Ford Bronco Sport Wildtrak: andamos no SUV médio, agora com 253 cavalos

Texto e Fotos | Júlio Max, de Teresina - Piauí

Lançado no Brasil em 2021, o Ford Bronco Sport foi um dos modelos que ajudou a consolidar o atual posicionamento de mercado da marca do oval azul no País depois do encerramento da produção de veículos em território nacional. Este utilitário esportivo passou por algumas modificações desde então. A principal delas ocorreu logo após a estreia da picape Maverick em território brasileiro: em maio de 2022, a potência do motor subiu de 240 para 253 cavalos e o torque passou de 38,0 para 38,7 kgfm; além da nova calibração do motor, houve alteração do comando de válvulas e do módulo eletrônico da bomba de combustível. E a paleta de cores para a carroceria passou a dispor de novas opções nos anos de 2022 e 2023. Com tração nas quatro rodas e diversos itens pensados para quem viaja por terrenos sem asfalto e faz questão de estar em contato com a natureza, o Bronco Sport já foi tema de matéria no Auto REALIDADE na época de seu lançamento; agora, dirigimos o SUV atualizado por mais de 170 quilômetros e contamos ainda mais detalhes sobre ele!

O nome Bronco se refere a um cavalo selvagem ou não treinado que se comporta de maneira imprevisível, geralmente dando coices ou empinando. Isso explica a estilização do emblema que foi aplicado ao volante, centros de roda e outros detalhes do SUV. O nome Bronco batizou um utilitário derivado da linhagem de picapes F-Series que começou a ser fabricado em 1965 (já como modelo 1966), teve cinco gerações e durou até 1996. Atualmente, são três os modelos da linhagem Bronco: o modelo duas-portas (rival do Jeep Wrangler de duas portas), o modelo quatro-portas (que briga com o Jeep Wrangler Unlimited) e o Bronco Sport, que também possui preparações para o uso fora-de-estrada, mas tem dimensões próximas dos SUVs médios. Curioso notar que, mesmo depois de quase três anos de seu lançamento, este modelo continuou a chamar atenção pelas ruas durante nosso test-drive.

A carroceria traz formas predominantemente quadradas e robustas, e o nome Bronco é estampado na cor branca e em grandes dimensões na grade frontal, que traz a cor cinza-fosco e possui uma câmera frontal de 180 graus com lavador (ativado junto com o esguicho do para-brisa), que fornece imagens à frente do veículo, o que ajuda a evitar buracos, animais e desníveis. Ela é ligada automaticamente nos modos de direção Areia, Lama e Rocha, em velocidades até 25 km/h. Os faróis Full LED possuem projetores para os fachos baixo/alto e luzes de posição com aros redondos (acompanhados de barras horizontais) que lembram o estilo dos faróis do Bronco de 1965. Já o capô conta com vincos fortes nas laterais. A parte inferior do para-choque dianteiro também possui o tom cinza-fosco e traz abertura de ar inferior, ganchos para reboque e luzes de neblina de LED posicionadas nas laterais, envoltas por molduras plásticas de proteção. As laterais trazem refletores na cor âmbar que acendem luzes de posição.

Independente da cor escolhida para a carroceria, o teto e as colunas externas sempre possuem a tonalidade preta no Bronco Sport. As rodas de 17 polegadas são pintadas na cor grafite e calçadas com pneus 225/65 Pirelli Scorpion ATR de uso misto, que devem ser calibrados com 33 psi. Os para-lamas dispõem de pequenas molduras que imitam saídas de ar e as portas dianteiras trazem adesivos "Wildtrak". Todas as caixas de roda são acarpetadas por dentro. As capas dos retrovisores possuem tonalidade fosca e contam com luzes de seta de LED nas laterais. Já as maçanetas são pintadas na cor da carroceria; nas peças dianteiras, existem pequenas ranhuras que, quando tocadas, permitem travar e destravar o veículo caso a chave presencial esteja no entorno. O teto é mais elevado na parte traseira da carroceria, em um estilo denominado pela Ford de "safári", pois o banco traseiro está em posição mais elevada (como em veículos utilizados para observação da natureza em expedições), e abriga barras longitudinais (que podem ser usadas para a instalação de racks transversais para levar cargas de até 45 quilos) e antena convencional.

Na parte traseira, as lanternas estão dispostas na vertical e não chegam a invadir a tampa traseira; a identificação "Bronco Sport" fica sobre a área em baixo-relevo. Luzes de seta, freio e ré são halógenas, mas as demais iluminações externas são de LED. Na parte superior fica o brake-light. É possível abrir o vidro de forma independente da tampa do porta-malas, o que exige bem menos esforço para acomodar objetos menores no compartimento. Na maçaneta traseira, o botão esquerdo abre apenas o vidro, enquanto o botão na parte direita destrava a tampa por inteiro. É possível abrir o vidro e em seguida abrir a tampa, sem risco da janela bater no teto do carro. Entre os dois botões da maçaneta está a câmera de ré, também com ângulo de 180 graus. O para-choque traseiro aloja a placa (iluminada por LEDs), os sensores de estacionamento e os dois refletores, além de luzes vermelhas de posição nas laterais. Quem se abaixar vai notar a presença de duas saídas de escape.

A carroceria do Bronco Sport possui 4,39 metros de comprimento, 1,89 metro de largura (sem retrovisores), 1,81 metro de altura e 2,67 metros de distância entre-eixos. O SUV também dispõe de protetor de cárter, dois ganchos dianteiros para reboque, preparação para reboque traseiro, bloqueio do diferencial traseiro, ângulo de entrada de 30,4 graus, ângulo de saída de 33,1º e ângulo de transposição de rampa de 24,4º. A altura em relação ao solo é de 22,3 centímetros e o Bronco Sport pode enfrentar alagamentos de até 60 centímetros. Este modelo tem peso de 1718 quilos e é possível rebocar cargas de até 900 quilos. O logotipo oval da Ford quase não é visto neste carro, aparecendo em poucos detalhes, como no canto inferior esquerdo da tampa do porta-malas e no carimbo dos vidros.

O interior do Bronco Sport aposta em um bom acabamento e em uma combinação de cores que remete ao uso fora-de-estrada, com detalhes em preto e marrom nos bancos, forros de porta e painel. A cabine conta com materiais emborrachados no painel e parte superior das portas dianteiras, além de revestimentos em couro e camurça nos bancos. O forro de teto é moldado em tecido, há fundo acarpetado no porta-objeto debaixo do apoio de braço dianteiro e no porta-óculos, além de assoalho emborrachado na cabine, facilitando a limpeza. Porém, os tapetes de carpete sobre este piso podem fazer escorregar - e olha que para o motorista há duas presilhas; para o passageiro dianteiro, há uma presilha.

Com aro revestido em couro e costuras aparentes, o volante concentra no raio esquerdo os comandos de controlador de velocidade e distância do veículo à frente com função Stop and Go (para a 0 km/h caso o veículo da frente freie completamente, e retoma a velocidade quando a pista estiver livre; é possível selecionar entre quatro níveis de distanciamento do automóvel adiante), além do assistente de centralização na faixa de rodagem (com correção da trajetória, recurso complementar ao assistente de permanência na pista e vinculado ao funcionamento do piloto automático) e dos comandos de som. No lado direito há botões para operação de voz, utilização do computador de bordo e para atender e encerrar chamadas telefônicas. Um recurso interessante para o uso fora-de-estrada é o piloto automático off-road, que mantém a velocidade em situações de subidas, descidas, erosões e terrenos escorregadios, comandando a aceleração e a frenagem em velocidade de até 32 km/h, ou abaixo de 10 km/h em marcha-a-ré. Também estão presentes aletas para trocas de marcha sequenciais. A coluna de direção regula manualmente em altura e profundidade (ao ser liberada a trava na parte inferior esquerda) e é protegida por uma coifa em couro.

O quadro de instrumentos possui itens analógicos, como conta-giros (com faixa vermelha em 6500 rpm, acompanhado da indicação do nível de temperatura do líquido de arrefecimento do motor) e velocímetro (que marca até 220 km/h e está próximo do marcador do nível de combustível). Ao centro fica a tela central colorida de 6,5 polegadas que exibe as informações do computador de bordo. A parte superior do monitor mostra títulos de menus, bússola e temperatura externa. Já a parte inferior da tela mostra hodômetro total, gráficos de assistência à condução, velocímetro digital e autonomia estimada. Fora da tela, na parte inferior, há a indicação da posição de câmbio selecionada. Veja os itens que podem ser conferidos no monitor:

• Telas de seleção: nela, é possível algumas das seguintes informações (porém não todas, é preciso selecionar o que será visto): 
• Tela calma: não exibe informações na porção de informações, como forma de minimizar distrações. Continuam a ser exibidos os itens nas extremidades superior e inferior.
• Economia de combustível: permite visualizar o consumo médio e uma barra horizontal que mostra o consumo instantâneo até 20 km/l.
• Viagem 1: mostra distância percorrida em quilômetros, consumo de combustível em km/l e tempo de viagem em horas, minutos e segundos.
• Viagem 2: mostra o segundo registro de distância percorrida, consumo e tempo de viagem.
• Sinais de trânsito: realiza o reconhecimento de placas de velocidade e as exibe ao motorista, podendo piscar caso a velocidade do veículo seja maior que a mostrada.
• Pressão dos pneus: exibe a calibração de cada um dos quatro pneus em psi.
• 4WD inteligente: mostra escalas de como está ocorrendo a distribuição instantânea de torque para cada uma das quatro rodas.
• Off-road: exibe inclinômetros longitudinais e transversais, além do ângulo de esterço do volante.
• Cintos de segurança: mostra quais cintos estão afivelados, exibindo um ícone verde. Em movimento, é emitido alerta caso algum dos ocupantes dianteiros não tenha atado o seu cinto.
• Auto-Start-Stop: exibe o status do mecanismo e instruções sobre o sistema.
• Reproduzindo: mostra informações sobre a música ou estação em reprodução.
• Áudio: permite selecionar a fonte de áudio entre as disponíveis (rádio AM, FM, dispositivo USB...) e por mídias em reprodução, na ordem alfabética ou aleatória.
• Navegação: permite acesso a endereços como casa, destinos anteriores, favoritos e ponto de interesse mais próximo.
• Telefone: quando conectado, permite a visualização de informações do celular.
• Configurações: exibe a indicação da vida útil do óleo em porcentagem; apertando o botão Ok, é possível resetar esta informação.
• Configuração da tela: é possível alterar o velocímetro digital para exibir informações em quilômetros por hora ou em milhas por hora.

O alerta do não-uso dos cintos considera o peso dos ocupantes sobre os assentos dianteiros e o desafivelamento do cinto na traseira. Também há indicação textual em caso de capô, portas, vidro traseiro ou tampa traseira abertos, além de alerta em caso de baixo nível do fluido dos limpadores. Ao abrir a porta do motorista, esta tela exibe uma animação de boas-vindas, que mostra uma paisagem com destaque para o céu e um cometa passando, ao passo em que o visor do sistema multimídia exibe o cavalo símbolo do Bronco.

A haste de seta também permite o acendimento dos faróis altos e o acionamento do temporizador de acendimento das luzes. Puxando a haste em sua direção, as luzes podem permanecer acesas por 30 segundos, após o fechamento de todas as portas, ou até 3 minutos se alguma porta for deixada aberta. Um toque leve na alavanca faz os piscas acenderem 3 vezes. Na ponta desta haste fica o comando para habilitar ou desativar o assistente de permanência em faixa, que, diferentemente do assistente de centralização, é desvinculado do funcionamento do piloto automático adaptativo.

Já a haste dos limpadores traz a operação das palhetas dianteiras por movimentos da alavanca. Deslocando para baixo, ela entra no modo de operação uma vez; no primeiro deslocamento para cima, passa para o modo intermitente/de operação do sensor de chuva e, mais para cima, se chegam aos posicionamentos de acionamento contínuo lento e contínuo rápido. A sensibilidade de operação do sensor de chuva é controlada pela chave central. O limpador traseiro é automaticamente acionado quando se engata a ré com os limpadores dianteiros ativos e uma pequena haste na ponta da alavanca permite acionar a palheta atrás.

A central multimídia SYNC 3 conta com tela touchscreen de 8 polegadas parcialmente saltada do painel que traz cinco ícones na parte inferior para acesso aos menus de Áudio, Telefone, Navegação (com GPS nativo), Aplicativos e Configurações, que permite ajustar as atuações dos assistentes do veículo, janelas, limpadores, luzes e travas. Também aparecem nesta tela as imagens das duas câmeras na dianteira e traseira, em visualização convencional ou de 180 graus. O layout de tela pode ser exibido em modo diurno (branco) ou noturno (azul). Este aparelho está uma geração atrás do sistema multimídia SYNC 4 presente na F-150, no Mustang Mach-E e na Ranger.

O sistema de som é assinado pela Bang & Olufsen e possui 10 alto-falantes, subwoofer na traseira e 1000 Watts de potência, com ótima definição de áudio. Além do espelhamento de tela de celular (Android Auto e Apple CarPlay), que ainda é feito somente via cabo no Bronco Sport, também há a conectividade através do FordPass, com as mesmas funcionalidades presentes em outros modelos da marca. Com o aplicativo instalado no celular, é possível fazer a partida do motor remotamente para ligar o ar-condicionado antes de entrar na cabine, conferir localização em tempo real do veículo, nível do combustível, hodômetro e quilometragem até a próxima revisão pela tela do smartphone, além de localizar estacionamentos e agendar as próximas manutenções.

Logo abaixo da tela do sistema multimídia, há um porta-objetos com fundo emborrachado, que pode ser removido (abaixo dele há um easter-egg: o nome do carro aparece com uma paisagem e cactos ao fundo). Também fica nesta região a luz que certifica a ativação ou desativação do airbag do passageiro dianteiro (quando o ocupante está sentado e de cinto afivelado, a bolsa de ar pode ser acionada; fora destas condições, ela se desativa automaticamente). O botão de partida, à direita da coluna de direção, passou a ter outra grafia na comparação com os primeiros modelos do Bronco Sport trazidos para o Brasil.

O ar-condicionado digital conta com duas zonas de temperatura (o ajuste é de meio em meio grau Celsius, entre 15,5 e 29,5º C) e três alternativas de funcionamento automático (menos intenso, mediano e mais forte). O aparelho também inclui aquecimento dos assentos dianteiros em três níveis (esquenta partes do assento e do encosto das costas, na região lombar), sete velocidades de ventilação, modo Max A/C (temperatura mínima e ventilação máxima), desembaçador no modo Máximo (ativa o recurso tanto no vidro dianteiro quanto no traseiro) e botão Dual para sincronização da temperatura do passageiro com a escolhida pelo motorista. Os comandos de ar incluem botões giratórios emborrachados e tiveram uma mudança em comparação com a época do lançamento: os visores de temperatura incorporados aos próprios botões foram eliminados. Quando o ar-condicionado é operado, momentaneamente aparecem informações sobre ele na tela do sistema multimídia. Uma curiosidade: quando os comandos de voz estão ativos, a ventilação do ar é reduzida, se estiver alta, para melhorar a captação do áudio.

O câmbio automático de oito marchas é operado por um seletor giratório no console. Ele dispõe do modo manual (acionado pelo botão M), passando o controle das trocas de marcha para o motorista, através das aletas junto ao volante. À frente da alavanca de câmbio, há um porta-objetos que incorpora um carregador de bateria por indução, acompanhada de uma tomada 12 Volts e duas entradas USB - uma do tipo A e outra do tipo C. Elas estão um pouco mais próximas entre si do que na época do lançamento, porém perderam as molduras iluminadas. Dentro do apoio de braço dianteiro, revestido em couro, há mais duas entradas USB, uma do tipo A e outra do tipo C, exclusivas para carregamento. O console integra dois porta-copos com garras retráteis e fundo emborrachado, sendo o frontal mais elevado que o traseiro.

Já o freio de estacionamento, elétrico, é acionado ao toque de um botão. Ele vem acompanhado do comando do Auto Hold, que, quando ativo (a palavra "On" surge em âmbar), dispensa a necessidade de manter o pé no freio em paradas mesmo se o veículo estiver com o câmbio na posição Drive. Quando ativo, exige pouquíssimo esforço no acelerador para o carro voltar a andar.

Com tração nas quatro rodas sob demanda acoplada através de dupla embreagem, o Bronco Sport traz o seletor de terrenos "G.O.A.T Modes", sigla para Goes Over Any type of Terrain ("vai sobre qualquer tipo de terreno"), e que, quando abreviada, faz um trocadilho com a palavra goat (que significa bode/cabra, também conhecidos por andar sobre qualquer lugar). São sete modos: Normal, Eco, Esportivo, Escorregadio, Areia, Lama e Rock Crawl (escalada de rochas). Cada modo varia a distribuição de torque para as rodas, o gerenciamento do bloqueio de diferencial e os tempos de resposta da transmissão e do pedal do acelerador. A vetorização de torque é capaz de transmitir toda a força do motor para apenas uma roda em condições adversas. Confira o propósito de cada modo:

• Normal – indicado para o uso cotidiano do veículo. Toda vez que o carro é desligado, este é o modo que surge na próxima ignição. O bloqueio do diferencial traseiro está disponível, sendo ativado abaixo de 24 km/h.
• Eco – com foco na economia de combustível, faz trocas de marcha em rotações mais baixas, limita a tração às rodas dianteiras e torna o pedal do acelerador menos responsivo.
• Esportivo – otimizado para o desempenho no asfalto. Torna as respostas da direção mais firmes, aumenta a resposta do pedal do acelerador, e o câmbio mantém as marchas mais baixas por mais tempo, ajudando o veículo a acelerar mais rapidamente.
• Escorregadio – facilita o controle do veículo em superfícies molhadas ou escorregadias. O controle de tração fica mais responsivo para manter os pneus em contato com o piso. Este modo diminui a resposta da borboleta do acelerador e otimiza a mudança das marchas. O bloqueio do diferencial traseiro está disponível e é ativado abaixo de 24 km/h.
• Areia – exclusivo para fora de estrada, em superfícies soltas, profundas e sulcadas. O motor e a transmissão são ajustados para aumentar a tração e permitem o patinamento das rodas para que o veículo não fique atolado. As primeiras marchas permanecem engatadas por mais tempo, fica ativa a tração 4WD Lock e a frenagem é otimizada para condições fora-de-estrada, contribuindo para a redução da distância de parada em superfícies acidentadas. O recurso de bloqueio do diferencial traseiro está disponível neste modo e, quando ativo, ele é engatado abaixo de 48 km/h. A câmera frontal fica ativa neste modo.
• Rocha (Rock Crawl) – desenvolvido para superar superfícies irregulares, como grandes rochas, em velocidade muito baixa e controlada. Aciona a tração 4WD Lock, mantém as primeiras marchas em rotações mais elevadas para minimizar a ocorrência de trocas ao passar por terrenos rochosos. O pedal do acelerador reduz a sensibilidade para melhorar o controle de aceleração e minimizar o aumento de velocidade. A assistência da direção é otimizada para exigir menos esforço. Este modo também otimiza a frenagem para condições fora-de-estrada, e o bloqueio do diferencial traseiro é ativado abaixo de 48 km/h. A câmera frontal fica ativa.
• Lama/Terra – os controles de estabilidade e tração ficam menos restritivos, para permitir que os pneus girem mais e removam a lama dos sulcos. As primeiras marchas permanecem engatadas por mais tempo, para que o carro tenda a permanecer se deslocando para a frente, evitando o atolamento. O modo Lama/Terra ativa a tração 4WD Lock e otimiza a frenagem para condições fora-de-estrada, contribuindo para a redução da distância de parada em superfícies acidentadas. O recurso de bloqueio do diferencial traseiro está disponível neste modo e, quando ativo, ele é engatado abaixo de 48 km/h. A câmera frontal fica ativa neste modo.

O retrovisor interno conta com a função anti-ofuscante automática. Feitos em plástico rígido, os para-sóis dispõem de tampas, iluminação amarelada e espelhos, além de clipes porta-documentos no verso; quando rebatidas para cobrir as janelas laterais, as sombreiras podem ser deslocadas para trás. Há ainda um porta-óculos. As luzes de leitura de teto se acendem individualmente ao serem apertadas pelas lentes; há também botões para acender ou deixar apagadas todas as luzes.



Os controles do teto solar e da persiana são elétricos. Os botões à esquerda permitem o deslizamento do vidro e seu posicionamento "tilt" (levantamento da parte traseira); já os botões do lado direito operam a persiana. O teto também dispõe da função anti-esmagamento. Por conta do formato do teto, o vidro desliza para cima quando se desloca para trás.

O porta-luvas oferece bom espaço e descida amortecida, mas não traz iluminação. A parte direita do console dianteiro traz uma rede porta-objetos que pode ser acessada pelo passageiro.

A parte esquerda do painel traz o botão de destravamento da tampa do porta-malas e o comando giratório das luzes externas (posições desligada, luzes de posição, instrumentos e placa acesas, faróis no modo de acendimento automático e faróis baixos acesos), além do controle do brilho dos instrumentos. Com o acendimento pelo sensor crepuscular, os faróis ligam automaticamente com o seletor na posição Auto depois de 10 segundos que os limpadores estiverem atuando em modo contínuo, permanecendo acesos até 60 segundos depois do desligamento dos limpadores. Além disso, na posição Auto fica ativa a comutação automática do facho dos faróis, que passa do facho baixo para o alto a partir de 40 km/h caso o nível de luz à frente esteja baixo e não sejam detectadas as iluminações de outros veículos. Abaixo fica a alavanca para abertura do capô, que deve ser puxada duas vezes para sua liberação. Há um apoio para o pé esquerdo em plástico rígido; o pedal do freio é emborrachado e o do acelerador também possui plástico rígido.

A porta do motorista concentra os comandos de travamento e destravamento das portas, além dos botões de ajustes e rebatimento elétrico dos retrovisores, bem como dos vidros elétricos, com funções de um-toque para cima e para baixo, além de recurso anti-esmagamento e do comando de bloqueio das janelas traseiras. Se o carro for destravado mas nenhuma porta for aberta, o travamento é feito automaticamente em cerca de 45 segundos. Os vidros podem ser acionados por alguns minutos depois da ignição ser desligada, desde que nenhuma porta seja aberta.



Os bancos dianteiros possuem revestimento em couro e camurça nos apoios de cabeça e na parte superior do encosto das costas (onde o cavalo que simboliza o Bronco está gravado). O banco do motorista dispõe de ajustes elétricos de altura e distância do assento, além de inclinação do encosto e regulagem lombar longitudinal em duas direções. Já o banco do passageiro conta com ajuste manual da altura do assento. As laterais dos encostos para as costas dispõem de porta-objetos que podem guardar, por exemplo, celulares. Os cintos dianteiros contam com ajuste de altura e o fecho do cinto do passageiro traz revestimento parcial em carpete. As soleiras são revestidas de plástico rígido com o nome "Bronco" gravado.

Na traseira, o espaço interno é muito bom, tanto para as pernas quanto para a cabeça. No meio do banco traseiro há menos espaço para pernas por conta da intrusão do túnel central, e o assento é mais elevado que os demais, mas a amplitude para a cabeça segue boa. Quem senta atrás dispõe de duas saídas de ar traseiras direcionáveis, tomada de 110 Volts com tampa, mais duas entradas USB para carregamento (uma do tipo A, outra do tipo C; elas não existiam nos primeiros Bronco Sport), apoio de braço embutido no banco traseiro (com dois porta-copos e uma tira para facilitar sua abertura) e duas luzes de leitura no forro de teto, além de curiosos porta-revistas com zíperes, que podem ser fechados, e múltiplas cintas para alojar objetos (em um sistema conhecido como Molle; a Ford recomenda que sejam levadas cargas de no máximo 2,2 quilos nesta região).



Caso seja necessário acomodar mais objetos, é possível apertar uma trava para levantar o assento traseiro do lado direito, onde há um "alçapão", com a sugestão de se acomodar por lá um kit de primeiros-socorros ou calçados; com fundo lavável, este local pode receber objetos molhados ou enlameados. O assento traseiro fica em posição ligeiramente mais elevada que os assentos dianteiros. Nas laterais, há grampos para alojar os cintos das pontas quando for necessário rebater o encosto traseiro. As alças de teto traseiras contam com pequenos ganchos móveis.

Com abertura manual de sua tampa e capacidade de 482 litros (até a altura do encosto do banco traseiro) ou 580 L sem o tampão e 1472 L com o rebatimento dos encostos traseiros, o porta-malas tem atributos bastante interessantes: abridor de garrafas embutido no lado direito, tomadas de energia no canto direito (uma de 12 Volts, outra de 110 Volts/400 Watts, no padrão norte-americano "tipo B", ambas com tampas que levantam), presilhas para fixação de carga e a divisória dobrável que, além de funcionar como cobertura para o porta-malas, pode ficar na horizontal ou na vertical (funcionando como separador de cargas, podendo ser alojada em duas posições) e, ao puxar as duas pernas na parte inferior, se converter em uma mesinha para piqueniques ao ar livre, suportando até 13 quilos sobre ela. Pena é que, quando disposta na horizontal, essa divisória fica em posição baixa, limitando o volume "coberto" do compartimento de bagagem.

Outro destaque é o revestimento emborrachado do fundo do porta-malas (que se estende à parte traseira dos encostos dos bancos traseiros), mais fácil de ser limpo. E o estepe também tem pneu 225/65 (devendo receber 33 psi), diferindo dos outros quatro pneus no chão apenas pela roda ser de aço. Há um ponto de iluminação no canto direito. A tampa traseira traz dois focos de iluminação (acionados por botão no lado esquerdo, giratórios e ajustáveis em inclinação) e dois locais para apoio da mão quando for necessário fecha-la.

A chave presencial é bem semelhante à de outros modelos da Ford, trazendo o nome Bronco em uma face. O verso conta com os botões de travamento das portas (ao ser apertado duas vezes dentro de 3 segundos com o carro já travado, a buzina e as luzes externas são acionadas para localização do veículo; apertando e segurando este botão, os vidros esquecidos abertos se fecham), destravamento das portas, destravamento da tampa do porta-malas (ao apertar duas vezes seguidas), partida remota (primeiro é preciso apertar o botão de travar o veículo para, em seguida, pressionar duas vezes este botão; com este recurso, o motor e o ar-condicionado ligam à distância por 15 minutos, podendo ser prorrogados por mais 15 min) e disparo do alarme de pânico, que aciona luzes e buzina. Esta chave traz um botão para liberar a lâmina, que pode ser inserida em fechaduras.



A iluminação predominante dos comandos da cabine é azul, como é típico dos carros recentes da Ford. Ficam acesos os botões do volante (até mesmo as aletas "paddle-shifts", coisa rara entre os veículos que já dirigimos), o botão de ignição e os comandos físicos do sistema multimídia, a indicação de funcionamento do airbag do passageiro, os acionadores de teto solar, persiana e luzes no forro dianteiro, os botões de ar-condicionado, os comandos da parte esquerda do painel, as posições de câmbio, os comandos do console e os botões de todas as portas que acionam vidros, travas e retrovisores. O Bronco Sport dispensa luz para as molduras das entradas USB e para os porta-objetos.

Em termos de segurança, o Bronco Sport traz 9 airbags (dois frontais, dois laterais dianteiros, dois laterais traseiros, dois de cortina e um para os joelhos do motorista), alarme perimétrico, reconhecimento de placas de velocidade, alerta de colisão frontal com assistente autônomo de frenagem e detecção de pedestres, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em subidas, monitoramento de veículos em pontos cegos, fixações Isofix (2x) e Top Tether (3x) para cadeirinhas infantis, controle eletrônico anti-capotamento, alerta de fadiga do motorista (recomenda uma parada para descanso ao detectar sinais de desatenção), freios a disco ventilados nas quatro rodas, "caixa-preta" que grava informações do veículo 30 segundos antes do registro de um acidente, chave configurável MyKey (permite definir alerta de excesso de velocidade, volume máximo de mídia e impedimento da desativação de alguns recursos de segurança), travamento das portas a partir de 7 km/h e controlador de velocidade em descidas, entre outros recursos.

O motor 2.0 TIVCT GTDi possui turbocompressor, injeção direta de combustível, quatro cilindros em linha e 4 válvulas por cilindro. Trabalhando a uma taxa de compressão de 10:1, o propulsor de 1999 cm³ entrega 253 cavalos a 5500 rpm e torque de 38,7 kgfm a 3000 rpm. Em relação ao Bronco Sport vendido até 2022, houve um ganho de 13 cavalos e 0,7 kgfm, que são alcançados nas mesmas rotações de antes. Já o câmbio automático SelectShift de 8 marchas "8F35" com conversor de torque e resfriador de óleo é o mesmo utilizado pela Maverick e pelo Edge ST; no Bronco Sport, a sétima e a oitava velocidades atuam como "overdrive", com relações inferiores a 1:1. Tanto motor quanto transmissão possuem calibrações exclusivas para os exemplares do Bronco Sport destinados ao Brasil.

Curiosamente, o capô não possui gatilho a ser liberado: basta puxa-lo para cima quando a alavanca interna é acionada duas vezes. Ele conta com a manta acústica, mas ainda exige a vareta para ser sustentado (feita de metal, ela esquenta e não possui espuma ou moldura plástica para apoiar a mão, o que se torna um problema se o propulsor estiver em funcionamento ou tiver acabado de ser desligado). A capa plástica do motor, que existia nos primeiros exemplares, foi eliminada (já havia sido dispensada pela picape Maverick desde o seu lançamento, em 2022).

Na dianteira, a suspensão é do tipo MacPherson, independente, com braços de aluminio forjado e curso longo. Já na traseira, o conjunto também é independente e montado em um subchassi auxiliar, isolado do monobloco da carroceria. A tração traseira, que utiliza dupla embreagem, controla as rodas de forma independente, variando o torque, e também pode desconectar a tração integral quando o sistema do veículo entende que ela não é necessária, para economizar combustível.

O tanque de combustível tem a capacidade de 64 litros e pode ser abastecido com gasolina que tenha de 18% a 27% de etanol. Na moldura de seu bocal "Easy Fuel", um easter-egg com as silhuetas dos diferentes estilos de carroceria do Bronco original: utilitário com carroceria fechada, picape e conversível sem portas. Outros detalhes curiosos são a silhueta do velho Bronco carregando uma prancha de surfe (que fica no vidro traseiro), o cavalo do Bronco nos aros dos faróis, as coordenadas geográficas de Johnson Valley gravadas entre a tampa do porta-malas e a lanterna direita, as inscrições "Accessory Ready" e "SoundScream" no para-brisa, além de uma cadeia de montanhas estilizada no plástico que dá acabamento à fechadura do vidro traseiro.

Com preço de R$ 252.790 (valor mais barato do que na época do lançamento e menor que os R$ 269.990 da tabela do Jeep Compass Trailhawk), o Ford Bronco Sport tem à disposição onze opções de cores para a carroceria, sendo possível escolher entre qualquer alternativa sem custo adicional: Preto Astúrias (perolizada), Cinza Torres, Azul Atlas, Verde Fuji, Prata Orvalho (perolizada), Azul Malacara, Azul Lyse, Laranja Delhi, Branco Ártico, Vermelho Aurora e Cinza Dover. A garantia de fábrica é de 3 anos.

Impressões ao dirigir

Quem acompanha o Auto REALIDADE há mais tempo deve se lembrar que, na época do lançamento do Bronco Sport, nós fizemos um test-drive no SUV da Ford. A experimentação deste modelo no ano de 2021, no entanto, foi bem curta, se resumindo um trecho pequeno de asfalto e uma pequena incursão na terra. Agora, foi possível percorrer 130 quilômetros no dia em diversas condições: dentro da cidade, na estrada e até encarando um trecho de trilha leve - o que permitiu cronometrar os dados de desempenho e extrair uma média de consumo de combustível.

Assumindo o posto de condução, a primeira coisa que se observa é a posição naturalmente alta de se conduzir e a amplitude do campo de visão. O motorista conta com variados ajustes para volante, banco e cinto; o passageiro dianteiro também pode regular a altura do cinto e, coisa rara, do seu assento. No quesito de visibilidade, os destaques são o para-brisa, amplo e sem interferência dos limpadores, que permite ver parte do capô; a visão traseira, facilitada pelo retrovisor interno amplo e pelo vidro reto do porta-malas, e o espelho direito bem-dimensionado. Largas, as colunas laterais-traseiras tomam parte da visão. O retrovisor esquerdo amplia as imagens refletidas, o que dificulta a percepção do motorista de determinar se o veículo atrás está muito próximo e também faz com que enxergar os limites do próprio Bronco Sport não seja tão simples quanto deveria ser.

O consolo é que há os ícones de alerta de veículos em pontos cegos, que piscam caso haja um automóvel na região lateral-traseira muito próximo do entorno do SUV e a seta do lado correspondente esteja acionada. Os esguichos, que dispersam água em forma de gotículas, e os limpadores dianteiros funcionaram conforme esperado. Sensores de estacionamento dianteiros seriam muito bem-vindos no modelo, pois, apesar do capô estar visível e ser possível mensurar sua largura, é mais difícil saber onde o carro termina (ou melhor, começa, neste caso).

A direção elétrica é propositalmente um tanto mais pesada do que o comum neste segmento, característica nitidamente perceptível quando se executa uma manobra de retorno. Isto ocorre porque, em terrenos mais desafiadores, uma direção leve demais poderia causar a perda do controle do veículo. Mesmo assim, as reações da direção são diretas e fazem com que o motorista tenha melhor nível de domínio do Bronco Sport; são 2,7 voltas de batente a batente e o ângulo máximo de esterço é de 21 graus. O diâmetro de giro de 11,4 metros é o esperado para um veículo de seu porte.

Em alguns momentos, fica evidente que o nome Bronco não foi escolhido à toa. Tal qual um cavalo indomado, o SUV da Ford é arisco em alguns momentos, como ao pisar no acelerador (principalmente no modo Sport, em que é perceptível um "coice" ao alternar para este modo mesmo mantendo o patamar de aceleração) e, em algumas situações, se sentem "patadas" nas trocas de marcha. Além disso, é possível sentir a resistência do freio de estacionamento em ser desacoplado na ocasião da liberação automática ao acelerar levemente. Ainda assim, é plenamente possível conviver com essas características.

A operação de câmbio por rotor é fácil e, na maioria das ocasiões, discreta. Ao apertar o botão M, é possível utilizar o modo sequencial pelas aletas junto ao volante. Somente na posição M é possível ver o algarismo da marcha engatada. Este modo é normalmente bem permissivo no sentido de manter as marchas mesmo com rotações elevadas, mas faz automaticamente as reduções de marcha durante as desacelerações e pisca o ícone com o número da marcha (no quadro de instrumentos) quando o condutor tenta fazer uma mudança inadequada, como escolher uma marcha alta para velocidade baixa.

O conjunto de suspensão do Bronco Sport é firme para garantir resistência em terrenos acidentados e compensar o seu centro de gravidade elevado, característica perceptível com o razoável adernamento da carroceria em desvios rápidos de trajetória e até mesmo nas frenagens mais intensas. As absorções dos impactos do solo são absorvidas com maciez, mas há a transmissão de chacoalhados para os ocupantes na cabine. Neste sentido, os pneus de uso misto acabam revelando sua contrapartida no uso no asfalto. Já a altura em relação ao solo permite ao SUV superar bem os buracos e lombadas.

A 100 km/h constantes, o ponteiro do conta-giros se estabiliza na faixa dos 1700 rpm. Sob condução tranquila, o Bronco Sport é silencioso, e o nível de vibrações a bordo também é nitidamente atenuado. Principalmente no modo Sport de condução, é possível escutar mais o ruído do motor; a direção se torna mais pesada e a transmissão mantém a marcha engatada em rotações mais altas do motor. Já no modo Eco, o pedal do acelerador fica mais anestesiado - ainda assim, em um nível que permite a plena utilização do carro em estradas, por exemplo.

O Auto-Start-Stop do SUV da Ford tem atuação bastante discreta: a partida automática do motor depois do desligamento quando o carro chega a 0 km/h é feita de forma rápida e suave. Uma particularidade observada: quando o carro desliga, a direção perde a assistência elétrica, ficando bem pesada. Todos os demais recursos alimentados pela bateria de 12 Volts ficam ativos. Curiosamente, se o motorista aplicar força para movimentar o volante, o carro religa. Outras formas de religar são: liberar o pedal do freio, sem o Hold ativo, ou pisar no acelerador, com o Hold ativo. Dependendo das condições de operação do ar-condicionado (exemplo: se ele estiver em funcionamento por pouco tempo), o motor pode permanecer ligado. No modo Sport, o Auto-Start-Stop fica automaticamente desativado. Quem não quiser a ativação deste recurso (afinal, quando o carro está de motor desligado, o compressor do ar-condicionado desliga) pode apertar o botão no painel da seta semicircular com a letra A, mas em todas as ignições o sistema é reativado.

O piloto automático adaptativo, que mantém distância segura do veículo à frente, atuou de forma satisfatória, assim como o assistente de permanência na faixa de rodagem, que corrige o esterço da direção para manter o carro entre as demarcações da pista e avisa ao motorista que ele deve manter as mãos no volante cerca de dez segundos após deixar de segurar o aro.

Já sabíamos que o Bronco Sport era um carro ágil, mas na nossa experimentação de 2021 faltou cronometrar os dados de desempenho. Agora, não falta mais. O utilitário da Ford é surpreendentemente rápido nas acelerações e retomadas, sendo mais rápido do que muito hot-hatch: em acelerações mais forte, os pneus cantam levemente mesmo com os controles eletrônicos ativos. Ao colocar um pé no freio e outro no acelerador durante a largada, o motor gira a cerca de 4 mil rpm. Veja os dados coletados em pista sem tráfego de veículos, com ar-condicionado desligado, modo de condução Normal, controles de tração/estabilidade ativos, somente o motorista a bordo e cronometragem automática pelo aplicativo GPS Acceleration:

Aceleração de 0 a 100 km/h: 6,9 segundos

Retomada de 40 a 80 km/h: 3,5 segundos

Retomada de 60 a 100 km/h: 3,9 segundos

Retomada de 80 a 120 km/h: 5,8 segundos

Condições do teste

Temperatura externa: 31º C

Altitude (estimada): 71 metros

Pressão dos pneus: 31 psi (pneus dianteiros e traseiro esquerdo); 30 psi (traseiro direito)

Nível de combustível: 1/4 do tanque de gasolina (3 barras)
Quilometragem do veículo durante os testes: 2070 km

Se o Bronco Sport brilhou no quesito de desempenho, o consumo de combustível poderia ser melhor: ficou distante dos 8,6 km/l em percurso urbano pelo padrão do Inmetro. Para rodarmos pouco mais de 130 quilômetros, além de cerca de 1/4 de tanque, foi necessário abastecer com mais 7,422 litros. Na devolução, a autonomia estimada era de 59 quilômetros, sendo que a luz de reserva acende desde os 80 km. Veja os resultados após nossa rodagem predominante na cidade, com Auto-Start-Stop ativo:

Consumo de combustível médio: 7,3 km/l
Distância percorrida: 130,5 km
Velocidade média (estimada): 18,4 km/h

Para concluir...

O Ford Bronco Sport continua a ser um produto bastante interessante de SUV médio, praticamente sem rivais com atributos equivalentes. É um carro que possui dirigibilidade, acabamento e assistentes de condução equivalentes aos dos utilitários urbanos, e se diferencia por trazer tração integral, vários modos de condução e características que o credenciam para o uso fora-de-estrada. Além disso, o espaço interno para passageiros e bagagens é bem-aproveitado, com várias soluções práticas e criativas, e o ganho de força do motor 2.0 EcoBoost melhorou o que já era bom. Hoje, o Bronco Sport está melhor do que na época do seu lançamento, e ainda está disponível por um preço mais em conta do que há três anos.

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