Ao abrir a porta do motorista, a tela do quadro de instrumentos se acende (mostrando hora e data); a luz vermelha indicando o destravamento das portas, o botão liga/desliga do sistema multimídia e a moldura da entrada USB2 também se acendem. Com a ignição ligada, ficam iluminados os botões de operação de computador de bordo, telefone, voz, piloto automático e modo Sport no volante, os comandos de retrovisores e vidros elétricos (em todas as portas), as teclas centrais, os comandos de ar-condicionado, as molduras das duas entradas USB e da conexão auxiliar, além das indicações das posições de câmbio e dos botões ao redor da tela do sistema multimídia. Ao desligar a ignição, os botões das portas, a moldura da USB2, o botão on/off do sistema multimídia e a luz das portas destravadas ficam momentaneamente acesas.
Existem duas luzes de leitura entre os para-sóis com "fade", além de um ponto de iluminação central. Os dois para-sóis contam com espelhos, mas a tampa corrediça e a tira que serve como porta-documento só estão no para-sol do motorista. O retrovisor interno eletrocrômico está presente na versão Precision e escurece automaticamente quando luzes mais fortes incidem no espelho. É possível desativar a função anti-ofuscante pelo botão na borda do espelho.
Há três alças de teto retráteis: uma para o carona dianteiro e outras duas para os passageiros laterais traseiros. Ao soltar uma das alças, duas borrachinhas amortecem seu impacto com o forro. Um detalhe no mínimo curioso: o exemplar das imagens traz os pequenos ganchos fixos nas duas alças de teto do lado direito, sendo um na frente e outro atrás (conforme imagens de divulgação da Fiat, o normal é que os ganchos estejam nas duas alças traseiras). Outra curiosidade: o forro de teto deste exemplar cedido pela Fiat é cinza, mas, verificando unidades disponíveis nas concessionárias, constatamos que a coloração de produção regular do forro para esta versão Precision é preta.
O motor desta versão é o 1.3 Firefly, com quatro cilindros e 8 válvulas, que atua sob uma taxa de compressão bastante elevada (13,2:1). Ele rende 98 cavalos com gasolina a 6000 rpm e 107 cv com etanol a 6250 rpm, e o torque é de 13,2 kgfm a 4250 rpm com o combustível derivado do petróleo e 13,7 kgfm a 4000 rpm com o combustível derivado da cana-de-açúcar. A bateria é de 60 Ampères, com indicação de uso para veículos com o sistema Start-Stop, ainda que o Cronos atualmente não disponha deste recurso.
Este propulsor estreou em 2016 no Uno e hoje equipa versões do Argo, Cronos, Pulse e Strada. Sua concepção ainda pode ser considerada moderna, trazendo pré-aquecimento do combustível (que funciona em temperaturas ambiente inferiores a cerca de 16º C, quando o carro está abastecido com etanol ou alguma mistura de etanol e gasolina), acionamento por corrente e variação do comando de válvulas na admissão e no escape. O pré-aquecimento do combustível antes do motor ser ligado é perceptível por um pequeno "zumbido" que se inicia quando o motorista abre sua porta.
Já o câmbio automático CVT vem com simulação de sete marchas e trocas que podem ser feitas tanto por um trilho na alavanca de câmbio quanto pelas aletas junto ao volante. Fornecido pela Aisin e com óleo lubrificante que dispensa a troca por toda a vida útil do veículo, a transmissão dispõe do modo Sport, que é acionado pela tecla no raio direito do volante. O primeiro modelo da Fiat a aliar o câmbio CVT ao motor 1.3 Firefly foi o Pulse, em outubro de 2021. No final daquele mesmo ano, a Strada passou a ter esta combinação nas versões Volcano e Ranch. Agora, este "casamento" também está em versões do Cronos e do Argo. Todos estes modelos aspirados com transmissão CVT trazem exatamente as mesmas relações de transmissão (a partir da quinta marcha, elas são menores que 1:1) e o mesmo diferencial (5,698).
O tanque de combustível tem a capacidade de 47 litros e sua portinhola se trava ou destrava junto com as portas. No manual do veículo, a Fiat recomenda calibrar todos os pneus (inclusive o estepe) com 32 libras, seja com o carro vazio ou em lotação máxima. Para economizar combustível (sacrificando um pouco o conforto ao rodar), a pressão indicada pela montadora é de 35 libras.
Os freios contam com discos ventilados (cujo diâmetro é de 25,7 centímetros) no eixo dianteiro e tambores no eixo traseiro (com diâmetro de 20,3 cm). O antigo Precision 1.8, que era mais pesado, trazia discos dianteiros de 28,4 cm e tambores atrás com o mesmo diâmetro do atual modelo 1.3.
A suspensão dianteira possui o esquema independente McPherson com braços oscilantes inferiores transversais, barra estabilizadora, amortecedores hidráulicos (telescópicos, de duplo efeito) e molas helicoidais. Atrás, as rodas são conectadas por eixo de torção, também com amortecedores hidráulicos e molas helicoidais.
A lista de equipamentos de segurança inclui airbags frontais (com possibilidade de desativar a bolsa de ar do passageiro dianteiro pelo quadro de instrumentos), controles eletrônicos de tração e estabilidade (ao desativar o controle de tração ASR, entra em ação o TTC, Torque Transference Control, que, em situações de aceleração em curvas, freia a roda interna à curva e transfere torque à roda externa para minimizar a tendência ao subesterço), ERM (Electronic Rollover Mitigation, que atenua a tendência de algum dos pneus perder o contato com o solo), sinalização luminosa de frenagem de emergência (o pisca-alerta acende em frenagens fortes a partir de 50 km/h), alerta visual e sonoro do não-uso do cinto do condutor, freios ABS com EBD, assistente de partida em ladeiras (que mantém o veículo freado por até dois segundos e atua em subidas, no caso de ter sido engatada uma marcha à frente, ou descidas, quando a ré é acionada, que tenham inclinação acima de 5%), cintos de 3 pontos e apoios de cabeça para os cinco ocupantes, além de ajuste de altura dos cintos dianteiros, com pré-tensionadores e limitadores de carga.
Com preço de R$ 107.890 no momento da publicação desta matéria, o Cronos Precision é precisamente 7.800 reais mais caro do que a versão Drive 1.3 CVT - estas são as duas versões do sedã que dispõem do câmbio automático. A opção topo-de-linha pode receber uma das seis opções de cores para a carroceria: Preto Vulcano (sólida, sem custo adicional), Branco Banchisa (sólida, + R$ 990), Vermelho Montecarlo (sólida, + R$ 990), Cinza Silverstone (metálica, + R$ 1.990), Prata Bari (metálica, + R$ 1.990) e Branco Alaska (perolizada, + R$ 1.990; é a cor do exemplar desta avaliação). O único item opcional de fábrica neste exemplar é o revestimento em material sintético preto e marrom dos bancos, por R$ 1.300. Mas, poucos dias antes de concluirmos esta publicação, a Fiat deixou de disponibilizar esta mescla de tons (agora, o revestimento é sempre preto). Pelo seu valor e por suas características (entre elas, motor aspirado e câmbio CVT), o principal concorrente do Cronos Precision é o Toyota Yaris Sedan XS, que sai exatamente pelo mesmo preço: R$ 107.890.
O exemplar cedido para a nossa avaliação dispõe de alguns itens ofertados como acessórios Mopar nas concessionárias: os frisos laterais com os emblemas Cronos (R$ 350,71), o teto plotado de preto (R$ 1.238,27) e o jogo de tapetes de borracha com áreas em carpete (R$ 575,07). Assim como os outros carros de passeio da Fiat, o Cronos dispõe de garantia de fábrica de 3 anos e assistência 24 horas através do Confiat também por três anos.
Impressões ao dirigir
De cara, percebe-se que a direção elétrica progressiva do Cronos é bastante leve em manobras e transmite boa progressividade conforme a velocidade aumenta. O diâmetro de giro (10,5 metros) também facilita bastante as manobras de retorno, sendo apenas 0,1 metro maior do que no Argo (o sedã é 33,3 cm mais comprido). Outro destaque é a visibilidade, por conta dos retrovisores bem-dimensionados e do vidro traseiro cuja inclinação e tamanho facilitam a visão para trás. O tampão traseiro baixo e os apoios de cabeça que podem ficar embutidos quando não estão em uso também colaboram para uma melhor visibilidade no sedã.
Os esguichos, desembaçadores e limpadores dianteiros operaram bem, mas a sensibilidade do sensor de chuva se mostrou nitidamente baixa no modo Auto 1, sendo mais recomendável selecionar o modo Auto 2 na central multimídia. Neste modo, até pequenos respingos de água faziam os limpadores trabalharem, e a atuação variou adequadamente em função da velocidade do carro e da quantidade de água. Os faróis halógenos possuem iluminação condizente com as características de suas lâmpadas, e o sensor crepuscular reconheceu rapidamente as variações de claridade e escuridão no ambiente. Já o espelho interno anti-ofuscante exigia alguns segundos para reagir às luzes fortes vindas de trás.
Com o volante de boa empunhadura, revestido de couro na versão Precision, as mãos encontram uma textura bem agradável; além disso, com os comandos de som incorporados atrás dos raios horizontais, é fácil alternar entre as músicas e controlar o volume do som sem precisar se distrair e tirar as mãos da direção. E a operação da alavanca de freio de mão exige pouco esforço do braço direito do motorista. O apoio de braço fica em posição baixa e atrapalha um pouco a movimentação do braço direito ao esterçar o volante (e o acesso ao porta-copo na parte de trás do console), mas é largo o suficiente para o motorista acomodar com conforto o antebraço e o cotovelo, além de poder ser escamoteado com facilidade.
O banco do motorista é nitidamente elevado, mesmo na posição mais baixa possível. A coluna de direção é menos avançada do que no Pulse e no Fastback, sem ajuste de profundidade. Para ampliar o espaço para as pernas, os assentos são razoavelmente curtos na região das coxas. Há um bom apoio para o pé esquerdo
do condutor, mas ele tem o mesmo carpete do assoalho, e, portanto, é
mais difícil de ser limpo do que uma moldura em plástico rígido.
O conjunto de suspensão é ajustado para o conforto, absorvendo muito bem as irregularidades do piso e contribuindo com a comodidade dos ocupantes. Mesmo passando por buracos, os ocupantes percebem a maciez transmitida, sem nenhuma batida seca. Apesar de ser mais baixo que as versões com câmbio manual, a altura em relação ao solo é adequada para o segmento e permite que lombadas altas e buracos sejam superados com facilidade.
Na estrada, a carroceria mostra estabilidade diante dos ventos, e a progressividade da direção garante segurança ao motorista. A 100 km/h, em ritmo de cruzeiro, o motor gira a aproximadamente 2000 rpm, o que gera um nível de ruído bem menor do que na versão 1.3 com câmbio manual - que traz duas marchas a menos e está a quase 3000 rpm nesta mesma velocidade. O nível de vibrações é contido, mesmo na fase fria de funcionamento do motor e com etanol no tanque. Já o ruído do motor só é mais perceptível por volta de 2500 rpm.
Em termos de performance, era de se esperar que o Cronos Precision 1.3 CVT não tivesse o mesmo vigor das versões 1.3 com câmbio manual. As retomadas de velocidade estão em patamares condizentes com as características do modelo, mas o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h ficou 0,9 segundo acima do dado de fábrica. Veja os resultados dos nossos testes de desempenho, realizados em pista sem tráfego, com uma pessoa a bordo, ar-condicionado desligado, gasolina no tanque, controles eletrônicos ativados, câmbio em Drive (sem uso do modo sequencial ou função Sport) e cronometragem automática pelo app GPS Acceleration:
Aceleração de 0 a 100 km/h: 13,0 segundos
Retomada de 40 a 80 km/h: 7,0 segundos
Retomada de 60 a 100 km/h: 9,2 segundos
Retomada de 80 a 120 km/h: 10,4 segundos
Condições do teste
Temperatura externa: 27° C
Altitude (estimada): 61 metros
Nível de combustível do veículo (estimado): 1/4 tanque
Pressão dos pneus: não disponível
Quilometragem inicial do veículo durante os testes: 8685 km
Quando o modo Sport é acionado, fica bastante perceptível que o pedal do acelerador fica mais reativo: o impulso do carro para a frente joga o motorista contra o banco em algumas situações. A direção elétrica se torna um pouco mais pesada e as rotações do motor ficam mais elevadas quando o acelerador é pressionado, deixando o motor mais próximo de sua faixa de entrega máxima de torque, o que proporciona respostas satisfatórias mesmo em subidas e ultrapassagens. Ao desligar o carro, na próxima ignição o modo de condução volta a ser o automático convencional. A 100 km/h constantes, o ponteiro do conta-giros está ao redor dos 2800 rpm no modo Sport. Utilizando etanol, notamos mais esperteza do Cronos na entrega de suas respostas. Na nossa cronometragem com o combustível derivado da cana-de-açúcar, o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h baixou exatamente um segundo, chegando aos 12,0 segundos.
A título de informação, monitoramos em quais velocidades o Cronos Precision sugere as trocas de marcha sob condução tranquila. Vale dizer que as velocidades em que as mudanças nas relações de marcha ocorrem sempre estão sujeitas a variarem conforme as condições do ambiente, da condução e do veículo:
- 1ª para 2ª marcha - aproximadamente 14 km/h
- 2ª para 3ª marcha - aproximadamente 24 km/h
- 3ª para 4ª marcha - aproximadamente 30 km/h
- 4ª para 5ª marcha - aproximadamente 45 km/h
- 5ª para 6ª marcha - aproximadamente 57 km/h
- 6ª para 7ª marcha - aproximadamente 71 km/h
O câmbio automático CVT trabalha em boa harmonia com o motor 1.3, fazendo de tudo para manter o giro do propulsor baixo quando se pega leve com o pedal do acelerador: as relações de marcha são alteradas de forma muito discreta, abaixo de 2 mil rpm sob condução tranquila. Até mesmo no modo sequencial, as mudanças de marcha continuam praticamente imperceptíveis. Se o motorista tiver pressa e pisar mais forte no acelerador, a rotação do motor sobe rapidamente e as marchas são mantidas por mais tempo.
As trocas sequenciais podem ser feitas ao utilizar as aletas junto do volante (somente na versão Precision) ou no trilho da própria alavanca, à esquerda da posição Drive. Bipes soam quando o condutor tenta engatar uma marcha inadequada para aquele momento. As reduções de marcha nas desacelerações são feitas de forma automática. Pegando muito leve com o acelerador ao utilizar as aletas, o câmbio volta sozinho a operar em Drive, mas, com a alavanca deslocada para o modo sequencial, a operação é mais permissiva e mantém a marcha que tenha sido selecionada pelo motorista.
Nos chamou a atenção o fato de que, nos momentos em que se conduzia o veículo, ao desacelerar e retomar o uso do acelerador, o sedã da Fiat acabava reagindo aos trancos - principalmente no modo Sport de operação da transmissão. Além disso, neste exemplar, notamos a necessidade de exercer mais força e movimento do pé direito para frear o veículo do que o comum em automóveis automáticos que dirigimos recentemente, ainda que o sistema de freios em si seja adequado para o porte do modelo, capaz de segurar o sedã com forte ímpeto. Além disso, o assistente de partida em ladeiras atuou muito bem tanto em subidas, com câmbio em Drive, quanto em descidas, com a ré engatada.
No nono dia de avaliação do Cronos, percebemos que um dos pneus dianteiros estava mais vazio. Em seguida, o quadro de instrumentos apresentou a informação de que a pressão era insuficiente, sem apontar exatamente qual pneu estava descalibrado (outros modelos da Fiat são capazes de mostrar qual ou quais pneus estão com menor pressão). Na dúvida, calibramos todos os pneus com 32 libras. Assim como a grande maioria dos automóveis com sensor de pressão dos pneus, no sedã da Fiat é necessário resetar o aviso (pelo botão OK no quadro de instrumentos) para que o alerta desapareça da tela.
Em termos de consumo de combustível, o Cronos Precision CVT não chegou aos alardeados 13,4 km/l de gasolina na cidade declarados pela Etiquetagem Veicular do Inmetro, que chegam a superar o índice de consumo da versão Drive 1.3 manual nas mesmas condições também no padrão do Inmetro (12,9 km/l), mas, na prática, apresentou um índice condizente com as características do veículo. Já com etanol, o consumo chegou a ser melhor do que o dado do Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro. O tanque de combustível ficou um litro menor a partir do ano-modelo 2022, para atender às determinações do Proconve. Notamos que, com gasolina, a luz de reserva se acendia quando o carro ficava com menos de 125 quilômetros de autonomia. E, assim que o computador de bordo calculava menos de 50 km de autonomia, este indicador estimado deixava de ser exibido (ainda com as duas últimas barrinhas do marcador do combustível nos instrumentos). Ao todo, rodamos 1038,6 quilômetros com este Cronos.
GASOLINA
Consumo de combustível médio total: 11,4 km/l
Distância percorrida: 703,3 km
Velocidade média (estimada): 22,3 km/h
Até o primeiro reabastecimento, ocorrido quando o carro estava na reserva (última marcação do tanque)
Consumo de combustível médio: 11,6 km/l
Distância percorrida: 411,9 km
Velocidade média (estimada): 23 km/h
Primeiro reabastecimento com gasolina - aproximadamente 17,95 litros
Consumo de combustível médio: 10,9 km/l
Distância percorrida: 184,7 km
Velocidade média (estimada): 17 km/h
Último reabastecimento com gasolina - aproximadamente 11,5 litros
Consumo de combustível médio: 11,7 km/l
Distância percorrida: 106,7 km
Velocidade média (estimada): 27 km/h
ETANOL
Abastecimento com etanol - aproximadamente 35,45 litros
Consumo de combustível médio: 9,6 km/l
Distância percorrida: 335,3 km
Velocidade média (estimada): 23 km/h
Boletim comentado do Fiat Cronos Precision 1.3 CVT
Design = 9,25
Cinco anos já se passaram desde o lançamento do Cronos no Brasil, mas o estilo do sedã, apesar de já não ter mais o impacto de uma novidade, ainda é bastante equilibrado e causa ótima impressão. A dianteira do modelo dá a impressão de ser mais bem-elaborada do que a frente do Argo reestilizado, cujo para-choque traz áreas vazias nas laterais e alojamentos dos faróis de neblina muito centralizados. O Cronos manteve a frente quase idêntica desde 2018 e alterou o estilo da grade frontal, agora com dois cromados. As rodas de 16 polegadas são bonitas, mas harmonizariam melhor com as proporções da carroceria se fossem de 17 polegadas (antes disponíveis nas extintas versões Precision e HGT com motor 1.8). Os cromados das maçanetas, que são chamativos, dividem opiniões, mas ajudam a diferenciar esta versão mais completa das demais opções do sedã. A traseira do Cronos também é bela, destacando-se pelas lanternas que se prolongam para a tampa do porta-malas. Em alguns detalhes, o sedã da Fiat lembra uma versão compactada do Alfa Romeo Giulia - um dos sedãs mais belos da atualidade.
Espaço interno = 9,0
O sedã da Fiat proporciona bom espaço para a cabeça e as pernas dos ocupantes - até mesmo para quem viaja atrás. Quatro adultos e uma criança se acomodam bem. O porta-malas de 525 litros tem capacidade acima da média neste segmento e pode ser ampliado com o rebatimento do assento e encosto do banco traseiro (ambos bipartidos). Há ainda variados espaços para guardar objetos nos forros das quatro portas, no console entre os bancos e no porta-luvas, que é profundo. O Cronos, porém, implora por um espaço mais adequado para acomodar celulares. Entre as poucas opções disponíveis no sedã para guardar o smartphone estão o porta-objeto abaixo da alavanca de freio de mão e o pequeno porta-copo dianteiro - ambos não acomodam o aparelho muito bem.
Conforto = 9,0
O Cronos traz ótimo nível de conforto transmitido por seu conjunto de suspensão, que absorve muito bem as irregularidades do piso. A assistência elétrica da direção é bem leve em baixas velocidades, sendo progressiva conforme a velocidade, e o motorista conta com uma posição elevada de dirigir e boa ergonomia, com os comandos à mão. Ademais, o ar-condicionado automático e digital cumpre muito bem seu papel, gelando a cabine rapidamente. Vale apontar que a versão Precision dispõe de controlador automático de velocidade de cruzeiro e apoio de braço para o motorista - itens que faltam em alguns dos carros mais baratos do Brasil com câmbio automático. Os bancos poderiam ter maiores apoios para as coxas, a modulação do pedal do freio deste exemplar poderia ser melhor, e um pouco mais de suavidade quando se volta a pisar no pedal direito após uma desaceleração do veículo seria muito bem-vinda.
Acabamento = 8,75
Nesta versão Precision, o Cronos possui detalhes interessantes de acabamento, como o volante revestido de couro com perfurações e costuras, os bancos em material sintético nas colorações marrom e preta, além dos três porta-objetos do console central com fundo emborrachado. O painel de plástico rígido possui áreas lisas, como o friso central que o percorre de ponta a ponta, e também texturas losangulares, agradáveis ao tato. A Fiat teve o cuidado de revestir parte dos forros de porta dianteiros em material sintético, mas, atrás, o plástico domina. No geral, dentro de sua categoria, o Cronos está entre os mais bem-acabados - inclusive em detalhes pouco observados, como nas vedações das portas, do cofre do motor e do porta-malas. Mas os arremates e a montagem das peças poderiam melhorar: há algumas frestas e rebarbas sem uniformidade em alguns detalhes, o fecho do cinto de segurança do motorista fazia barulhos e o puxador da porta do motorista rangia quando utilizado.
Equipamentos = 9,0
A lista de itens de fábrica desta versão topo-de-linha inclui ar-condicionado automático digital, chave presencial com partida do motor por botão, direção elétrica com ajuste de altura, travas, vidros e retrovisores elétricos, sistema multimídia, som com 4 alto-falantes e 2 tweeters, sensores de estacionamento traseiros, computador de bordo com múltiplas funcionalidades e câmera de ré, além de alguns itens que só existem na versão Precision, como rebatimento elétrico dos retrovisores, luzes de cortesia que acendem ao abrir uma das portas dianteiras, acendimento automático dos faróis, revestimentos em material sintético, banco traseiro bipartido, sensor de chuva e espelho interno anti-ofuscante. O pacote fechado de equipamentos ajuda a reter o valor de revenda do Cronos e a garantir maior previsibilidade na produção do modelo.
Instrumentos, Multimídia & Sistema de Som = 8,75
A informatividade contida no quadro de instrumentos do Cronos é uma das melhores do segmento de sedãs compactos. O Fiat pode não ter uma vistosa tela colorida atrás do volante, mas os dados mais importantes aparecem de forma prática e descomplicada, com fácil alteração dos itens em tela pelos botões do raio esquerdo da direção. Até itens mais específicos, como a temperatura da transmissão, a tensão da bateria e o cronômetro de horas de funcionamento do motor, podem ser vistos.
O sistema multimídia traz tela destacada do painel e botões físicos de fácil operação, mas o monitor sensível ao toque de 7 polegadas é menor do que a atual média do segmento (quase todos os rivais possuem 8 polegadas) e faltam recursos que estão presentes na Strada e até no Mobi, como a criação de vários perfis de usuário, os widgets personalizáveis nos menus iniciais e o layout mais moderno. A definição da câmera de ré poderia ser melhor. Em contrapartida, a presença de duas entradas USB-A com leitura de dados é algo positivo e cada vez mais raro no segmento.
Já o sistema de som possui qualidade acima da média para a categoria, com 4 alto-falantes e 2 tweeters, com boa definição de graves e sonoridade límpida; a equalização é feita através da tela do sistema multimídia.
Desempenho = 8,5
O propulsor 1.3 Firefly teve ligeiras reduções de força na virada de 2021 para 2022, atendendo às normas do Proconve (L7), mas a transmissão administra bem a potência e torque disponíveis - ainda que, em números, o Fiat esteja um pouco aquém até mesmo dos seus rivais com motores 1.5 ou 1.6 aspirados. As retomadas de velocidade são feitas com certa rapidez, mas o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h com gasolina foi apenas regular. É preciso submeter o Cronos a rotações mais elevadas de seu motor para que a força seja efetivamente entregue: o torque, por exemplo, só é entregue a partir de 4000 rpm (uma característica comum em motores aspirados). Com etanol, a melhora na entrega de força é mais perceptível: nosso tempo de 0 a 100 km/h, por exemplo, diminuiu em exatamente um segundo em comparação com o resultado com o combustível derivado do petróleo, igualando-se ao
Argo S-Design 1.3 manual que avaliamos em 2021, testado com gasolina. Já o modo Sport dá a impressão de que o sedã tem bem mais força, mas ocasiona trancos indesejados nas acelerações em baixa velocidade.
Dirigibilidade = 9,0
O Cronos tem boa manobrabilidade, considerando que ele é 33,3 centímetros mais comprido do que o Argo: o diâmetro de giro é comparável ao de hatches compactos. O câmbio automático interpreta bem o peso do pé no acelerador e altera rapidamente as relações de marcha. As mudanças, aliás, são praticamente imperceptíveis - uma característica típica das transmissões continuamente variáveis com simulação de trocas. O Cronos aderna um pouco nas curvas, em um nível aceitável mesmo em contornos rápidos, com o controle de estabilidade de prontidão para corrigir certos excessos.
Segurança = 6,5
Junto com Renault Duster e Oroch, Fiat Mobi, Argo e Strada Cabine Simples, Citroën C3, VW Saveiro e JAC E-JS1, o Cronos está entre os automóveis de passeio oferecidos atualmente no Brasil que não dispõem de airbags laterais nem mesmo como opcional. Alô, Fiat: os rivais do Cronos (Chevrolet Onix Plus, Toyota Yaris Sedã, Hyundai HB20S, Volkswagen Virtus, Nissan Versa e Honda City) trazem seis ou sete airbags desde as versões mais básicas. O alerta do não-uso do cinto de segurança só é ativado para o motorista. Fora o controlador de velocidade de cruzeiro, que não se adapta conforme a distância do veículo à frente, este sedã também não traz assistentes mais avançados de condução, mesmo nesta versão topo-de-linha. Os itens de segurança presentes são: airbags frontais (com desativação da bolsa inflável do passageiro), freios ABS, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em ladeiras, fixações para cadeirinhas infantis e cintos de três pontos + apoios de cabeça ajustáveis para todos os passageiros. É um pacote razoável, mas, há dois anos, o Latin NCAP deu nota zero ao Argo e ao Cronos - a proteção para crianças foi muito baixa, e a baixa presença de itens de assistência à condução também influiu negativamente nesta classificação. De alguns anos para cá, a Fiat veio reforçando o pacote de segurança de seus modelos mais recentes, como Pulse, Toro e Fastback, porém, diferentemente de outras marcas que aprimoraram a proteção de seus carros após resultados ruins nos crash-tests, não modificou Argo e Cronos para serem mais seguros. Como a montadora não promoveu alterações nos modelos desde 2021, quando o resultado do crash-test veio à tona, a nota para o Cronos neste quesito foi reduzida em relação à
nossa avaliação do Argo S-Design. Se serve de consolo, o sedã possui ajuste de altura para os cintos dianteiros (alguns modelos deste segmento trazem a regulagem apenas para o motorista, ou até mesmo cintos fixos, que causam desconforto aos ombros dos ocupantes) e freios que o "ancoram" bem.
Consumo de combustível = 8,75
Todos os modelos da Fiat com o motor 1.3 Firefly avaliados pelo
Auto REALIDADE de 2017 até agora traziam o câmbio manual de 5 marchas - e obtiveram bons índices de consumo de combustível. Com gasolina, o Cronos Precision CVT obteve uma média de consumo de 11,4 km/l na cidade, notavelmente distante dos 13,4 km/l que constam para esta versão no Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro (
e dos 12,7 km/l que obtivemos com o Argo S-Design 1.3 manual). Já com etanol, o sedã conseguiu superar (mesmo que por pouco) os 9,3 km/l declarados pelo Inmetro, chegando aos 9,6 km/l de média em nosso uso urbano.
Relação custo-benefício = 9,0
O Cronos CVT está entre as opções de automóveis automáticos mais em conta do mercado brasileiro, o que já é um chamariz e tanto para os consumidores. Outro ponto positivo é a disponibilidade desta transmissão desde a versão intermediária Drive 1.3 do sedã (em alguns modelos, a caixa automática está atrelada às versões mais completas do veículo, o que diminui o poder de escolha do consumidor).
Quem teve o
Cronos Precision 1.8 AT6 com todos os opcionais vai perceber que o modelo 1.3 CVT traz alguns itens a menos. O novo modelo abre mão de airbags laterais, tela colorida de 7 polegadas para o computador de bordo, porta-óculos para o motorista, manta no capô, ajuste de profundidade do volante, fivela de sustentação do forro do porta-malas e tira de tecido na parte interna da tampa do porta-malas para ajudar no seu fechamento. Em compensação, o atual Cronos Precision deixa no passado os elevados índices de consumo de combustível do propulsor antigo e já traz de fábrica os itens de maior utilidade, além de dispor do útil modo Sport para maior agilidade, ausente do modelo anterior. Esta versão custa R$ 3.910 a mais que a Drive 1.3 CVT com o pacote S-Design: pelos equipamentos adicionais que possui, o Precision vale a pena - e, mesmo sendo uma versão topo-de-linha, possui preço parelho ao das opções intermediárias da maioria dos outros sedãs deste segmento. Com porta-malas grande, vários mimos de série e um design ainda belo, o Fiat Cronos é uma alternativa que merece ser conhecida de perto.
Nota Final = 8,7
As notas são atribuídas considerando a categoria do automóvel analisado, os atributos oferecidos pelos concorrentes (diretos ou por aproximação), além das expectativas entre o que o modelo promete e o que, de fato, oferece. Um mesmo carro avaliado duas vezes pode ter sua nota diminuída em uma avaliação posterior, caso não evolua para os níveis de exigência que se aprimoram continuamente no mercado automotivo. Frações de pontuação adotadas: x,0, x,25, x,5, x,75. Em caso de notas com valores fracionados na casa dos centésimos, os décimos da nota do resultado final são arredondados para cima. Critérios - Design = analisado o aspecto estético do automóvel, considerando-se as linhas e formas do veículo, bem como as proporções entre tamanho de rodas e o restante da carroceria, a presença de itens de estilo diferenciados, entre outros detalhes. Espaço interno = julgada a amplitude do espaço para passageiros (dianteiros e traseiros, de acordo com a capacidade declarada do carro), locais para acomodar objetos e bagagem. Conforto = considera o nível de comodidade transmitida pelo conjunto de suspensão e pela operação de transmissão, pedais, alavancas e outros mecanismos, bem como o nível de ruído e de vibrações dentro do automóvel, a posição de dirigir, a ergonomia interna e outras amenidades adicionais. Acabamento = analisada a atenção aos detalhes internos do veículo (encaixes de peças, qualidade dos materiais empregados e padronagens dos revestimentos). Equipamentos = analisam-se itens de série e opcionais disponíveis no automóvel avaliado. Aqui são considerados os equipamentos de conveniência. Instrumentos, Multimídia & Sistema de som = na análise do quadro de instrumentos, são julgados a facilidade de leitura e a disponibilidade de informações. O sistema multimídia do veículo é avaliado de acordo com os recursos disponíveis (espelhamento de tela de celulares, entradas para dispositivos, facilidade de operação do aparelho, visualização de câmeras, etc). Caso o veículo avaliado não possua um sistema multimídia mas disponha de rádio, este aparelho será analisado sob os mesmos critérios. Se o automóvel não dispuser de sistema de áudio, iremos considerar a presença de pré-disposição para som (fiação, antena e falantes). Desempenho = julgadas a aceleração do veículo, as retomadas de velocidade e a entrega de torque e de potência pelo automóvel. Dirigibilidade = são analisados o comportamento em curvas, a manobrabilidade do veículo (incluindo diâmetro de giro e número de voltas de batente a batente do volante) e o funcionamento da transmissão. Segurança = levam-se em conta a visibilidade pelos retrovisores e pela carroceria, a iluminação do veículo, os itens de proteção ativa e passiva, o desempenho nas frenagens (assim como a modulação do pedal do freio) e a presença e facilidade de operação dos assistentes de condução. Consumo de energia/combustível = energia/combustível gasto durante a avaliação e autonomia. Custo-benefício = avaliada a relação de vantagem entre o preço pago e o que o carro entrega.
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