Chevrolet Bolt EUV: andamos 400 km com este elétrico que alia praticidade e versatilidade

Texto e Fotos | Júlio Max, de Teresina - Piauí

Quando começou a comercializar no Brasil o Bolt EV, em 2019, a Chevrolet ainda fazia uma aposta de moderado risco no segmento dos automóveis elétricos. Afinal, eram carros significativamente mais caros do que os modelos equivalentes com motor a combustão, e a rede de eletropostos ainda estava em fase de implementação em território nacional. Quatro anos se passaram, e a categoria que era uma incerteza hoje está bem mais consolidada. O hatchback com jeitão de monovolume da General Motors passou a ter a companhia do Bolt EUV no mercado nacional a partir de maio deste ano. Aliás, a eletrificação da linha GM vai continuar: Blazer EV RS e Equinox EV, ambos totalmente recarregáveis na tomada, estão confirmados para serem oferecidos no nosso País a partir de 2024. 

O Bolt EUV que nós do Auto REALIDADE dirigimos por cinco dias faz parte de seu lote de 200 unidades destinadas para o mercado brasileiro - a previsão é de que este modelo seja descontinuado neste mês de dezembro e, posteriormente, substituído por uma nova geração mais eficiente, baseado sobre a nova plataforma Ultium. Não por acaso, a Chevrolet oferece um plano de financiamento que dá a alternativa de entregar o Bolt pelo valor de Tabela FIPE como parte da entrada do parcelamento para quem quiser um Blazer EV ou Equinox EV no futuro (ambos já concebidos sobre a arquitetura Ultium). O EUV é derivado do Bolt EV, mas o crossover possui formato de carroceria diferente e todas as dimensões ampliadas. O EUV possui 4,31 metros de comprimento (é 14,1 centímetros mais comprido que o EV), 1,77 metro de largura sem espelhos, sendo 0,5 cm mais largo (com os retrovisores, são 2,05 m), 1,62 metro de altura (incluindo a antena de teto; o EUV é 2,2 cm mais alto) e distância entre-eixos de 2,675 metros (7,5 cm a mais que o EV).

Na dianteira, o modelo traz conjunto ótico totalmente de LED dividido em dois níveis (no Bolt EV, há um conjunto unificado de cada lado). Na parte superior, ficam as luzes de posição, que se convertem nos piscas caso necessário. Uma particularidade do Bolt EUV é que, ao dar seta, a luz acende de forma dinâmica ("correndo" em direção às extremidades), mas o acendimento do pisca-alerta é convencional. Logo abaixo estão os projetores para a iluminação principal (faróis baixos e altos). As laterais trazem filetes escuros com a inscrição "Bolt EUV". A gravatinha da Chevrolet tem a parte central em preto-fosco e as bordas cromadas. O para-choque e o capô seguem a temática de estilo do Bolt EV, mas são diferentes. No EUV, a dianteira abriga passagens de ar na parte central-inferior e logo abaixo dos faróis, direcionando o vento para as caixas de roda frontais. Bem visível, a câmera dianteira é uma das quatro ao redor do veículo que compõem o conjunto de visão em 360 graus (há outras duas laterais, abaixo de cada retrovisor externo, e uma na tampa traseira). Uma moldura hexagonal em preto-brilhante delimita a área do para-choque com texturas em padrão de colmeia, onde também é alojada a placa dianteira. As palhetas dos limpadores dianteiros repousam sobre a área não-transparente do para-brisa.

A entrada para recarga fica no para-lama esquerdo dianteiro (curiosamente, é possível abrir a portinhola mesmo com o veículo travado). Como é comum em modelos com apelo visual aventureiro, molduras em plástico fosco circundam a parte inferior dos para-choques, saias laterais e arcos dos para-lamas. As capas dos retrovisores trazem apliques em preto-brilhante (também presentes nas colunas entre as janelas). Já as maçanetas externas seguem a cor da carroceria e possuem botões (para travar/destravar o veículo quando a chave estiver próxima) e detalhes cromados - que também estão nos frisos da parte inferior das portas. As barras de teto longitudinais possuem partes prateadas e em preto-brilhante (aliás, elas são funcionais, podendo apoiar barras transversais e levar cargas de até 50 quilos), enquanto a parte posterior do teto aloja a antena do tipo "barbatana de tubarão". As rodas de 17 polegadas com detalhes diamantados e partes em preto-brilhante são calçadas com pneus Michelin Primacy 3 auto-selantes, de perfil 215/50 e que devem ser calibrados com 38 psi. Todas as caixas de roda trazem camadas finas revestidas de carpete.

Na traseira, chama a atenção o aerofólio com relevos aerodinâmicos, que abriga o brake-light. As luzes de posição invadem parcialmente a tampa do porta-malas e são visualmente interligadas pelo aplique em preto que integra a gravata da Chevrolet. A tampa traseira também aloja a placa de licença e o logo com o nome do carro, que traz detalhes em azul. O para-choque possui dois refletores (nesta área também acendem, no mesmo lugar, as luzes de freio e de pisca, ambas vermelhas) e ampla área em preto-fosco com os sensores de estacionamento traseiros, além de um adorno prateado na parte inferior, onde é alojada a luz de ré.

A cabine do EUV traz as tonalidades preta e azul-escura convivendo com detalhes cromados e em preto-brilhante. O ambiente lembra o Bolt EV em diversos detalhes, mas com algumas diferenças, a começar pelo fato de que o hatch-monovolume elétrico possui superfícies pretas ao invés de azuis nos revestimentos. À frente do quatro de instrumentos existe uma área capaz de fazer a projeção de luzes no para-brisa para advertências, como a do alerta de colisão frontal. Em termos de acabamento, o Bolt EUV surpreende e traz material macio ao toque na parte superior do painel (da junção com o para-brisa até as bordas próximas da tampa do porta-luvas) e nas portas dianteiras, além de superfícies de couro nas quatro portas, nos bancos, em partes do painel (menos acolchoadas) e nos apoios de braço dianteiros e traseiros. Há também alguns porta-objetos com fundo emborrachado (dentro do apoio de braço, no nível inferior do console e o carregador por indução) e forro de teto moldado em tecido macio.

O volante conta com base levemente achatada, aro revestido em couro com partes dos raios espumadas, raio central em prata-anodizado, detalhes em preto-brilhante (no EV, estes detalhes são em preto-fosco) e costuras aparentes. O raio esquerdo concentra os botões de operação do piloto automático e do alerta de colisão frontal. Já o lado direito possui comandos de voz (para GPS, celular e áudio), telefone e operação do quadro de instrumentos. Há uma única aleta junto ao volante, no lado esquerdo, que, enquanto pressionada, permite ativar a regeneração de energia sob demanda (Regen on Demand). Atrás dos raios do volante também há botões para controle do som (do lado esquerdo, alternam entre faixas e estações favoritas; à direita, permitem o ajuste do volume). A coluna de direção ajusta em altura e profundidade de forma manual, através de uma alavanca na parte inferior, e conta com capa de couro para proteção.

O quadro de instrumentos do Bolt EUV é exibido em uma tela digital colorida de 8 polegadas. A parte esquerda do monitor traz a estimativa de autonomia, com relógio na parte superior e quilometragem total na parte inferior; já o lado direito exibe a demanda atual de energia, que sobe na escala de potência quando o acelerador é mais pressionado e desce para o campo regenerativo nas desacelerações - acompanhado da luz-espia Ready em verde, que indica que o veículo está em funcionamento, e da posição de câmbio. Ao centro, um círculo dividido em duas partes mostra, na parte superior, velocímetro, bússola e ícones dos assistentes de condução. São mostrados na parte central-inferior da tela:

  • Informações: distância percorrida + consumo de energia em kWh/100 km; velocidade média, pressão dos pneus em quilopascal (kPa), cronômetro, gráficos de assistência ao motorista com nível de distanciamento e de tempo do veículo à frente em segundos, alerta de limite de velocidade (utiliza as informações da base de dados do GPS, nem sempre atualizadas) e "página em branco", vazia de informações para evitar distrações a quem dirige. 
  • Áudio: mostra a fonte de áudio e informações do som em reprodução. É possível navegar pelas listas de reprodução, artistas, músicas, álbuns, gêneros, coletâneas, compositores, pastas, podcasts, audiolivros e vídeos (somente o áudio é reproduzido), ver favoritos e alterar a definição dos favoritos.
  • Navegação: permite verificar as instruções de rota para chegar a um local, caso haja um destino selecionado no GPS, ou conferir a bússola.
  • Telefone: é possível ver chamadas recentes, contatos ou selecionar favoritos com um telefone conectado. Se houver uma chamada ativa, é possível silenciar ou desativar o silenciamento do telefone e alternar entre aparelho e viva-voz.
  • Alteração do layout (Moderno/Aprimorado): o layout Moderno traz uma visualização simplificada do indicador de autonomia estimada (mostra apenas a estimativa média, no canto esquerdo) e, no lado direito, traz um círculo com uma folha que avança para cima quando é exigida mais potência; quando há desaceleração, o círculo "desce" para a escala freio. Este ícone fica verde sob condução econômica e amarelo quando a eficiência é menor. Já o layout Aprimorado exibe três estimativas de autonomia (mínima, caso a condução seja mais agressiva; média, que leva em conta a condução normal, e máxima, quando o estilo de condução for mais conservador) e mostra quantos kW de potência estão sendo exigidos momentaneamente. Se o acelerador for mais demandado, a barra sobe para a escala Potência e fica amarela. Já sob condução mais econômica, a barra fica verde e, em desacelerações, ela desce para o campo Regenerativo.
  • Configurações: pode-se alterar as unidades exibidas na tela (padrão métrico, em quilômetros, ou dos Estados Unidos, em milhas), definir alerta de velocidade (pode ser acionado entre 5 e 250 km/h, em intervalos de 1 em 1 km/h) e ver tutorial para saber mais informações sobre os layouts Moderno e Aprimorado (só exibe informações com o carro parado) e informações do código de software aberto.

A tela também traz ícones para quando estão abertos o capô, tampa do porta-malas ou qualquer uma das portas. Há também alerta textual em caso de nível baixo do fluido do limpador de para-brisa e de alteração de parâmetros do veículo. De ré, surgem os gráficos dos sensores de estacionamento traseiros. Curiosamente, durante a condução o Bolt EUV não exibe o exato percentual de carga restante no quadro de instrumentos - certamente para reduzir a "range anxiety" (ansiedade/medo exagerado do motorista de que o veículo não terá autonomia suficiente para seus deslocamentos, levando, por vezes, a carregamentos frequentes e dispensáveis). No lugar, há uma escala simplificada, semelhante à do nível de combustível dos veículos com motor a combustão. Mas quando o carro está sendo carregado, o percentual disponível é mostrado.

A haste do lado esquerdo concentra as funções de seta e faróis altos ou baixos; nela há um botão que permite acionar a comutação automática do facho dos faróis, que liga a luz alta a partir de 40 km/h conforme a necessidade e passa automaticamente para a luz baixa quando não houver necessidade da luz mais intensa ou outros veículos forem detectados. Um leve toque na alavanca, sem aciona-la até o clique, faz as setas acenderem três vezes. Pela central multimídia é possível programar se as luzes externas vão permanecer acesas segundos após o desligamento do veículo.

A haste dos limpadores dianteiros e traseiro traz as opções de varredura uma vez (1x), off, Auto (atua conforme a detecção do sensor de chuva, com possibilidade de ajuste da intermitência variável em cinco opções), contínua lenta (Lo) e contínua rápida (Hi). Girando a ponta da haste é possível acionar o limpador de trás, inclusive também em modo intermitente. Pela central multimídia também é possível alterar parâmetros de operação dos limpadores, como atuação do sensor de chuva e acionamento do limpador traseiro quando a ré for engatada e as palhetas dianteiras estiverem em funcionamento.

O sistema multimídia possui tela sensível ao toque de 10,2 polegadas integrada ao painel, levemente inclinada. Há três botões físicos na parte esquerda (o superior serve para ligar o aparelho ou deixar a tela exibindo temperatura externa e hora, e somente ativar/desativar mudo ou regular volume; o central serve para retornar ao menu inicial e o botão abaixo permite navegar entre itens de uma tela e selecionar algum dos itens); já do lado direito fica o botão do pisca-alerta.

O menu inicial é dividido nos itens Áudio, Telefone, Navegação, Energia, Usuários, Configurações, Apple CarPlay, Android Auto, Aplicativos, Roteador Wi-Fi, Serviços OnStar, Climatização, Câmera e myChevrolet, além dos aplicativos instalados, sendo possível alterar a ordem dos ícones e exclui-los. No menu de áudio, é possível ter acesso a mídias de rádio AM ou FM (com até 40 posições de memória e função RDS), Bluetooth e USB (compatível com arquivos em mp3, aac, ogg, 3gp e FLAC). Além disso, há um disco rígido interno que permite a instalação de aplicativos como Alexa e Spotify.

O GPS nativo Navconnect possui modos de visualização em 2D, 2D apontando sempre para o norte ou 3D, além da possibilidade de atender a comandos de voz e de exibição de pontos de interesse. O roteador Wi-Fi pode compartilhar internet com até sete dispositivos eletrônicos, sendo que o plano contempla 3 GB no primeiro mês de uso e, do segundo ao décimo terceiro mês, 20 GB mensais incluídos no plano OnStar. O sinal de rede fica disponível a até 15 metros de distância do veículo. Após o consumo dos 3 GB iniciais ou dos 20 GB mensais, o pacote de internet (fornecido pela operadora Claro) é pago à parte.

O ar-condicionado automático digital pode ser ajustado pelos botões sob a tela do sistema multimídia ou no menu "Climatização" do MyLink. De zona única de temperatura e regulagem de um em um grau (entre 17 e 30º C), ele inclui aquecimento para os bancos dianteiros (ambos em três níveis) e volante (um nível), filtro de ar e sistema automático de recirculação de ar. Boa parte dos comandos de ar estão concentrados em botões físicos, mas o direcionamento do vento é feito exclusivamente pela interface da tela. O desembaçador traseiro também faz o aquecimento dos espelhos externos. Há um botão "Climate" de atalho para a operação do ar na tela sensível ao toque. 

A tela também permite a visualização das quatro câmeras em torno do veículo, que incluem a visualização em 360 graus no canto esquerdo e podem ser acessadas por menu no sistema multimídia ou de forma automática ao engatar a ré. Os ícones na parte inferior permitem alternar entre os ângulos disponíveis: câmera dianteira ou traseira, visão superior mais aproximada da frente ou da traseira, visão das rodas dianteiras ou traseiras, ativação/desativação das linhas de guia e visão ampliada dos mencionados ângulos, sem a imagem em 360 graus. Com boa definição, as câmeras podem ser exibidas com o carro em movimento (inclusive andando para a frente) a até 11 km/h. Caso alguma das portas com câmera não esteja fechada, a área da lente correspondente deixa de ser exibida na tela do sistema multimídia para evitar visualizações incorretas.

O sistema de som de 7 alto-falantes é assinado pela Bose e inclui subwoofer. A qualidade de reprodução de áudio é muito boa, com nítida distribuição espacial do som e possibilidade de ajuste de graves/médios/agudos e do balanço/fader.

O início do console central incorpora duas entradas USB (uma do tipo A e outra do tipo C), além de tomada de 12 Volts com tampa, entrada para cartão de memória SD, carregador de celular por indução de até 3 Ampères (15 Watts), botões de acionamento do modo Sport (que aumenta a responsividade do pedal do acelerador; ao desligar o carro, na próxima ignição o modo Sport é desativado), ativação/desativação dos controles eletrônicos (com um toque breve, aciona ou desliga o controle de tração; apertando e segurando este mesmo comando por alguns segundos, o controle de estabilidade é desligado; este só pode permanecer desativado a até 56 km/h) e assistente de permanência em faixa. 

No lugar da alavanca de câmbio, botões permitem a seleção entre as posições Parking, Ré, Neutro e Drive; nesta região do console também estão os comandos do freio de estacionamento eletrônico e de condução por "um-pedal", além de um espaço aberto bem pequeno, que sequer acomoda direito a chave presencial. Há dois porta-copos (ambos em plástico rígido e que, por não terem "garras", podem fazer o recipiente batucar nas laterais; levam recipientes de cerca de 500 mL) e apoio de braço em couro com costuras e porta-objetos que traz fundo emborrachado - onde a bateria da chave pode ser carregada. O console também conta com um nível inferior que permite a acomodação de objetos e traz o fundo macio ao toque, mas sem entradas para aparelhos eletrônicos. O mais curioso é que a parte superior deste nicho traz um discreto foco de luz ambiente, mas ele só se acende caso as luzes de teto estiverem ligadas.

O lado esquerdo do painel possui dois botões giratórios. No lado esquerdo, ao apertar o botão e ele saltar, gira-se para regular o brilho dos instrumentos (que afeta também a claridade do sistema multimídia e de quase todos os itens iluminados da cabine, exceto molduras das entradas USB e botões do OnStar no console de teto); já do lado direito é possível alternar entre as posições de acendimento automático dos faróis, luzes de posição acesas ou faróis baixos acesos. Quando o seletor está na posição Auto, os faróis se apagam automaticamente (sendo possível, através do sistema multimídia, definir se haverá ou não o temporizador do funcionamento das luzes externas, entre 30 e 120 segundos). Já ao deixar o seletor nas outras posições, as luzes externas permanecerão acesas após o desligamento do carro (um bipe "ding-ding-ding", típico dos carros da Chevrolet, soa quando a porta do motorista é aberta para lembrar deste fato).

Quando a porta do motorista é aberta, acendem-se por 15 segundos os botões do volante, do painel e das portas, inclusive os contornos de iluminação ambiente. Passados os 15 segundos, somente as molduras das entradas USB e os botões do OnStar no teto ainda ficam momentaneamente iluminados. Os botões de controle da transmissão só se acendem com a ignição ligada.

A tampa do porta-luvas desce suavemente e o habitáculo traz espaço razoável, mas dispensa iluminação e nichos para objetos menores.

Moldado em tecido macio e claro, o forro de teto possui para-sóis com abas porta-documentos (que são acessíveis com as peças fechadas), além de espelhos com tampas e iluminação que aumenta de brilho gradualmente. E as sombreiras podem ser puxadas para trás a partir do momento em que são deslocadas para as laterais, aumentando as chances da luz do Sol ser bloqueada.

O retrovisor interno possui lente anti-ofuscante, com escurecimento automático. O console de teto integra botões de operação do OnStar e traz indicação luminosa do afivelamento do cinto do carona e do funcionamento do airbag dianteiro do passageiro (se não for detectado o peso de uma pessoa sentada, a bolsa de ar é automaticamente desativada). Também há duas luzes de leitura que podem se acender individualmente (acompanhada dos botões para desligar as luzes, acendê-las quando uma porta for aberta ou deixa-las continuamente acesas; nos dois últimos casos, as luzes traseiras também acendem) e os comandos de acionamento elétrico da persiana (com rede fina) e do teto solar panorâmico - ambos podem abrir e fechar por um toque. O teto abre a parte dianteira (no fechamento, dispõe do recurso anti-esmagamento) e pode ficar na posição tilt, levantando a parte traseira do vidro ao apertar levemente o botão. Diferente do EUV, o Bolt EV não possui teto solar nem iluminação para os espelhos, cintos com ajuste de altura ou alças de teto traseiras (somente ganchos fixos); além disso, conta com apenas uma luz de leitura traseira.

A parte inferior do painel conta com a alavanca para abertura do capô, o bom apoio para o pé esquerdo e os pedais (o de freio é emborrachado, e o acelerador, de plástico rígido).

A chave presencial possui estilo similar ao de outros modelos da Chevrolet. Se ela estiver em um raio de 1 metro próxima do veículo, é possível travar e destravar o veículo através dos botões nas maçanetas dianteiras (embora o Bolt EUV não conte com o sistema que permite travar o carro somente ao se distanciar levando a chave, por exemplo). Ela traz cinco botões, que permitem travamento e destravamento das portas (no travamento, as janelas não são fechadas, mas ao apertar e segurar o botão de destravamento, os quatro vidros são abertos, caso a função esteja habilitada; ao destravar, as luzes externas ficam acesas por 30 segundos), partida remota (é preciso primeiro apertar o botão de travamento para, em seguida, apertar e segurar o botão da partida por 4 segundos; o carro pode ficar ligado por 20 minutos, período que pode ser prolongado por mais 20 min, e o ar-condicionado é acionado com o mesmo ajuste feito antes da ignição ser desligada; após a partida remota, é necessário destravar o veículo e apertar o botão interno de partida para poder sair com o carro), comando de interrupção da carga do veículo (que libera o conector de carga) e acionamento dos piscas acompanhado de 3 buzinadas (pressionado por pelo menos três segundos, soa o alarme de pânico). Um pequeno botão cromado permite a liberação da lâmina da chave. Se for detectada a chave dentro do veículo quando o carro estiver parado e uma porta for aberta para em seguida ser fechada, três buzinas soam como advertência. É possível programar o carro para ser "retravado" automaticamente caso o comando de destravamento seja executado mas ninguém abrir o veículo - porém, isto só acontece depois de 3 minutos.

A porta do motorista concentra os botões de travamento e destravamento do veículo (próximos de sua maçaneta interna; eles também acionam travas mecânicas em cada uma das portas), os comandos de ajuste dos retrovisores externos, o bloqueio das janelas traseiras (para que só o motorista possa aciona-las) e a operação dos vidros elétricos, que possuem a função um-toque (para cima ou para baixo) para os ocupantes dianteiros. Nos vidros traseiros, uma peculiaridade: eles descem por um toque, mas demandam o acionamento contínuo dos botões para serem levantados. A porta do passageiro dianteiro também dispõe dos botões de travamento e destravamento do veículo, e as duas portas da frente possuem fundo emborrachado nos vãos de encaixe das mãos nos puxadores. Nos forros das quatro portas há generosos porta-objetos/garrafas. Se nenhuma porta for aberta, os comandos elétricos de vidros, persiana e teto solar podem operar por até 10 minutos depois de desligada a ignição. Por motivos de segurança, se o carro estiver ligado, as maçanetas internas precisam ser puxadas duas vezes para poder destravar a porta.

O banco do motorista dispõe de ajustes elétricos para altura (em duas possibilidades: há o ajuste na região das coxas e na parte posterior) e distância do assento, inclinação do encosto e regulagem lombar (em duas direções, longitudinais), que funcionam mesmo com o carro desligado. Para o passageiro, as regulagens são manuais e incluem distância do assento, altura do assento (coisa rara entre os carros atuais) e inclinação do encosto. Além disso, tanto os encostos de cabeça quanto a altura dos cintos de segurança (com pré-tensionadores) são reguláveis para a primeira fileira de bancos. Os tapetes são de carpete.

O espaço para as pernas dos passageiros traseiros é favorecido com o assoalho plano: principalmente o ocupante do meio vai agradecer. Porém, três adultos vão viajar com os ombros colados uns nos outros, e o espaço para cabeça de quem possui mais de 1,80 metro de altura é parcialmente tomado pelo ressalto no forro de teto. Há um porta-revista atrás do banco do passageiro, alças de teto retráteis com luzes de leitura que se acendem ao tocar nas lentes e apoio de braço com dois porta-copos (para recipientes de 500 mL) que possuem garras laterais emborrachadas. O final do console é confeccionado em plástico rígido e não oferece mimos aos convidados traseiros - uma pena, pois o Bolt EV já vinha com mais duas entradas USB (dos tipos A e C) nesta região. Uma solução engenhosa da Chevrolet: ao apertar o botão circular dos encostos de cabeça laterais, eles se inclinam para baixo: quando não estão em uso, eles pouco interferem na visão traseira, como se fossem encostos do tipo vírgula - mas, quando levantados, oferecem maior área de apoio para a cabeça dos ocupantes. Além disso, há grampos para a acomodação dos cintos laterais, caso seja necessário rebater os encostos traseiros (através das maçanetas nas pontas superiores). Mesmo quando os encostos estão rebatidos, as extremidades deles permanecem no lugar: lá estão alojados os airbags laterais traseiros. Os vidros das portas traseiras descem até o final. O assento pode ser levantado ao se liberarem duas travas, porém com o objetivo de facilitar o acesso aos módulos de bateria.

O porta-malas tem a capacidade de 462 litros com os bancos em posição normal (muito boa para o segmento, porém ligeiramente menor que os 478 L do Bolt EV) e de 1611 L com o rebatimento dos bancos traseiros. Dispõe de iluminação na lateral esquerda, ganchos móveis para fixação de carga e espaço sob a tampa do assoalho, que pode armazenar o cabo para carregamento de utilização residencial (de 110/220 Volts e 20 Ampères/2,2 kWh, com tomada de 3 pinos). Já abaixo do forro inferior ficam ferramentas e o kit composto pelo líquido de vedação para pneu (para tapar temporariamente furos de até 6 milímetros) e compressor de ar. A tampa dispõe de uma fenda no canto direito para auxiliar no fechamento, que é manual.

No quesito de segurança, o Bolt EUV conta com 10 airbags (dois frontais, dois para os joelhos dos ocupantes dianteiros, dois nos bancos dianteiros, dois de cortina e dois nos bancos traseiros), alarme perimétrico, alerta de colisão frontal, alerta de detecção de pedestre frontal com auxílio de frenagem, alerta de movimentação traseira (com o veículo em marcha-a-ré, ícones sobre a imagem da câmera mostram de que direção está se aproximando um veículo, pessoa ou obstáculo), travamento das portas a partir de 13 km/h, lembrete de objetos no banco traseiro (ativado quando uma das portas de trás for aberta enquanto o veículo estiver ligado ou até 10 minutos antes de ser ligado, emitindo um alerta textual no quadro de instrumentos; detecta quando uma porta traseira é aberta e fechada, indicando que pode haver algo no banco de trás), fixações Isofix e Top Tether para cadeirinhas infantis, alerta sonoro e visual do não-uso dos cintos (somente os dianteiros), piloto automático adaptativo (atua acima de 40 km/h), alerta de colisão frontal a partir de 8 km/h (com frenagem autônoma de emergência entre 8 km/h e 80 km/h, capaz de detectar veículos a até aproximadamente 60 metros. Durante a condução diurna, o sistema detecta pedestres a uma distância de aproximadamente 40 m; porém, durante a condução noturna o desempenho do sistema é bem limitado), assistente de permanência na faixa (usa uma câmera para detectar as marcações das faixas de 60 km/h até a velocidade máxima do veículo) e indicação de distância do veículo à frente - o tempo seguro mínimo é de 0,5 segundo de distância.

O Bolt EUV executa um ruído para alertar sua movimentação aos pedestres, que é ativado quando o veículo é colocado em D ou R e roda a até 22 km/h. De dentro da cabine e com os vidros fechados, este som de alerta mal é ouvido.

O motor elétrico dianteiro tem rendimento de 203 cavalos e torque instantâneo de 36,7 kgfm. Além do conjunto de baterias de 400 Volts, também há a bateria do sistema de 12 Volts, que conta com 50 Ampères. A tração também é dianteira. O capô traz manta de isolamento acústico, mas mantém a vareta para sustentação. O conjunto de baterias de íon-lítio de 66 kW tem peso de 443 quilos e conta com 288 células. Sua garantia é de 8 anos ou 160 mil quilômetros, o que ocorrer primeiro.

A autonomia média do Bolt EUV é de 377 km no ciclo de rodagem do Inmetro. O Chevrolet pode ser carregado pelo conjunto emergencial portátil "cordset" de 220 Volts (limitado a 2,2 kWh), que garante cerca de 10 quilômetros de autonomia por hora de carregamento. Na wallbox de 220V, a potência de carregamento é limitada a 7,4 kWh e, a cada hora na tomada, o veículo ganha cerca de 40 km de autonomia, segundo a marca. Também é possível utilizar estações de corrente contínua, em que a potência de carregamento é de até 50 kW. Conforme a General Motors, é possível ter até 144 km de autonomia em 30 minutos.

Durante o carregamento, uma luz na parte central superior do painel acende na cor verde (uma piscada representa carga de 0 a 25%; duas piscadas: carga de 26 a 50%; três piscadas: carga de 51 a 75%; quatro piscadas: carga de 76 a 100%). O quadro de instrumentos exibe informações do status de carga enquanto o carro estiver na tomada, mas, na prática, ele pode mostrar informações diferentes das reais (quando a tela do carro mostrava que haviam sido alcançados 80% de carga, a tela do carregador da Enel já mostrava 91% de carga).

O conjunto de suspensão traz o esquema independente McPherson na dianteira, com barra estabilizadora sólida e molas helicoidais. Atrás, é utilizado o eixo de torção, também com molas helicoidais. Já os freios eletro-hidráulicos contam com discos nas quatro rodas (ventilados no eixo dianteiro e sólidos atrás), com antitravamento (ABS), distribuição da força de frenagem (EBD) e assistência em caso de frenagem de urgência (PBA).

O peso em ordem de marcha da carroceria é de 1711 quilos - 70 kg a mais que o Bolt EV. Já a carga útil, incluindo passageiros e bagagem, é de 396 kg. A instalação de reboque não é permitida neste carro.

Com preço de R$ 279.990, o Bolt EUV possui quatro opções de cores para a carroceria: Cinza Urbano (metálico), Branco Summit (sólido; é a cor do carro do nosso test-drive), Preto Ouro Negro (metálico) e Vermelho Radiant (metálico). O modelo é oferecido em versão única, Premier, com pacote fechado de equipamentos e sem opcionais de fábrica, e vem importado de Lake Orion (Michigan), nos Estados Unidos.

Impressões ao dirigir

Desde a primeira vez que se assume o posto de condução do Bolt EUV, fica bem evidente que este é um modelo fora dos padrões dos SUVs - até por ser derivado do Bolt EV. O para-brisa inclinado e os vidros amplos dão a sensação de um monovolume, assim como o posicionamento naturalmente elevado de condução, mesmo com o assento na posição mais baixa possível - os ajustes de banco, volante e cinto ajudam a encontrar a posição ideal. Quando o motorista entra e fecha sua porta, telas de inicialização com a gravata da Chevrolet (ainda com a parte central dourada, e não preta como nos logos físicos do veículo) são exibidas nos instrumentos e no sistema multimídia, acompanhadas de um som um tanto quanto sinistro. A depender da rapidez do condutor em se acomodar em seu posto, é possível que a partida seja feita antes das "boas-vindas" serem executadas por completo. O cheiro da cabine do Bolt é bem parecido com o de outros modelos da gama da GM disponíveis no Brasil. Como o Chevrolet não dispõe de uma interface completa do quadro de instrumentos quando o motor elétrico ainda está desligado, é um pouco mais fácil identificar, pelas animações executadas na tela de 8 polegadas, que o EUV está ligado - mesmo assim, o ruído com o carro "on" é quase inexistente, a menos que o ar-condicionado entre em operação. A luz-espia Ready na cor verde acende no canto inferior para não deixar dúvidas de que o Bolt EUV está pronto para partir.

A visibilidade do Bolt EUV é razoável: para a frente, a posição de dirigir naturalmente elevada permite bom campo de visão (enxergando-se uma pequena parte do capô, que é inclinado), assim como a visualização transmitida pelo retrovisor direito (com a inscrição "objects in mirror are closer than they appear") e pelo espelho interno (que tem boas dimensões, ainda que a função anti-ofuscante nem sempre escureça a lente a tempo de uma luz alta refletir; só para lembrar, o Bolt EV tinha em 2019 o retrovisor interno baseado na imagem de uma câmera traseira e perdeu o item na reestilização de 2022). Mas estranhamos bastante o espelho esquerdo com lente que deixa os objetos bem mais próximos do que realmente estão. Às vezes é preciso "comparar" essa imagem com a do espelho interno ou olhar para trás, pois sempre há a impressão que o veículo atrás está perto demais. Além disso, o "zoom" deste retrovisor é grande a ponto de que, principalmente nas manobras de ré, pode haver a necessidade de ajustar eletricamente a posição do espelho (o que, se serve de consolo, pode ser feito com o veículo em movimento) para ter melhor noção das dimensões da carroceria. E tem o fato que o rebatimento dos retrovisores externos é manual e exige atenção no deslocamento por conta da resistência da peça. Ao menos o monitoramento de veículos em pontos cegos (que acende a luz da lente quando há um veículo na região lateral-traseira e pisca essa luz quando o motorista dá seta no momento em que outro automóvel está muito próximo) dá conta de atenuar as situações de maior perigo, ajudando bastante nas mudanças de faixa.

A direção é um aspecto bastante agradável do elétrico da Chevrolet. É cômoda em todas as situações: leve sem ser excessivamente boba nas manobras, firme em velocidades mais altas, com aro ergonômico e couro de textura agradável para as mãos. O diâmetro de giro do EUV é de 10,8 metros - índice dentro do esperado para um carro de pouco mais de 4,30 metros de comprimento. A ótima eficiência do ar-condicionado também contribui para o conforto na cabine, mas, se a persiana do teto solar estiver aberta, o calor do Sol pode invadir a cabine em dias quentes (mesmo considerando que os vidros da capota são levemente escurecidos).

No conjunto de suspensão, o Bolt EUV consegue absorver os impactos do piso com razoável maciez em desníveis menores, mas, sobre chão mais acidentado, as chacoalhadas dentro da cabine são perceptíveis. O Megane E-Tech que dirigimos recentemente, por exemplo, passa bem mais conforto ao rodar. O conjunto do Bolt EUV é perceptivelmente firme para passar mais segurança nas curvas. A altura em relação ao solo é de 14 centímetros - mais próxima de um hatchback que de um SUV. O Chevrolet elétrico até passa bem por lombadas, mas principalmente em rampas de garagem e com passageiros na dianteira e traseira, é preciso ter atenção e passar devagar para não raspar os defletores centrais do assoalho. Por outro lado, o comportamento dinâmico é bem satisfatório - graças ao centro mais baixo de gravidade da carroceria.

A transmissão aceita o desacoplamento do freio de estacionamento ao engatar a ré ou o Drive e acelerar (com as portas fechadas), ainda que seja bem perceptível a resistência do conjunto antes do deslocamento do veículo - mas, ao pressionar a posição Parking, é preciso engatar manualmente o botão do freio de estacionamento eletrônico. Quem dirige deve ter atenção quanto a esta característica, pois, a longo prazo, é prejudicial manter o carro parado apenas em P. O Bolt EUV é capaz de acionar automaticamente a posição P caso o motorista retire seu cinto e abra sua porta, mas esta operação ocorre de forma truncada se o carro começar a se mover em D, por exemplo.

Uma surpresa positiva no convívio com o Bolt EUV foi o fato de que o assistente de partida em ladeiras dá conta de manter o carro parado em subidas em Drive (ou descidas em Ré), sem descer em 2 ou 3 segundos como é comum; um aviso surge no quadro de instrumentos informando sobre o funcionamento deste sistema. Se o carro ficar parado por 5 minutos, o freio de estacionamento é automaticamente aplicado. 

O alcance dos faróis, mesmo do facho baixo, é muito bom, principalmente a projeção lateral de luz. É como se o facho alto só iluminasse "por cima" das luzes baixas (o que faz sentido ao considerar que os dois fachos estão concentrados sob os mesmos projetores). A iluminação interna também é agradável; os focos de luz do painel e das portas dianteiras, que são sempre brancos, possuem brilho discreto e ajustável junto com o reostato dos instrumentos, chegando a ficar totalmente apagadas no nível mínimo de claridade.

Os modos de condução One Pedal e Regen On Demand atuaram de forma bastante satisfatória. De início, dirigir o Bolt EUV pisando somente no acelerador parece uma ideia absurda, mas basta liberar o pedal do lado direito para entender que é possível, sim, poupar o uso do pedal de freio em várias situações, assim como no Nissan Leaf. Afinal, neste modo, a desaceleração ocorre de forma intensa, e o carro vai perdendo velocidade até chegar a 0 km/h, mantendo-se parado e só voltando a andar para a frente quando o acelerador for pressionado (como nos veículos com Auto Hold). Com isso, basta que o motorista dirija um pouco para se acostumar ao jeito de liberação do pedal do acelerador e consiga se acostumar a este recurso; além disso, o pedal do freio continua plenamente operante, e, no nosso test-drive, se destacou pela boa modulação. Em certas situações, como nas manobras que exigem velocidade muito baixa, pode-se desativar o modo One Pedal para evitar os movimentos truncados, permitindo o controle do carro pelo freio. É importante que se diga que, neste modo de condução por um pedal, é recomendável manter o pé no freio quando o carro estiver em descidas, pois o conjunto pode não dar conta de manter o veículo totalmente parado em ladeiras mais íngremes.

No Bolt EUV, a regeneração sob demanda é feita ao apertar e segurar a aleta do lado esquerdo do volante. Enquanto a aleta for pressionada, o carro desacelera de forma mais intensa. Este recurso pode servir como uma espécie de "One Pedal manual", já que o motorista escolhe o momento da desaceleração. Se o carro estiver com a transmissão em Drive, ele vai começar a se movimentar para a frente assim que o pedal do freio for liberado. Mas, se o motorista pressionar a aleta do Regen On Demand até a velocidade chegar a 0 km/h, o Bolt EUV se mantém parado, como se estivesse no modo de condução One Pedal.

Entre os assistentes de condução, o monitoramento de veículos em pontos cegos merece destaque por atuar mesmo quando o veículo está parado. Os espelhos externos acendem luzes amareladas quando algum veículo é detectado na região de pontos cegos. Se mesmo assim o motorista der seta indicando que vai se deslocar para a mesma faixa do automóvel no ponto cego, o EUV pisca a indicação luminosa no espelho para advertir que ainda não é a hora de mudar de faixa. Este alerta de maior proximidade, chamado pela Chevrolet pela sigla LCA, atua em uma zona de aproximadamente uma faixa em ambos os lados do veículo ou num raio de 3,5 metros, com zona de altura que fica aproximadamente entre 0,5 e 2 metros acima do solo. Já a advertência de veículos em pontos cegos (SBZA) se inicia aproximadamente na região da metade traseira de veículo, se prolongando em um raio de até 5 metros atrás do automóvel. O motorista também é avisado de veículos se aproximando rapidamente a até 70 m atrás do Bolt.

Por motivo que desconhecemos, nem o controle de velocidade de cruzeiro e nem o assistente de permanência em faixa foram capazes de atuar no veículo deste test-drive. Resetamos configurações, acionamos os botões dos sistemas em diferentes situações, mas ambos permaneceram indisponíveis (é possível que as manchas de chuva ácida no para-brisa observadas neste exemplar possam ter afetado a leitura da câmera de monitoramento frontal).

Em termos de desempenho, o Bolt EUV está em um bom patamar dentro de outros modelos de sua faixa de preço. Com o modo Sport ativado, é possível perceber que o pedal do acelerador fica mais sensível (curiosamente, é possível conciliar este modo esportivo com o One Pedal), mas, mesmo com esta função desativada e com os controles eletrônicos ativos, os pneus cantam nas arrancadas mais vigorosas. Nos nossos testes, ele chegou a ser 0,2 segundo mais rápido do que o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h declarado pela fábrica, que é de 7,7 segundos. Veja os dados coletados em pista sem tráfego de veículos, com ar-condicionado desligado, câmbio em D (sem modo Sport ou One-Pedal), somente o motorista a bordo e cronometragem automática pelo aplicativo GPS Acceleration:

Aceleração de 0 a 100 km/h: 7,5 segundos
Retomada de 40 a 80 km/h: 3,3 segundos
Retomada de 60 a 100 km/h: 4,0 segundos
Retomada de 80 a 120 km/h: 5,0 segundos

Condições do teste

Temperatura externa: 34º C
Altitude (estimada): 71 metros
Pressão dos pneus: 236 kPa (dianteiros e traseiro esquerdo); 232 kPa (traseiro direito)
Nível de energia: aproximadamente 85%
Quilometragem do veículo durante os testes: 824 km

Já no aspecto do consumo de energia e autonomia, o elétrico da Chevrolet apresentou bons índices, mesmo submetido ao calor intenso de Teresina, que fez o indicador de temperatura externa registrar nada menos que 48º C. Durante um dos nossos cinco dias de convívio, foi necessário manter o carro parado com ar-condicionado continuamente ligado por cerca de duas horas. Enquanto o EUV estiver sendo carregado, é possível ligar o carro para a utilização do ar-condicionado. Pelo sistema multimídia, é possível programar um nível máximo a ser recarregado. Para percorrer os pouco mais de 400 quilômetros com o Bolt EUV, recorremos duas vezes à estação de carregamento de 150 kW disponível na Audi Center Teresina. Na primeira ocasião, a carga foi de 38% a 100% em 96 minutos (43,76 kWh carregados), sendo notavelmente mais demorada depois dos 80% em relação a outros elétricos que dirigimos recentemente. Na segunda ocasião, o carro foi recarregado de 58% a 80% em 26 minutos (16,36 kWh carregados) e chegou a registrar o consumo de 14,6 kWh/100 km. Confira nossa média geral:

Consumo de energia médio: 18,7 kWh/100 km
Distância percorrida: 419,2 km
Velocidade média (estimada): 15,6 km/h

Para concluir...

Mesmo entre cada vez mais opções de automóveis elétricos no Brasil, o Chevrolet Bolt EUV é uma alternativa com características interessantes para quem deseja um veículo espaçoso e prático de ser utilizado na cidade. Tem autonomia maior do que a de boa parte dos rivais e conta com dirigibilidade agradável, bom nível de torque e aproveitamento de espaço interno exemplar. Uma pena que sua carreira tenha sido tão conturbada: lançado nos Estados Unidos no começo de 2021, o crossover elétrico teve sua produção interrompida por alguns meses entre 2021 e 2022, e o o fim definitivo de linha desta geração no final de 2023 já foi confirmado pela CEO da General Motors, Mary Barra. Mas o curioso é que, durante nossas andanças, pelo menos três pessoas perguntaram "se ele já estava sendo vendido" - o que mostra que ainda é um carro novo para muita gente. Analisando o pacote de itens oferecido pela GM, ele pode ser uma boa opção - principalmente considerando o fato de que o EUV custa menos do que o Bolt EV (que também deixa de ser fabricado ainda este ano) e, além do porte maior, ainda possui alguns equipamentos adicionais.

Vem conferir a Galeria de Fotos do Chevrolet Bolt EUV!













Comentários