Morre Bird Clemente, primeiro piloto profissional de automóveis do Brasil

Bird Clemente, considerado um dos primeiros pilotos profissionais do País, faleceu no dia 01º de outubro, aos 85 anos, por conta de uma infecção generalizada. Nascido em São Paulo (SP) no dia 23 de dezembro de 1937, Bird começou a cursar agrimensura aos 18 anos de idade, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, e logo depois, aos 21 anos, começou a pilotar carros. Tornou-se o primeiro piloto profissional ao ser contratado para o departamento de competição da Vemag e, alguns anos depois, para a equipe oficial da Willys do Brasil.

Em 1964, Bird foi um dos pilotos recrutados para o desafio de resistência da linha Dauphine/Gordini, marcada pelo slogan "40 hp de emoção" e proposta pelo jornalista e publicitário Mauro Salles, falecido em fevereiro deste ano. O objetivo era de rodar 50 mil quilômetros em menos de um mês. A prova de resistência foi iniciada em 26 de outubro daquele ano, com a participação dos pilotos Bird Clemente, Luiz Pereira Bueno, José Carlos Pace, Chiquinho Lameirão, Wilson Fittipaldi Júnior, Carol Figueiredo, Geraldo Meirelles, Luís Antônio Greco, o chefe da escuderia, além do convidados Vladimir Costa, Danilo de Lemos e Vitório Andreatta, foram escolhidos para o desafio. No oitavo dia, Bird entrou rápido demais em uma das curvas e capotou. Depois de desvirado, desamassado e sem o para-brisa, o carro continuou rodando. Após 22 dias, em 17 de novembro, a Willys encerrou a maratona. O carro que capotou em Interlagos foi batizado de "teimoso" e, no ano seguinte, este apelido se tornou o nome de uma versão pé-de-boi do compacto da Willys.

Seu Willys Interlagos com o número 22 no capô e nas portas foi capa da primeira edição da revista Autoesporte, de novembro de 1964, e também da edição de fevereiro de 1965 da revista Quatro Rodas.

No ano de 1973, Bird colecionou vitórias ao lado de ser irmão Nilson Clemente, nos 500 km de Interlagos e nas Mil Milhas Brasileiras. Bird Clemente foi casado duas vezes e deixa quatro filhos.