-a-dia. A visão do lado direito ajuda a monitorar motocicletas no trânsito e a manobrar em lugares apertados. Já a câmera traseira tem grande ângulo para as laterais (o que permite enxergar objetos que não são vistos pelos retrovisores) e dispõe de linhas de guia que acompanham o esterço do volante. Conforme a Fiat, o ângulo total de visão coberto por estas duas câmeras (que não podem ser vistas simultaneamente) é de 180 graus.
Tanto o controlador de velocidade de cruzeiro quanto o limitador de velocidade operam a partir de 40 km/h e, quando acionados, exibem na tela dos instrumentos, logo abaixo, a velocidade instantânea. No caso do limitador de velocidade, ao apertar o acelerador quase até o fim, é possível superar o patamar estabelecido.
O controlador de velocidade em descidas foi capaz de selecionar automaticamente um ritmo adequado para a transposição de uma ladeira de inclinação maior que 5%. Quando o ícone pisca no quadro de instrumentos, o sistema está ajustando a velocidade a ser mantida. É possível manter entre 8 e 35 km/h, e o motorista não precisa pisar no acelerador nem no freio; o sistema funciona até mesmo se o câmbio estiver na posição N. Já o assistente de partida em subidas foi capaz de manter a Titano parada por cerca de 2 segundos antes da picape descer com a força da gravidade - tempo para o motorista tirar o pé do freio e acelerar. O sistema também atua em descidas quando a picape está de ré, pelo mesmo período.
A 100 km/h constantes em piso plano, o ponteiro do conta-giros marca praticamente 2000 rpm, qualquer que seja o modo de condução selecionado. Já ao deixar a Titano se deslocar sozinha em Drive, a velocidade alcançada é de cerca de 7 km/h. A atuação dos freios é previsível e suavizada, mas observamos que, em alguns momentos ao parar totalmente, sentia-se um tranco (também percebido, às vezes, na hora da aceleração inicial). Além disso, ao pisar com muita intensidade, os pneus cantam.
Em termos de desempenho, a Titano fica um pouco para trás de suas principais rivais. A baixa reatividade do pedal do acelerador em estágios iniciais faz com que, mesmo na utilização urbana, a Titano pareça ter dificuldade para ganhar velocidade. Nas acelerações mais intensas, a picape emite um barulho de rajado incômodo quando o motor está se aproximando do limite de giros. De acordo com a marca, o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h é de 12,4 segundos, mas conseguimos obter um tempo 0,3 segundo melhor. Mesmo com os controles eletrônicos ativados, a picape canta um pouco os pneus na largada (feita a quase 2000 rpm) e a luz de atuação do controle de tração chega a piscar no quadro de instrumentos. Confira agora os resultados dos nossos testes de desempenho com a Titano realizados em pista sem tráfego, com uma pessoa a bordo, ar-condicionado desligado, diesel no tanque, controle de estabilidade desativado, modo Normal em todas as passagens e cronometragem automática pelo app GPS Acceleration:
Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,1 segundos
Retomada de 40 a 80 km/h: 5,0 segundos
Retomada de 60 a 100 km/h: 7,4 segundos
Retomada de 80 a 120 km/h: 11,0 segundos
Condições do teste
Temperatura externa: 31° C
Altitude (estimada): 61 metros
Nível de combustível do veículo (estimado): 1/4 tanque
Pressão dos pneus: não disponível
Quilometragem do veículo durante os testes: 4088 km
Se o desempenho não chega a ser excitante, até que a Titano apresentou uma média de consumo de combustível melhor do que se previa. Os dados do Inmetro são de 8,5 km/l na cidade e 9,2 km/l na estrada, mas nossa média geral em uso predominantemente urbano chegou a 9,2 km/l. A luz-espia de reserva se acendeu com autonomia de cerca de 123 km. No patamar de 51 km, a luz-espia começou a piscar e, abaixo dos 50 km, o cálculo de alcance deixa de ser exibido: traços ficam no lugar. Depois de abastecer com um mínimo de 5 litros de combustível, a autonomia é recalculada e aparece na tela se ultrapassar os 100 km. Durante nossa utilização por uma semana, o nível de Arla 32 baixou de 68 para 60%, podendo rodar cerca de 3991 km com o patamar mais baixo. Confira os resultados obtidos na utilização:
Até o primeiro tanque
Consumo de combustível urbano: 9,2 km/l
Distância percorrida: 630,4 km
Velocidade média (estimada): 23,6 km/h
Acumulado após o primeiro reabastecimento - 7,0 litros
Consumo de combustível urbano: 9,2 km/l
Distância percorrida: 707,0 km
Velocidade média (estimada): 23,4 km/h
Boletim comentado da Fiat Titano Volcano
Design = 9,25
As linhas da Fiat Titano seguem o visual da Peugeot Landtrek vendida em outros países pelo mundo, incorporando modificações em elementos como o desenho da grade dianteira, os emblemas e o estilo das rodas. As mudanças são leves, mas já distanciam em certo grau a picape vendida pela Fiat do modelo da Peugeot. A Titano tem elementos de design que demonstram robustez, sem apelação para grandes ousadias visuais (que poderiam ser rejeitadas pelo tradicional público de picapes). A versão Volcano traz diversas diferenças na comparação com a alternativa de trabalho Endurance, como pintura na cor da carroceria presente no para-choque dianteiro, nas maçanetas externas e nas capas dos retrovisores, além de faróis de neblina, detalhes cromados na dianteira e rodas de liga leve de 17 polegadas com áreas diamantadas e pintadas em preto-brilhante. São detalhes que dão a impressão de que o salto entre a versão de entrada e a opção intermediária é bem maior do que entre as versões Volcano e Ranch, mesmo havendo a mesma diferença de valores. É fato que a Titano topo-de-linha traz elementos adicionais de estilo, como LEDs nas luzes de posição dianteiras e traseiras, além de rack de teto, estribos e santantônio, além de detalhes cromados e rodas aro 18'', mas a Volcano já está bem em termos de imagem na comparação com outras picapes intermediárias.
Espaço interno = 9,5
A Titano oferece espaço interno suficiente para a acomodação de cinco adultos, graças à maior largura da cabine na comparação com outras picapes médias. Ocupantes de 1,80 metro de altura terão amplo espaço para a cabeça e boa área para a acomodação das pernas, inclusive atrás - mesmo quem sentar ao meio do banco traseiro não irá tão mal-acomodado. Além disso, a picape vendida pela Fiat possui uma grande quantidade de porta-objetos, incluindo enormes porta-garrafas nas portas dianteiras e no console, além de vários outros nichos espalhados pela cabine, inclusive no painel e sob os assentos traseiros bipartidos. Nas versões com protetor de caçamba (Volcano e Ranch), perde-se um pouco da capacidade volumétrica em relação à Endurance, mas os 1220 litros da Titano ainda estão entre as maiores capacidades disponíveis dentro do segmento de picapes médias; além disso, o comprimento e a largura da caçamba na picape da Fiat também são generosos.
Conforto = 7,5
Quem dirige a Titano em vias asfaltadas vai estranhar bastante o comportamento desta picape diante de outras opções deste segmento: cada pequeno desnível no piso, mesmo no asfalto, vai ser repassado à cabine, fazendo com que os ocupantes sintam constantemente o chacoalhar - e, consequentemente, desconforto. O motorista precisa ter atenção ao manejo da direção hidráulica, que tem peso maior nas manobras (mais complicadas por conta do extenso diâmetro de giro e pelo número de voltas de batente a batente) e, em velocidades mais altas, se mostra leve em excesso, o que exige correções constantes. Além disso, o nível de vibrações na partida é acentuado e o ruído do motor a diesel se faz presente dentro da picape. Mas há aspectos que agradam, como o bom posicionamento de condução (auxiliado pelo ajuste de profundidade da coluna de direção, que ainda não está presente em todas as rivais) e a atuação satisfatória do ar-condicionado. Além disso, quando a Fiat Titano roda por calçamentos de pedras e em trechos fora-de-estrada, a situação relatada sobre o comportamento no asfalto se inverte, e a picape mostra suavidade ao passar sobre terrenos acidentados. Em termos de ergonomia, a Titano traz alguns comandos de fácil acesso, mas o botão de operação das travas na porta do motorista fica mais escondido que os atalhos abaixo dos comandos de ar-condicionado, e os botões da parte esquerda do painel ficam em posição baixa.
Acabamento = 8,5
Em termos de acabamento, a Titano atende às expectativas deste segmento: ela não possui superfícies macias no painel, mas suas peças são bem encaixadas e os recortes são bem mais precisos que em outros carros da Fiat, sem rebarbas. O couro tem bom aspecto e está presente no volante, bancos, apoios de braço e em uma pequena parte dos revestimentos das portas dianteiras e traseiras. Forro de teto e para-sóis tem aspecto simples, mas o carpete do assoalho é espesso. Há ainda veludo no porta-óculos e em volta dos fechos dos cintos dianteiros, além de porta-copos do console e porta-objeto sob o apoio de braço dianteiro com fundo emborrachado. Bem que as laterais dos porta-copos dianteiros e os porta-objetos das portas poderiam ter forração, pois é difícil colocar uma garrafa na Titano sem que ruídos se manifestem durante a condução.
Equipamentos = 9,0
Na comparação com as versões intermediárias das picapes médias, a Titano Volcano traz o que se espera, como direção hidráulica com ajuste de altura e profundidade, ar-condicionado manual, central multimídia com as principais conectividades, travas/vidros/retrovisores elétricos e sensores de ré, além de algumas coisas que não são encontradas em todas as suas rivais, como saídas de ar traseiras, porta-luvas refrigerado, apoio de braço com porta-copos para os ocupantes de trás, acendedor de cigarros e duas câmeras, uma do lado direito e outra traseira, que colaboram com as balizas. Nesta versão Volcano, os estribos laterais fazem muita falta para pessoas de estatura pequena ou mediana, exigindo esticar-se em demasia e apoiar-se nas alças fixas para o embarque, principalmente para o acesso ao banco traseiro. Os desejáveis sensores de estacionamento dianteiros estão reservados à opção topo-de-linha Ranch. Uma entrada USB do tipo C seria extremamente bem-vinda.
Instrumentos, Multimídia & Sistema de Som = 7,5
Os instrumentos da Titano mesclam informações analógicas e digitais, assim como em boa parte de suas rivais (exceto S10, JAC Hunter e Ranger, que trazem quadros totalmente digitais em todas as suas versões). No modelo da Fiat, informações relevantes (como velocímetro digital, nível de Arla 32, autonomia estimada, gráficos dos sensores de ré e indicação individual de porta/capô aberto) podem ser vistas. A leitura do conta-giros, invertida em relação ao velocímetro, é um pouco mais complicada, e a cúpula reflete muita claridade sob Sol forte. Além disso, a área da tela de 4,2 polegadas deveria ser melhor aproveitada, pois as informações aparecem muito pequenas no display, e deveria haver uniformidade de fontes nos textos exibidos. O fundo da tela chega a lembrar uma imagem de bitmap de apenas 16 cores. Na versão Volcano, falta o monitor de pressão de pneus presente na versão Ranch.
A central multimídia tem uma vistosa e bem-posicionada tela de 10 polegadas, mas seus gráficos (em qualquer um dos três layouts) e animações são nitidamente defasados e dão a sensação de operar um aparelho do começo da década de 2010. O aparelho demanda o uso de cabo para o espelhamento de aplicativos de celular, algo que vem sendo dispensado em sistemas mais modernos, e as todas as entradas USB são do tipo A - sendo somente uma com função de dados. Em compensação, há um HD interno de 10 GB para quem preferir armazenar arquivos de áudio, vídeos e fotos - item raro no segmento.
Por fim, o sistema de som, com 4 alto-falantes, mostrou baixa definição dos graves e até mesmo dos médios, fazendo com que dispositivos de Bluetooth ou até USB tenham qualidade de transmissão similar à de uma rádio FM em outros automóveis. É algo perdoável em uma versão de entrada como a Endurance, porém deveria haver maior atenção ao projeto de áudio nesta Volcano; os tweeters só estão presentes na versão Ranch.
Desempenho = 8,25
A Fiat Titano tem mais potência e torque na comparação com o Ducato, comercial leve com o qual compartilha o motor, mas esta picape só tem mais força do que as versões 2.0 da Ford Ranger e do que a Nissan Frontier S, com câmbio manual. Isso, somado ao fato da Titano registrar quase 2,1 toneladas sobre a balança, faz com que ela entregue um desempenho razoável, porém um nível abaixo ao que é entregue por outras rivais. Mas o que chama a atenção é que o pedal do acelerador precisa ser medianamente pressionado para que haja uma entrega satisfatória de força - o que faz com que, mesmo na cidade, a Titano não pareça ter a força que possui. Este aspecto, que a Fiat sempre soube calibrar bem até nos seus carros com motores 1.0 aspirados, deveria ser reanalisado na sua picape média. A expectativa é de que, quando começar a ser produzida na Argentina, a Titano passe a ter o 2.2 Multijet usado por versões de Rampage, Toro e Commander.
Dirigibilidade = 7,5
A direção da picape da Fiat tem menos comunicatividade do que o esperado, é muito leve em velocidades mais altas e seu retorno automático nas conversões é lento - já o volante é ergonômico. A Titano é uma picape média "old-school", com centro de gravidade alto e perceptíveis oscilações vindas da traseira com a caçamba vazia. Nas curvas, a Titano mostra bons níveis de estabilidade para o segmento.
Segurança = 9,0
A Titano Volcano vem de fábrica com 6 airbags (que se tornaram o atual padrão de todas as picapes do segmento), controles de tração e estabilidade, assistente de partida em ladeiras, controlador de velocidade em descidas, alerta do não-uso dos cintos, sensores de ré e assistente de estabilização de trailer. Mesmo tendo mais de duas toneladas, a atuação dos freios é satisfatória.
Consumo de combustível = 8,5
Se a entrega de desempenho da Titano é apenas suficiente para seu segmento, o consumo de combustível da picape foi melhor do que o esperado, pois superamos a informação do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro. Além disso, como o tanque da picape da Fiat possui a capacidade de 80 litros, foi possível rodar pouco mais de 630 quilômetros na cidade sem reabastecer. O consumo urbano é semelhante ao obtido na estrada.
Relação custo-benefício = 9,25
A Fiat Titano tem preços de tabela mais acessíveis do que outras picapes médias construídas sobre chassi - fator que, por si só, já pode decidir pela sua compra. Para quem deseja uma opção com câmbio automático e tração 4x4, a versão Volcano é significativamente mais barata que suas rivais, e o valor mais em conta também se reflete em aspectos como seguro e IPVA. Mas a Titano é um produto que tem características de dirigibilidade bem diferentes das suas rivais. Para quem não for compra-la tão somente por ser uma picape mais acessível, é fundamental pedir um test-drive para saber se é um produto que atende às suas necessidades. Para quem anda vai rodar predominantemente em trechos fora-de-estrada, a Titano é uma opção valente. A opção pelo badge-engineering permitiu à Fiat oferecer uma picape média aos consumidores brasileiros sem a necessidade de conceber um projeto totalmente do zero. Mas nós ficamos na esperança de que, quando a produção desta picape iniciar na Argentina, sejam feitas modificações para que ela fique mais refinada e mais prazerosa de dirigir também sobre o asfalto.
As notas são atribuídas considerando a categoria do automóvel analisado, os atributos oferecidos pelos concorrentes (diretos ou por aproximação), além das expectativas entre o que o modelo promete e o que, de fato, oferece. Um mesmo carro avaliado duas vezes pode ter sua nota diminuída em uma avaliação posterior, caso não evolua para os níveis de exigência que se aprimoram continuamente no mercado automotivo. Frações de pontuação adotadas: x,0, x,25, x,5, x,75. Em caso de notas com valores fracionados na casa dos centésimos, os décimos da nota do resultado final são arredondados para cima. Critérios - Design = analisado o aspecto estético do automóvel, considerando-se as linhas e formas do veículo, bem como as proporções entre tamanho de rodas e o restante da carroceria, a presença de itens de estilo diferenciados, entre outros detalhes. Espaço interno = julgada a amplitude do espaço para passageiros (dianteiros e traseiros, de acordo com a capacidade declarada do carro), locais para acomodar objetos e bagagem. Conforto = considera o nível de comodidade transmitida pelo conjunto de suspensão e pela operação de transmissão, pedais, alavancas e outros mecanismos, bem como o nível de ruído e de vibrações dentro do automóvel, a posição de dirigir, a ergonomia interna e outras amenidades adicionais. Acabamento = analisada a atenção aos detalhes internos do veículo (encaixes de peças, qualidade dos materiais empregados e padronagens dos revestimentos). Equipamentos = analisam-se itens de série e opcionais disponíveis no automóvel avaliado. Aqui são considerados os equipamentos de conveniência. Instrumentos, Multimídia & Sistema de som = na análise do quadro de instrumentos, são julgados a facilidade de leitura e a disponibilidade de informações. O sistema multimídia do veículo é avaliado de acordo com os recursos disponíveis (espelhamento de tela de celulares, entradas para dispositivos, facilidade de operação do aparelho, visualização de câmeras, etc). Caso o veículo avaliado não possua um sistema multimídia mas disponha de rádio, este aparelho será analisado sob os mesmos critérios. Se o automóvel não dispuser de sistema de áudio, iremos considerar a presença de pré-disposição para som (fiação, antena e falantes). Desempenho = julgadas a aceleração do veículo, as retomadas de velocidade e a entrega de torque e de potência pelo automóvel. Dirigibilidade = são analisados o comportamento em curvas, a manobrabilidade do veículo (incluindo diâmetro de giro e número de voltas de batente a batente do volante) e o funcionamento da transmissão. Segurança = levam-se em conta a visibilidade pelos retrovisores e pela carroceria, a iluminação do veículo, os itens de proteção ativa e passiva, o desempenho nas frenagens (assim como a modulação do pedal do freio) e a presença e facilidade de operação dos assistentes de condução. Consumo de energia/combustível = energia/combustível gasto durante a avaliação e autonomia. Custo-benefício = avaliada a relação de vantagem entre o preço pago e o que o carro entrega.
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