Dia Nacional do Fusca é celebrado há 35 anos no Brasil: relembre a história deste Volkswagen

Há 35 anos, o Dia Nacional do Fusca é celebrado em todo o Brasil em 20 de janeiro. Líder de vendas no Brasil por 23 anos consecutivos, o clássico da Volkswagen teve mais de 3,1 milhões de unidades comercializadas em território nacional. Hoje, estima-se que 1,7 milhão de exemplares do modelo continuam circulando no País. 

A história do Volkswagen remonta ao ano de 1936. Três protótipos de um carro popular alemão eram testados nas estradas da Floresta Negra, na Alemanha, rodando mais de 50 mil quilômetros. Em 1938, teve início a construção do complexo industrial para a fabricação dos veículos Volkswagen, a 80 quilômetros de Hannover, que daria origem à cidade de Wolfsburg (Alemanha). Em 1946, um ano depois de iniciada a produção do veículo em série, já existiam 10 mil sedãs Volkswagen circulando pela Europa.

Em 1950, o paulista Rodolfo Maers adquire o primeiro Fusca importado. Em 1953, a Volkswagen inicia a montagem do Sedan 1200, com diferenças em relação ao modelo importado, em um armazém alugado na rua do Manifesto, no bairro do Ipiranga (SP). Já em 1959 começou a produção na fábrica São Bernardo do Campo (SP), com 54% de peças e componentes nacionais A primeira unidade desta nova fase de manufaura foi comprada por Eduardo Andrea Matarazzo. 

Ao longo dos anos, várias modificações foram realizadas no "besouro": em 1965, ele passou a ter trava de direção, iluminação maior para a placa traseira, indicadores de seta redesenhados, maior espaço para os passageiros do banco de trás, encosto do banco traseiro dobrável e barra de direção com lubrificação automática. Opcionalmente era oferecido o teto solar, que ficou conhecido pelo maldoso apelido "Cornowagen". 

Em 1967, houve a troca do motor 1200 pelo 1300, que rendia 46 cavalos pelo método SAE de potência, dez a mais do que a anterior. Os aros das rodas passaram a ter mais furos, para facilitar a ventilação dos freios, e o carro teve o escapamento modificado. Em termos de segurança, houve a introdução de um mecanismo que impedia a abertura não-intencional das portas, além do vidro traseiro 20% maior e do controle de luz alta/baixa na mesma alavanca do indicador de direção. Neste ano, a produção acumulou 500.000 unidades. Já em 1968, o sistema elétrico mudou de 6 para 12 volts e a caixa de direção passou a ser lubrificada com graxa, ao invés de óleo.

O ano de 1970 viu surgir o 1500, logo apelidado de "Fuscão", com motor de 52 cv SAE, bitola traseira 6,2 centímetros mais larga do que a do 1300, barra compensadora no eixo traseiro, capô com aberturas para ventilação e lanternas traseiras que incorporavam luz de ré. Opcionalmente, o "Fuscão" podia ter freios a disco no eixo dianteiro. Internamente, havia detalhes mais requintados e ele vinha com cintos de segurança. O Fusca 1300 desse ano ganhou pára-choques de lâmina única mais e resistentes, além de capô e tampa do porta-malas redesenhados.

Em 1972, 1 milhão de exemplares do Fusca eram produzidos. No ano seguinte, 1300 e 1500 passam a ser equipados com distribuidor de avanço vácuo-centrífugo e com carburadores recalibrados. Novos faróis mudaram o desenho dos pára-lamas. O sistema de aquecimento interno, que era equipamento de série, passou a opcional.

Em 1974 chegou o Bizorrão/Super Fuscão 1600 S, com motor de dupla carburação que desenvolvia 65 cavalos SAE. Ele tinha volante esportivo de três raios e quadro de instrumentos com marcador de temperatura do motor, relógio e amperímetro. Os aperfeiçoamentos nos sedãs 1300 e 1500 para este ano incluíam bitola dianteira mais larga, pára-brisa maior, sistema de ventilação interna e pisca-alerta. Para 1975, chassi e trilhos dos assentos passaram a ser reforçados. A linha foi ampliada com os modelos 1300 L e 1600. A alavanca de câmbio foi encurtada e o filtro de ar passou a ser de elemento de papel.

Em 1976, chegou-se ao marco de mais de 2 milhões de Fuscas fabricados. A partir deste ano, o espelho retrovisor externo ficou maior e em nova posição; os limpadores de pára-brisa também cresceram e assumiram nova fixação. Para 1977, as novidades foram: coluna de direção bipartida para maior proteção em caso de choque frontal, duplo circuito de freios independentes, com luz de advertência no quadro de instrumentos para avisar sobre eventual anormalidade; sistema de iluminação regulável; comando do limpador de pára-brisa na coluna de direção; espelho retrovisor interno destacável em caso de acidente e reforços estruturais na carroceria e no chassi.

Em 1978 houve a mudança do local do bocal do tanque, que passou para a lateral direita do carro, logo acima do para-lama. O interruptor do pisca-alerta foi transferido para a coluna de direção e passou a ser adotada chave única para portas, capô do motor e ignição. Em 1979, o volante passou a ter aro em polipropileno texturizado, o espelho retrovisor externo passou a ter formato retangular e foram modificados os para-lamas traseiros e as lanternas (maiores e arredondadas, ganharam o apelido "Fafá") nos modelos 1300 e 1600.

No ano de 1983, a linha fica restrita a versões com motor 1300. A Volkswagen aceitou a voz do povo e o carro passou a se chamar oficialmente Fusca. O modelo incorporou uma caixa de câmbio que passou a dispensar a troca periódica de óleo lubrificante. Entre os itens oferecidos como opcional, estavam: aquecimento interno, painel forrado, filtro de ar em banho de óleo e ignição eletrônica para exemplares com motor a álcool. De série, os Fuscas movidos pelo combustível derivado da cana-de-açúcar passaram a ter carburadores e bomba de combustível com proteção anticorrosiva, novo filtro de álcool (com elemento de papel e carcaça plástica) e válvulas termo-pneumáticas localizadas na entrada dos filtros de ar, para controlar a temperatura do ar aspirado e otimizar a queima da mistura ar/combustível.

Em 1984, o motor 1300 deixa de ser oferecido e, em seu lugar, entra o 1600, com pistões, cilindros e cabeçotes redesenhados, além de válvulas de escapamento maiores e novas câmaras de combustão que melhoram a queima da mistura ar/combustível. O Fusca também passou a ter novos freios a disco dianteiros e barra estabilizadora traseira.

Em 1985, chegou a série especial do Fusca para comemorar o lançamento da linha 85. Era produzido exclusivamente na cor verde-cristalino metálica, com motor 1600 a álcool de dupla carburação. Nos demais exemplares, os assentos passaram a ter espuma de poliuretano moldada a frio, de conformação mais anatômica e forros das portas com tecido.

No dia 07 de dezembro de 1986 era interrompida a produção do Fusca no Brasil. Naquele ano, foram comercializadas 34 mil unidades; considerando o período entre 1959 e 1986, foram mais de 3 milhões de exemplares fabricados. Porém, de forma inédita, o popular Volkswagen voltou a ser produzido em 23 de agosto de 1993. Ficou em linha até 1996 e se despediu com a série Ouro. 

A Volkswagen dispõe de três exemplares conservados do Fusca em seu acervo de veículos históricos e, agora, estes carros (anos 1986, 1993 e 1996) contam com o Certificado de Veículos Clássicos, que começou a ser emitido no final de 2023. O carro das fotos, ano 1993, tem o chassi número PP00001 e é o primeiro produzido na segunda fase de manufatura, além de ser o mesmo veículo apresentado a Itamar Franco na celebração do retorno da produção. A carroceria é pintada na cor Prata Lunar e o carro possui lanternas traseiras "fumê" e motor 1600 a álcool. Este carro registra apenas 352 quilômetros no hodômetro.


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