Texto e Fotos | Júlio Max, de Teresina - Piauí Lançada no Brasil em 2016, a Fiat Toro mostrou que existia mercado para um produto de porte intermediário entre as picapes compactas e as médias feitas sobre chassi. Rapidamente, ela se tornou muito bem-aceita entre os consumidores: até hoje, ela se mantém como a segunda picape mais vendida do País (atrás somente da Fiat Strada, que é de porte compacto e tem preços mais em conta). Logo depois da reestilização da Toro, ocorrida em 2021, nós do Auto REALIDADE pudemos conviver com a versão Ultra 2.0 Turbodiesel 4x4, que na época era a alternativa topo-de-linha. Atualmente, esta versão não está mais no catálogo: agora, a alternativa mais sofisticada da Toro é a Ranch 2.0 Turbodiesel 4x4, com a qual pudemos conviver por 8 dias. Vale mencionar que o exemplar testado é da linha 2024 - e, a partir dos exemplares fabricados em 2025, a picape passa a ter o motor 2.2 Turbodiesel nas versões Volcano e Ranch, enquanto a opção Ultra deixa de ter motor a diesel e passa a ser a alternativa topo-de-linha com o propulsor 1.3 Turbo Flex. Feitas estas considerações, saiba a seguir como foi nossa convivência com a Toro Ranch por mais de 910 quilômetros!
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Desde a reestilização promovida em 2021, a Fiat fez algumas modificações leves na Toro. Inicialmente, a picape tinha dois estilos para a dianteira, a depender da versão: as opções Endurance, Freedom e Volcano tinham uma barra horizontal na altura das lentes dos piscas e luzes de posição, e a grade dianteira ficava no mesmo nível dos faróis principais. Desde a linha 2024, todas as versões passam a ter o mesmo estilo de grade que já existia para as versões Ranch e Ultra, com moldura mais espessa (seu acabamento e cor variam conforme a versão) e aberturas de ar hexagonais. Na versão Ranch, tanto a moldura quanto o emblema da marca são cromados, e a Fiat Flag está presente no canto inferior esquerdo; na linha 2024, foi adicionado um filete na parte superior na cor bronze (chamado pela marca de Premium Brown). A picape mantém o capô com vincos longitudinais (incluindo cavidade central) e o design do para-choque dianteiro, que inclui moldura inferior prateada circundando as entradas de ar, além de faróis Full LED (nos fachos baixo, alto, luzes de posição e setas) com assinatura LED Technology nas molduras do conjunto principal de iluminação, além de luzes de neblina de LED (com função Cornering e frisos cromados) e sensores de estacionamento dianteiros.
Na lateral, a novidade da Toro Ranch é o design das rodas de 18 polegadas. Antes com detalhes em cromo-escurecido e desenho esportivo, elas agora trazem raios diamantados mais claros e estilo mais classudo. Os pneus são os mesmos (Pirelli Scorpion HT de perfil 225/60, que devem receber 32 psi ou, no caso de carga máxima, 32 psi no eixo dianteiro e 46 psi no eixo traseiro). Na linha 2024, todas as versões da Toro passam a ter as molduras plásticas dos para-lamas com o estilo que já existia nas opções Ranch e Ultra, com cavidades centrais. A atual versão topo-de-linha da Toro traz barras de teto longitudinais com detalhes prateados, além de emblemas "Ranch 4x4 Diesel" nas portas dianteiras e vários detalhes cromados (capas dos retrovisores, maçanetas externas, contornos que circundam a parte inferior das janelas laterais e frisos das portas). Esta versão também conta com para-barros atrás das caixas de roda, estribos laterais (também cromados) e santantônio na caçamba com grade de proteção para o vidro traseiro.
As maçanetas externas dianteiras dispõem de botões pretos que, quando apertados, permitem o travamento e destravamento das portas caso a chave esteja próxima. Mas para destravar a Toro não é necessário apertar o botão: basta encaixar a mão no vão da maçaneta que ocorre o destravamento. Especificamente na maçaneta do motorista está presente uma fechadura para encaixar a lâmina da chave caso necessário. Já os retrovisores externos possuem rebatimento elétrico, luzes de seta em LED e iluminação de cortesia (também em LED) que se projeta no chão quando uma das portas dianteiras é aberta e segundos depois do destravamento das portas. O teto traz ranhuras longitudinais e antena convencional na parte traseira. As quatro caixas de roda trazem proteção em plástico rígido. As barras de teto são funcionais e podem ser utilizadas para apoiar racks transversais, mas a Fiat não informa quantos quilos podem ser levados sobre o teto da picape.
A traseira da Toro permanece praticamente a mesma desde o seu lançamento, em 2016. As lanternas que se prolongam para os para-lamas traseiros mantém as luzes de posição em LED e as luzes halógenas nas setas traseiras, lâmpadas de freio e luzes de ré, que ficam no para-choque traseiro e estão acompanhadas de refletores. O brake-light também é de LED. A soleira próxima às portas da caçamba é cromado e os dois focos de iluminação de placa são amarelados. A tampa traseira é bipartida e abre em sentido horizontal: primeiro aperta-se o botão atrás da moldura plástica com o emblema da Fiat para se abrir a porta do lado esquerdo para, depois, puxar para baixo a alavanca que libera a porta do lado direito. A saída de escapamento fica do lado direito.
A Fiat Toro Ranch possui 4,945 metros de comprimento, 1,86 metro de largura (desconsiderando retrovisores; com os espelhos, a largura é de 2,033 metros), 1,677 metro de altura e distância entre-eixos de 2,982 metros. Nesta versão, a altura livre do solo é de 23,4 centímetros (a mesma da versão Volcano), enquanto o ângulo de entrada é de 24,9°, o ângulo de saída é de 28,0° e o ângulo de rampa é de 20,4 graus. Em ordem de marcha, a carroceria tem peso de 1930 quilos. A versão Ranch tem a capacidade de carga de 1010 kg e pode rebocar até 400 quilos.
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Internamente, a Toro passou por leves alterações desde a sua reestilização. O volante teve a capa da buzina e airbag modificada, assumindo estilo mais parecido com o de versões dos Fiat Pulse, Fastback, Argo e Cronos, com uma moldura envolvendo o emblema da marca, além da atualização do "Sound Design": foram alterados os sons de inicialização e toques na tela do sistema multimídia, alertas de cinto desafivelado, freio de mão engatado, porta aberta com motor ligado e bipes dos sensores de estacionamento, por exemplo. A picape mantém o forro de teto moldado em tecido macio, como nos Jeep Compass e Renegade, e o painel de plástico rígido texturizado (nesta versão Ranch, a faixa horizontal é lisa, com desenho que remete a uma superfície de madeira; cada opção da Toro possui um acabamento diferente nesta região).
Revestido de couro com costuras aparentes em tom bronze, o volante conta com detalhes dos raios e moldura central em preto-brilhante. Ele traz botões de frente para o motorista e também atrás do volante. Na parte esquerda, concentram-se os comandos de computador de bordo, telefone (o botão verde permite acesso ao menu de dispositivos conectados ou aceita chamadas; o botão vermelho recusa chamadas) e comandos de voz do GPS nativo; do lado direito, é possível fazer a operação do controlador de velocidade de cruzeiro, que opera pouco acima dos 40 km/h (este piloto automático é do tipo tradicional, que não mantém distância do veículo à frente). Atrás do volante estão as aletas para trocas sequenciais de marcha e os comandos de som, com botões atrás do raio esquerdo para avançar/retroceder arquivos de música/estações de rádio e comando central para alternar entre os favoritos, além dos comandos por trás do raio direito para ajustar o volume e, no comando central, alterar a fonte de áudio. A coluna de direção conta com regulagem manual de altura e profundidade através de uma alavanca do lado esquerdo. Assim como no Renegade, esta coluna possui coifa em couro na parte superior e uma cobertura de tecido na parte inferior.
O quadro de instrumentos digital mantém a tela colorida de 7 polegadas, que traz barras verticais nas extremidades para exibição do nível de temperatura do líquido de arrefecimento do motor à esquerda e para o nível de combustível à direita, que são acompanhados de luzes interativas, com tramas de losangos e cores que variam conforme o modo de visualização selecionado. Na versão Ranch surge uma tela inicial exclusiva que exibe o emblema da versão ao ligar a ignição. O monitor exibe as seguintes informações:
- Menu Principal: possui três modos de visualização:
- Modo Padrão: dá ênfase ao conta-giros, com "ponteiro" virtual, faixa vermelha iniciando em 6000 rpm e escala até 8 mil rpm. Dentro dele fica o velocímetro e a posição do câmbio. Neste modo, as luzes interativas nas extremidades da tela são vermelhas. Curiosamente, ele exibe o limite de rotações em 6 mil rpm, mas o limite real de giros do motor é de 5 mil rpm.
- Modo Econômetro: no lugar do conta-giros, é exibida um semi-círculo que "cresce" à medida em que o motorista conduz de forma mais econômica. Também vem acompanhado do velocímetro e da posição de câmbio. As luzes interativas variam de cor de acordo com a condução. Quando o motorista dirige de forma mais econômica, o mostrador exibe gráficos nas cores azul e ciano; quando o veículo está consumindo mais combustível, a barra fica laranja ou até mesmo vermelha.
- Modo "Minimalista": exibe somente velocímetro e posição do câmbio. As luzes interativas nas extremidades da tela possuem tom similar ao roxo.
- Off-Road: surge apenas quando a tração 4WD é ativada. O fundo da tela e as luzes interativas assumem um tom amarelado. Já as informações contidas no círculo central ficam em negrito para facilitar a visualização. É possível ver os três modos já mencionados com os gráficos off-road.
- Percurso: Este e os demais menus fazem com que o velocímetro e a posição do câmbio sejam deslocados para a parte superior da tela. Ao centro, ficam as informações do Percurso A, com distância percorrida, consumo médio, velocidade média e tempo de viagem; estas informações podem ser resetadas pelo botão Ok no volante. Também é possível conferir o Percurso B e criar mais dois registros de Percursos (trip C e trip D). Também há o registro Percurso desde o Abastecimento, com as informações registradas desde a última vez em que é detectado que o tanque recebeu combustível (mostra distância e consumo médio atuais, além da última distância e do último consumo médio, para comparação) e o Histórico de consumo, que confronta o consumo mais recente com outros quatro registros parciais, computados em trechos de 20 quilômetros, e exibe a média destes cinco registros mais recentes.
- Veículo: exibe ao todo quatro visualizações. A primeira é a do menu Assistência de Direção, no qual são exibidos em maior tamanho os gráficos de assistência de direção. O indicador de saída da faixa de rodagem mostra a cor verde caso a picape esteja dentro das faixas, ou a cor amarela caso a Toro esteja invadindo ou fique muito próxima de alguma das bordas da pista. Passando para o lado, este menu também informa se a pressão dos pneus está normal ou se algum deles deve ser calibrado; para reiniciar o sistema depois de calibrar corretamente, é necessário apertar e segurar o botão Ok a partir desta tela. Há a informação de revisão, que mostra quantos dias e quantos quilômetros faltam para o próximo serviço, além do hodômetro total. A novidade aqui é a indicação do nível percentual do Arla 32.
- Segurança & Assistência: permite ativar ou desativar o airbag frontal do passageiro e estabelecer o alerta sonoro de velocidade excedida, que pode ser ativado em velocidades entre 30 e 200 km/h, em intervalos de 5 em 5 km/h.
- Alertas: aparece somente caso haja alguma informação que deva ser vista pelo motorista com urgência, como indicação de porta aberta, alerta de colisão frontal indisponível, entre outros.
- Configurações: é subdividido nos seguintes submenus:
- Principal: é possível configurar quais informações serão exibidas nos cantos da tela. Podem ser exibidas até quatro informações "orbitando" a parte central: a posição 1 fica na parte superior direita da tela, a posição 2 está na parte central direita, a posição 3 fica na parte inferior esquerda e a posição 4 é exibida na parte inferior direita. Em todas as posições é possível escolher entre autonomia, consumo da trip A, da trip B, da trip C ou da trip D, hora, data, hodômetro, temperatura externa ou vazio. Além disso, os títulos de cada informação podem ficar ativos ou desativados.
- Iluminação: permite alterar o brilho dos instrumentos entre os níveis 1 a 8 (este ajuste também afeta a claridade dos botões das luzes de teto e as molduras das entradas USB dianteiras) e ativar ou desativar as luzes interativas que ficam nos cantos do quadro de instrumentos.
- Sons: é possível ajustar o volume dos alertas (baixo/médio/alto) ou deixa-los desligados.
- Restauração das configurações de fábrica.
O quadro de instrumentos também mostra a indicação individual de portas, tampa traseira e/ou capô abertos, além de mostrar os gráficos dos sensores de estacionamento dianteiros e traseiros (os bipes dos sensores de ré tocam em tom ligeiramente mais alto do que os dianteiros), entre outros avisos. A animação de boas-vindas inclui a exibição do emblema Ranch e as barras de luz das extremidades do quadro de instrumentos acendem até o fim de suas escalas e, em seguida, exibindo as informações corretas. Se o alerta de colisão frontal estiver indisponível, aparece um ícone em que a Toro está atrás de um Argo, acompanhado da frase de alerta ao motorista.
A haste esquerda da coluna de direção integra os comandos de faróis e, no aro central, o acendimento dos faróis de neblina (girando para cima) e da iluminação da caçamba (girando para baixo). Para apagar, basta fazer o movimento novamente. As luzes de neblina dianteiras contam com a função Cornering: ao girar o volante ou dar seta a até 40 km/h, se acende o farol no mesmo sentido da conversão. Ao dar um leve toque na alavanca, as setas são acionadas 5 vezes. Há a comutação automática do facho dos faróis se o seletor de luzes estiver na posição Auto e a alavanca for deslocada para a posição fixa de farol alto. Especificamente quando o temporizador está definido para a opção "0 s" no sistema multimídia, é possível, pela alavanca (puxando-a em direção ao motorista), controlar a função Follow Me Home, que mantém os faróis acesos momentos após a ignição ser desligada, entre 30 e 210 segundos.
Já a haste dos limpadores traz dois modos de funcionamento do sensor de chuva (1, com intermitência de baixa velocidade, e 2, em velocidade mais rápida), além do acionamento contínuo lento (Lo) e rápido (Hi), bem como a operação 1x, feita na velocidade Hi enquanto a alavanca estiver sendo acionada para cima.
A versão Ranch traz de série o sistema multimídia com tela vertical de 10,1 polegadas, que é opcional para a Toro Volcano. O aparelho traz menus personalizáveis, sendo possível adicionar de 2 a 4 widgets por tela. Com layout personalizável, é possível criar diferentes perfis de usuário e, a partir deles, salvar diversas preferências, como as informações exibidas nos menus e as configurações do veículo, ou até entrar no "modo manobrista", que protege o conteúdo exibido pelo sistema multimídia. O sistema de som conta com 6 alto-falantes (2 no painel e um em cada porta), que transmitem boa qualidade de som, especialmente com a função "Sonoridade" ativa, e nítida distribuição espacial. A base da tela possui sete ícones de atalho, que são os seguintes:
- Principal: exibe as telas iniciais que podem ser personalizáveis. É possível escolher dois widgets por página, sendo possível adicionar os menus "em execução" (do sistema de som), favoritos do telefone, chamadas recentes do telefone, percurso A, percurso B, conforto (com informações do ar-condicionado), GPS (só pode aparecer em uma página), atalhos personalizados ou remover widget. As páginas podem ser reordenadas e apagadas.
- Mídia: concentra as informações sobre rádio AM/FM e outras opções de mídia, como a reprodução de áudio nos dispositivos Bluetooth e USB. É possível salvar estações de rádio, fazer pesquisas por mídias através de teclado, ver capas de álbuns (caso disponível) e ouvir os áudios de vídeos, embora não seja possível visualizar suas imagens. Arquivos de áudio em MP3 e FLAC podem ser reproduzidos.
- Conforto (seu ícone exibe o nível atual de ventilação, caso esteja em funcionamento): exibe as informações de ar-condicionado automático digital de duas zonas. É possível ajustar a temperatura de meio em meio grau entre 16 e 28 graus Celsius, sincronizar a temperatura do passageiro com a escolhida pelo motorista, escolher o direcionamento do vento, regular a velocidade da ventilação e selecionar o desembaçamento dianteiro, desembaçador traseiro, modo de funcionamento do ar-condicionado automático ou A/C Max (temperatura mínima e ventilação máxima), além de desligar o compressor de ar, o aparelho por completo ou alternar entre recirculação de ar ou admissão do ar externo. Mesmo quando a tela do sistema multimídia está desligada, as informações de ar são momentaneamente exibidas quando a temperatura ou ventilação são alteradas pelos comandos físicos.
- Nav (seu ícone possui uma bússola funcional): mostra as informações do GPS TomTom instalado na memória do aparelho, que conta com informações de trânsito em tempo real (exibindo traços vermelhos ou alaranjados em trechos de congestionamento), além de indicação de radares de velocidade, visualização em 2D ou 3D, opção de ativação/desativação dos sons de GPS, busca por pontos de interesse, definição de locais favoritos (como casa e trabalho) e planejamento de percursos. Caso o carro esteja com baixo nível de combustível, o GPS pode perguntar se o motorista deseja encontrar um posto de gasolina. Também é possível utilizar comandos de voz para encontrar locais e traçar rotas.
- Telefone: é possível parear dois telefones simultaneamente por Bluetooth com o sistema multimídia, atender e recusar chamadas telefônicas, além de gerenciar a lista de contatos e fazer discagens. Quando um celular está espelhado com a central multimídia, este menu se converte no CarPlay/Android Auto.
- Veículo: neste menu é possível acessar os controles (desligar a tela) e alterar as configurações do veículo.
- Apps: vários ícones de atalho podem ser encontrados neste menu, podendo ser favoritados. Os atalhos padrão são: Assist (permite ativar a assistência emergencial 24h e a central de atendimento), Avisos (exibe mensagens), Bluetooth, configurações de áudio, câmera de ré, configurações do veículo, conforto (comandos de ar-condicionado), controles (nesta versão, visualizar a câmera de ré e desligar a tela), atalho para apagar a tela, gestão de aparelhos conectados com o veículo, Hotspot Wi-Fi, mídia (rádio, USB, Bluetooth...), navegação GPS, notificações armazenadas, informações de percurso A/B, perfis de motorista, rádio AM, rádio FM, telefone e acesso ao conteúdo na entrada USB.
É possível realizar o espelhamento de conteúdo de celulares sem fio, tanto para Android Auto quanto para Apple CarPlay. Mas a conexão sem fio do Android Auto fica registrada como se fosse a rede de wi-fi em que o celular está logado. Para usar internet nessa condição, é preciso recorrer aos dados móveis ou à internet embarcada no carro. Pareando o celular com fio, é possível utilizar uma rede de wi-fi normalmente. Além disso, ao usar simultaneamente as duas entradas USB dianteiras (com leitura de dados), o sistema só vai reconhecer o conteúdo de uma das entradas. O sistema multimídia é capaz de se conectar a redes de Wi-Fi para atualizações de software e o Bluetooth está disponível para chamadas telefônicas e reprodução de áudio. Estão inclusos os serviços conectados do Fiat Connect Me, que integra uma série de funcionalidades (entre elas, verificação de informações do veículo através de smartphone, smartwatch ou dispositivos acionados por voz, além de acionamento de comandos à distância, monitoramento da localização em tempo real do veículo, chamada automática para o resgate em caso de emergência e internet Wi-Fi a bordo, compartilhável com até oito dispositivos).
A tela também exibe a imagem da câmera de ré, com linhas de guia virtuais que acompanham o movimento do volante e escalas vermelha, amarela e verde. A imagem da câmera pode ser configurada para continuar mostrando a imagem traseira por até 10 segundos (ou em velocidades de até 13 km/h) depois que se retira a alavanca de câmbio da posição de ré.
Os comandos físicos do ar-condicionado automático digital de duas zonas ficam logo abaixo da tela do sistema multimídia. Ele possui regulagem de meio em meio grau Celsius, com ajuste entre 16 e 28 graus, além de controle dos desembaçadores dianteiro e traseiro, possibilidade de sincronização entre as zonas (neste caso, o passageiro dianteiro terá a mesma temperatura selecionada pelo motorista) e a função de recirculação automática do ar. Ao ser ligado, o ar-condicionado sopra vento primeiro para os pés, mesmo no modo de ventilação somente para as saídas do painel.
Logo abaixo dos comandos de ar-condicionado há uma fileira de botões acionados com toques para baixo. O primeiro botão da esquerda para a direita aciona a tração nas quatro rodas. Em situações normais, o eixo de transmissão é desativado conforme as situações de rodagem, mas, ao apertar o botão 4WD, o cardã estará sempre acoplado e transmitindo torque para os dois eixos. Já o botão 4WD Low ativa a função reduzida, habilita a função do freio ABS Off-Road (nas frenagens ocorrerão travamentos intermitentes das rodas, para que os montes de terra formados com o arrastamento dos pneus ajude a encurtar o espaço de frenagem) e desativa os controles de estabilidade e tração, além do alerta de colisão frontal. Para o 4WD Low ser engatado, é necessário que o veículo esteja parado (caso esteja em movimento, uma mensagem surge no quadro de instrumentos para alertar o motorista) e não esteja com o câmbio em Parking.
Há também, exclusivamente nas versões a diesel, o controlador de velocidade de descida, que funciona quando o modo 4WD Low está ativo e permite estabelecer uma velocidade segura que a picape irá manter em declives com inclinação a partir de 8%, mantendo uma velocidade entre 2,5 e 25 km/h e dispensando a necessidade do motorista pisar no freio ou no acelerador. Ainda assim, o motorista pode controlar a velocidade da travessia através dos dois pedais. Ao centro fica o botão do pisca-alerta. Mais à direita estão os comandos para ativar/desativar os controles de tração (ao apertar brevemente) e de estabilidade (ao apertar e segurar por alguns segundos), o botão para ativar ou desativar os bipes dos sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, e ainda o comando para acionar ou desligar o assistente de permanência na faixa de rodagem.
A tecla ASR Off, quando apertada brevemente, desativa somente o ASR e permite a atuação do Traction Control Plus, que também está disponível nas demais versões da Toro com motor flex e atua em situações em que uma das rodas está perdendo aderência, freando estas rodas e transferindo mais torque para as rodas que estiverem com mais tração. Já ao apertar e segurar esta mesma tecla por 5 segundos, é desativado o controle de estabilidade (ESC), aparecendo esta informação no quadro de instrumentos.
A parte dianteira do console central possui duas entradas USB, uma do tipo A e outra do tipo C. Na parte frontal há um porta-objetos mais amplo com uma superfície emborrachada que incorpora um carregador de celular por indução: ele acende uma luz azul caso esteja carregando um smartphone e acende uma luz vermelha caso seja detectado algum objeto "estranho" no habitáculo. Aliás, a marca desaconselha deixar a chave por cima da superfície deste carregador. Próximo à alavanca de freio de mão há um pequeno alojamento quadrado (útil para colocar a chave) e dois porta-copos emborrachados com as laterais flexíveis, para recipientes de até 700 mL.
Também revestido de couro com costuras em marrom (porém bem menos macio que os bancos), o apoio de braço frontal pode deslizar no sentido longitudinal e esconde um porta-objetos. Amplo e com fundo nivelado, ele traz um tapete de plástico no seu fundo. Levantando o apoio ao apertar seu botão, é possível notar uma fenda (que pode servir para guardar lenços, como sugerido no ícone gravado no plástico) e um vão na lateral direita pelo qual pode passar um cabo de conexão sem seu esmagamento quando o porta-objetos for fechado.
O lado esquerdo do painel traz um porta-objetos aberto. Abaixo do painel fica a alavanca para a abertura do capô. A Toro possui apoio para o pé esquerdo em plástico rígido texturizado, além de pedal do freio com superfície emborrachada e pedal do acelerador em plástico rígido. Os tapetes são de carpete e trazem verso em material áspero para melhor fixação ao carpete do assoalho. Curiosamente, os tapetes dianteiros possuem furos para fixação no assoalho, mas só do lado do motorista há as presilhas que permitem o encaixe. A parte superior central do painel, logo acima da tela do sistema multimídia, também possui outro porta-objetos mais raso.
O porta-luvas tem tampa que desce suavemente e iluminação que se ativa assim que é aberto. Seu espaço é bom, embora não haja divisórias para guardar objetos pequenos.
Em material espumado, os para-sóis trazem espelhos com tampas. Curiosamente, o espelho do passageiro possui iluminação, mas o do motorista não (em compensação, além da etiqueta com informações do serviço Confiat 24 horas, só na peça do condutor há uma tira porta-documento, e o seu espelho é um pouco maior). Entre as sombreiras estão as luzes de leitura dianteiras, que vem acompanhadas de dois botões: SOS (que realiza manualmente uma chamada para o serviço de resgate em casos de urgência, como em acidentes; caso seja acionado por engano, o usuário tem 10 segundos para cancelar a chamada) e Assist (para habilitar o serviço de concierge da Fiat). Aliás, o console de teto também abriga uma "ambient light", nome dado para um foco de LED branco que fica entre os botões de acendimento das luzes de teto e ganha brilho quando os faróis são acesos. Quando aceso, ele ilumina discretamente a moldura da alavanca de câmbio. Pelo sistema multimídia é possível apagar ou ajustar o brilho deste foco. O retrovisor interno eletrocrômico escurece automaticamente quando há incidência de luzes fortes atrás da picape (há um botão na moldura para ativar ou desativar esta função; quando ativa, uma luz verde se acende). Logo acima dele há um indicativo luminoso que mostra se o airbag frontal do passageiro está ativado ou desativado.
A porta do motorista concentra os comandos das regulagens dos espelhos (com botão para rebatimento elétrico e função tilt down do lado direito ao engatar a ré; esta função fica ativa com o botão de posição do espelho direcionado para o lado direito), vidros elétricos com função um-toque para cima e para baixo, acionamento temporizado por 60 segundos após o desligamento do motor (desde que as portas permaneçam fechadas) e recurso anti-esmagamento, além de bloqueio das janelas traseiras e travamento/destravamento central. Os forros de porta dianteiros trazem amplas áreas em couro, além de fendas dos puxadores de porta com fundo emborrachado. O passageiro dianteiro também pode travar e destravar todas as portas. Caso a ignição esteja desligada, não é possível travar as portas por dentro. Há também espaços nas portas dianteiras e traseiras para guardar objetos (na parte de trás, porém, os nichos são menores).
Os bancos trazem revestimento na cor marrom, com costuras aparentes e o nome Ranch gravado em baixo-relevo nos encostos dianteiros para as costas. O motorista traz banco com ajustes elétricos de inclinação do encosto, altura e distância do assento (a altura é variável tanto na região das coxas quanto na região próxima da junção com o encosto das costas) e regulagem lombar em quatro direções. Para o passageiro da frente, há somente as regulagens manuais de inclinação do encosto e distância do assento. Os dois ocupantes dispõem de regulagens de altura para os encostos de cabeça e para os cintos de segurança. Infelizmente, a Toro perdeu o porta-objetos "secreto" que ficava abaixo do assento do carona dianteiro. A versão Ranch traz soleiras dianteiras cromadas, com formato que lembra o T do logotipo Toro. Os fechos dos cintos dianteiros são revestidos de carpete e inclinam levemente quando as fivelas são engatadas.
Quem senta atrás dispõe de bom espaço para pernas e cabeça, com exceção de quem senta ao meio do banco, pois os joelhos ficam elevados e este ocupante precisa disputar espaço das pernas com os outros passageiros de trás. O assento traseiro é perceptivelmente mais elevado (e curto) do que os dianteiros. No verso dos bancos dianteiros há dois porta-revistas, com fundo em tecido macio. As alças de teto traseiras, que retornam suavemente, possuem pequenos ganchos móveis que podem servir para pendurar cabides e as luzes embutidas junto às alças traseiras podem ser acendidas ao apertar as próprias lentes das lâmpadas. Além da entrada USB-A para carregamento e da tomada de 12 Volts/180 Watts (a única da cabine, e com tampa retrátil mais simples que a utilizada em anos anteriores da Toro), há um porta-objeto aberto no final do console central que pode acomodar um celular. Os vidros traseiros abrem por inteiro. O apoio de braço traseiro possui uma útil tira que facilita puxa-lo para baixo (ela foi simplificada e ficou menor; antes, tinha a mesma largura do apoio de braço). Ao deitar, é possível usar toda a área do apoio para descansar o braço. Esse apoio é fechado por dois pequenos ímãs; quando levantado, é possível puxar os dois porta-copos retráteis com garrinhas emborrachadas, além de aproveitar o porta-objetos que fica embutido abaixo deste apoio.
Também é possível rebater o encosto do banco traseiro ao puxar uma tira de tecido próxima ao apoio de cabeça central. Assim, é possível ter acesso ao triângulo de sinalização (envolto em carpete) e a parte dos fusíveis e módulos. Essa área revela a lataria da picape, assim como na Rampage.
A caçamba mantém o prático esquema de abertura em duas portas que se abrem horizontalmente em um ângulo de 90 graus: primeiro destrava-se a porta esquerda, por um botão emborrachado atrás do escudo de plástico com o logo da Fiat, para depois ter acesso à porta direita através de uma alavanca, que é empurrada para baixo e possui uma marcação em amarelo (indicando o movimento a ser feito). O fechamento deve ser feito primeiro pela porta direita, e depois pela esquerda. Há iluminação em LED na parede direita da caçamba (que só fica acesa com o veículo parado), protetor de caçamba de plástico rígido e ganchos laterais para amarrar cargas. A capota marítima é de lona e possui ganchos e trilhos de metal para a fixação
O volume da caçamba é de 937 litros. Curiosamente, o comprimento do compartimento de carga (1,314 metros) é um pouco menor do que a largura máxima, que é de 1,378 m na região fora das caixas de roda. A altura da caçamba é de 56,2 cm. Já a capacidade de carga é de 1000 quilos (incluindo o peso do condutor), enquanto a capacidade de reboque é de 400 kg.
O estepe está fixado à parte inferior do assoalho e parcialmente escondido por uma bandeja. Ele possui tamanho bem menor que o dos outros quatro pneus no chão, trazendo roda de ferro de 17 polegadas e pneu 145/70, que deve receber 60 psi. Vale lembrar que o macaco para levantar a picape na troca do pneu fica guardado por baixo de uma cobertura no assoalho logo atrás do tapete do motorista. Há também ferramentas complementares que ficam concentrados em uma capa logo atrás dele, acessível ao deslocar o banco do motorista para a frente.
Presencial, a chave conta com botões para travamento das portas (os piscas acendem uma vez, os retrovisores externos se recolhem, o alarme é ativado e os vidros esquecidos abertos se fecham), destravamento das portas (piscas acendem 2 vezes; as luzes de posição dianteiras e traseiras, além das luzes de cortesia sob os retrovisores, acendem por 25 segundos; ao apertar e segurar este botão, os quatro vidros baixam - ao soltar o comando depois das janelas começarem a descer, elas continuam o movimento até o fim), além de botão para destravamento somente da caçamba (piscas também acendem duas vezes), acendimento por até 180 segundos das luzes internas e dos piscas externos em frequência mais rápida que o normal (para facilitar a localização da picape em locais de baixa luminosidade) e partida remota. Neste caso, é possível ligar o motor à uma distância de cerca de 50 metros, função útil para que o ar-condicionado climatize a cabine antes dos ocupantes entrarem na Toro. O motor pode ficar ligado por até 15 minutos. Por motivos de segurança, ao entrar na picape, é preciso apertar o botão de partida para que seja possível começar a dirigir. Também é possível desligar a picape à distância quando a partida remota está ativa. Caso o nível de combustível seja insuficiente, por exemplo, o motor até liga, mas é desligado em 10 segundos.
Incorporada ao detalhe cromado da chave está a lâmina para abrir manualmente as portas em caso de necessidade. Não há a funcionalidade de travamento automático ao se afastar com a chave. Curiosamente, a chave é detectada se estiver na "grelha" do capô, mas não é reconhecida se estiver sobre a capota marítima ou sobre o para-choque traseiro. Se a Toro for destravada mas nenhuma porta for aberta, o retravamento acontece automaticamente em 1 minuto. Caso se tente travar a picape mas alguma porta estiver aberta, três buzinadas de advertência soam e as luzes externas acendem.
Ao abrir a porta do motorista, se acendem o quadro de instrumentos e as luzes internas, que permanecem acesas por 10 segundos. Com todas as posições do seletor de faróis, caso a ignição esteja ligada, se acendem: os botões do volante de frente para o motorista (exceto paddle-shifts), os comandos de retrovisores, vidros e travas nas portas, todos os botões da parte central inferior do painel, as molduras das três entradas USB, as posições de câmbio, a luz verde do retrovisor eletrocrômico, a indicação luminosa do airbag, além dos botões do console de teto. Mas o botão de partida não fica iluminado. Desligada a ignição, as posições do câmbio apagam em cerca de 5 segundos e os botões das portas apagam em 1 minuto, desde que não haja a abertura de alguma porta.
A lista de equipamentos de segurança desta versão inclui 6 airbags (frontais, laterais dianteiros e de cortina), alarme perimétrico, travamento automático das portas a partir de 20 km/h, sinalização luminosa de frenagem de emergência, ASR e TC+ (controle de tração avançado), auxiliar de frenagem de pânico, vetorização dinâmica de torque (Dynamic Steering Torque), assistente de partida em ladeiras, controle anti-capotamento (Electronic Rollover Mitigation), controlador de velocidade em descidas (Hill Descent Control), frenagem autônoma de emergência com detecção de automóveis, assistente de permanência em faixa, freios ABS, controle de estabilidade e alerta do não-uso dos cintos dianteiros e traseiros (detecta o peso sobre os assentos).
O motor 2.0 Turbodiesel Multijet II de quatro cilindros em linha e 1956 cm³ de cilindrada foi utilizado pela Toro desde seu lançamento, em 2016, até o início de 2025. Ele trabalha à taxa de compressão de 16,5:1. Seu rendimento é de 170 cavalos a 3750 rpm e 35,7 kgfm a 1750 rpm. Possui quatro válvulas por cilindro (totalizando 16v) e dois eixos de comando de válvulas no cabeçote. Além do turbocompressor, este propulsor dispõe de injeção eletrônica direta de combustível. O câmbio possui nove marchas à frente e uma à ré. A bateria é de 72 Ampères e o alternador conta com corrente de 150 Ampères. O capô tem manta de isolamento acústico e a vareta de sustentação possui empunhadura em plástico.
A Toro possui suspensão independente nas quatro rodas. Na dianteira, o esquema é o McPherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores com geometria triangular e barra estabilizadora. Os amortecedores são hidráulicos e pressurizados, com molas helicoidais. Atrás, a suspensão é do tipo multilink com links transversais/longitudinais e barra estabilizadora. Também há amortecedores hidráulicos e pressurizados, além de molas helicoidais.
Os freios dianteiros utilizam discos ventilados com diâmetro de 30,5 centímetros e pinças "flutuantes". Nos exemplares com motor 2.2, estes discos passam a ter 33 cm de diâmetro. Atrás, a picape possui freios a tambor, com diâmetro de 29,5 cm e sapatas autocentrantes.
O tanque de combustível possui a capacidade de 60 litros, sendo 8 litros de reserva. A portinhola, que fica no para-lama traseiro direito e é aberta ao pressionar o relevo na tampa quando as portas estão destravadas. É importante dizer que a Toro Ranch deve ser abastecida com diesel S-10, para evitar danos ao motor e consequente perda da garantia de fábrica. Já o acesso ao bocal do reservatório do Arla 32 fica dentro da caçamba, mais especificamente sobre o para-lama traseiro esquerdo. A capacidade é de 13 litros.
Fabricada em Goiana (Pernambuco), a Fiat Toro Ranch tem preço de tabela de R$ 224.990 no momento de publicação desta matéria e está disponível nas seguintes cores para a carroceria: Vermelho Colorado (sólida, sem custo adicional), Azul Jazz (metálica, por R$ 2.490 adicionais; é a cor do exemplar avaliado), Preto Carbon (metálica, por R$ 2.490 adicionais), Prata Billet (metálica, por R$ 2.490 adicionais), Granite Crystal (metálica, por R$ 2.490 adicionais), Branco Polar (perolizada, por R$ 2.490 adicionais) e Cinza Sting (especial, por R$ 2.490 adicionais). As revisões são feitas a cada 20.000 quilômetros ou a cada 12 meses, prevalecendo o que for alcançado primeiro. As tolerâncias permitidas para a execução das revisões são de 1.000 km para menos ou para mais, ou 30 dias para menos ou para mais.
Impressões ao dirigir
A Toro tem posição de dirigir naturalmente elevada, como é desejável em uma picape (não tão alta como em uma equivalente de porte médio feita sobre chassi), e dispõe de bons ajustes para coluna de direção, banco do motorista e cintos. A ergonomia é, em geral, boa, com acesso fácil à maioria dos comandos principais e superfície bem-dimensionada para apoiar para o pé esquerdo; além disso, os apoios de cabeça dianteiros possibilitam bom repouso. Mesmo ao colocar o assento em posição baixa, o condutor enxerga parte do capô (que traz vincos fortes, porém não é exageradamente distanciado da grade dos limpadores do para-brisa, como na Rampage) e possui boa visão à frente, graças ao amplo para-brisa. Os retrovisores externos são bem-dimensionados e as lentes permitem bom campo de visão. O vidro traseiro é quase vertical e, através da lente do espelho interno, também permite ótimo nível de visibilidade para uma picape: a caçamba toma pouca visão para trás, a grade do vidro traseiro não chega a atrapalhar e os encostos de cabeça traseiros podem ficar recolhidos a um nível em que não vão interferir na visão para trás. Curiosamente, o passageiro dianteiro fica bem elevado no assento e não pode contornar este fato, já que não há regulagem de altura.
A direção da Toro é bastante leve em baixas velocidades, e, ao esterçar muito, a sensação é de como se a picape da Fiat liberasse um "segundo batente" para auxiliar nas manobras. A progressividade de assistência da direção elétrica satisfaz em velocidades baixas e altas; além disso, o formato do volante proporciona bom apoio para as mãos e o material do aro é agradável ao tato. Um ponto que passaria batido mas é importante de ser referenciado: é fácil dar pequenas buzinadas na Toro, algo que vem se tornando cada vez mais difícil nos automóveis da atualidade. Porém, ao dar seta é preciso ter um pouco de atenção para não lampejar o facho alto dos faróis, por conta da maleabilidade da alavanca. O diâmetro de giro é de 12,4 metros (0,2 m a mais que nas versões com motor Flex) e são necessárias 2,9 voltas de batente a batente.
O conjunto de suspensão absorve bem as irregularidades, mas a Toro se mostra um pouco mais firme do que em outros carros da plataforma Small-Wide que dirigimos recentemente, como Renegade, Compass e Rampage R/T - afinal, a Toro tem capacidade de carga de pouco mais de 1 tonelada e foi projetada para rodar vazia ou totalmente carregada. A picape da Fiat passa bem por lombadas e valetas, graças à altura em relação ao solo elevada, e faz curvas com ótimo nível de estabilidade, passando segurança graças aos pneus largos, ao conjunto de suspensão independente nos dois eixos e ao centro de gravidade da carroceria mais equivalente ao de um SUV médio. É fácil constatar que o comportamento da Toro é bem diferente na comparação com as picapes médias construídas sobre chassi, com eixo rígido atrás e feixes de mola, que costumam apresentar oscilações verticais e/ou horizontais durante a condução.
Mesmo se tratando de uma picape movida a diesel, o nível de vibrações a bordo da Toro é bastante contido, lembrando o patamar de um automóvel movido a gasolina - mesmo na fase fria de funcionamento do motor. Já o ruído típico de um motor a óleo diesel é ouvido, principalmente do lado de fora. Dentro, ouve-se o propulsor em um "volume" bem aceitável. Além disso, como a picape da Fiat dispõe de uma boa entrega de torque desde baixas rotações, no uso cotidiano a rotação normalmente vai ser mantida em patamares baixos, colaborando com maior silêncio ao rodar.
Neste exemplar, os esguichos e os limpadores de para-brisa funcionaram de forma adequada (na Ultra que avaliamos em 2021, os lavadores estavam entupidos e desregulados). Os faróis de LED proporcionam boa iluminação à noite e os piscas são projetados por distâncias longas, mas, no escuro, o reflexo da tela do sistema multimídia incide no vidro traseiro (a Rampage herdou esta mesma característica, inclusive). Os botões giratórios de volume e de velocidade do vento do exemplar avaliado apresentaram mal-funcionamento: ao invés de diminuir ao serem rotacionados, às vezes aumentavam ou não respondiam prontamente. O freio de mão é fácil de ser operado. Os freios atuam bem, mas percebemos um fino chiado quando a picape estava próxima da parada total.
A 100 km/h constantes, o ponteiro do conta-giros se estabiliza em cerca de 1800 rpm, com o câmbio em 8ª marcha. Percebemos que, a cerca de 90 km/h, ouve-se a turbulência do vento contra a carroceria. Notamos nesta avaliação que a Toro Ranch está apresentando uma demora maior nas respostas do início do curso do seu pedal de acelerador, o que dá a impressão de que a picape não tem tanta força ao sair da inércia. É necessário pisar um tanto mais fundo para que haja uma reação mais satisfatória. Embalada, a Toro vai bem: basta pisar de leve no acelerador para ela manter o ritmo de rodagem. As reações truncadas na fase fria de funcionamento do motor, que observamos na avaliação da Toro Ultra em 2021, agora sumiram.
O câmbio automático apresenta trocas suaves, levemente perceptíveis, e a transmissão normalmente mantém marchas altas em velocidade baixas. A Toro pode ligar em P ou N; em outra posição de câmbio, não é feita a partida. Se houver a tentativa de desligar em outra posição, um bipe soa e o quadro de instrumentos lembra que a transmissão não está em Parking, só permitindo o desligamento do motor nesta posição. Em Drive, sem acelerar, a picape anda para a frente a até 11 km/h em piso plano.
Quase sempre, a Toro sai de segunda marcha: a primeira normalmente acaba sendo engatada no modo sequencial, em subidas acentuadas ou quando a tração 4WD Low está ativa. O motorista pouco gerencia a distribuição da tração, já que o seletor Vale dizer que, ao desligar a Toro, o modo de tração retorna para o Auto.
O modo sequencial da Toro traz diferenças na operação pelas aletas junto do volante e pelo trilho da alavanca. Nas paddle-shifts, o controle passa para o motorista em velocidades acima de 9 km/h, mas o câmbio automaticamente volta para a operação em Drive se a transmissão detectar que o pedal do acelerador está sendo pouco demandado. Já ao deslocar a alavanca, o motorista tem maior autonomia para manter uma marcha engatada mesmo com muitas variações de aceleração. Mesmo assim, a transmissão pode fazer automaticamente reduções de marcha (nas desacelerações) e avançar sozinho para a marcha seguinte (se o motor estiver próximo de seu limite de giros). Quando o motorista tenta fazer uma troca em momento inadequado, o ícone da posição de câmbio pisca.
Veja as velocidades em que ocorre o engate automático de marchas em piso plano e no modo de tração Auto, acionando levemente o pedal do acelerador:
D1: -
D2: 0 km/h
D3: 20 km/h
D4: 34 km/h
D5: 47 km/h
D6: 61 km/h
D7: 74 km/h
D8: 93 km/h
D9: 109 km/h
Agora veja as velocidades mínimas em que a transmissão permite o engate sequencial das marchas, em condições de rodagem semelhantes:
1ª marcha: 0 km/h
2ª marcha: 0 km/h
3ª marcha: 23 km/h
4ª marcha: 32 km/h
5ª marcha: 44 km/h
6ª marcha: 61 km/h
7ª marcha: 69 km/h
8ª marcha: 82 km/h
9ª marcha: 98 km/h
Em relação aos assistentes de condução, a picape da Fiat se destaca por trazer o assistente de permanência em faixa, que atua em velocidades de 60 a 180 km/h. Quando detecta que a picape está saindo da pista sem dar seta (situação que o sistema interpreta como sendo uma mudança involuntária de faixa), o sistema detecta de que lado está a faixa que está sendo invadida, apresentando essa informação na forma de um ícone amarelado no quadro de instrumentos. A Toro aplica esterço no volante para corrigir a rota na tentativa de manter o motorista em sua pista. A partir do modo médio, é nítido que a direção "briga" um pouco mais com as mãos do condutor para acompanhar as demarcações da pista, o que pode ser um tanto incômodo em determinadas situações. Mas há um botão no painel que permite facilmente desativar esta assistência.
Se o motorista passar cerca de cinco segundos sem exercer nenhuma força sobre o volante, é dado um alerta sonoro e visual (nos instrumentos) informando que o motorista precisa colocar de volta as mãos no volante, por motivos de segurança. A desobediência a este aviso faz com que o assistente seja momentaneamente desativado. Pelo sistema multimídia é possível ajustar a intensidade da correção da direção (níveis baixo, médio e alto) e a reação (mais tardia, mediana ou mais cedo).
A frenagem autônoma de emergência funciona entre 7 e 50 km/h. Pelo sistema multimídia é possível ajustar a distância (curta, média ou longa) em que será deflagrado o alerta. Se o espaço em relação ao veículo à frente se tornar criticamente curto, o motorista será avisado por meio de um sinal sonoro (que emudece momentaneamente o sistema de som) e visual (no quadro de instrumentos), acionando os freios de forma parcial ou total conforme a gravidade da situação. O sistema da Fiat Toro reconhece apenas veículos mais largos. Além disso, em alguns momentos de incidência da luz forte do Sol diretamente no para-brisa, o sistema fica temporariamente indisponível, e não retém a última configuração selecionada pelo condutor após o veículo ser desligado. O modo padrão deste sistema é a distância "Perto" com alerta e frenagem automática.
O assistente de partida em ladeiras atua quando a inclinação for maior que 5%, segurando a picape por 2 segundos antes dela descer. Já o controle de velocidade em descidas (HDC) só opera no modo 4WD Low e em inclinações superiores a 8%, A velocidade definida para o HDC pode ser regulada através do pedal do freio e do acelerador, no intervalo de 2,5 km/h a 25 km/h). Quando atingida a velocidade, basta soltar os pedais: o HDC manterá a velocidade definida. O controle manual de frenagem e aceleração pode ser feito a qualquer momento.
Abaixo de 120 km/h é permitido efetuar a mudança do modo AUTO para modo 4WD e vice-versa. O uso da função 4WD Low só é aconselhável para pisos de estrada irregulares/escorregadios e é engatado quando o câmbio está na posição D, R ou N. A marca recomenda que a travessia de trechos alagados seja feita a até 8 km/h, em profundidades de até 22 centímetros.
Em termos de desempenho, os dados da própria Fiat indicam que a Toro Ranch 2.0 Turbodiesel está um pouco mais lenta do que modelos anteriores. E os nossos testes confirmam isso: apesar de termos obtido um resultado melhor que os 12,4 segundos declarados pela fábrica na aceleração de 0 a 100 km/h, ainda estivemos atrás dos 11,0 segundos obtidos com a versão Ultra em 2021. Já a Ultra 2.2 2025 cumpre a prova em 9,8 segundos, conforme a Fiat. Na largada, a Toro sai com motor a cerca de 1700 rpm, e não canta os pneus. As trocas de marcha são efetuadas a cerca de 4 mil km com o pé fundo no acelerador. Confira os resultados das nossas acelerações e retomadas (os testes do Auto REALIDADE são realizados em ambiente seguro, com ar desligado, uma pessoa a bordo, tanque abastecido com diesel S-10, controles eletrônicos ativados e câmbio na posição Drive, com cronometragem automática via app GPS Acceleration):
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,7 segundos
Retomada de 40 a 80 km/h: 5,2 segundos
Retomada de 60 a 100 km/h: 7,5 segundos
Retomada de 80 a 120 km/h: 8,9 segundos
Condições do teste
Temperatura externa: 34º C
Altitude (estimada): 71 metros
Pressão dos pneus: não disponível
Nível de combustível: últimas 2 barras do marcador (autonomia: 130 km)
Quilometragem do veículo durante os testes: 10 170 km
Já em termos de consumo de combustível, obtivemos uma média ligeiramente melhor que a declarada pelo Inmetro na utilização em ciclo urbano, de 10,4 km/l (na versão 2.2, o consumo na cidade conforme o ciclo do Inmetro é de 10,5 km/l). A reserva de combustível foi anunciada com autonomias de 140, 99, 115 e 127 quilômetros. Quando a autonomia cai para menos de 40 quilômetros, ele deixa de ser exibido e a última barra vermelha do nível de combustível some no quadro de instrumentos. A título de informação, o nível do Arla 32 baixou de 100% para 90% em oito dias de utilização da Toro. Veja como foi o consumo de diesel durante nossa convivência com a Toro Ranch:
Primeiro tanque
Consumo de combustível: 11,1 km/l
Distância percorrida: 582,7 km
Velocidade média (estimada): 20 km/h
Acumulado após o primeiro abastecimento - 10,0 litros
Consumo de combustível: 11,1 km/l
Distância percorrida: 671,5 km
Velocidade média (estimada): 20 km/h
Acumulado após o segundo abastecimento - 10,01 litros
Consumo de combustível: 11,0 km/l
Distância percorrida: 752,2 km
Velocidade média (estimada): 20 km/h
Acumulado após o terceiro abastecimento - 6,73 litros
Consumo de combustível: 11,1 km/l
Distância percorrida: 582,7 km
Velocidade média (estimada): 20 km/h
Acumulado até o quarto abastecimento - 9,92 litros
Consumo de combustível: 10,8 km/l
Distância percorrida: 849,4 km
Velocidade média (estimada): 20 km/h
Acumulado até o fim da avaliação
Consumo de combustível: 10,8 km/l
Distância percorrida: 911,4 km
Velocidade média (estimada): 20 km/h
Boletim comentado da Fiat Toro Ranch 2.0 Turbodiesel 4x4
Design = 9,25
Mesmo depois de tantos anos decorridos desde seu lançamento e sem alterações muito profundas, a Fiat Toro continua a ter um design agradável e harmonioso - e que, na versão Ranch, se destaca pelos detalhes cromados e prateados, elementos bem típicos das versões topo-de-linha das picapes. As modificações feitas recentemente na Toro foram leves, mas ajudam a consolidar a percepção de aprimoramento contínuo desta picape para os consumidores. Particularmente, apreciamos as superfícies cromadas e prateadas da versão "country" da Toro, enquanto os estribos laterais, santantônio e para-barros reforçam a ideia de robustez - ainda que, com estes itens, as proporções da carroceria não sejam tão harmoniosas quanto na Toro Volcano, por exemplo. Em nossa opinião, as rodas da versão Ranch eram mais bonitas antes da linha 2024.
Espaço interno = 9,0
Com tamanho intermediário entre as picapes compactas e as de porte médio concebidas sobre chassi, a Toro oferece bom espaço para quatro adultos de 1,80 metro de altura e uma criança, principalmente para a cabeça; as pernas de quem senta atrás ficam próximas do banco da frente, mas sem encostar. Se forem cinco adultos, o ocupante do meio do banco traseiro irá com um tanto menos de conforto, pois o assento é mais alto, o encosto é mais vertical e há o ressalto do túnel central no assoalho - que até permite acomodar os pés, mas em posição elevada. A cabine dispõe de bons espaços para guardar objetos, especialmente no console central, que se somam aos bons nichos disponíveis nos forros das portas e nos apoios de braço. A caçamba traz o volume de 937 litros, possuindo comprimento de 1,33 metro por 1,36 metro de largura máxima e 1,09 metro de largura entre as caixas de roda. Dentro do segmento de picapes monobloco oferecidas no Brasil, é uma das maiores capacidades disponíveis.
Conforto = 9,0
Este é um bom atributo da Toro dentro de seu segmento. A direção elétrica tem ótima progressividade, sendo bastante leve nas manobras de estacionamento e transmitindo segurança à medida em que se desenvolve maior velocidade. O conjunto de suspensão transmite bom nível de conforto em pisos ruins, principalmente considerando que esta versão é preparada para um uso fora-de-estrada. A cabine é bem isolada de ruídos e, principalmente, de vibrações. A operação do ar-condicionado também agrada, sendo capaz de esfriar rapidamente a cabine mesmo sob calor forte, mas, no exemplar desta avaliação, a vedação aos odores externos não foi tão eficiente - mesmo com a recirculação de ar ativa. O apoio de braço dianteiro é prático, podendo ser deslocado mais para a frente e, ainda assim, não interferir na operação da alavanca do freio de mão. As dimensões da carroceria da Toro podem exigir um pouco de paciência em lugares muito apertados, mas é uma picape mais fácil de ser usada do que as médias construídas sobre chassi e, em velocidades baixas, o volante fica bem leve para ser esterçado com maior facilidade.
Acabamento = 8,5
O acabamento da Fiat Toro utiliza materiais mais simples do que Rampage, Renegade, Compass e Commander - mas, ainda assim, a picape demonstra ter mais refinamento do que outras opções deste segmento de picapes. O couro reveste bancos, volante, painéis de porta dianteiros, coifa da alavanca de câmbio e apoios de braço; além disso, há o forro de teto moldado em tecido macio, porta-copos com garras emborrachadas e cuidados como os espessos forros empregados na coluna de direção, os botões com aros emborrachados no painel e os fechos dos cintos dianteiros com laterais acarpetadas, por exemplo. Porém, os forros de porta traseiros também mereciam o capricho dos insertos em couro e, em pisos ruins, notaram-se rangidos no painel. Passando a mão pelos plásticos da picape feita em Goiana (PE), é possível constatar a existência de rebarbas em alguns pontos - porém menos do que nos Fiat produzidos em Betim (MG).
Equipamentos = 9,25
A Toro Ranch vem com um pacote de equipamentos que é bem completo para uma picape de porte intermediário, e todos os itens são de série nesta versão, sem opcionais de fábrica. A lista inclui banco do motorista com ajustes elétricos (inclusive lombares, em 4 direções), sensores de estacionamento dianteiros e traseiros com câmera de ré, apoios de braço dianteiros e traseiros, ar-condicionado automático digital de duas zonas, chave presencial com partida remota, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva e retrovisor interno eletrocrômico. Até o porta-óculos, que sentimos falta na versão Ultra avaliada em 2021, voltou nesta Ranch. Porém, no quadro de instrumentos digital, as versões movidas a diesel não possuem o menu de performance (com porcentagens de uso de potência e turbina, além de medidor da força G), presente nas versões flex mais baratas. Os anos se passaram e a Fiat tirou a iluminação para o espelho do para-sol do motorista, mantendo somente o do carona, além do porta-objeto sob o banco do carona. Por fim, até hoje não entendemos a utilidade dos estribos laterais nesta picape.
Instrumentos, Multimídia & Sistema de Som = 9,0
O quadro de instrumentos utiliza tela de 7 polegadas, mesma medida presente em versões de Jeep Renegade e Fiat Pulse/Fastback. Os gráficos são agradáveis e há diversas formas de verificar e personalizar as informações, que são divididas em 6 submenus. Mesmo sendo menor que a tela de 10,25 polegadas da Rampage, de um modo geral a Toro aproveita melhor o tamanho do seu display, pois a Ram exibe alguns ícones e textos em tamanho muito pequeno. A picape da Fiat exibe na tela a marcha engatada em Drive (D1, D2...), coisa rara nos automóveis que avaliamos.
A tela do sistema multimídia possui 10,1 polegadas e fica em posição vertical. Além da boa usabilidade (tanto por toques na tela quando pelos botões no volante e na parte inferior do painel), possibilidade de criação de perfis de usuário e operação intuitiva, assemelhada a um smartphone ou tablet. Também é possível espelhar o conteúdo do celular sem fio, carregar o smartphone por indução (inclusive com resfriamento) e parear dois aparelhos por Bluetooth. Ao todo, são três entradas USB: uma do tipo C (com função de leitura de dados) e duas do tipo A (uma dianteira com função de dados e outra traseira exclusiva para carregamento). Também vale destacar a ampla personalização do sistema, a rede de internet integrada ao veículo e os serviços conectados, que permitem comandos remotos através de aplicativo no smartphone, além de concierge e chamada de emergência.
Mesmo sem um sistema de som de renome, os seis alto-falantes presentes na Toro transmitem qualidade de áudio agradável, com boa definição espacial e amplo volume. É preciso, porém, atenuar os graves no equalizador para que a sonoridade não fique tão abafada.
Desempenho = 8,75
Com as modificações feitas para poluir menos, a Toro entrega reações mais lentas do que sugerem os seus números de potência e torque, mas consegue entregar disposição satisfatória para a utilização cotidiana, graças à abundância de torque disponível em baixas rotações. A versão Ranch ficou um pouco para trás da Toro Ultra avaliada pelo Auto REALIDADE em 2021. Este motor 2.0 Multijet foi substituído pelo 2.2 Turbodiesel de 200 cavalos e 45,9 kgfm em fevereiro de 2025. Além dos melhores números de potência e torque, o novo propulsor permite à Toro ser perceptivelmente mais ágil nas acelerações e retomadas, conforme dados de fábrica.
Dirigibilidade = 9,0
O comportamento da Toro lembra o de outros veículos construídos sobre a plataforma Small-Wide: é bem neutro, com tendências leves à saída de frente em velocidades altas, e lembra muito mais a dirigibilidade de um SUV monobloco do que de uma picape feita em cima de chassi. A direção elétrica conta com calibração bem-ajustada para velocidades mais elevadas. Curiosamente, sente-se na picape da Fiat o centro de gravidade um pouco mais baixo do que na Ram Rampage, que possui maior altura em relação ao solo. Dirigir uma Toro e uma Titano evidencia de forma gritante as diferenças entre uma picape com estrutura monobloco e outra em que a carroceria é montada sobre chassi - que são gigantescas a ponto de, na prática, ser extremamente raro o consumidor se ver em dúvida entre versões destas duas picapes, mesmo estando em uma mesma concessionária da Fiat.
Segurança = 9,25
A Toro Ranch vem de série com 6 airbags, alerta sonoro em caso do não-uso dos cintos dianteiros e traseiros, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em subidas, ajuste de altura dos cintos dianteiros, fixações para cadeirinhas infantis, freios a disco nas rodas dianteiras e tambores atrás, faróis com comutação automática do facho baixo para o alto (e vice-versa), alerta de colisão frontal com frenagem autônoma de emergência e alerta de saída da faixa de rodagem com assistente de permanência na pista. É fato que adicionar mais itens deixaria a picape da Fiat mais cara (o que poderia causar canibalização de mercado com a Rampage), mas o monitoramento de veículos em pontos cegos seria uma adição importante para a Toro - até por ser um item disponível em carros mais baratos (como no Jeep Renegade, feito na mesma linha de produção da picape da Fiat) e que, sem dúvida, ajudaria no uso cotidiano de um veículo de quase 5 metros de comprimento.
Consumo de combustível = 9,0
Em nossa avaliação, a Toro Ranch apresentou consumo de diesel de 10,8 km/l em uso predominantemente urbano, ligeiramente melhor do que o resultado declarado pelo Inmetro, embora tenha se mostrado um pouco mais gastona do que a Toro Ultra avaliada pelo Auto REALIDADE em julho de 2021 - mas, ainda assim, foi melhor que o dado do ciclo de rodagem do Inmetro na cidade. O fato do tanque desta versão à diesel ser 5 litros maior do que nas opções Flex da Toro ajuda a garantir uma maior autonomia, aspecto especialmente desejável em viagens mais longas. O percentual do Arla 32 exibido no quadro de instrumentos ajuda o motorista a ter um melhor monitoramento do gasto deste reagente em viagens longas.
Relação custo-benefício = 9,25
Quando avaliamos a Fiat Toro Ultra reestilizada, em julho de 2021, ainda não existiam Ram Rampage, Ford Maverick e Chevrolet Montana no mercado brasileiro. Os anos se passaram e estas picapes foram chegando e conquistando nichos específicos de consumidores, mas a Toro ainda detém uma enorme fatia do disputado bolo do segmento de picapes intermediárias, mesmo depois de nove anos de mercado. Junto com a Rampage, a alternativa da Fiat é uma das poucas que contam com a opção de motor movido a diesel, ainda preferido por uma parcela significativa da clientela, além de dispor das opções abastecidas com gasolina e/ou etanol. A virtude da Toro está no fato de ser uma picape que não chega a extrapolar os 5 metros de comprimento, mas que oferece bom espaço interno, lista satisfatória de equipamentos, variedade de versões e dirigibilidade agradável. A versão Ranch carrega o status de ser uma versão topo-de-linha e dispõe de decoração externa e interna exclusiva. Mas, se você não faz tanta questão dos diferenciais da Toro mais completa, considere com muito carinho a possibilidade de levar a versão Volcano a diesel com o pacote Tecnologia, que inclui a central multimídia com tela de 10,1 polegadas e assistências de condução (frenagem autônoma, assistente de permanência em faixa e comutação automática do facho dos faróis) - afinal, a relação custo-benefício entregue por esta opção é ainda melhor.
As notas são atribuídas considerando a categoria do automóvel analisado, os atributos oferecidos pelos concorrentes (diretos ou por aproximação), além das expectativas entre o que o modelo promete e o que, de fato, oferece. Um mesmo carro avaliado duas vezes pode ter sua nota diminuída em uma avaliação posterior, caso não evolua para os níveis de exigência que se aprimoram continuamente no mercado automotivo. Frações de pontuação adotadas: x,0, x,25, x,5, x,75. Em caso de notas com valores fracionados na casa dos centésimos, os décimos da nota do resultado final são arredondados para cima. Critérios - Design = analisado o aspecto estético do automóvel, considerando-se as linhas e formas do veículo, bem como as proporções entre tamanho de rodas e o restante da carroceria, a presença de itens de estilo diferenciados, entre outros detalhes. Espaço interno = julgada a amplitude do espaço para passageiros (dianteiros e traseiros, de acordo com a capacidade declarada do carro), locais para acomodar objetos e bagagem. Conforto = considera o nível de comodidade transmitida pelo conjunto de suspensão e pela operação de transmissão, pedais, alavancas e outros mecanismos, bem como o nível de ruído e de vibrações dentro do automóvel, a posição de dirigir, a ergonomia interna e outras amenidades adicionais. Acabamento = analisada a atenção aos detalhes internos do veículo (encaixes de peças, qualidade dos materiais empregados e padronagens dos revestimentos). Equipamentos = analisam-se itens de série e opcionais disponíveis no automóvel avaliado. Aqui são considerados os equipamentos de conveniência. Instrumentos, Multimídia & Sistema de som = na análise do quadro de instrumentos, são julgados a facilidade de leitura e a disponibilidade de informações. O sistema multimídia do veículo é avaliado de acordo com os recursos disponíveis (espelhamento de tela de celulares, entradas para dispositivos, facilidade de operação do aparelho, visualização de câmeras, etc). Caso o veículo avaliado não possua um sistema multimídia mas disponha de rádio, este aparelho será analisado sob os mesmos critérios. Se o automóvel não dispuser de sistema de áudio, iremos considerar a presença de pré-disposição para som (fiação, antena e falantes). Desempenho = julgadas a aceleração do veículo, as retomadas de velocidade e a entrega de torque e de potência pelo automóvel. Dirigibilidade = são analisados o comportamento em curvas, a manobrabilidade do veículo (incluindo diâmetro de giro e número de voltas de batente a batente do volante) e o funcionamento da transmissão. Segurança = levam-se em conta a visibilidade pelos retrovisores e pela carroceria, a iluminação do veículo, os itens de proteção ativa e passiva, o desempenho nas frenagens (assim como a modulação do pedal do freio) e a presença e facilidade de operação dos assistentes de condução. Consumo de energia/combustível = energia/combustível gasto durante a avaliação e autonomia. Custo-benefício = avaliada a relação de vantagem entre o preço pago e o que o carro entrega.
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