Texto e Fotos | Júlio Max, de Teresina (Piauí)
O fim do ano é uma época de se relembrar os feitos alcançados de janeiro até dezembro. Em 2023, a Chevrolet apresentou ao Brasil modelos como Bolt EUV, S10 Midnight, Silverado e novas versões do Tracker (RS e Midnight), mas até a própria montadora há de reconhecer que nenhuma de suas novidades reveladas neste período foi tão importante para o mercado nacional quanto a Montana, picape que completa vinte anos de trajetória no nosso País e que se tornou um dos carros-chefe da marca em termos de volume de vendas, junto com Onix, Onix Plus e Tracker. Por conta disso, nós do Auto REALIDADE consideramos importante fazer um test-drive mais prolongado com a picape: passamos cinco dias convivendo com a versão Premier 1.2 Turbo!
A Montana surgiu como uma derivação do Corsa C (de terceira geração) e chegou em outubro de 2003 com as versões básica (posteriormente nomeada Conquest), Sport e Off-Road, sempre com o motor 1.8 Flexpower. Em 2007, a picape foi submetida a uma reestilização leve e passou a ter a opção do motor 1.4 Econo.Flex. No ano de 2010, houve uma remodelação controversa: além de passar a ser baseada no Agile, incorporar design menos harmonioso e regredir em certos aspectos técnicos, o motor 1.8 deixou de ser oferecido. A produção desta geração durou até 2021, na mesma época em que a General Motors confirmou que uma geração totalmente nova da Montana estava em desenvolvimento. Até uma websérie foi produzida para revelar detalhes sobre suas etapas de projeto e validação. Agora, a picape passa a se utilizar da plataforma GEM (Global Emerging Markets), assim como os atuais Onix e Tracker. Todas as suas versões contam com cabine dupla, quatro portas, cinco lugares e motor 1.2 Turbo Flex.
A apresentação nacional da atual geração da Montana ocorreu em dezembro de 2022, mas o contato com ela na época se resumiu a uma revelação estática, e as pré-vendas se iniciaram pelas versões LTZ e Premier. Os primeiros exemplares da picape chegaram às lojas em fevereiro. Ela dispõe das versões 1.2 Turbo MT, LT, LTZ, Premier e, desde julho deste ano, a alternativa RS. A opção Premier do nosso test-drive possui todos os itens também disponíveis na opção RS: o diferencial entre elas está no visual. Afinal, a RS segue o padrão de design esportivo já visto nas versões de mesmo nome do Onix, Tracker e Equinox, e traz gravatas da Chevrolet com fundo preto, rodas com áreas diamantadas, santantônio integrado às barras de teto, grade dianteira exclusiva, revestimentos internos com detalhes vermelhos, frisos internos em preto-brilhante e o nome "Montana" na traseira em preto.
No aspecto do design, a Montana segue as diretrizes atuais de estilo da Chevrolet, trazendo formas mais robustas e retas na comparação com o Tracker. O conjunto ótico conta com luzes de posição de LED na parte superior e, nas lentes inferiores desta versão Premier, os projetores para os LEDs dos fachos baixo e alto dos faróis, além das luzes de seta halógenas mais abaixo (nas versões LTZ e inferiores, os faróis são monoparábola e halógenos). Apesar da semelhança desta fórmula com sua rival Fiat Toro, hoje a Chevrolet possui vários modelos em mercados internacionais com conjuntos óticos compostos de forma similar (como Seeker/Trax, Silverado EV e Traverse). A grade dianteira da Montana Premier possui molduras em cromo-escurecido (na versão LTZ, estas mesmas molduras são cromadas; na 1.2 Turbo MT e na LT, somente a barra que interliga os faróis possui este acabamento) e barras horizontais; a gravata da marca possui a parte central dourada. O para-choque traz detalhe inferior-central na cor cinza-fosco, possui alojamentos para a instalação de luzes de neblina (vendidas como acessório nas concessionárias) e, nas laterais, traz sensores que atuam detectando veículos em pontos cegos. Seu ângulo de ataque é de 20,7 graus.
As molduras dos para-choques, dos para-lamas e da parte inferior das portas possuem plásticos foscos. A partir da versão LT, a Montana conta com capas dos retrovisores e maçanetas externas na cor da carroceria. A picape dispõe de luzes de seta nos para-lamas e, nesta opção, rodas de liga leve de 17 polegadas (as mesmas da versão LTZ, mas escurecidas na versão Premier), com pneus Michelin Primacy 4 de perfil 215/55. A altura em relação ao solo é de 19,24 centímetros.
As barras longitudinais de teto, disponíveis desde a versão LT, são prateadas na versão Premier, e as colunas externas (na dianteira, entre as janelas laterais e no filete que se une ao vidro traseiro) trazem revestimento fosco. Estas barras são funcionais e podem suportar barras transversais, permitindo a instalação de bagagens com peso de até 100 quilos. Especificamente na porta do motorista, a partir da Montana LTZ, há um botão cromado que, quando apertado, permite o travamento e destravamento do veículo somente pela presença da chave. Os retrovisores possuem formato mais retangular do que no restante da família GEM, incorporando luzes indicativas de veículos em pontos cegos em suas capas (somente nas versões Premier e RS). Eles podem ser rebatidos - de forma manual.
Na traseira, a Montana traz lanternas com luzes halógenas. As lentes são compactas e interligadas visualmente por um aplique preto-brilhante onde estão o nome da versão e a maçaneta da tampa da caçamba, com câmera integrada (a partir da versão LT). Logo abaixo, é possível ver o nome "Chevrolet" gravado em baixo-relevo sobre a lataria. A tampa também possui as identificações "Montana", "Premier" e "Turbo", com letras cromadas. O para-choque dispõe de refletores, sensores de ré (que atuam a até 8 km/h), degraus de acesso e área para alojamento da placa de licença, com iluminação amarelada; o ângulo de saída é de 25 graus. Acima do vidro traseiro, com desembaçador, é possível ver a terceira luz de freio (brake-light).
- Menu de Informações de Combustível/Odômetro: permite ver, de cima para baixo:
- Velocímetro digital em km/h
- Hodômetro parcial 1 com distância percorrida em km e consumo médio em km/l (pode ser zerado)
- Hodômetro parcial 2 com distância percorrida em km e consumo médio em km/l (pode ser zerado)
- Autonomia estimada em km
- Consumo instantâneo em km/l (exibido com o veículo em movimento)
- Velocidade média em km/h (pode ser zerada)
- Menu de Informações do Veículo:
- Ajuste da Regulagem de Intensidade da Luz: altera o brilho do quadro de instrumentos
- Vida útil do óleo do motor em %
- Pressão individual dos Pneus em kPa
- Temperatura do líquido de arrefecimento do motor em ºC
- Bússola digital
- Carga no Pneu: permite configurar se a calibragem utilizada é a do modo Leve/Conforto (de 30 psi para todos os pneus; é a pressão confortável para deslocamentos com até 3 pessoas), Eco (de 35 psi para todos os pneus, para maior economia de combustível levando até 3 pessoas) ou para carga Máxima/Carregado (35 psi nos pneus dianteiros e 39 psi nos traseiros, em caso de utilização de carga total)
- Menu ECO
- Mostra o consumo instantâneo em km/l através de uma barra horizontal que compara com a média de consumo e o melhor índice registrados nos últimos 50, 100 ou 500 km
- Tendência de consumo em km/l: exibe barras (cada uma representa um trecho de 5 km) que mostram como o consumo de combustível variou ao longo dos últimos 50 km
- Índice Eco: traz uma escala de 10 quadrados, sendo que os cinco do lado esquerdo são o campo mais econômico. Exibe também a média de consumo
A caçamba (que possui nome próprio: Multi-Flex) possui volume de 874 litros e capacidade para levar 600 quilos. O protetor plástico de caçamba é item de série em todas as versões, enquanto a capota marítima vem de fábrica a partir da versão LT. Há dois focos de iluminação (desde a Montana LT; eles se acendem ao apertar o botão central da luz de teto entre os para-sóis com o veículo parado), oito ganchos para amarração de carga e dois nichos nas laterais para acomodar objetos menores, que possuem drenos para escoar água (assim como a parte frontal do fundo da caçamba). A caçamba possui 1,17 metro de comprimento, 1,273 m de largura máxima (entre as caixas de roda, a largura encolhe para 1,008 m) e 58,7 centímetros de altura. A Montana não pode rebocar outros veículos e sequer ter o engate instalado.
A tampa traseira, que suporta cargas de até 400 kg, conta com alívio de peso na abertura e fechamento, podendo ser totalmente solta na abertura (na Fiat Strada, por exemplo, há o alívio de peso mas é recomendável que a tampa continue a ser manejada durante a abertura, sob pena de haver um baque). Mesmo com este recurso, na picape da Chevrolet sente-se certo peso na hora de fechar a tampa, embora a operação possa ser feita com apenas uma mão e seja bem menos pesada do que na Renault Oroch, que não possui nenhum tipo de amortecimento. Ao invés de maçaneta deslocável fisicamente, a Montana dispõe de um botão revestido por uma membrana de borracha (lembra o da Fiat Toro) que, quando apertado, libera a trava. A vedação da capota marítima é boa, mesmo em lavagens.
O estepe fica na parte externa, fixado por uma bandeja do tipo gaiola abaixo da caçamba. Ele utiliza roda de ferro de 16 polegadas e pneu 215/60, que deve ser enchido com 39 libras - a General Motors recomenda seu uso em percursos de até 100 quilômetros e a velocidades abaixo de 120 km/h. Para baixar a bandeja, giram-se os dois parafusos no assoalho da caçamba, próximos da tampa.
Ao destravar a Montana e abrir a porta do motorista, a tela do sistema multimídia exibe uma animação, mostrando o nome da marca e a gravata da Chevrolet. Ficam iluminados os botões no volante e nas portas (de operação dos vidros e retrovisores), além dos comandos do sistema multimídia, do ar-condicionado, do painel e do OnStar, no console de teto, bem como as posições de câmbio. Bem que as entradas USB dianteiras poderiam ser iluminadas, pois é difícil localiza-las no escuro.
Em termos de segurança, a Montana conta de série com 6 airbags (dois frontais, com possibilidade de desativação do airbag do passageiro através de switch no lado direito do painel, acessível após a abertura da porta do carona; dois laterais dianteiros e dois de cortina), alarme perimétrico, sinalização luminosa em caso de frenagem de emergência, alerta de veículos em pontos cegos, alerta sonoro do não-uso dos cintos de segurança dianteiros e traseiros (detecta o peso dos ocupantes nos assentos dianteiros e o desafivelamento no banco traseiro), controles eletrônicos de estabilidade e tração (ESC), travamento automático das portas a partir de 13 km/h, além dos demais itens mencionados ao longo da matéria.
O motor 1.2 Turbo Flex "CSS Prime" de três cilindros em linha e 12 válvulas entrega o rendimento de 132 cavalos com gasolina e 133 cv com etanol, a 5500 rpm nos dois casos, e o torque de 19,37 kgfm com gasolina e de 21,41 kgfm com etanol, sempre entre 2000 e 4500 rpm. Diferentemente da grande maioria dos motores turbinados da atualidade, a Montana, assim como Tracker e Onix, ainda não aderiu à injeção direta de combustível, adotando um sistema mais convencional de injeção multiponto indireta. A bateria é de 60 Ampères. O propulsor trabalha à taxa de compressão de 10,5:1 e foi recalibrado especificamente para a Montana, assim como transmissão, direção e suspensão.
O capô possui manta de isolamento acústico e é sustentado por haste (do lado direito). O motor traz bloco de alumínio, cabeçote com duplo comando variável de válvulas, coletor de escape integrado, bomba de óleo de duplo estágio de pressão variável, otimização do virabrequim para que os pistões fiquem deslocados do centro dos cilindros e correia dentada imersa em óleo, com durabilidade estimada em 240 mil quilômetros, segundo a General Motors. Já o câmbio automático GF6 com conversor de torque possui seis marchas e também é utilizado em modelos como Onix, Tracker, Spin e Cruze. A liberação do deslocamento pelo trilho ocorre assim que o motor é ligado.
Na dianteira, o conjunto de suspensão é independente do tipo McPherson, utilizando barra estabilizadora ligada ao amortecedor, molas helicoidais com carga lateral e constante elástica linear, além de amortecedor telescópico pressurizado estrutural. Na traseira há o eixo de torção, sem barra estabilizadora, com molas helicoidais com constante elástica linear e duplo batente de rigidez variável, bem como amortecedor telescópico hidráulico pressurizado a gás.
Os freios utilizam discos ventilados com pinças "flutuantes" no eixo dianteiro e tambores na traseira, contando com os recursos anti-travamento (ABS), distribuição eletrônica da força de frenagem (EBD) e assistência em caso de frenagem de urgência (PBA), incluindo assistente de frenagem para situações de perda de eficiência por aquecimento e assistência de manutenção da trajetória nas frenagens em linha reta.
O tanque de combustível mantém a capacidade de 44 litros já conhecida do Tracker. A portinhola, do lado esquerdo, é aberta com as portas destravadas ao ser empurrada pela extremidade traseira.
Com preço de tabela a partir de R$ 150.840 e fabricada em São Caetano do Sul (São Paulo), a Montana Premier vem sem opcionais de fábrica e conta com sete opções de cores para a carroceria: Azul Eclipse (metálica, sem custo adicional; é a tonalidade do exemplar do nosso test-drive); Branco Summit (sólida, por R$ 950 adicionais), Preto Ouro Negro (Metálica, + R$ 1.950), Vermelho Chili (metálica, + R$ 1.950), Verde Safari (metálica, + R$ 1.950), Cinza Rush (metálica, + R$ 1.950) e Prata Shark (metálica, + R$ 1.950). A picape dispõe de garantia de fábrica de 3 anos e assistência Chevrolet Road Service por 1 ano.
Impressões ao dirigir
A posição de dirigir da Montana pode fazer o motorista assumir um posto significativamente elevado, aumentando a sensação de robustez e ampliando a visão do entorno da carroceria. Pode-se ver uma pequena parte do capô (mesmo assim, os sensores de estacionamento dianteiros, presentes nas versões Premier de Onix e Tracker, fazem falta na Montana). Os retrovisores externos e interno são bem-dimensionados; além disso, o vidro traseiro é reto e não possui barras ou outros apetrechos que atrapalhem na visão (ainda que, em algumas situações, seja possível observar reflexos, principalmente de luzes, neste vidro). A caçamba pouco aparece pelo retrovisor interno (quando a capota marítima está aberta e enrolada, porém, perde-se muita visão pelo espelho interno), e os encostos de cabeça traseiros também não atrapalham quando estão posicionados para baixo - da mesma maneira que as palhetas dos limpadores, que repousam na área não-transparente do para-brisa. As regulagens de altura de cinto e assento, somadas aos ajustes de altura e profundidade da coluna de direção, facilitam bastante a tarefa de encontrar uma melhor posição de dirigir. Quando o assento é elevado, ele também é ligeiramente deslocado para a frente.
A direção elétrica progressiva é bastante macia em baixas velocidades - tornando-se até um tanto leve demais na situação das manobras, adquirindo o "peso" correto durante a condução comum. O diâmetro de giro de 11,5 metros fica a meio-caminho entre os veículos compactos e as picapes médias. A textura do aro agrada e os apoios para as mãos são bons - mas se ele fosse um pouco mais espesso, ficaria ainda mais agradável. A ergonomia é boa, com a alavanca de freio de mão bem leve e fácil de ser operada e os botões próximos à mão; contudo, a alavanca de câmbio poderia ter deslocamento mais suave pelo trilho e os botões dos vidros elétricos demandam acionamento por um período um pouco mais longo para subirem em um movimento só. O ar-condicionado chamou a atenção pela boa eficiência mesmo em velocidades de vento baixas.
O conjunto de suspensão da Montana faz com que a picape tenha um comportamento dinâmico mais neutro, assemelhado ao de um SUV: ela possui ótima estabilidade nas curvas para um modelo de sua categoria. A absorção de impactos é agradável, mas as rodas de 17 polegadas certamente influenciam no nível menor de maciez durante a condução em pisos castigados na comparação com outras picapes. Em compensação, a altura em relação ao solo de 16,9 centímetros é suficiente para esta picape superar lombadas e valetas com menor preocupação em comparação com outros modelos da plataforma GEM, possibilitando até passar com tranquilidade por estradas de terra e cascalho (contudo, é preciso ter atenção com pedras maiores e galhos, pois não há chapa de proteção dianteira de fábrica). Mesmo vazia, a Montana não tende a oscilar sua traseira durante a condução - característica que se observa nitidamente na Strada, que traz eixo rígido e feixes de mola atrás.
À noite, os faróis proporcionam boa iluminação, mesmo estando concentrados em projetores relativamente pequenos. Assim como no Bolt EUV, que também utiliza projetores, na Montana os faróis altos iluminam "por cima" dos baixos. Os limpadores e esguichos também atuaram de forma agradável. A articulação longitudinal dos para-sóis da Montana é melhor que na Strada e na Oroch (ambas carecem de posições entre rente ao para-brisa ou vertical diante dos olhos). Neste exemplar da picape da GM, em alguns momentos era ouvido um rangido na porta do motorista e na suspensão traseira ao passar por pisos irregulares.
O alerta de veículos em pontos cegos da Montana fica ativo entre 10 e 140 km/h, avisando no quadro de instrumentos sobre a desativação do recurso ao exceder esta velocidade. Este sistema acende ícones embutidos nas capas dos retrovisores, e não nas lentes dos espelhos, o que facilita a visualização. Se o alerta estiver ativo enquanto a seta for acionada, o ícone pisca para advertir que não é o momento ideal de trocar de faixa. É importante destacar que o sistema só funciona quando a velocidade relativa entre a Montana e o veículo na região do ponto cego é inferior a 10 km/h, e em velocidades superiores ele não funciona. Já o controlador de velocidade de cruzeiro, que atua a partir de 39 km/h, permite manter uma velocidade selecionada, mas não varia em função da distância do veículo à frente. E o limitador pode definir, a partir de 25 km/h, que a Montana não ande acima de uma determinada velocidade: só ao pisar totalmente no pedal do acelerador é possível superar este limite (o que faz soar um alerta).
Sob condução em ritmo de cruzeiro, a Montana tem nível de ruído atenuado; a partir de 3 mil rpm, o motor se faz ouvir mais acentuadamente. O motor entrega sua força desde baixas rotações, característica que também colabora com o nível atenuado de ruído durante a condução tradicional. Em cerca de 90 km/h, é possível observar uma turbulência leve por conta do vento sobre a capota marítima, característica comum em picapes. Já o nível de vibrações é contido, sendo mais perceptível com a picape parada - nesta situação, é possível observar o banco do passageiro tremendo um pouco quando ele está desocupado. A modulação dos pedais de freio e acelerador é boa. A 100 km/h, em ritmo de cruzeiro, a Montana está a 2000 rpm em piso plano. O assistente de partida em ladeiras deixa a Montana no lugar por aproximadamente 5 segundos - mais tempo do que os 2 ou 3 segundos tradicionais de atuação deste recurso.
Sob condução tranquila, é até difícil saber em que marcha o câmbio automático está, pois as mudanças são feitas com suavidade e ao redor de 2 mil rpm - e a posição numérica não é exibida. Nas situações de acelerações mais fortes, as passagens de marcha são bem mais perceptíveis. A Montana aceita ser ligada com o câmbio em P ou N e desligada fora da posição Parking - mas nesta última situação, um alerta soa e uma mensagem no quadro de instrumentos instrui o motorista a levar a transmissão para a posição P. Veja abaixo as velocidades estimadas em que as trocas de marcha ocorrem em piso plano e acelerando levemente:
Em termos de desempenho, a picape da Chevrolet surpreendeu e superou Strada Ranch Turbo e Oroch Outsider TCe na prova de 0 a 100 km/h. Na largada (com um pé no freio e o outro no acelerador), a Montana limita seus giros a 3400 rpm, e canta pneu na partida se o controle de tração estiver desativado. Veja os dados coletados em pista sem tráfego de veículos, com ar-condicionado desligado, câmbio em Drive, somente o motorista a bordo, gasolina no tanque e cronometragem automática pelo aplicativo GPS Acceleration:
Aceleração de 0 a 100 km/h: 9,4 segundos
Retomada de 40 a 80 km/h: 5,3 segundos
Retomada de 60 a 100 km/h: 6,6 segundos
Retomada de 80 a 120 km/h: 8,1 segundos
Condições do teste
Temperatura externa: 32º C
Altitude (estimada): 71 metros
Pressão dos pneus: 224 kPa (pneu dianteiro direito); 220 kPa (demais pneus)
Nível de combustível: 1/12 avos (antes da reserva)
Quilometragem do veículo durante os testes: 714 km
Já no quesito de consumo de combustível, observamos que a Montana teve gastos praticamente idênticos com gasolina e com etanol, em um patamar intermediário entre os dados no padrão de rodagem do Inmetro (7,7 km/l com etanol e 11,3 km/l com gasolina em percursos urbanos). Nos dois casos, a picape acendeu sua luz de reserva indicando 38 km de autonomia. Observamos que, se o aviso de baixo combustível aparecer com a picape em movimento, é possível removê-lo ao apertar o botão Set/Clr; porém, se a picape for desligada e na próxima ignição ela permanecer na reserva, o aviso passa a ser sempre exibido na tela até o abastecimento. Ao todo, rodamos 434,5 quilômetros com a Montana.
Gasolina - até o tanque chegar à reserva, partindo de aproximadamente 3/4 do volume
Distância percorrida: 200,9 km
Consumo de combustível: 9,2 km/l
Velocidade média (estimada): 23,9 km/h
Etanol - Primeiro abastecimento (12,854 litros), feito com tanque na reserva e indicação de 36 km de autonomia
Distância percorrida: 117,4 km
Consumo de combustível: 9,0 km/l
Velocidade média (estimada): 24,6 km/h
Gasolina - Segundo abastecimento (10,000 litros), feito com tanque na reserva e indicação de 38 km de autonomia
Distância percorrida: 89,7 km
Consumo de combustível: 10,0 km/l
Velocidade média (estimada): 25,5 km/h
Etanol - Terceiro abastecimento (7,713 litros), feito com tanque na reserva (sem indicação de autonomia disponível no computador de bordo)
Distância percorrida: 26,5 km
Consumo de combustível: 9,0 km/l
Velocidade média (estimada): 25,4 km/h
Autonomia estimada na devolução: 70 km
Para concluir...
Nestes dias de convivência com a Chevrolet Montana, ela demostrou ser uma alternativa muito interessante e competitiva dentro do segmento de picapes intermediárias. Tem o tamanho meticulosamente na medida entre as Fiat Strada e Toro, traz itens de segurança que não estão presentes em algumas de suas rivais, proporciona bom nível de conforto ao rodar e oferece caçamba volumosa com boa praticidade e vedação adequada. É fato que as concorrentes da Fiat ainda vendem bem mais; por outro lado, a Montana já emplacou mais que o dobro de unidades da Renault Oroch e acumulou pouco mais de 30 mil exemplares emplacados ao longo do ano de 2023, demonstrando que a picape da General Motors já encontrou seu espaço no mercado.
Vem conferir a Galeria de Fotos da Chevrolet Montana Premier 1.2 Turbo!
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