Honda Civic DX D16 1995: este hatchback é diversão pura ao dirigir!

Texto e fotos | Júlio Max, de Teresina - PI
Matéria feita em parceria com @showcarsthe

Cultuada por diversas nações mundo afora, a quinta geração do Honda Civic, conhecida pelos códigos EG ou EH (a depender da versão) em sua carroceria Hatchback, marcou época na primeira metade da década de 1990, incorporando diversos avanços perante seus antecessores. E, até hoje, o Civic Hatch é um modelo que motiva o desenvolvimento de diversos Project Cars, inclusive no Brasil, onde foi importado de forma oficial por alguns anos. 

Lançado mundialmente em 1991 e trazido para o nosso País a partir de 1992, o Civic se destacava de cara pelo estilo externo arredondado e aerodinâmico. Faróis estreitos e espichados, ausência de grade no capô (a captação de ar se bastava pelas entradas no para-choque), maçanetas integradas à lataria, lanternas que invadiam a tampa do porta-malas e abertura do compartimento de bagagem em duas partes (a parte envidraçada abria para cima, enquanto a seção metálica abria para baixo) estavam entre os destaques deste hatch do lado de fora. Esta inusitada abertura do porta-malas, inclusive, foi abolida na geração seguinte, em prol de uma tampa inteiriça que levantava.

Este exemplar começou a ser reconstruído e personalizado em maio de 2021, e o projeto foi executado pela mesma equipe que se mobilizou a reformar completamente o Volkswagen Golf MK3 "Nardo Grey" 1997/1998 que já foi tema de matéria aqui no Auto REALIDADE. Este Civic DX 1995 originalmente tinha a cor azul-escuro e foi completamente desmontado para assumir a nova cor branca. Para este projeto também foi adquirido outro Civic, que cedeu a transmissão e outros componentes. Por fim, a oficina RedSun Motors realizou acertos mecânicos neste exemplar.

As rodas de cinco raios de 17 polegadas são pretas com parafusos cromados. Este carro também traz um aerofólio Mugen de maiores dimensões incorporado à tampa do porta-malas, além de lanternas totalmente vermelhas (até às luzes de pisca são desta cor) e para-choque traseiro com saídas de ar e abertura para a enorme ponteira de escape. 

O Civic Hatch tinha 4,08 metros de comprimento (sendo 2,57 m de distância entre-eixos, ligeiramente menos que no Coupé e no Sedan), 1,695 metro de largura e 1,345 m de altura. As versões com câmbio manual registravam apenas 950 quilos na balança.

A parte interna do Civic também assumiu formas mais fluidas e arredondadas, seguindo o visual do exterior. Também chama a atenção o emprego de materiais de qualidade: a parte superior do painel possui material macio ao toque, que também está presente nos forros de porta dianteiros - até a parte de baixo. Estes forros da frente também trazem insertos de couro. Já as laterais traseiras empregavam plástico rígido. 

Totalmente analógico, o quadro de instrumentos dispõe de conta-giros, velocímetro (com hodômetros parcial, que podia ser zerado, e total) e os marcadores de nível de combustível e de temperatura do líquido de arrefecimento do motor. Entre as luzes-espia havia a indicação da tampa do porta-malas aberta.

No interior, os diferentes deste exemplar são: volante de três raios OMP com marcação central azul, bancos de couro com o "H" da Honda nos encostos dianteiros, forro de teto em preto e manopla de câmbio Lotse Interlagos com bola cinza.

Do lado esquerdo do painel ficava o controle do brilho dos instrumentos. Mais abaixo estão as regulagens dos retrovisores externos. A coluna de direção possui regulagem em altura.

No piso ficavam as alavancas para abertura da portinhola para acesso ao tanque de combustível (de 45 litros) e à tampa de vidro do porta-malas, com fechadura para travar o acesso ao compartimento de bagagem.

A porta do motorista concentrava os comandos dos vidros elétricos (com função um-toque para cima e para baixo na janela do condutor) e das travas das portas.

O retrovisor do lado direito tinha maior curvatura, fazendo com que os objetos parecessem mais distantes do que realmente estavam.

O ar-condicionado trazia comandos deslizantes para o controle de temperatura e de ventilação, adotando botões para os comandos de direcionamento de vento, funcionamento do compressor de ar e captação ou recirculação do ar externo. Este exemplar traz o aparelho de rádio AM/FM single-DIN original da Honda, que incorporava toca-fitas com detector de sujeira e ejeção de fitas defeituosas.

O console central do Civic trazia alguns porta-objetos, como o suporte para copos à frente da alavanca de câmbio. Como um autêntico modelo da década de 1990, o Honda também vinha com acendedor de cigarros e cinzeiro na dianteira, acompanhado de um nicho indicado pela inscrição "Pocket". Por fim, havia um cinzeiro traseiro no fim do console.

A chave original, com haste fixa, traz o logo da Honda gravado na parte plástica.

O banco traseiro trazia encosto das costas bipartido e rebatível. O porta-malas de 190 litros trazia o estepe sob o forro interno - e ele era de uso temporário. Para alívio de peso, este exemplar dispensa o pneu sobressalente e parte das forrações internas.

No ano de 1995, a Honda comercializava o Civic Hatchback no Brasil nas versões Si, DX e VTi. O DX era o modelo de entrada, e vinha originalmente com motor 1.5 16v de quatro cilindros em linha com injeção eletrônica. Seu rendimento de fábrica era de 102 cavalos a 6000 rpm e de 12,1 kgfm de torque a 4700 rpm. O câmbio poderia ser manual de 5 marchas ou automático de 4 marchas. Tinha freios a disco nas rodas dianteiras e tambores nas rodas traseiras. Nas versões DX manual e automática, vinham de série ar-condicionado, airbags frontais, coluna de direção ajustável e limpador de para-brisa traseiro.

Já o Civic Si trazia motor 1.6 e só era vendido com câmbio manual. Ele vinha com freios a disco nas quatro rodas com ABS. Também trazia teto solar elétrico, piloto automático, retrovisores elétricos e rádio com toca-fitas e código anti-furto. Por fim, o VTi trazia o motor mais potente e ainda contava com travas e vidros elétricos, bem como rodas de liga leve.

Este exemplar traz o motor 1.6 D16 aliado ao câmbio manual e recebeu novo radiador (incluindo nova ventoinha), suspensão dianteira CoilOver DownWorks, novas buchas de suspensão dianteiras e traseiras, além do conjunto retrabalhado de freios (mangas de eixo, cubos e rolamentos da versão VTi, pinças de freio do Civic Si e discos de freio do Mini Cooper).

A quinta geração do Civic foi comercializada no Brasil até o ano de 1996, quando entrou em cena a sexta geração do modelo - que começaria a ser fabricada em Sumaré (São Paulo) a partir do final de 1997, somente na carroceria sedã.

Impressões ao dirigir

Ao girar (e momentaneamente apertar) a chave no tambor de ignição, este Civic desperta com um ronco instigante, bem perceptível a partir de 2 mil rpm com o escape esportivo. O motor pede rotações altas: quando os giros estão baixos, o carro reage mal e até reclama com algumas engasgadas. Até por isso, é mais recomendável manter a primeira marcha por mais tempo em subidas e em baixas velocidades.

Os engates de câmbio são justos e bastante curtos; a embreagem também é fácil de ser operada, e bastam poucos metros para o condutor se entender bem com este conjunto. A ré entra "direto" logo atrás da quinta marcha. Outra alavanca fácil de ser operada é a do freio de mão, que fica bem erguida quando as rodas são travadas.

A direção hidráulica torna mais confortável o uso deste Civic, mesmo em manobras de estacionamento, e a textura do aro do volante é agradável para as mãos. A visibilidade é boa, contribuindo para isto as colunas finas e a ausência de encostos de cabeça traseiros. Ainda bem, pois o espelho interno ainda precisava ser providenciado para este exemplar. Os instrumentos também são fáceis de serem lidos.

Com as rodas de 17 polegadas e os pneus de perfil baixo, o Civic chacoalha um pouco em pisos castigados, mas não raspou a parte inferior da carroceria em momento algum, mesmo ao passar sobre lombadas. O conjunto de suspensão dá conta de repassar um razoável nível de conforto para a cabine.

Pelas ruas de Teresina, este carro chama a atenção por onde passa. Pessoas olham para o Honda, e, durante nossas impressões ao volante, um rapaz em uma moto chegou a puxar conversa no meio do trânsito, perguntando especificações do carro e parabenizando pelo projeto... 

Para concluir...

Muitas gerações do Civic vieram depois destes modelos EG/EH, mas, em todo o mundo, a quinta geração do hatch da Honda ainda mexe bastante com os entusiastas de automóveis. É um carro compacto, leve e que entrega boas doses de diversão ao volante, além de ser altamente personalizável e render projetos muito interessantes.

Vem conferir a Galeria de Fotos do Honda Civic Hatch 1995!