Avaliação: Nissan Frontier Platinum BiTurbo 4x4 é completa e aposta nos 6 anos de garantia


Texto e Fotos | Júlio Max, de Teresina - Piauí
Agradecimentos | Assessoria de Imprensa Nissan

O segmento das picapes segue crescendo no Brasil: é uma categoria altamente competitiva, na qual as montadoras estão constantemente definindo novas estratégias para conquistar os consumidores. A Nissan Frontier, que já havia passado por uma reestilização no segundo trimestre de 2022, passa a contar com o maior tempo de garantia de fábrica entre suas pares na sua linha 2024: 6 anos, sem limite de quilometragem para exemplares adquiridos na modalidade de pessoa física e com limite de 100.000 quilômetros rodados para unidades compradas por pessoas jurídicas. A picape da Nissan dispõe de seis alternativas de versões: S, SE, Attack, XE, Platinum e PRO-4X. Em julho de 2022, o Auto REALIDADE já havia convivido por oito dias com a Frontier PRO-4X. Agora, dirigimos a picape por uma semana na versão Platinum!

É importante ressaltar que o exemplar avaliado pertence à linha 2023, mas há apenas duas modificações nas unidades ano-modelo 2024: a presença dos novos logotipos da Nissan (que trocam o cromado com letras pretas pelo prata-anodizado com detalhes brancos) e a ampliação do período de garantia de fábrica, que dobrou de 3 para 6 anos. As versões Platinum e PRO-4X são alternativas topo-de-linha e custam exatamente o mesmo preço, além de trazerem listas de equipamentos praticamente iguais. A principal diferença está no fato de que a Platinum é uma alternativa com visual mais urbano e peças cromadas, enquanto a PRO-4X possui maior vocação para o uso fora-de-estrada. Confira outros detalhes que diferenciam estas duas versões:

  • A grade dianteira possui contornos em cinza-fosco na versão PRO-4X (na Platinum, são cromados). Além disso, o símbolo da Nissan é preto com as letras em Vermelho Lava na versão aventureira, ao passo que é cromado com letras pretas na opção top "urbana".
  • No para-choque dianteiro, as duas molduras inferiores possuem a cor Vermelho Lava (e, mais abaixo, preto), enquanto na Platinum estes detalhes são integralmente pintados na cor prata.
  • A Platinum é a única versão a ostentar o emblema BiTurbo nos para-lamas dianteiros, dispensado pela PRO-4X. Enquanto a versão aventureira traz seu nome adesivado nas laterais da caçamba, a opção de visual "urbano" possui a identificação 4x4, mais discreta.
  • Na PRO-4X, os racks de teto, as capas dos retrovisores, os estribos e as maçanetas externas são pintados de preto. Já na Platinum, as capas dos retrovisores são pintadas na cor da carroceria, as maçanetas e o friso na base das janelas laterais são cromados e as barras longitudinais de teto são prateadas (assim como as soleiras dos estribos). Só a Frontier Platinum dispõe de série dos frisos das portas na cor da carroceria. Em compensação, só a Frontier PRO-4X traz as molduras plásticas dos para-lamas, que trazem detalhes em Vermelho Lava.
  • Pintadas de preto, as rodas são de 17 polegadas com pneus 255/65 de uso misto (All Terrain) na PRO-4X. Já a versão Platinum possui rodas de 18 polegadas (com detalhes diamantados e escurecidos) e pneus 255/60 "All Season".
  • Atrás, a maçaneta da tampa da caçamba é preta na versão PRO-4X e cromada na Platinum, que ainda possui o logo com o nome da versão acima da identificação 4x4.
  • No interior, as diferenças são: a pintura do emblema no volante, as estampagens dos bancos de couro (a PRO-4X possui bordados em branco, preto e vermelho, além do nome da versão estampado nos encostos dianteiros, enquanto a Platinum possui as costuras em marrom), a presença do botão para operação do bloqueio do diferencial apenas na versão PRO-4X, o estilo dos tapetes de borracha e a coloração das molduras das saídas de ar laterais, da área central do painel, do console central e dos puxadores de porta (estes detalhes são prateados na versão Platinum e pintados de cinza na PRO-4X).
  • A Frontier Platinum é a única versão da linha a trazer o divisor de caçamba de série, ao passo que na versão PRO-4X este item só está disponível como acessório nas concessionárias.
  • A PRO-4X tem maior capacidade de carga que a Platinum (1030 x 1010 quilos) e sua altura em relação ao solo é maior (25,2 x 24,74 centímetros), refletindo também em um ângulo de ataque maior.
  • Para a Frontier PRO-4X existem três opções de cores para a carroceria: Branco Aspen, Preto Premium e Cinza Shark, tonalidade exclusiva desta versão. Já a versão Platinum pode ser pedida em uma das cinco alternativas a seguir: Branco Aspen, Preto Premium, Cinza Grafite, Prata Classic e Azul Cayman.

O design da Frontier segue agradando: esta geração da picape chegou ao Brasil no ano de 2017 e passou pela última atualização há dois anos. A dianteira é imponente: o capô possui vincos bem definidos e os faróis com LEDs (presentes a partir da versão XE) incorporam quatro projetores de luz ao centro e arestas "pontiagudas" para a iluminação de posição. Os dois projetores em posição mais baixa acendem os faróis baixos; já a luz alta é acionada pelos dois canhões superiores e fica ativa junto com o facho baixo. Apenas os piscas são halógenos na dianteira.

A grade dianteira é grande a ponto de acomodar o nome da picape em sua moldura superior (que é fixada ao capô). Com aberturas de ar octogonais, a grade traz detalhes cromados nesta versão e acomoda parte dos sensores de auxílio à condução, avançando em direção ao para-choque dianteiro. Este incorpora alojamentos para as luzes de neblina (de LED) e detalhes centrais prateados. O ângulo de ataque nesta versão é de 31,2 graus.

A versão Platinum possui as maiores rodas da linhagem da Frontier, com 18 polegadas. Elas contam com detalhes diamantadas junto com partes pintadas em cinza-chumbo. A XE chegou a utilizar estas rodas até a chegada da linha 2024, quando a Nissan resolveu dar exclusividade para a alternativa topo-de-linha neste aspecto. Os pneus Bridgestone Dueler H/T "All Season" são de perfil 255/60 e as caixas de roda contam com proteções plásticas e para-barros.

As capas dos retrovisores seguem a cor da carroceria e dispõem de luzes de seta de LED e câmeras para a visão em 360 graus. Os cromados estão no filete da parte inferior das janelas laterais e nas maçanetas dianteiras, que contam com botões pretos que permitem o travamento e destravamento das portas. As barras de teto possuem detalhes prateados e suportam até 56 quilos distribuídos uniformemente.

A tampa traseira incorpora o nome da picape gravado em baixo-relevo na própria lataria. As lanternas são escurecidas e adotam iluminação de LED nas luzes de posição. Os diodos emissores de luz também estão nas luzes de freio e no brake-light, posicionado acima do vidro traseiro, enquanto os piscas e as luzes de ré são halógenos. Já o para-choque traseiro acomoda a placa do veículo (com iluminação branca, de LED). Além disso, o formato da peça permite o apoio para os pés na hora de subir e descer da caçamba. O ângulo de saída da picape nesta versão é de 25,8 graus.

A Frontier Platinum possui 5,26 metros de comprimento, 1,85 metro de largura, distância entre-eixos de 3,15 m e altura de 1,86 metro, considerando o rack de teto. Esta versão possui o peso em ordem de marcha de 2207 quilos.


A cabine da Frontier Platinum possui o tom predominante preto (no painel, forros de porta, assoalho e bancos) que contrasta com detalhes prateados (nos raios do volante, nas molduras laterais do centro do painel e em volta o início do console), em preto-brilhante (nas molduras em torno do sistema multimídia, dos comandos do ar-condicionado e em torno da alavanca de câmbio) e cromados.

O volante de três raios é parecido com a peça presente em modelos como Kicks e Versa, mas é todo arredondado (nos outros modelos, a base é achatada). Revestido de couro com costuras aparentes, ele concentra em seu raio esquerdo os botões para controle do volume do som, das faixas de áudio e para a operação do computador de bordo. Do lado direito estão os comandos do limitador/controlador de velocidade de cruzeiro e da operação de telefone e comandos de voz. A coluna de direção regula em altura e não despenca ao liberar a trava, que fica na parte inferior. O vão inferior traz uma coifa.

O quadro de instrumentos da picape mescla informações digitais e analógicas. Conta-giros, indicador de temperatura do líquido de arrefecimento do motor, velocímetro e nível de combustível são exibidos com os ponteiros. A tela colorida do computador de bordo possui 7 polegadas e definição de 133,3 dpi. Quando o motor é ligado, os instrumentos giram toda a escala e uma animação em 3D da Frontier surge, sendo exibido o nome Nissan na sequência.

A tela do computador de bordo exibe algumas informações fixas, como relógio, temperatura externa, hodômetro, autonomia estimada (que deixa de informar quando, pelos cálculos do computador de bordo, há menos de 60 km restantes), posição de câmbio, modo de condução selecionado e ícone de seleção de tração. Ao centro, é possível ver:

  • Velocímetro digital: pode ser acompanhado de informações de rádio/música ou da velocidade média. Um submenu permite a opção de não aparecer nenhuma informação ao centro da tela (Vazio), como forma de minimizar distrações;
  • Média de consumo de combustível, acompanhada de uma barra de consumo instantâneo que mostra se o gasto está sendo maior ou menor do que a média atual (indicada por uma seta);
  • Trip: exibe distância percorrida e tempo de viagem. A partir desta tela é possível ver a informação da pressão individual dos pneus na escala escolhida pelo motorista, exibida com a picape em movimento a partir de cerca de 25 km/h, acompanhada da informação da pressão ideal. 
  • Informações de som: exibe a sintonização AM ou FM de rádio e a estação selecionada, além das informações das demais mídias (USB, Bluetooth, entrada auxiliar). Pelo botão OK no volante é possível alternar entre as fontes de áudio.
  • Assistentes: um gráfico mostra quais assistências ao motorista estão ativadas (englobadas em: monitoramento de veículos em pontos cegos, monitoramento frontal e assistência de permanência na faixa de rodagem). Este menu pode ser aberto pelo botão no canto inferior esquerdo do painel com o ícone do "Safety Shield". Caso a picape esteja por cima de uma faixa sem dar seta, por exemplo, este visor pisca uma demarcação tracejada para mostrar ao motorista se é a faixa esquerda ou direita que está sendo invadida. Já quando um veículo é detectado na região dos pontos cegos e o motorista da Frontier dá seta exatamente neste momento, uma indicação mostra a direção lateral-traseira em que se encontra um automóvel.
  • Alertas: exibe avisos como o de portas abertas.
  • Definições: permite fazer as seguintes configurações:
    • Assistências ao condutor: aqui, é possível ativar ou inibir a frenagem autônoma de emergência, ligar/desligar o alerta de saída de faixa e a intervenção para permanência na pista, bem como o alerta e a intervenção em caso de veículos em pontos cegos. Em termos de auxílio ao estacionamento, é possível ativar ou desativar o detector de objetos em movimento do sistema multimídia e ligar ou desligar os sensores de ré. Ainda é possível escolher o volume dos apitos e o alcance do sensores. Por aqui também dá para ligar e desligar o alerta de tráfego cruzado traseiro, o alerta de atenção do condutor (o sistema avalia o padrão de condução do veículo e de esterçamento do volante em períodos em que a picape é conduzida acima de 60 km/h, sugerindo uma pausa para um café no caso de haver uma avaliação de cansaço do motorista), o temporizador de alerta (não possui função específica, mas funciona como um "despertador" para um determinado tempo) e o alerta de baixa temperatura, que adverte o motorista quando a temperatura externa for de menos de 3° C.
    • ECO Mode Setting: permite ou não exibir o ECO Drive Report (relatório que surge toda vez que a ignição é desligada), mostrando gráficos da média de consumo dos últimos minutos em comparação com as últimas cinco médias de rodagem, computadas quando se roda pelo menos 500 metros com a picape. No histórico, é possível ver também qual foi a melhor média de consumo de diesel.
    • Configurações TPMS: permite ajustar a pressão dos pneus a ser utilizada para os pneus dianteiros e traseiros (a diferenciação da pressão entre os eixos se faz necessária em casos de levar muita carga), permite selecionar a unidade de pressão (kPa, psi, bar ou kgf/cm²) e redefinir o sensor.
    • Relógio: é possível ajustar manualmente o horário e definir se o relógio irá aparecer no formato de 12h ou de 24 horas.
    • Definições do veículo: é dividido em quatro submenus. Em Luz de cortesia automática, é possível ativar ou desativar a função de acender as luzes internas se qualquer porta for aberta. Em Sensibilidade da luz, é possível  alternar a intensidade da luz baseando-se no brilho do lado de fora. Também é possível ativar/desativar a função de acionar o pisca 3 vezes com um leve toque na alavanca de seta. Em Botão Ext. do i-Key, é possível ativar ou desativar os botões mas maçanetas externas dianteiras para destravar e travar as portas pela presença da chave. Já em relação aos espelhos externos, é possível desativar o rebatimento automático dos retrovisores ao travar a picape e abrir os espelhos somente quando a ignição for posta no modo On.
    • Manutenção: este menu traz o controle da troca de óleo do motor (mostrando quantos quilômetros faltam para a próxima troca, recomendada em intervalos de 10 mil quilômetros), permite estabelecer alertas quando o veículo chegar à quilometragem recomendada para troca de óleo/filtro, pneus e outros componentes, e também informa sobre o nível de Arla 32 no tanque suplementar.
    • Personalizar a tela: aqui é possível ocultar ou mostrar os menus já mencionados. Já em relação ao efeito de boas-vindas, é possível escolher se a picape irá ou não girar os ponteiros até o fim da escala e mostrar a animação em 3D da Frontier que dá lugar ao nome Nissan.
    • Unidades/idioma: além do ajuste da unidade de pressão dos pneus, já comentada acima, também é possível alterar a exibição em quilômetros e consumo em km/l, quilômetros e consumo em litros por 100 km, ou milhas e MPG (miles per gallon, milhas por galão) no padrão do Reino Unido ou na escala norte-americana. O idioma pode ser português, espanhol ou inglês.
    • Por fim, é possível retornar às configurações de fábrica.
A Frontier dispõe de indicação individual de porta aberta no quadro de instrumentos. Não há alerta para tampa da caçamba ou capô abertos. Quando a ré é engatada, a tela mostra gráficos dos sensores de estacionamento traseiros, que são exibidos em escalas de cores (verde, amarela e vermelha).

Do lado esquerdo da cúpula dos instrumentos foram mantidos os botões Trip/Reset e o controle do brilho da instrumentação. Pelo botão Trip é possível ver a distância percorrida A, a distância parcial B (ambas são desvinculadas da distância percorrida que é exibida junto com o tempo de viagem) e o hodômetro total. Ao ser apertado por alguns segundos, este botão zera a quilometragem parcial.

A haste de luzes traz quatro posições: off (os faróis ficam desligados, mas a iluminação do quadro de instrumentos fica ativa com a ignição ligada e, caso o motor seja ligado, as luzes diurnas se acendem), Auto (para acendimento automático dos faróis), luzes de posição ligadas ou faróis baixos ligados. Há um segundo comando giratório para acionar as luzes de neblina dianteiras. Ao desligar a ignição, é possível programar o Follow me Home, que faz com que as luzes externas permaneçam acesas entre 30 e 180 segundos. Um alerta sonoro dispara caso o motorista tenha esquecido os faróis ligados; caso haja o travamento das portas, eles são desligados automaticamente para evitar que a bateria descarregue.

Com um leve toque é possível acionar a seta três vezes. Na posição Auto, ao empurrar a alavanca para a frente, começa a atuar a comutação automática do facho dos faróis, que só acende a luz alta quando não são detectadas luzes em sentido contrário, evitando o ofuscamento de outros condutores.

Já a haste dos limpadores dianteiros possui posição de funcionamento no ritmo contínuo lento enquanto a alavanca estiver sendo deslocada (Mist), modo Auto (operado pelo sensor de chuva) com seleção de sua sensibilidade/intermitência em quatro níveis, bem como a varredura contínua lenta (Lo) ou rápida (Hi). Se os esguichos forem acionados muito rapidamente, as palhetas não se movem. Ao aciona-los mais prolongadamente, os limpadores fazem automaticamente a varredura.

A central multimídia da Frontier possui tela sensível ao toque de 8 polegadas - medida comum aos outros modelos da Nissan vendidos no Brasil. Com úteis botões físicos que circundam a moldura da tela, o sistema dispõe de ícones no menu principal que permitem alternar entre os submenus de Telefone, Áudio, Conexões, Informações e Configurações. As três telas do menu principal podem ser personalizadas, sendo possível inserir widgets e atalhos do jeito que o usuário preferir, desde que os ícones "caibam" nos espaços de tela livres.

Este sistema multimídia é capaz de se conectar a redes de Wi-Fi para realizar atualizações do sistema operacional. Assim como outros modelos da Nissan, não é possível avançar para outro ponto de um arquivo de áudio tocando na barra de tempo, sendo necessário apertar e segurar o botão de avançar ou retroceder, num processo mais demorado e suscetível a erros. Somente arquivos de áudio podem ser reproduzidos, incluindo mp3 e Flac.

O aparelho dispõe de espelhamento de conteúdo de celular através do Android Auto e Apple CarPlay (utilizando-se de um cabo USB, que deve necessariamente ser encaixado na entrada do console dianteiro), permitindo a utilização de diversos aplicativos na tela da picape, além do Bluetooth para chamadas telefônicas e streaming de áudio - mas não há GPS nativo.

A picape conta com a visão em 360 graus em torno do veículo (Around View Monitor). Quatro câmeras (uma dianteira, posicionada na grade frontal, além de duas câmeras embutidas nos retrovisores externos e mais uma câmera na tampa traseira) formam uma imagem "aérea" que auxilia nas manobras em espaços apertados ou de visibilidade limitada. Com gráficos dos sensores de ré, a visão em 360 graus divide espaço com a imagem da câmera dianteira ou de ré (a depender da posição de câmbio), ambas com linhas de guia que acompanham o esterço do volante. 

Este sistema de câmeras em torno da picape traz o detector de objetos em movimento, que destaca com uma moldura amarela de qual direção está se aproximando um objeto ou pessoa. Esta detecção não está disponível no modo Tow (apropriado para reboques), uma vez que os sensores poderiam permanentemente apontar a movimentação na região traseira. Outra nova função interessante é que, ao acionar o modo 4WD Low, as câmeras de visão em torno do veículo são automaticamente acionadas, permitindo uma melhor visão do entorno, e permanecem sendo exibidas na tela até que a velocidade fique acima de 10 km/h. Já a imagem em 360 graus pode dar lugar à câmera do lado direito ao apertar o botão "Camera" quando a visualização já está ativa, melhorando o campo de visão e evitando que os pneus do lado direito encostem na calçada. Apertando mais uma vez este botão, é possível conferir "na íntegra" a câmera traseira, desde que o motor esteja ligado. A imagem das câmeras pode ser alterada em cor, brilho e contraste através de um menu do sistema multimídia.

O sistema de som possui seis alto-falantes (um em cada porta e mais dois no painel). Pela tela do sistema multimídia é possível ajustar graves, médios, agudos, balanço (esquerda/direita ou frente/trás), ajuste de volume variável de acordo com a velocidade e potencializador de graves. Para uma picape, a Frontier oferece uma boa reprodução de áudio, especialmente em volume moderado e com a otimização dos graves ativa.

O ar-condicionado é digital e automático de duas zonas. Os botões das extremidades permitem que motorista e passageiro dianteiro ajustem a temperatura de meio em meio grau Celsius entre 18 e 32° C. Da esquerda para a direita, há os botões de acionamento do desembaçador dianteiro e traseiro, on/off do aparelho, modo de funcionamento automático (Auto), Mode (permite alternar entre as distribuições de vento, cuja velocidade é alterada pelos botões - e +, entre os níveis 1 a 7), funcionamento do compressor de ar (A/C), comandos separados para recirulação de ar e captação de ar externo, além do Dual, que permite escolher temperaturas separadas ou sincronizar com a seleção feita pelo motorista. Curiosidade: se o desembaçador for acionado, o ar-condicionado bloqueia a seleção de temperatura para o passageiro dianteiro.

No aspecto de climatização, também é útil a presença do para-brisa com proteção ultra-violeta (presente a partir da versão XE). Porém, com os faróis ligados, o brilho de tela da operação do ar fica bem reduzido.

Há dois porta-copos retráteis diante das saídas de ar laterais do painel: basta puxá-lo para a frente e empurrar a base para baixo. Existe ainda uma pequena garra lateral que ajuda a manter copos pequenos no lugar e que abre espaço para copos maiores caso necessário.

Abaixo dos comandos de ar estão o seletor giratório de tração "Shift-on-the-fly" (com as posições 2WD, de tração traseira, 4WD High, que pode ser engatada com a picape em movimento a até 100 km/h, e 4WD Low, que deve ser engatada com o veículo parado e o câmbio em Neutro), além do botão para bloqueio do diferencial, que pode ser ativo quando a tração 4x4 Low está engatada, permitindo a transferência de torque para a roda que tem mais aderência à superfície e evitando deslizamento excessivo na roda oposta. Há ainda o botão do controlador de velocidade em descidas e para a desativação dos bipes dos sensores de estacionamento traseiros, que operam a até 10 km/h. No canto direito está presente uma tomada de 12 Volts com tampa, próximo de uma entrada USB-A (a única da cabine com função de dados) e uma entrada auxiliar.

Na versão Platinum, o bloqueio de diferencial é eletrônico (diferentemente da versão PRO-4X, com botão de acionamento), e, em funcionamento, desativa recursos como o ABS (antitravamento) dos freios e o controle de estabilidade. Para o controlador de velocidade de descida funcionar, há três formas: acionamento do interruptor, engate do seletor de tração no modo 4WD Low com velocidade inferior a 25 km/h ou seletor no 4WD High e com velocidade menor do que 35 km/h. Este sistema controla automaticamente a velocidade da descida. Caso o acelerador ou o freio sejam pressionados, o recurso é momentaneamente desativado, retornando à atividade assim que o motorista libere o pedal.

A parte dianteira do console dispõe de um porta-objetos de fundo liso, e, nas laterais, mais dois pequenos porta-objetos, que podem guardar a chave, por exemplo. A moldura em torno da alavanca de câmbio possui acabamento em preto-brilhante e a máscara em torno das posições de câmbio é cromada. Uma pequena tampa preta oculta a possibilidade de liberação da trava de mudança de marcha caso a transmissão eventualmente fique travada, o que pode ocorrer caso o nível de bateria esteja muito baixo. Há dois porta-copos e, mais atrás, o apoio de braço revestido de couro e com costuras aparentes, que possui uma pequena trava para ter acesso ao porta-objetos de boas dimensões. Este baú esconde mais uma tomada de 12 Volts/120 Watts e duas entradas USB para carregamento - uma do tipo A, outra do tipo C. Um pequeno vão permite fechar o apoio de braço sem esmagar o cabo que estiver conectado a uma destas entradas.

Também no console dianteiro fica o botão para regeneração do filtro de partículas de diesel (DPF). As partículas se acumulam e não são queimadas em certas situações, notadamente sob o chamado "uso severo", quando se roda pouco e o motor funciona por apenas 10 minutos (ou menos) e a velocidade é inferior a 15 km/h por um longo período de tempo. A Nissan optou por permitir que a regeneração do filtro de partículas de diesel fosse feita de duas formas: automática ou manual. Na forma automática, que é feita quando a luz do DPF se acende no quadro de instrumentos, basta dirigir a cerca de 80 km/h até a luz se apagar (isso leva cerca de 30 minutos). No modo manual de regeneração, que é acionado pelo botão, o processo de regeneração leva 45 minutos e a rotação do motor fica mais elevada (começa em 3000 rpm, depois baixa para 1700 rpm). O botão existe para minimizar a necessidade de levar a picape para uma oficina para o serviço e para reduzir a necessidade de se rodar com a Frontier para concluir este serviço. É possível interromper a regeneração no modo manual ao segurar o botão por 3 segundos ou pisar no acelerador ou no freio.

O porta-luvas possui espaço razoável e pode ser trancado à chave, mas não traz iluminação. Quando aberto, ele dá acesso a um vão onde estão alojados parte dos fusíveis da picape.

A parte inferior esquerda do painel concentra o ajuste interno da altura do facho dos faróis (nos níveis 0 - quando se roda com menos carga, 1 - adequado para 5 pessoas e metade da carga útil, 2, para 5 pessoas e carga útil máxima, e 3, quando o motorista roda sozinho com carga útil máxima), além do botão para desativação do controle de estabilidade e o comando que aciona todos os assistentes de condução (Safety Shield). Mais abaixo estão a alavanca para abertura do capô e o leitor OBD2 para scanner veicular. O assoalho é de carpete e tanto o apoio para o pé esquerdo quanto o pedal de freio trazem superfície de material emborrachado, enquanto o pedal do acelerador, com dois estágios, é de plástico.

O forro de teto traz dois para-sois revestidos de carpete com tampas, iluminação e espelhos (do lado do motorista, há ainda uma tira porta-documentos acessível quando a sombreira está fechada), além de porta-óculos dianteiro revestido de carpete, acompanhado de duas luzes de leitura para os ocupantes dianteiros e uma discreta luz ambiente que se acende assim que os faróis são acesos, e mais duas luzes traseiras que ficam logo à frente das alças móveis de teto. Um botão permite o acendimento de todas as quatro luzes de teto.

A porta do motorista concentra os comandos dos retrovisores externos (inclusive com botão para rebatimento elétrico), travas das portas (elas são automaticamente fechadas com a picape em movimento, a partir de 24 km/h), bloqueio das janelas (afeta os vidros traseiros e também o do passageiro dianteiro, sendo que, quando estão bloqueados, nem mesmo o motorista consegue operar as janelas) e dos vidros elétricos. O motorista possui a funcionalidade um-toque apenas para baixar a sua janela, e só o botão do condutor, identificado por um desenho com a letra "A", é iluminado. As portas dianteiras trazem luzes de cortesia amareladas na parte inferior, que servem para iluminar o chão e para alertar a outras pessoas que a picape está parada com a porta aberta. As maçanetas internas são cromadas e trazem pequenas travas integradas, que podem ser manualmente movidas.

Um detalhe curioso: quando se abre uma porta (até mesmo traseira), os focos de iluminação das portas dianteiras se acendem, iluminando o assoalho, mesmo que as luzes de teto fiquem desligadas.

Ao abrir a porta do motorista, se acendem o botão de partida, as luzes de teto e a tela do quadro de instrumentos por cerca de 15 segundos. Ao primeiro toque de ignição, é possível usar o sistema multimídia - e o botão de partida fica iluminado. A trava do volante é liberada (o que gera um barulho perceptível), mas a parte elétrica continua desativada. No segundo toque de ignição, ficam ativos o quadro de instrumentos (que pode ser plenamente utilizado), o ar-condicionado e a função eletrocrômica do retrovisor. O botão do vidro elétrico do motorista acende, assim como a discreta barra do botão de limpeza do filtro de partículas de diesel.

Com os faróis em outra posição que não seja Off, ficam acesos os botões no volante, os comandos na parte esquerda do painel (no caso do botão de ajuste de altura do facho dos faróis, os algarismos não são iluminados) e os botões de operação dos retrovisores, os comandos físicos ao redor do sistema multimídia e de operação do ar-condicionado, além dos itens na parte inferior do painel, o seletor D-Mode, a máscara de posições do câmbio, o botão do DPF, o pisca-alerta e a luz ambiente do teto. Ao desligar a ignição, as luzes de teto se acendem. Se o seletor de faróis estiver nas posições desligado ou automático, a iluminação dos comandos internos se desativa. Mesmo nas posições das luzes externas acesas, ao desligar a ignição se desativam a luz do botão do vidro do motorista e da função eletrocrômica. Ao abrir a porta, o motorista recebe uma advertência sonora e textual para desligar os faróis.

Com os faróis acesos, também ficam iluminados todos os comandos do volante, os botões do canto esquerdo do painel (de ajuste do brilho dos instrumentos, trip/reset, facho dos faróis, controles eletrônicos e Safety Shield), além dos comandos dos espelhos (e do rebatimento), do botão do pisca-alerta, dos comandos fisicos ao redor do sistema multimídia e do ar-condicionado, bem como o seletor de tração (e os três comandos próximos), o seletor do D-Mode, a máscara com as posições do câmbio (não há iluminação destacando as posições sequenciais), o botão de limpeza do DPF e a luz ambiente do teto.

Os bancos contam com revestimentos de couro preto com costuras aparentes na cor marrom e estampagens tridimensionais. O motorista tem ajustes elétricos para regulagens de distância e altura do assento (tanto da região das coxas quanto da parte posterior), além da inclinação do encosto; há ainda ajustes lombares elétricos em duas direções longitudinais. As regulagens funcionam mesmo com a picape desligada. Já o passageiro possui somente os ajustes manuais de distância do assento e inclinação do encosto. Os bancos dianteiros, batizados "Zero Gravity", tiveram formato e densidade planejados para evitar o cansaço em trajetos longos. Eles trazem capas de carpete na região do console central, evitando o acúmulo de sujeira em cantos mais difíceis de serem higienizados. Os cintos dianteiros são ajustáveis em altura e contam com pré-tensionadores. Além disso, os fechos dos cintos regulam em inclinação.

O piso é mais elevado na região traseira, fazendo com que os ocupantes fiquem com as pernas mais flexionadas, mas o espaço disponível é bom. No meio do banco de trás existe uma elevação no assento: quem tem cerca de 1,80 metro de altura vai ficar com a cabeça bem próxima do forro de teto, que possui um ressalto para acomodar o vidro do teto solar. Nas outras posições, a acomodação é melhor. Os ocupantes traseiros dispõem de dois porta-revistas e duas alças de teto de retorno suave (também presente para o carona dianteiro), além de dois focos de iluminação, bem intensos. 

O fim do console central possui, abaixo das saídas de ar, um pequeno porta-treco aberto acompanhado de uma entrada USB para carregamento com uma tampa flexível. Contando com ele, a Frontier traz ao todo 27 porta-objetos pela cabine. O banco de trás traz apoio de braço central com dois porta-copos. O assento do banco traseiro pode ser rebatido para cima e fixado com uma cinta, permitindo o acesso aos dois recortes no assoalho (cada qual com uma tampa) que servem como compartimentos de ferramentas para trocar o estepe. No lado esquerdo há ferramentas como a chave de roda, enquanto à direita está o macaco. As janelas se abrem quase até o final.

Esta versão traz de série o teto solar elétrico, com persiana manual e acionamento do vidro por um toque e função anti-esmagamento. O vidro do teto, que desliza para a região entre a capota e o forro de teto, também pode assumir a posição "tilt", que permite a saída do ar da cabine e dá um charme adicional. Caso a persiana esteja fechada, ela é empurrada para trás caso o teto for aberto. Na parte da frente da abertura há um defletor plástico que se levanta para reduzir a turbulência na cabine.

A chave presencial I-Key traz formato oval e conta com botões prateados para travamento e destravamento das portas, além de trazer uma lâmina embutida para girar nas fechaduras caso necessário. Com a chave presente na cabine, é possível ligar o motor ao toque de um botão (ela não é detectada na caçamba ou junto dos limpadores dianteiros, ou mesmo quando é segurada próximo da porta do motorista caso esta estiver aberta). Ao travar a picape, fica ativo o alarme perimétrico (que dispara somente com a abertura de portas), mas a tampa da caçamba ainda pode ser aberta: para travá-la, é necessário girar a parte metálica da chave na fechadura. Caso alguma janela ou o teto solar fiquem abertos, eles continuarão assim se as portas forem travadas. Se a ignição estiver ligada e a chave for retirada do veículo, bipes soarão do lado de fora para alertar sobre este fato.

À frente da alavanca de câmbio, o seletor de modos de condução (D-Mode) dispõe de quatro opções: Tow, Sport, Standard e Off-Road. Com o seletor de tração no modo 2WD (apenas nas rodas traseiras), não é possível utilizar o modo Off-Road. Com tração nas quatro rodas (4WD), os quatro estilos de condução podem ser ativados. Já com tração reduzida (4WD Low), fica desativado o modo Sport.

O modo Standard é selecionado automaticamente toda vez que a ignição é ligada e é recomendado para uma condução mais convencional. O modo Sport ajusta os parâmetros do motor e do câmbio para oferecer respostas mais rápidas, ao custo de uma elevação no consumo de combustível. O modo Tow é recomendado quando for necessário tracionar um reboque ou cargas pesadas, e também altera as características de operação do motor e da transmissão. Por fim, o modo Off-Road é recomendado para condições fora-de-estrada, como em trilhas, atoleiros e superfícies de areia. O quadro de instrumentos mostra em que modo de direção a picape está.

O motor 2.3 de quatro cilindros em linha e 16 válvulas conta com sistema redutor catalítico (SCR) com ARLA 32/AdBlue (que é uma solução composta de 32,5% de uréia e água desmineralizada), cujo reservatório é acessado por uma tampa que fica ao lado do bocal do combustível. Segundo a Nissan, o consumo de ARLA 32 é de aproximadamente 100 mL a cada 100 quilômetros, podendo chegar a até 500 mL/100 km em caso de uso severo. Vale dizer que, sem ARLA 32 no reservatório, o motor pode chegar ao nível de não conseguir dar a partida. Diferentemente de outras picapes, o nível exato do ARLA 32 não é exibido no quadro de instrumentos: só há a indicação de nível "Ok" ou baixo.

Com 2298 cm³, quatro cilindros e 16 válvulas, este motor Biturbo é movido a diesel S10 ou S50 e tem rendimento de 190 cavalos a 3750 rpm e torque de 45,9 kgfm na faixa de 1500 a 2500 rpm. Já o câmbio é automático de 7 marchas, com conversor de torque e opção de trocas sequenciais através de um trilho na alavanca à esquerda da posição Drive. A bateria é de 70 Ampères.

A picape possui capacidade de rebocar até 2750 quilos nesta versão (caso haja freio no trailer) e dispõe do assistente de oscilação do reboque, que detecta a oscilação do trailer por meio do monitoramento do balanço do veículo, reduzindo a oscilação do reboque pela ativação do freio, para mitigar o balanço excessivo da carroceria.

A caçamba possui quatro ganchos com argola móvel na região do assoalho, que podem ser usados para amarrar cargas de até 400 kg cada um, e traz uma tomada de 12 Volts/120 Watts/20 Ampères com tampa retrátil na lateral esquerda. O comprimento do compartimento é de 1,51 metro, enquanto a largura máxima é de 1,56 metro e a altura é de 47,3 cm. A capacidade volumétrica da caçamba é de 1054 litros. A tampa possui alívio de peso, o que permite sua abertura e fechamento utilizando apenas uma mão, mas não há amortecimento ao deixa-la despencar. Um foco de iluminação para a caçamba também seria bem-vindo. O estepe utiliza roda de 18 polegadas e pneu 255/60 All Season - idêntico aos demais que estão no chão.

O conjunto de suspensão foi mantido: à frente está o esquema independente double-wishbone com barra estabilizadora, enquanto atrás o eixo rígido é complementado pelos braços (five-link) com molas helicoidais, em um esquema único no segmento (muitas rivais permanecem utilizando os feixes de mola na traseira). O chassi é do tipo "Duplo-C".

O tanque de combustível tem a capacidade de 73 litros, enquanto o tanque de ARLA 32 possui a capacidade de 18,4 litros. A portinhola é travada ou destravada juntamente com as portas. Com as portas destrancadas, basta empurrar a portinhola por sua extremidade traseira para abri-la.

A picape da Nissan dispõe de freios a disco ventilados nas quatro rodas, além de antitravamento (ABS) e com controle eletrônico de distribuição de força (EBD) e assistência em caso de frenagem de pânico (Brake Assist). Outro detalhe é que há um alarme sonoro que avisa sobre o desgaste das pastilhas de freio.

A lista de itens de segurança inclui seis airbags (frontais, laterais dianteiros e de cortina), ancoragens Isofix I-Size e Top Tether no banco traseiro para fixação de cadeirinhas infantis, além de alerta visual e sonoro do não uso dos cintos de segurança nos bancos dianteiros e traseiros (que entra em ação com a picape em velocidades acima de 15 km/h), alerta de colisão frontal avançado (capaz de monitorar dois veículos à frente, minimizando o risco de engavetamentos), frenagem automática de emergência, alerta de saída involuntária da faixa de rodagem com assistência de permanência na pista, alerta de atenção do motorista (recomenda uma pausa para um descanso), alerta de veículos em pontos cegos com acionamento dos freios em caso de risco de colisão, alerta de tráfego cruzado traseiro (que funciona nas manobras de ré), controles de tração e estabilidade, trava de direção (acionada com a ignição desligada), assistente de partida em ladeiras (que mantém os freios acionados por cerca de dois segundos, tempo suficiente para retirar o pé do freio e acelerar sem recuar) e a comutação automática dos faróis altos, que funciona a partir de 30 km/h e evita o ofuscamento da visão de quem transita no sentido contrário. Um botão está presente na parte esquerda do painel para que o motorista possa ativar os assistentes e alertas.

Produzida em Santa Isabel, na Argentina, a Frontier Platinum tem preço de tabela de R$ 312.590 e está disponível em cinco alternativas de cores para a carroceria: Prata Classic, Cinza Grafite, Preto Premium, Branco Aspen e Azul Cayman (a cor do exemplar avaliado). Atualmente, qualquer tonalidade pode ser livremente escolhida sem custo adicional.

A Nissan Frontier possui assistência técnica 24 horas por 6 anos a partir da data de entrega do veículo, disponível nos territórios do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. Veja o custo das revisões até os 60 mil quilômetros da Frontier, que podem ser parcelados em 3 vezes:

1ª Revisão (12 meses ou 10.000 quilômetros rodados): R$ 1.125,00
2ª Revisão (24 meses ou 20.000 quilômetros rodados): R$ 2.307,00
3ª Revisão (36 meses ou 30.000 quilômetros rodados): R$ 1.125,00
4ª Revisão (48 meses ou 40.000 quilômetros rodados): R$ 2.307,00
5ª Revisão (60 meses ou 50.000 quilômetros rodados): R$ 1.125,00
6ª Revisão (72 meses ou 60.000 quilômetros rodados): R$ 2.307,00

Impressões ao dirigir

A Frontier Platinum que dirigimos agora acumulava mais de 21 mil quilômetros rodados em seu hodômetro, bem mais do que os cerca de 6,3 mil km da PRO-4X que avaliamos em julho de 2022. Trata-se do veículo mais rodado entre todos os avaliados pelo Auto REALIDADE até agora. De toda forma, o estado de conservação da picape que dirigimos estava equivalente ao de outros automóveis que já recebemos para a convivência por uma semana.

Ao assumir o volante, além da natural posição de condução elevada, é possível notar que, nas manobras de estacionamento, a assistência hidráulica da direção tem mais peso em baixas velocidades e exige mais movimentos dos braços em comparação com outras picapes que já aderiram à direção elétrica ou até mesmo na comparação com outras utilitárias com direção hidráulica. Além disso, em curvas é preciso esterçar mais para que a Frontier aponte para o sentido desejado. Mas é possível se adaptar a esta característica com o convívio diário, e esta assistência permite exercer um melhor controle da picape no uso fora-de-estrada, evitando sustos e perda de controle. O diâmetro de giro da Frontier, de 12,4 metros, é idêntico ao da Hilux e melhor que o da S10, da Amarok e da Titano.

A quantidade de voltas de batente a batente (3,4) é razoavelmente grande para os veículos dos tempos atuais. O volante possui boa empunhadura e sua textura evita o escorregamento acidental das mãos. Já o apoio para o pé esquerdo tem boas dimensões e traz uma área emborrachada que minimiza que a sujeira infiltre diretamente no carpete.

A visibilidade transmitida pela Frontier é ampla, graças aos retrovisores externos verticalmente amplos e ajudado pelo espelho interno bem-dimensionado e com lente anti-ofuscante. Outro fator que contribui é o fato do apoio de cabeça central do banco traseiro poder ficar praticamente da altura do encosto para as costas quando não está em uso, o que amplia a visão para trás. Apesar dos encostos laterais serem elevados, em último caso eles podem ser removidos. E, na dúvida, quando o campo de visão "natural" não der conta, o conjunto de câmeras de visão em 360 graus é verdadeiramente útil nos espaços mais apertados, permitindo verificar se ainda há espaço para as manobras e estimulando o motorista a estacionar da forma mais alinhada possível com as faixas e veículos no entorno. Apesar da definição das câmeras ser baixa, mesmo à noite e sob chuva o sistema dá o seu auxílio. Esta visão compensa, em parte, a ausência dos sensores de estacionamento dianteiros - item que deveria estar presente ao menos nas versões topo-de-linha. 

Durante o teste, as palhetas e esguichos dianteiros funcionaram apropriadamente, mas os limpadores emitiam um barulho leve quando trabalhavam em velocidades mais altas. É possível ver parte dos braços das palhetas quando elas estão em repouso, mesmo considerando o fato de que elas ficam em uma área não-transparente do para-brisa. O sensor de chuva atuou de forma satisfatória, assim como o desembaçador traseiro, que ajudou a manter a visibilidade para trás mesmo sob chuva forte.

Para entrar na cabine com mais facilidade, estribos laterais e alças fixas para os passageiros estão presentes - porém não para o condutor. O motorista consegue encontrar um bom posicionamento de condução com os ajustes de altura da coluna de direção, do cinto de segurança e do assento, inclusive com ajustes lombares em duas direções, para "abraçar" a parte inferior das costas. Ainda que não haja a regulagem de profundidade da coluna de direção, esta fica em uma posição naturalmente avançada. O formato do banco faz com que o motorista praticamente não sinta necessidade de "ajeitar" a posição do corpo mesmo depois de algumas horas de viagem. A alavanca de freio de mão é fácil de ser operada. Os pedais, porém, possuem angulação parecida entre si.

O conjunto de suspensão faz com que a Frontier atravesse lamaçais, lombadas e pedregulhos com facilidade, graças à altura em relação ao solo de 24,7 centímetros. Para o segmento, há um bom compromisso entre filtragem das imperfeições do piso e rigidez para manter a estabilidade da carroceria nas curvas. Os solavancos do piso são sentidos, porém de forma amaciada, filtrados também pelos pneus de perfil alto. Como é comum entre picapes feitas sobre chassi e com eixo rígido atrás, sentem-se algumas leves quicadas, mas a Frontier possui comportamento bem neutro, mesmo quando conduzida apenas com tração traseira.

À noite, o alcance do facho baixo dos faróis é bem satisfatório e a iluminação de LED permite melhor visualização do entorno. A iluminação interna também é confortável aos olhos, com botões alaranjados, instrumentos em branco e telas azuis, mas a variação do brilho dos itens analógicos alterna entre um nível muito claro e vários outros escuros (que não possuem tanta diferenciação entre si). Os faróis de neblina colaboram para ter mais luminosidade no chão imediatamente à frente do veículo. Já a comutação automática dos faróis ajuda a não ofuscar a visão de quem trafega em sentido contrário e entende bem a presença de luzes de poste ou de outros veículos para alternar o facho.

O curso do acelerador é um pouco mais longo do que o habitual dos veículos de passeio, mas o motor entrega todo o seu torque já a partir de 1500 rpm, pouco acima do regime de giros em marcha-lenta (que oscila em aproximadamente 750 rpm), garantindo respostas rápidas em situações como subidas e em ultrapassagens nas estradas. O ar-condicionado possui boa eficiência e os ocupantes traseiros possuem saídas de ar tanto no final do console quanto na região dos pés.

Mesmo sendo movida a diesel, a Frontier traz um nível de vibrações bastante atenuado, similar ao de um veículo a gasolina, até mesmo quando o motor está na fase fria de funcionamento e com a picape parada. Quando é feita a partida, sente-se um leve sacolejo rapidamente. O nível de ruído na cabine, com as janelas fechadas, também é razoavelmente contido para um veículo a diesel, graças a fatores como a manta de isolamento acústico no capô e às vedações da carroceria. Em velocidades de estrada, o barulho de vento ouvido do lado de dentro é mínimo, mesmo com a caçamba sem a capota marítima. Para se ter uma ideia, a 100 km/h constantes, o motor está trabalhando a cerca de 1750 rotações por minuto.

A operação do câmbio automático de sete marchas da Frontier pode ser considerada suave para o segmento de picapes médias. Partindo com a picape em Drive a partir da imobilidade, sem acelerar, o seu avanço é bem previsível, e a velocidade oscila entre 7 e 8 km/h. As trocas de marcha são razoavelmente perceptíveis em alguns momentos, como é esperado para uma transmissão com conversor de torque. No modo sequencial, soa um bipe em caso de mudança inadequada (exemplo: tentar o engate da quinta marcha a 50 km/h), mas não há ícones de sugestão de troca de marcha.

O modo manual de trocas leva a sério a vontade do motorista, e a transmissão mantém a marcha engatada até mesmo se o ponteiro do conta-giros entrar na faixa vermelha de rotações do motor, mas, nas desacelerações, automaticamente são feitas as reduções de marcha. Aliás, somente no modo sequencial é possível ver em tela qual é especificamente a marcha engatada (exemplo: 1M, 2M, 3M...). Curiosamente, é possível desligar o motor com a transmissão fora da posição Parking, muito embora um alerta sonoro seja instantaneamente disparado e um aviso nos instrumentos apareça para lembrar o motorista de levar a alavanca até a posição P. A partida pode ser feita com o câmbio em P ou N. Tanto a sexta quanto a sétima marcha da Frontier possuem relações mais longas (overdrive, inferiores a 1:1), para reduzir o consumo de combustível e o nível de ruído em velocidades de estrada.

A título de curiosidade, nós monitoramos as velocidades mínimas que são permitidas para o engate sequencial de marcha. Confira abaixo (os valores são aproximados e podem sofrer variações conforme o tipo de terreno, a carga no veículo e a pressão sobre o acelerador):

1ª marcha: desde 0 km/h
2ª marcha: 14 km/h
3ª marcha: 26 km/h
4ª marcha: 42 km/h
5ª marcha: 56 km/h
6ª marcha: 69 km/h
7ª marcha: 91 km/h

Em relação à atuação dos modos de transmissão, é possível notar que o Sport eleva os regimes de rotação do motor em um patamar maior do que o Tow, pois o Sport privilegia a entrega de potência, e o Tow dá preferência para o torque. No modo Standard, a Frontier muda de 1ª para 2ª marcha e de 2ª para 3ª marcha ao redor (ou um pouco abaixo) de 1750 rpm. Já no modo Tow, o ponteiro marca um pouco mais de 1750 rpm nestas duas trocas, e o estilo Sport faz estas mesmas mudanças acima de 2000 rpm.

Os assistentes eletrônicos, como o monitoramento de pontos cegos (que não apenas acende luzes nas lentes dos retrovisores, como também emite um alerta sonoro e visual caso o motorista acione a seta quando um veículo está no entorno lateral traseiro, numa área aproximada de 3 metros x 3 metros), atuaram bem em todas as condições, funcionando a partir de 32 km/h.

Em complemento ao alerta de veículos em pontos cegos, também há o sistema de intervenção do monitor de pontos cegos (que funciona a partir de 60 km/h, acionando os freios automaticamente para evitar que a Frontier invada a pista onde trafega outro veículo) e o alerta de tráfego cruzado traseiro, que funciona especificamente nas manobras de ré, abaixo de 8 km/h. O recurso acende as mesmas luzes nos espelhos externos caso estejam passando veículos na parte traseira, em direção perpendicular num raio de até 20 metros (portanto, detecta veículos a uma distância bem maior do que os sensores de ré convencionais).

Em relação ao alerta de saída da faixa de rodagem, a picape avisou de forma visual e sonora sobre a invasão da pista em todas as vezes que o sistema esteve ativo e, na prática, operou até um pouco abaixo da velocidade de 70 km/h informada pela montadora. Este sistema de permanência na faixa de rodagem não intervém diretamente na direção do veículo, como é comum na extensa maioria dos modelos com este assistente. O que ocorre, na verdade, é uma aplicação automática dos freios por um curto período de tempo, para que a velocidade diminua um pouco e o motorista consiga ter uma maior margem de correção da trajetória do veículo, muito embora esta intervenção seja sutil até demais.

O controlador de velocidade de cruzeiro nos chamou a atenção por ter atuação em ritmo mais lento do que o da imensa maioria dos automóveis que passaram recentemente pelas mãos do Auto REALIDADE. Exemplo: se você estiver a 50 km/h e quiser programar o cruise-control para 60 km/h, o sistema aumenta a velocidade tão lentamente que primeiro só permite que você selecione até cerca de 58 km/h, para que a picape alcance primeiro os 58 km/h, cabendo a você ter a paciência para, depois, apertar novamente o botão para aumentar o passo até os 60 km/h. A desaceleração de velocidade através do comando no volante também ocorre de forma lenta.

Curiosamente, a faixa de operação do controlador de velocidade de cruzeiro é diferente da do limitador de velocidade: é possível utilizar o piloto automático entre 40 e 144 km/h, enquanto o limitador de velocidade está disponível entre 30 e (teoricamente) 200 km/h. Testamos o limitador e de fato só foi possível exceder a velocidade programada ao pisar até o fim de curso do acelerador, na posição kick-down (situação que o veículo entende que é excepcional).

Destaque também para o alerta de colisão frontal acompanhado da frenagem autônoma de emergência. Ambos operam a partir de cerca de 5 km/h. O monitoramento frontal é capaz de detectar até dois veículos à frente (desde que sejam razoavelmente largos: motos não são reconhecidas), minimizando as chances de ocorrerem engavetamentos. Caso algum dos automóveis à frente esteja em velocidade reduzida e distância curta, a Frontier alerta de forma visual e sonoro indicando a possível iminência de colisão. Se o condutor não reagir adequadamente, a picape se encarrega de frear automaticamente, podendo evitar ou mitigar uma colisão, a depender do caso. Esta frenagem emergencial ocorre a no máximo 80 km/h.

Precavido, o sistema alerta o condutor com uma margem um pouco maior do que automóveis menores, afinal, a Frontier é um veículo mais pesado e de maiores dimensões. A despeito de suas características físicas, a picape da Nissan conta com modulação previsível do pedal do freio, que evita o acionamento brusco mesmo ao pisar forte, e os discos ventilados e pastilhas das quatro rodas permitem com que a picape freie com eficiência em todas as condições. O controlador de velocidade em descidas atuou de forma satisfatória. Em nosso teste prático, feito sobre uma ladeira com inclinação máxima de 11%, a Frontier manteve automaticamente a velocidade entre 8 e 9 km/h enquanto o sistema esteve ativo.

O torque está disponível integralmente entre 1500 e 2500 rpm - uma faixa de rotação alcançada desde baixas velocidades. Ao acelerar totalmente no modo Standard, o ponteiro do conta-giros chega a invadir a faixa vermelha, e as trocas são feitas a cerca de 4500 rpm. Em geral, os números de desempenho da versão Platinum foram ligeiramente melhores que na versão PRO-4X. Confira agora os resultados dos nossos testes de desempenho com a Frontier Platinum realizados em pista sem tráfego, com uma pessoa a bordo, ar-condicionado desligado, diesel no tanque, controles eletrônicos ativados, câmbio em Drive e cronometragem automática pelo app GPS Acceleration: 

Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,1 segundos
Retomada de 40 a 80 km/h: 6,1 segundos
Retomada de 60 a 100 km/h: 7,2 segundos
Retomada de 80 a 120 km/h: 8,3 segundos

Condições do teste
Temperatura externa: 34° C
Altitude (estimada): 61 metros
Nível de combustível do veículo (estimado): 1/4 tanque
Pressão dos pneus: 34 psi (todos os pneus)
Quilometragem do veículo durante os testes: 21 771 km

Em contrapartida, no quesito do consumo de combustível, conosco a Frontier Platinum chegou a uma média pouco abaixo do dado do Inmetro com rodagem em percurso urbano (de 9,1 km/l) e menor que os 9,5 km/l alcançados pela versão PRO-4X (porém a velocidade média que alcançamos com esta alternativa aventureira foi maior, de 22 km/h). O indicador de autonomia deixa de registrar estimativa quando é possível rodar cerca de 65 quilômetros ou menos. Para rodar os 749,6 quilômetros, a picape demandou um tanque cheio de combustível e dois abastecimentos, um de 20 litros e outro de pouco mais de 10 litros, chegando ao fim do teste na reserva (sem estimativa de autonomia). Confira os resultados (obtidos com diesel S-10, uso constante do ar-condicionado e maior parte do tempo rodando na cidade com tração 2WD e no modo de condução Standard):

Primeiro tanque

Consumo de combustível: 8,3 km/l
Distância percorrida: 433,4 km
Velocidade média (estimada): 19 km/h

Acumulado após o primeiro reabastecimento - 20 litros

Consumo de combustível: 8,5 km/l
Distância percorrida: 635,8 km
Velocidade média (estimada): 19 km/h

Acumulado após o segundo reabastecimento - 10,185 litros

Consumo de combustível: 8,5 km/l
Distância percorrida: 749,6 km
Velocidade média (estimada): 19 km/h

Boletim comentado da Nissan Frontier Platinum

Design = 9,5

Dois anos depois das mudanças de estilo promovidas na Frontier, a picape da Nissan continua a entregar um visual interessante diante de suas rivais. A carroceria é robusta, com grade dianteira ampla, faróis e lanternas com detalhes marcantes, capô "bombado", para-choques encorpados e caçamba volumosa. A versão Platinum se destaca por trazer os cromados tão valorizados entre as versões topo-de-linha das picapes, que estão presentes na grade dianteira, nos frisos das janelas e nas maçanetas externas. Eles se somam aos detalhes prateados nas barras de teto, estribos e molduras do para-choque dianteiro; além disso, esta é atualmente a única opção da gama da Frontier a trazer as rodas de 18 polegadas, com design refinado e tamanho que harmoniza melhor com as grandes dimensões da carroceria. Enquanto a PRO-4X possui três alternativas de tonalidades externas, todas monocromáticas, a Platinum oferece cinco opções de cores para a carroceria, incluindo este agradável Azul Cayman.

Espaço interno = 9,25

Tanto na frente quanto atrás, a acomodação dos ocupantes da Frontier é boa. Na frente, os bancos apoiam muito bem o corpo e há amplitude de espaço para cabeça e pernas. Atrás, o piso é nitidamente mais elevado, mas a intrusão do túnel central é mínima, permitindo posicionar melhor as pernas. No banco traseiro, quem vai ao centro conviverá com um assento um pouco mais alto e o encosto para costas mais vertical, ao passo em que, nas outras posições, até quem possui 1,90 metro de altura conseguirá viajar numa boa. Além disso, a profusão de porta-objetos pela cabine permite guardar vários trecos nos forros de porta e console, existindo nichos específicos para óculos (no console de teto) e para garrafas e copos de 500 mL, que são bem acomodados nas portas dianteiras e traseiras - e também nos porta-copos do painel e do console. Raso e liso, o porta-objetos à frente da alavanca de câmbio poderia ser redesenhado para acomodar melhor um celular; além disso, os outros locais do console também não comportam o telefone adequadamente. O volume da caçamba está em um patamar intermediário de volume no segmento, superando Hilux e L200, porém ficando atrás de S10, Titano, Amarok e Ranger.

Conforto = 8,75

O comportamento ao rodar da Frontier PRO-4X tem compromisso com a comodidade dos ocupantes: os chacoalhados e solavancos são sentidos de forma atenuada. A picape também dispõe de um bom isolamento acústico da cabine, e também chama a atenção positivamente o nível de vibrações muito contido: nem parece que ela é movida a diesel. A direção hidráulica vai exigir mais esforço nas manobras de baixa velocidade do que em outras rivais, mas ajuda a manter o controle no uso fora-de-estrada ou até mesmo ao passar por valetas. Em termos de ergonomia, os comandos mais utilizados estão bem à mão, ainda que alguns botões do lado esquerdo do painel fiquem fora do campo de visão imediato do motorista. O ar-condicionado eficiente conserva um clima agradável a bordo. 

Acabamento = 8,5

A Frontier possui acabamento dentro da média do segmento. Nesta versão, a picape traz couro nos bancos, volante, empunhadura do freio de mão, apoios de braço, laterais das portas (dianteiras e traseiras) e alavanca de câmbio, além de costuras aparentes em certas regiões. O carpete está no porta-óculos, no assoalho e nos para-sóis. O plástico rígido predomina na cabine, principalmente no painel, mas existem variações de pinturas/texturas e as peças são bem modeladas. É possível notar, também, que houve atenção com as forrações do cofre do motor e também no vão entre a cabine e a caçamba. Bem que os porta-objetos do console poderiam ter fundo revestido, evitando os batuques sobre os plásticos - que são muito comuns de se manifestarem nos pisos irregulares. Com mais de 21 mil quilômetros rodados, o exemplar avaliado não apresentou barulhos de acabamento.

Equipamentos = 9,25

Como é de se esperar de uma picape média topo-de-linha, a Frontier Platinum traz uma longa lista de equipamentos. Teto solar elétrico, ar-condicionado automático digital de duas zonas e saídas traseiras, chave presencial com partida do motor por botão, câmeras de visão em 360 graus, banco do motorista ajustável eletricamente, sensores de ré, apoios de braço (dianteiro e traseiro), retrovisor interno anti-ofuscante e 4 entradas USB estão entre os itens de destaque. Porém, se sente a falta dos sensores de estacionamento dianteiros, iluminação do porta-luvas, acionamento de todos os vidros elétricos por um toque e fechamento automático das janelas ao travar as portas. A nota diminuiu em relação à nossa avaliação da versão PRO-4X, feita em 2022, porque neste meio-tempo as rivais avançaram nos seus pacotes de itens de fábrica. As versões mais completas de Ford Ranger, Toyota Hilux e Fiat Titano dispõem de alguns itens de série adicionais que poderiam estar presentes também na picape da Nissan.

Instrumentos, Multimídia & Sistema de Som = 8,75

O quadro de instrumentos da picape da Nissan agrada por ser de fácil leitura, e a tela de 7 polegadas para exibição de informações pode até não ser tão vistosa quanto os monitores totalmente digitais, mas é maior do que em parte de suas rivais. Ela exibe velocímetro digital, informações de som, registros de distância percorrida, gráficos dos assistentes de condução, consumo instantâneo de combustível, portas abertas e configurações do veículo, entre outros itens. Seria bem-vinda uma maior integração entre as informações do computador de bordo, pois a velocidade média aparece em um menu separado da distância percorrida, que por sua vez não aparece junto do consumo médio. Também seria interessante a exibição de mais de um registro de consumo médio, para melhor monitoramento dos gastos.

O sistema multimídia da Frontier é fundamentalmente o mesmo desde o final de 2018. Ainda tem suas qualidades, como a visão das câmeras em 360 graus, extremamente útil para conferir o que se passa ao redor da carroceria, junto com o detector de objetos em movimento. Outro ponto positivo é a presença simultânea de entradas USB do tipo A e C, acompanhadas da tomada 12 Volts e da entrada auxiliar. Mas faltam alguns recursos aos quais nos acostumamos em veículos mais modernos, como espelhamento sem fio dos aplicativos de celular e carregador de smartphone por indução. A interface desta central é comum aos outros modelos da Nissan e tem aparência datada.

Por fim, o sistema de som conta com 6 alto-falantes (dois no painel e um em cada porta). A reprodução de áudio é agradável e pode ser ajustada para maior definição, mas no exemplar avaliado, os graves geravam rangidos em volume mais alto.

Desempenho = 8,75

Mesmo não apresentando números exuberantes de potência e torque dentro de sua categoria, a Frontier conta com disposição satisfatória para o cotidiano: seu torque disponível desde baixas rotações do motor garante boas acelerações, retomadas e subidas nas ladeiras. A força do motor 2.3 Biturbo Diesel é bem gerida pelo câmbio automático de 7 marchas que, mesmo no modo Standard, mantém relações que privilegiam respostas rápidas. A versão Platinum chegou a ser 2 décimos de segundo mais ágil que a PRO-4X na nossa prova de aceleração de 0 a 100 km/h, em parte auxiliada pelo peso da carroceria 13 quilos menor.

Dirigibilidade = 9,0

A Frontier é mais fácil de dirigir do que aparenta em um primeiro momento: ainda que seja comprida e alta, ela não é tão larga assim. As respostas da direção hidráulica não são tão diretas, mas esta é uma característica comum no segmento de picapes médias feitas sobre chassi que possuem esta assistência. Mesmo rodando com tração traseira, o comportamento em condições normais de uso tende à neutralidade, a menos que seja muito provocada. Apesar do centro de gravidade da carroceria ser naturalmente alto, a Frontier é estável nas curvas, ajudada pelas rodas maiores desta versão Platinum e pelo conjunto de suspensão na traseira que utiliza molas helicoidais, no lugar dos feixes de mola, e braços que complementam o eixo rígido.

Segurança = 9,25

A Nissan Frontier Platinum possui 6 airbags (frontais, laterais dianteiros e de cortina), alerta do não-uso do cinto em todas as posições, frenagem autônoma de emergência, alerta de colisão frontal, aviso de saída de faixa involuntária, monitoramento de veículos em pontos cegos, detector de objetos em movimento e comutação automática do facho dos faróis. É um pacote de itens mais avançado do que o das versões mais completas de S10, Amarok e Titano. Porém, rivais como Ranger e Hilux oferecem nas opções topo-de-linha o controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, capaz de manter uma distância segura do veículo à frente, e a Ford possui assistente de permanência e até centralização na faixa que efetivamente corrige o volante, ao invés de apenas frear algumas das rodas - como é o caso da Frontier. Os freios a disco da picape possuem atuação previsível e, mesmo quando submetidos a grande pressão no pedal, reduzem a velocidade de forma equilibrada.

Consumo de combustível = 8,0

Apesar do valor do litro do diesel ainda estar mais caro na comparação com a gasolina comum em várias partes do Brasil, o segmento das picapes médias construídas sobre chassi ainda é majoritariamente composto em nosso País por utilitárias movidas a óleo diesel. A Frontier Platinum registrou conosco uma média de 8,5 km/l na cidade ao longo de nossa semana de convivência. É um consumo aceitável dentro do segmento, porém obtivemos um resultado final de 1 quilômetro por litro a menos do que com a versão PRO-4X avaliada em 2022. Com isso, a nota neste quesito foi ligeiramente reduzida. O tanque de combustível é um pouco menor do que em algumas de suas rivais.

Relação custo-benefício = 9,5

A Nissan Frontier continua a ser um produto interessante no segmento de picapes médias, sendo uma alternativa equilibrada em variados aspectos. A versão Platinum entrega visual atraente, ampla lista de equipamentos e dirigibilidade satisfatória, além de oferecer boas capacidades de reboque e de carga. A marca vem se destacando no Brasil pelos seus serviços de pós-venda e os 6 anos de garantia de fábrica, que também se estendem aos serviços de assistência 24 horas, representam mais tranquilidade para quem utiliza esta picape em diversas regiões. Em 2024, houve uma redução nos valores de tabela de todas as versões, e as concessionárias em todo o Brasil estão praticando valores significativamente inferiores - o que também vem acontecendo com outras picapes médias, diga-se. Por tudo isso, a Nissan Frontier se revela uma alternativa com relação custo-benefício mais vantajosa do que na época de seu lançamento, o que levou ao aumento da nota neste quesito na comparação com a avaliação feita há dois anos.

Nota Final = 8,9

As notas são atribuídas considerando a categoria do automóvel analisado, os atributos oferecidos pelos concorrentes (diretos ou por aproximação), além das expectativas entre o que o modelo promete e o que, de fato, oferece. Um mesmo carro avaliado duas vezes pode ter sua nota diminuída em uma avaliação posterior, caso não evolua para os níveis de exigência que se aprimoram continuamente no mercado automotivo. Frações de pontuação adotadas: x,0, x,25, x,5, x,75. Em caso de notas com valores fracionados na casa dos centésimos, os décimos da nota do resultado final são arredondados para cima. Critérios - Design = analisado o aspecto estético do automóvel, considerando-se as linhas e formas do veículo, bem como as proporções entre tamanho de rodas e o restante da carroceria, a presença de itens de estilo diferenciados, entre outros detalhes. Espaço interno = julgada a amplitude do espaço para passageiros (dianteiros e traseiros, de acordo com a capacidade declarada do carro), locais para acomodar objetos e bagagem. Conforto = considera o nível de comodidade transmitida pelo conjunto de suspensão e pela operação de transmissão, pedais, alavancas e outros mecanismos, bem como o nível de ruído e de vibrações dentro do automóvel, a posição de dirigir, a ergonomia interna e outras amenidades adicionais. Acabamento = analisada a atenção aos detalhes internos do veículo (encaixes de peças, qualidade dos materiais empregados e padronagens dos revestimentos). Equipamentos = analisam-se itens de série e opcionais disponíveis no automóvel avaliado. Aqui são considerados os equipamentos de conveniência. Instrumentos, Multimídia & Sistema de som = na análise do quadro de instrumentos, são julgados a facilidade de leitura e a disponibilidade de informações. O sistema multimídia do veículo é avaliado de acordo com os recursos disponíveis (espelhamento de tela de celulares, entradas para dispositivos, facilidade de operação do aparelho, visualização de câmeras, etc). Caso o veículo avaliado não possua um sistema multimídia mas disponha de rádio, este aparelho será analisado sob os mesmos critérios. Se o automóvel não dispuser de sistema de áudio, iremos considerar a presença de pré-disposição para som (fiação, antena e falantes). Desempenho = julgadas a aceleração do veículo, as retomadas de velocidade e a entrega de torque e de potência pelo automóvel. Dirigibilidade = são analisados o comportamento em curvas, a manobrabilidade do veículo (incluindo diâmetro de giro e número de voltas de batente a batente do volante) e o funcionamento da transmissão. Segurança = levam-se em conta a visibilidade pelos retrovisores e pela carroceria, a iluminação do veículo, os itens de proteção ativa e passiva, o desempenho nas frenagens (assim como a modulação do pedal do freio) e a presença e facilidade de operação dos assistentes de condução. Consumo de energia/combustível = energia/combustível gasto durante a avaliação e autonomia. Custo-benefício = avaliada a relação de vantagem entre o preço pago e o que o carro entrega.

Para mais detalhes sobre todos os critérios das avaliações do Auto REALIDADEclique aqui.

Vem conferir a Galeria de Fotos da Nissan Frontier Platinum!




































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































Comentários