Avaliação do Fiat Cronos Drive 1.3 CVT: entre os automáticos, ele é um barato

Texto e Fotos | Júlio Max, de Teresina (PI)
Agradecimentos | Assessoria de Imprensa Stellantis

Ter um carro com câmbio automático é um desejo cada vez mais almejado no Brasil: conforme levantamento da consultoria JATO Dynamics, a participação de mercado dos modelos sem o pedal da embreagem superou o volume de vendas dos automóveis com transmissão manual pela primeira vez em meados de 2018, e esta fatia (que inclui automáticos tradicionais, automatizados e automáticos continuamente variáveis - CVT) continuou crescendo com o decorrer do tempo: dados da JATO Dynamics revelam que, em 2022, 62,1% dos automóveis comercializados no nosso País eram automáticos ou automatizados, sendo que 20,5% eram modelos com câmbio CVT. Nos últimos anos, a Fiat vem apostando fortemente no câmbio automático continuamente variável com emulação de sete marchas, que equipa versões de vários de seus carros: Argo, Cronos, Fastback, Strada e Pulse. Nós do Auto REALIDADE publicamos há poucos dias a avaliação do Cronos Precision 1.3 CVT e, agora, contamos para você a experiência de conviver diariamente com o Cronos Drive 1.3 CVT por uma semana, após rodar mais de 650 quilômetros com ele! 


A versão Drive aqui avaliada é a opção mais em conta do Cronos que possui a alternativa do câmbio automático CVT. O modelo mais barato do sedã é o 1.0 manual (sem nome próprio, por R$ 83.890). Há ainda as opções Drive 1.0 manual (R$ 87.990), Drive 1.3 manual (R$ 92.990) e Precision 1.3 CVT (R$ 107.890). Nas versões Drive 1.3 (tanto manual quanto automática) é possível adicionar o pacote S-Design (R$ 3.990), que adiciona faróis de neblina, ar-condicionado automático digital, retrovisores externos elétricos com luzes de seta e função tilt-down no espelho direito; indicador de temperatura externa, câmera de ré, volante em material sintético, rodas de liga leve escurecidas de 15 polegadas com pneus 185/60, chave presencial com partida do motor por botão, bancos com estampas exclusivas da versão S-Design e detalhes externos e internos escurecidos.



Vale dizer que o exemplar desta matéria cedido pela Fiat possui o pacote Drive Plus, que deixou de ser oferecido há pouco tempo para esta versão 1.3 CVT - atualmente, o pack só está disponível para o Cronos Drive 1.0 manual. O kit incluía câmera de ré, rodas de liga leve prateadas de 15 polegadas, indicador de temperatura externa e retrovisores externos com regulagens elétricas, luzes de seta e função tilt-down (rebatimento para baixo do espelho direito ao engatar a ré). Além disso, este carro traz frisos laterais com o nome "Cronos" (R$ 350,71) e tapetes de borracha (R$ 301,86), que são comercializados como acessórios nas concessionárias.


Na parte externa, o Cronos passou por leves mudanças visuais na linha 2023, apresentada em julho de 2022, para marcar esta nova fase, em que o sedã oficialmente substitui o Grand Siena (derivado do Palio) e passa a ter duas versões com o motor 1.0 Firefly de três cilindros. Na dianteira, a grade frontal ganha novas aberturas e dois frisos horizontais (antes, ele tinha apenas um filete cromado). Em novembro de 2020, na linha 2021, o sedã já havia aderido à atual identidade visual da Fiat, adotando o nome da marca em letras grandes na dianteira e a Fiat Flag, composta por barrinhas inclinadas com as cores da bandeira da Itália. Os novos logos da Fiat também passaram a estar nas calotinhas centrais das rodas, no volante e no verso da chave. Etiquetas "Fiat Flag" estão presentes na coifa da alavanca de câmbio e no encosto para as costas do banco do passageiro dianteiro.


Na versão Drive, a dianteira traz faróis de dupla parábola com lâmpadas halógenas (H7) e iluminação de posição de LED, mas abdica das luzes de neblina (tampões ficam no lugar) e do friso cromado na parte inferior do para-choque, substituído por uma moldura em preto.


Visto de lateral, o Cronos traz de série rodas de aço de 15 polegadas com calotas, calçadas com pneus Pirelli Cinturato P1 de perfil 185/60 (o Precision usa rodas de 16 polegadas e pneus Cinturato P7 195/55). A versão Drive traz maçanetas externas e capas dos retrovisores pintadas na cor da carroceria, além de adesivos pretos nas colunas das janelas e, no pacote Drive Plus, as luzes de seta incorporadas às capas dos retrovisores e as rodas de liga leve de 15 polegadas e dez raios com novo desenho.


Na traseira, apenas o logotipo "Drive AT" no canto direito da tampa do porta-malas identifica, pelo lado de fora, que este sedã possui câmbio automático. Visto por este ângulo, o Cronos está praticamente idêntico desde que foi lançado há cinco anos. As lanternas horizontais, com luzes de posição e de freio em LED, são bem-desenhadas, atravessam a tampa do porta-malas e combinam com os refletores contidos na parte inferior do para-choque. A tampa traseira possui formas harmônicas e abriga a placa do veículo. O brake-light também é de LED e fica atrás do vidro traseiro.


O Cronos possui 4,36 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,51 metro de altura, distância entre-eixos de 2,52 metros (idêntica à do Argo) e vão-livre do solo de 13,5 centímetros (menor que na versão Precision CVT: 14,6 centímetros). Nesta versão Drive CVT, o peso em ordem de marcha é de 1155 kg, 41 quilos a menos do que a versão Precision 1.3 CVT que avaliamos recentemente.


As modificações internas também foram muito discretas. A principal novidade é a adoção de uma nova capa de buzina e airbag para o volante (a mesma de Pulse e Fastback). O painel da versão Drive traz a faixa horizontal em cinza-escuro (o Precision possui o Vermelho Marsala, quase marrom, e o modelo S-Design traz este detalhe na cor bronze), enquanto as maçanetas internas são pretas (no Precision, são prateadas) e as molduras em torno das saídas de ar-condicionado perdem os cromados (que ainda estão presentes nos direcionadores de ar). O gatilho da alavanca de freio de mão também passa a ser preto, ao invés de cromado.
 


O volante é revestido de plástico espumado e texturizado ao invés do couro presente nas versões S-Design e Precision. Curiosamente, o raio central inferior do volante é preto, e as demais molduras são prateadas (no S-Design, todos estes detalhes são escuros, e, no Precision, todos são prateados). Não há aletas para trocas de marcha sequenciais, presentes somente na versão topo-de-linha, mas a versão Drive mantém os botões que comandam o computador de bordo, o controlador automático de velocidade de cruzeiro, as chamadas telefônicas e comandos de voz, além do controle de som (as estações e faixas de música são alternadas pelos botões ocultos atrás do raio esquerdo, enquanto atrás do raio direito estão os comandos de volume). Há ainda a função Sport acionada por botão no raio esquerdo (nos Fiat com motores Turbo, este botão é vermelho, enquanto nos modelos com motor 1.3 Firefly é preto). A coluna de direção ajusta manualmente em altura através de uma alavanca posicionada do lado inferior esquerdo.
 


O quadro de instrumentos do Cronos se ilumina a partir da ignição ligada e traz bom nível de informatividade. Além do conta-giros (com faixa vermelha a partir de 6500 rpm) e do velocímetro analógicos, ladeados pela indicação da temperatura do líquido de arrefecimento do motor e do nível do combustível, há ao centro uma tela de 3,5 polegadas que exibe vários itens: 
  • Velocímetro digital com alerta de ultrapassagem da velocidade programada (entre 30 e 200 km/h, de 5 em 5 km/h) e opção de visualização em km/h ou MPH. 
  • Economia: informações de Trip A, Trip B (ambas exibem distância percorrida, tempo de viagem e consumo médio de combustível), além de autonomia estimada e indicador de consumo instantâneo, em escala de 0 a 30 km/l. 
  • Info Veículo: Exibe sensor de pressão dos pneus, temperatura do óleo do motor, temperatura da transmissão, horímetro do motor (horas efetivas de seu funcionamento), quilometragem restante para revisão, dias restantes para próxima revisão e tensão da bateria. Quando o período ou a quilometragem do próximo serviço se aproxima, um lembrete é exibido na tela logo após dar partida no motor.
  • Informações de áudio: fonte do som (rádio AM/FM, USB 1 ou 2, Bluetooth ou entrada auxiliar) e nome da música ou estação de rádio em reprodução. 
  • Mensagens: exibe informações que devem ser verificadas pelo motorista. 
  • Configurações da tela: é possível programar as informações que são exibidas nos cantos superiores (temperatura externa, hora, data, consumo médio da trip A, autonomia ou nenhum) e ao centro (título do menu ou informações de áudio). 
  • Segurança: é possível fazer a ativação ou desativação do airbag do passageiro, ver informações de telefone na tela, controlar o volume de avisos e também regular o brilho dos instrumentos (que afeta a iluminação de outros itens do interior do carro).


Além disso, a tela exibe uma animação de boas-vindas ao ligar a ignição, mostrando o nome Cronos (nesta ocasião, os ponteiros de velocímetro e conta-giros se movimentam até o fim da escala), possui indicador individual de porta aberta (mostrando inclusive se capô ou porta-malas estão abertos), exibe os gráficos dos sensores de estacionamento traseiros quando a marcha-a-ré é engatada e também mostra ícones do indicador de troca de marcha quando o câmbio está em modo sequencial, sugerindo fazer reduções ou subir marchas conforme necessário.
 


Durante nossa convivência, o quadro de instrumentos exibiu a mensagem "Bem vindo ao outono" no dia de início desta estação no Hemisfério Sul (20 de março). Além de lembrar o motorista sobre a chegada de cada estação do ano, o carro também deseja feliz ano novo ao condutor no dia 01º de janeiro.
 

Na alavanca de luzes, seleciona-se entre as posições desligado, luzes de posição ligadas e faróis baixos ligados. Ao desligar o carro com o seletor dos faróis na posição ligada, eles automaticamente são apagados. Com um leve toque na alavanca de seta, as luzes acendem 5 vezes sem necessidade de movê-la até o clique (esta função é batizada pela Fiat de "Lane Change"). Há ainda a função Follow me Home (temporizador do acendimento das luzes após o carro ser desligado). Puxando a alavanca de luzes em sua direção com a ignição desligada, o motorista consegue ajustar a duração da permanência dos faróis acesos entre 30 e 210 segundos, ou desativar o recurso (também é possível fazer isso através do sistema multimídia).
 


Já a alavanca dos limpadores dianteiros conta com posição desligada, de intermitência variável e de acionamento contínuo lento ou rápido. A versão Drive abre mão do sensor de chuva e do acendimento automático dos faróis, presentes na alternativa Precision.
 


A central multimídia Uconnect, com tela sensível ao toque de 7 polegadas, se mantém com as mesmas funcionalidades desde a sua introdução no Argo em 2017. Parcialmente desmembrada do painel, ela pode espelhar o conteúdo de celulares através do Android Auto e do Apple CarPlay, sempre utilizando-se do cabo USB, o que permite utilizar aplicativos do smartphone através da tela do veículo.
 


O console central traz duas entradas USB-A: uma no porta-objetos que fica à frente da alavanca de câmbio (USB1), acompanhada de uma entrada auxiliar, e outra atrás da alavanca de freio de mão (USB2), em posição alcançável pelos ocupantes traseiros. As duas entradas USB possuem função de leitura de dados (como de pendrives ou de celulares), o que é especialmente bom considerando que alguns modelos mais recentes só possuem uma entrada USB que lê dados e outra para carregamento.
 


Junto da tela há botões físicos para ajustar volume, ligar/desligar o sistema e navegar pelas estações e faixas; há outros comandos (para apagar a tela, deixar o áudio no mudo e retornar para o menu anterior) que são sensíveis ao toque.
 


A tela também exibe a imagem da câmera de ré, cujas linhas de guia são dinâmicas e variam conforme a angulação do volante. Se o condutor preferir, as linhas podem ser removidas nas configurações do sistema multimídia. A câmera traseira pode permanecer ativa por alguns segundos após retirar a alavanca de câmbio da marcha-a-ré. Curiosidade: se a tampa do porta-malas for aberta enquanto a imagem da câmera estiver em exibição, surge um aviso com a frase "Câmera não posicionada". Já o sensor de estacionamento traseiro deixa de atuar caso a velocidade em marcha-a-ré seja elevada (acima de aproximadamente 11 km/h).
 


Pelo Bluetooth é possível fazer chamadas telefônicas e streaming de áudio. O sistema de som, de boa qualidade para o segmento, é composto por 4 alto-falantes (um em cada porta) e dois tweeters nas colunas dianteiras. Ícones no canto inferior da tela ajudam a navegar pelos menus, que são os seguintes:

  • Rádio: possibilita sintonizar e salvar estações AM ou FM (até 12 em cada uma das duas bandas de frequência).
  • Mídia: é possível verificar as informações de áudio reproduzido por dispositivos USB, entrada auxiliar ou Bluetooth, inclusive com exibição da capa do álbum, caso disponível.
  • Telefone: através de sua conexão por Bluetooth, este menu possibilita atender e recusar chamadas telefônicas, além de gerenciar a lista de contatos e fazer discagens.
  • Uconnect: é um menu que reúne ícones de atalho cuja ordem de exibição pode ser personalizada pelo usuário. Neste menu é possível ver a bússola do veículo.
  • Áudio: neste menu, é possível controlar o balanço espacial de reprodução de som, habilitar a elevação do volume de som conforme a velocidade, ativar a função Loudness (que aprimora a qualidade de som em baixo volume), modificar o equalizador de graves, médios e agudos, definir a reprodução automática de dispositivos USB e ligar (ou não) o rádio em cada ignição do veículo.
  • Configurações: permite personalizações de idioma, display, unidades de medida, comandos de voz, relógio e data, segurança e assistência de condução (no caso, as configurações de sensor de ré e da câmera traseira), luzes, portas e travas, opções ao desligar o veículo, áudio e telefone. Também é possível restaurar para as configurações de fábrica e apagar os dados pessoais já salvos.
  • Trip: permite conferir autonomia estimada, consumo instantâneo e os registros das distâncias percorridas A e B (os mesmos que podem ser conferidos no quadro de instrumentos), com a informação adicional de velocidade média.


Abaixo das três saídas de ar-condicionado há uma fileira de teclas. Nesta versão, quatro delas estão habilitadas: o botão do ASR Off (que desativa o controle de tração), do pisca-alerta, além do comando de travamento e destravamento das portas (quando o carro está destravado, uma luz vermelha acende neste botão) e do acionamento do desembaçador traseiro. Há ainda um botão não-apertável que acende uma luz amarela caso o airbag do passageiro tenha sido desativado. Vale ainda mencionar que as portas são travadas automaticamente com o carro em movimento (acima de 20 km/h) e o travamento ou destravamento das portas também afeta a portinhola do tanque de combustível.

 
O Cronos Drive possui de fábrica o ar-condicionado manual, com filtro anti-pólen, que traz quatro velocidades de ventilação (nas versões S-Design e Precision, o aparelho é digital, automático e com 7 velocidades do vento). Mas a versão Drive traz aros dos botões emborrachados e detalhes cromados. O controle de captação externa do ar ou recirculação é acionado através de um aro que envolve o botão de regulagem da intensidade do vento. Por sua vez, esse botão pode ser apertado para ativar ou desativar o compressor do ar-condicionado.
 


Na parte frontal do console central há a entrada USB1 e a auxiliar. O início do console possui um porta-copo emborrachado com luz ambiente, que por um menu nas configurações do sistema multimídia pode ser apagada ou ter a intensidade do brilho modificada em seis níveis (quando possui câmbio manual, o Cronos possui dois porta-copos e um terceiro porta-objetos no início do console). Logo atrás da alavanca de câmbio, com coifa de couro, há uma tomada de 12 Volts/180 Watts e outro espaço para colocar objetos, com fundo emborrachado. E, atrás da alavanca de freio de mão (com gatilho preto e coifa emborrachada), há mais um porta-copo, igualmente macio em seu fundo.


O porta-luvas conta com iluminação e bom espaço, mas exige esticar em demasia o braço para guardar e tirar objetos. A tampa é leve e sua face interna é lisa, sem nichos para acomodar objetos pequenos, com uma etiqueta de informações sobre a assistência 24 horas da marca.


A chave do Cronos Drive é do tipo canivete (nas opções S-Design e Precision, é presencial) e possui botões para destravar e travar o carro, além de comandos para fazer o destravamento da tampa do porta-malas e para acender os piscas (com uma frequência mais rápida) e as luzes internas por até 180 segundos - que ajudam a localizar o veículo em locais de iluminação reduzida. Apertando e segurando o botão de destravamento das portas, as quatro janelas são abertas por completo; já ao travar o veículo, os vidros sobem e o alarme perimétrico (que dispara a buzina caso uma das portas seja aberta) fica ativo. Curiosamente, é possível desligar o sedã com o câmbio na posição Drive, mas a chave só pode ser retirada do contato caso a alavanca seja levada até a posição Parking (conforme indicado pelo quadro de instrumentos).


Na porta do motorista ficam os comandos dos retrovisores elétricos (com a funcionalidade tilt-down de rebater para baixo a lente do espelho direito caso a ré seja engatada e o interruptor do espelho esteja direcionado para o lado direito) e dos vidros elétricos nas quatro portas com função um-toque para subir e descer, além da função anti-esmagamento, que, ao esbarrar em algo, interrompem o processo de levantamento das janelas e as fazem descer cerca de 5 centímetros. Existe ainda o botão para bloquear as janelas traseiras e a função do funcionamento temporizado dos vidros elétricos por até 1 minuto, caso nenhuma porta seja aberta neste intervalo de tempo. 


O banco do motorista conta com ajuste manual de altura através de uma alavanca do lado direito do assento. Nesta versão, o apoio retrátil para o braço foi removido. Anatômicos, os assentos dianteiros acomodam bem o tronco dos ocupantes, embora não pareçam acomodar tão bem o corpo quanto os bancos revestidos de material sintético, com revestimentos mais espessos. Um detalhe curioso é que, à medida em que o assento é elevado pela alavanca de ajuste de altura, ele também vai sendo direcionado para a frente, visando proporcionar uma posição mais próxima do volante para condutores de baixa estatura. Há duas presilhas no tapete do motorista e porta-objetos nos forros de porta dianteiros e traseiros, capazes de receber, com certo aperto, garrafas de água de 500 mL.


No banco de trás, o espaço para cabeça e pernas é bom. Quem senta ao meio do banco traseiro não conta com muita amplitude para os ombros (e o assento nessa região é mais elevado), porém o túnel é razoavelmente baixo, permitindo uma melhor acomodação para os pés e facilitando o deslocamento de uma ponta à outra do banco traseiro. O assento é 1 centímetro mais curto que o do Argo, para abrir um pouco mais de espaço sem mexer na distância entre-eixos (2,52 metros), mas a inclinação do encosto do banco traseiro é adequada. 
 

Uma peculiaridade da versão Drive é o fato do encosto do banco traseiro ser inteiriço e fixo, sem a possibilidade de ser rebatido, mas o assento pode ser puxado e levantado. Há apoios de cabeça ajustáveis em altura e cintos de três pontos para todos os ocupantes (o cinto central é fixado por duas fivelas), além de fixações ISOFIX e Top Tether para cadeirinhas infantis. O porta-revistas, estreito, fica no verso do banco do passageiro dianteiro. As janelas das portas traseiras descem até o final (apenas uma pequena parte fica visível).


O porta-malas do Cronos tem bom acesso e é um dos maiores no segmento dos sedãs compactos: seus 525 litros do compartimento de bagagem do sedã da Fiat superam modelos como Virtus (521 L), Versa (482 L), HB20S (475 L), Yaris Sedan (473 L) e Onix Plus (469 L), sendo também maior do que o porta-malas de seu antecessor, o Grand Siena (520 L), e também do que o Fiat Fastback (516 L). Porém, na versão Drive este espaço para bagagens não pode ser ampliado (apenas na versão Precision há assento e encosto do banco traseiro bipartidos e rebatíveis).
 


O habitáculo possui iluminação central, revestimento em carpete (inclusive em sua tampa) e ganchos para fixar cargas. Abaixo do forro do porta-malas ficam as ferramentas para troca de pneu e o estepe (com roda de ferro de 15 polegadas e pneu 185/60, com as mesmas dimensões dos outros quatro pneus no chão, e, portanto, sem etiqueta indicando sobre limitação de velocidade com o pneu sobressalente). A tampa pode ser aberta tanto pelo comando na chave quanto por um botão preto que fica à direita da iluminação da placa traseira; além disso, há molas e amortecedores que fazem a tampa levantar rapidamente assim que é destravada. Por fim, há ainda um pequeno gatilho incorporado ao trinco da tampa do porta-malas que permite abri-la por dentro em caso de emergência.
 

Ao abrir a porta do motorista, a tela do quadro de instrumentos se acende (mostrando hora e data); a luz vermelha indicando o destravamento das portas, o botão liga/desliga do sistema multimídia e a moldura da entrada USB2 também se acendem. Com a ignição ligada, ficam iluminados os botões de operação de computador de bordo, telefone, voz, piloto automático e modo Sport no volante, os comandos de retrovisores e vidros elétricos (em todas as portas), as teclas centrais, os comandos de ar-condicionado, as molduras das duas entradas USB e da conexão auxiliar, além das indicações das posições de câmbio e dos botões ao redor da tela do sistema multimídia. Ao desligar a ignição, os botões das portas, a moldura da USB2, o botão on/off do sistema multimídia e a luz das portas destravadas ficam momentaneamente acesas. O controle do brilho dos instrumentos afeta também os botões do volante, o sistema multimídia, os comandos do ar-condicionado, a indicação das posições de câmbio e a iluminação das entradas USB1 e auxiliar, mas os botões das portas, do painel (logo abaixo das saídas de ar) e a luz da USB2 não se alteram.
 


Existem duas luzes de leitura entre os para-sóis com "fade", além de um ponto de iluminação central. Os dois para-sóis contam com espelhos, mas a tampa corrediça e a tira que serve como porta-documento só estão no para-sol do motorista. O retrovisor interno traz haste para alternar entre as posições dia e noite, no lugar da lente anti-ofuscante presente na versão Precision. O forro de teto tem carpete na cor cinza-claro (nas versões S-Design e Precision, a cor regular do forro é preta) e elimina as três alças de teto para os passageiros nesta versão Drive.
 

O motor é o 1.3 Firefly, com quatro cilindros e oito válvulas, que atua sob uma taxa de compressão bastante elevada (13,2:1). Ele rende 98 cavalos com gasolina a 6000 rpm e 107 cv com etanol a 6250 rpm, e o torque é de 13,2 kgfm a 4250 rpm com o combustível derivado do petróleo e 13,7 kgfm a 4000 rpm com o combustível derivado da cana-de-açúcar. A bateria é de 60 Ampères, com indicação de uso para veículos com o sistema Start-Stop, ainda que o Cronos atualmente não disponha deste recurso.

 
Este propulsor estreou em 2016 no Uno e hoje equipa versões do Argo, Cronos, Pulse e Strada. Sua concepção ainda pode ser considerada moderna, trazendo pré-aquecimento do combustível (que funciona em temperaturas ambiente inferiores a cerca de 16º C, quando o carro está abastecido com etanol ou alguma mistura de etanol e gasolina), acionamento por corrente e variação do comando de válvulas na admissão e no escape. O pré-aquecimento do combustível antes do motor ser ligado é perceptível por um pequeno "zumbido" que inicia quando o motorista abre sua porta.

 
Já o câmbio automático CVT com simulação de sete marchas e trocas que podem ser feitas tanto por um trilho na alavanca de câmbio quanto pelas aletas junto ao volante. Fornecido pela Aisin e com óleo lubrificante que dispensa a troca por toda a vida útil do veículo, a transmissão dispõe do modo Sport, que é acionado pela tecla no raio direito do volante. O primeiro modelo da Fiat a aliar o câmbio CVT ao motor 1.3 Firefly foi o Pulse, em outubro de 2021. No final daquele mesmo ano, a Strada passou a ter esta combinação nas versões Volcano e Ranch. Agora, este "casamento" também está em versões do Cronos e do Argo. Todos estes modelos aspirados com transmissão CVT trazem exatamente as mesmas relações de transmissão (a partir da quinta marcha, elas são menores que 1:1) e o mesmo diferencial (5,698).
 


O tanque de combustível tem a capacidade de 47 litros e sua portinhola se trava ou destrava junto com as portas. A Fiat recomenda calibrar todos os pneus (inclusive o estepe) com 32 libras, seja com o carro vazio ou em lotação máxima. Para economizar combustível (sacrificando um pouco o conforto ao rodar), a pressão recomendada pela montadora é de 35 libras.


Os freios contam com discos ventilados (cujo diâmetro é de 25,7 centímetros) no eixo dianteiro e tambores no eixo traseiro (com diâmetro de 20,3 cm).


A suspensão dianteira possui o esquema independente McPherson com braços oscilantes inferiores transversais, barra estabilizadora, amortecedores hidráulicos (telescópicos, de duplo efeito) e molas helicoidais. Atrás, as rodas são conectadas por eixo de torção, também com amortecedores hidráulicos e molas helicoidais.
 

A lista de equipamentos de segurança inclui airbags frontais (com possibilidade de desativar a bolsa de ar do passageiro dianteiro pelo quadro de instrumentos), controles eletrônicos de tração e estabilidade (ao desativar o controle de tração ASR, entra em ação o TTC, Torque Transference Control, que, em situações de aceleração em curvas, freia a roda interna à curva e transfere torque à roda externa para minimizar a tendência ao subesterço), ERM (Electronic Rollover Mitigation, que atenua a tendência de algum dos pneus perder o contato com o solo), sinalização luminosa de frenagem de emergência (o pisca-alerta acende em frenagens fortes), freios ABS com EBD (com discos ventilados no eixo dianteiro e tambores nas rodas traseiras), assistente de partida em ladeiras (que mantém o veículo freado por até dois segundos e atua em subidas, no caso de ter sido engatada uma marcha à frente, ou descidas, quando a ré é acionada, que tenham inclinação acima de 5%), cintos de 3 pontos e apoios de cabeça para os cinco ocupantes, além de ajuste de altura dos cintos dianteiros, com pré-tensionadores e limitadores de carga.
 


Com preço de R$ 99.990 no momento de produção desta matéria, o Cronos Drive 1.3 CVT custa exatos R$ 6.000 a mais do que a versão Drive 1.3 manual, mas tem valor R$ 7.900 mais em conta do que a versão Precision 1.3 CVT. Este sedã pode receber uma das seis opções de cores para a carroceria: Preto Vulcano (sólida, sem custo adicional), Branco Banchisa (sólida, + R$ 990), Vermelho Montecarlo (sólida, + R$ 990), Cinza Silverstone (metálica, + R$ 1.990; é a cor do exemplar cedido para esta avaliação), Prata Bari (metálica, + R$ 1.990) e Branco Alaska (perolizada, + R$ 1.990). 
 

 
Pelo seu valor e por suas características (entre elas, motor aspirado e câmbio CVT), o principal concorrente do Cronos Drive é o Toyota Yaris Sedan XL (R$ 96.490). Assim como os outros carros de passeio da Fiat, o Cronos dispõe de garantia de 3 anos e assistência 24 horas através do Confiat também por três anos.

Impressões ao dirigir
 

Entre a devolução do Cronos Precision e o recebimento deste Cronos Drive, menos de uma semana se passou, de forma que ainda estávamos bastante acostumados às características de condução do sedã. Mesmo sendo carros com conjuntos mecânicos rigorosamente iguais, foi possível perceber algumas diferenças entre os veículos na condução, que estavam relacionadas ao estado de conservação dos veículos, à quilometragem de cada carro (o Precision tinha pouco mais de mil quilômetros a mais na época do início do teste) e também às diferenças em termos de peso da carroceria e perfil de pneus. Em ambos, a direção elétrica progressiva é bastante leve em manobras e transmite boa progressividade conforme a velocidade aumenta. No Drive, notamos uma direção levemente mais firme do que na versão Precision em baixas velocidades. O diâmetro de giro (10,5 metros) também facilita bastante as manobras de retorno, sendo apenas 0,1 metro maior do que no Argo (o sedã é 33,3 cm mais comprido). Outro destaque é a visibilidade, por conta dos retrovisores bem-dimensionados e do vidro traseiro cuja inclinação e tamanho facilitam a visão para trás. O tampão traseiro baixo e os apoios de cabeça que podem ficar embutidos quando não estão em uso também colaboram para uma melhor visibilidade.
 

 
Os esguichos, desembaçadores e limpadores dianteiros operaram bem, mesmo durante as chuvas fortes que caíram sobre Teresina no mês de março. Os faróis halógenos possuem iluminação condizente com as características de suas lâmpadas.


O volante possui boa empunhadura e o revestimento de plástico texturizado agrada ao toque, com a espuma firme. Além disso, com os comandos de som incorporados atrás dos raios horizontais, é fácil alternar entre as músicas e controlar o volume do som sem precisar se distrair e tirar as mãos da direção. E a operação da alavanca de freio de mão exige pouco esforço do braço direito do motorista.
 


O banco do motorista é nitidamente elevado, mesmo na posição mais baixa possível. A coluna de direção é menos avançada do que no Pulse e no Fastback, sem ajuste de profundidade. Para ampliar o espaço para as pernas, os assentos são razoavelmente curtos na região das coxas. Há um bom apoio para o pé esquerdo do condutor, mas ele tem o mesmo carpete do assoalho, e, portanto, é mais difícil de ser limpo do que as molduras em plástico rígido.
 

O conjunto de suspensão é ajustado para o conforto, absorvendo muito bem as irregularidades do piso e contribuindo com a comodidade de quem está a bordo. Mesmo passando por buracos, os ocupantes percebem a maciez transmitida, sem nenhuma batida seca. Apesar de ser mais baixo que as versões com câmbio manual e até mesmo do que a versão Precision, a altura em relação ao solo continua a permitir que lombadas altas e buracos sejam superados facilmente, mesmo com passageiros no veículo. Este Cronos Drive traz pneus de perfil um pouco mais alto do que o Precision (60 x 55), fator que aumenta um pouco o conforto ao passar por pisos castigados.
 


Na estrada, a carroceria mostra estabilidade diante dos ventos, e a progressividade da direção garante segurança ao motorista, exigindo menor movimentação para contornar curvas. A 100 km/h, em ritmo de cruzeiro, o motor gira a aproximadamente 2000 rpm, o que gera um nível de ruído bem menor do que na versão 1.3 com câmbio manual - que está a quase 3000 rpm nesta mesma velocidade. O nível de vibrações é contido, mesmo na fase fria de funcionamento do motor e com etanol no tanque.
 


Em termos de performance, era de se esperar que o Cronos Drive 1.3 CVT não tivesse o mesmo vigor das versões 1.3 com câmbio manual. As retomadas de velocidade estão em patamares condizentes com as características do modelo (em duas das três provas, ele foi melhor que a versão Precision), mas o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h empatou com o resultado do Cronos Precision CVT avaliado por nós recentemente, ficando 1,4 segundo acima do dado de fábrica. Veja os resultados dos nossos testes de desempenho, realizados em pista sem tráfego, com uma pessoa a bordo, ar-condicionado desligado, gasolina no tanque, controles eletrônicos ativados, câmbio em Drive (sem uso do modo sequencial ou função Sport) e cronometragem automática pelo app GPS Acceleration:

Aceleração de 0 a 100 km/h: 13,0 segundos
Retomada de 40 a 80 km/h: 7,2 segundos
Retomada de 60 a 100 km/h: 8,0 segundos
Retomada de 80 a 120 km/h: 10,2 segundos

Condições do teste

Temperatura externa: 25-26° C
Altitude (estimada): 61 metros
Nível de combustível do veículo (estimado): 1/4 tanque
Pressão dos pneus: não disponível
Quilometragem inicial do veículo durante os testes: 8255 km
 

Quando o modo Sport é acionado, fica bastante perceptível que o pedal do acelerador fica mais reativo: o impulso do carro se torna maior. A direção elétrica se torna um pouco mais pesada e as rotações do motor ficam mais elevadas quando o acelerador é pressionado, deixando o motor mais próximo de sua faixa de entrega máxima de torque, o que proporciona respostas satisfatórias mesmo em subidas e ultrapassagens. Ao desligar o carro, na próxima ignição o modo de condução volta a ser o automático convencional. A 100 km/h constantes, o ponteiro do conta-giros está ao redor dos 2800 rpm no modo Sport. Utilizando etanol, também é notável que o sedã da Fiat recebe uma injeção de ânimo, mas, em uma ocasião, este exemplar apresentou uma demora na partida do motor, mesmo depois do pré-aquecimento (nesta ocasião, uma mensagem informando sobre o fato apareceu no quadro de instrumentos). Com o combustível derivado da cana-de-açúcar, o sedã cumpriu a prova de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos (ainda assim, um pouco atrás dos 10,6 s declarados pela fábrica).
 


A título de informação, monitoramos em quais velocidades o Cronos Drive sugere as trocas de marcha sob condução tranquila. Vale dizer que as velocidades em que as mudanças nas relações de marcha ocorrem sempre estão sujeitas a variarem conforme as condições do ambiente, da condução e do veículo:
  • 1ª para 2ª marcha - aproximadamente 17 km/h
  • 2ª para 3ª marcha - aproximadamente 23 km/h
  • 3ª para 4ª marcha - aproximadamente 32 km/h
  • 4ª para 5ª marcha - aproximadamente 46 km/h
  • 5ª para 6ª marcha - aproximadamente 55 km/h
  • 6ª para 7ª marcha - aproximadamente 69 km/h


O câmbio automático CVT trabalha em boa harmonia com o motor 1.3, fazendo de tudo para manter o giro do propulsor baixo quando se pega leve com o pedal do acelerador: as relações de marcha são alteradas de forma muito discreta, abaixo de 2 mil rpm sob condução tranquila. Até mesmo no modo sequencial, as mudanças de marcha continuam bastante suaves. Se o motorista tiver mais pressa e pisar mais forte no acelerador, a rotação do motor sobe rapidamente e as marchas são mantidas por mais tempo. Nesta situação, o ruído do motor se faz mais presente. 
 


As trocas sequenciais podem ser feitas no trilho da própria alavanca, à esquerda da posição Drive. Bipes soam quando o condutor tenta engatar uma marcha inadequada para aquele momento. As reduções de marcha nas desacelerações são feitas de forma automática. Ao acelerar, o câmbio permite que as marchas sejam mantidas a até cerca de 6 mil rpm, situação em que automaticamente a marcha seguinte é engatada, para evitar o corte de giro do motor. Com a alavanca deslocada para o modo sequencial, a operação é permissiva e mantém a marcha que tenha sido selecionada pelo motorista mesmo quando o pedal do acelerador é pressionado de forma leve (no Precision, quando os paddle-shifts no volante eram utilizados, o câmbio retornava automaticamente para a operação em Drive quando se pegava leve com o pedal do lado direito).
 


Neste exemplar, notamos que a modulação do pedal de freio estava melhor do que no Precision recentemente avaliado; além disso, estavam mais atenuados os trancos que surgiam nas ocasiões em que se desacelerava e em seguida se apertava o acelerador. Com isso, até foi possível conduzir esta versão Drive com o carro no modo Sport em velocidades baixas sem o desconforto observado em nossa avaliação anterior. O sistema de freios é adequado para o porte do modelo, capaz de segurar o sedã com ímpeto e suavidade. Além disso, o assistente de partida em ladeiras atuou muito bem tanto em subidas, com câmbio em Drive, quanto em descidas, com a ré engatada, mantendo o carro totalmente parado por aproximadamente 2 segundos antes de descer.
 


Em termos de consumo de combustível, o Cronos Drive CVT não chegou aos alardeados 13,4 km/l de gasolina na cidade declarados pela Etiquetagem Veicular do Inmetro, que chegam a superar o índice de consumo da versão Drive 1.3 manual nas mesmas condições também no padrão do Inmetro (12,9 km/l), mas, na prática, apresentou um índice condizente com as características do veículo e superou o consumo do Cronos Precision. Já com etanol, o consumo chegou a ser melhor do que o dado do Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro. O tanque de combustível ficou um litro menor a partir do ano-modelo 2022, para atender às determinações do Proconve. Notamos que, com gasolina, a luz de reserva se acendia quando o carro ficava com menos de 85 quilômetros de autonomia. E, assim que o computador de bordo calculava menos de 50 km de autonomia, este indicador estimado deixava de ser exibido (ainda com as duas últimas barrinhas do marcador do combustível nos instrumentos). Já com etanol, devolvemos o carro com as últimas três barrinhas de combustível que representam cerca de 1/4 do tanque, mas o indicador de autonomia calculava apenas 56 km. Ao todo, rodamos 654,5 quilômetros com este Cronos.

GASOLINA

Consumo de combustível médio total: 12,2 km/l
Distância percorrida: 518,1 km
Velocidade média (estimada): 22 km/h

Até o primeiro reabastecimento, ocorrido quando o carro chegou à reserva (duas últimas marcações do tanque)

Consumo de combustível médio: 12,1 km/l
Distância percorrida: 382,4 km
Velocidade média (estimada): 21 km/h

Primeiro reabastecimento com gasolina - aproximadamente 8,8 litros

Consumo de combustível médio: 12,7 km/l
Distância percorrida: 135,6 km
Velocidade média (estimada): 24 km/h

ETANOL

Abastecimento com etanol - aproximadamente 16,318 litros
 
Consumo de combustível médio: 10,6 km/l
Distância percorrida: 136,4 km
Velocidade média (estimada): 27 km/h

Boletim comentado do Fiat Cronos Drive 1.3 CVT
 

Design = 9,0

Dentro do seu segmento, o Cronos Drive traz um estilo que ainda pode ser considerado atraente - mesmo cinco anos depois de seu lançamento no mercado brasileiro. Os faróis que se prolongam para as laterais, as luzes de posição dianteiras e traseiras de LED, o formato arrojado dos retrovisores externos, os vincos que percorrem a carroceria e as lanternas que se prolongam pela tampa do porta-malas são aspectos de destaque do sedã da Fiat. Poucos detalhes denunciam que esta é uma versão mais básica, como a ausência de faróis de neblina. As novas rodas de liga leve de 15 polegadas do pacote Drive Plus possuem estilo pouco inspirado, mas versões intermediárias de seus rivais (HB20S, Onix Plus e Yaris Sedã) também não se destacam neste aspecto. De série, esta versão traz rodas de aço de 15 polegadas com calotas, de aspecto simples. Para quem preferir um visual com detalhes diferenciados, é possível incluir nesta versão o pacote S-Design.

Espaço interno = 9,0 

O Cronos oferece bom espaço para a cabeça e as pernas dos ocupantes - até mesmo para quem viaja atrás. Quatro adultos e uma criança se acomodam bem no sedã. O porta-malas de 525 litros tem capacidade acima da média neste segmento, mas na versão Drive não pode ser ampliado, porque o encosto do banco traseiro é fixo. Há ainda variados espaços para guardar objetos nos forros das quatro portas, no console entre os bancos e no porta-luvas, que é profundo. O Cronos, porém, implora por um espaço mais adequado para acomodar celulares. Entre as poucas opções disponíveis no modelo para guardar o smartphone estão o porta-objeto abaixo da alavanca de freio de mão e o pequeno porta-copo dianteiro - e estas duas opções não acomodam o aparelho muito bem.

Conforto = 9,0

O sedã da Fiat traz ótimo nível de conforto transmitido por seu conjunto de suspensão, que absorve muito bem as irregularidades do piso (ainda mais com os pneus de perfil 60). A assistência elétrica da direção é bem leve em baixas velocidades, sendo progressiva conforme a velocidade, e o motorista conta com uma posição elevada de dirigir e boa ergonomia,  com os comandos à mão. Ademais, o ar-condicionado cumpre bem seu papel, gelando a cabine rapidamente. A versão Drive dispensa o apoio de braço para o motorista, mas possui o controlador automático de velocidade de cruzeiro, útil principalmente para os percursos rodoviários (a Strada CVT é mais cara e não dispõe deste item). Os bancos poderiam ter maiores apoios para as coxas. Neste exemplar, observamos uma melhor modulação do pedal do freio e um nível de suavidade maior na situação de acelerar após uma desaceleração - o Cronos Precision avaliado por nós a poucos dias chegava a ser desconfortável quando utilizado no modo Sport em baixas velocidades.

Acabamento = 8,5

Para custar menos, o Cronos Drive abre mão de alguns refinamentos em detalhes do acabamento. O couro do volante com perfurações e costuras dá espaço ao aro em plástico espumado (que também possui textura agradável), enquanto o material sintético dos bancos sai para dar lugar ao tecido com estampas e as superfícies em couro dos forros de porta dianteiros vão embora, deixando somente plástico rígido no lugar. Este material está presente em diversos pontos da cabine. Apesar disso, esta versão mantém os três porta-objetos do console central com fundo emborrachado, as variações de textura agradáveis ao tato e as boas vedações das portas, do cofre do motor e do porta-malas. Mas os arremates e a montagem das peças poderiam melhorar: alguns plásticos possuem a tendência de ficarem facilmente riscados e a parte superior do painel rangia em alguns momentos.

Equipamentos = 9,0

A lista de itens de fábrica desta versão de entrada com o câmbio automático inclui um pacote satisfatório e útil para o dia-a-dia, com ar-condicionado, chave-canivete com abertura e fechamento das janelas associados ao destravamento e travamento das portas, direção elétrica com ajuste de altura, travas e vidros elétricos (com função um-toque) nas quatro portas, sistema multimídia, som com 4 alto-falantes e 2 tweeters, sensores de estacionamento traseiros e computador de bordo com múltiplas funcionalidades. E, para quem quiser mais equipamentos, como ar-condicionado digital, faróis de neblina ou chave presencial com partida do motor por botão, é possível adquirir esta versão com o kit S-Design.

Instrumentos, Multimídia & Sistema de Som = 8,75

A quantidade de informações contida no quadro de instrumentos do Cronos é uma das melhores do segmento de sedãs compactos. Os dados mais importantes aparecem de forma prática e descomplicada pela tela de 3,5 polegadas, com fácil alteração dos itens em tela pelos botões do raio esquerdo da direção. Até detalhes mais específicos, como a temperatura da transmissão, a tensão da bateria e o cronômetro de horas de funcionamento do motor, podem ser vistos. Vale dizer que, na faixa de preço deste sedã da Fiat, a maioria dos rivais trazem telas bem mais simples (e alguns carros até esquecem do indicador de temperatura do líquido de arrefecimento do motor).

O sistema multimídia traz tela destacada do painel e botões físicos de fácil operação, mas o monitor sensível ao toque de 7 polegadas é menor do que a atual média do segmento (quase todos os rivais possuem 8 polegadas) e faltam recursos que estão presentes na Strada e até no Mobi, como a criação de vários perfis de usuário, o espelhamento de tela de smartphone sem fio e o layout mais moderno. A definição da câmera de ré poderia ser melhor. Em contrapartida, a presença de duas entradas USB-A com leitura de dados é algo positivo e cada vez mais raro no segmento.

Já o sistema de som possui qualidade acima da média para a categoria, com 4 alto-falantes e 2 tweeters, com boa definição de graves e sonoridade límpida; a equalização é feita através da tela do sistema multimídia. A Fiat está de parabéns por não reduzir a qualidade dos projetos de som de modelos como este, que são mais baratos. Em algumas marcas, os alto-falantes traseiros, por exemplo, são retirados nas versões mais básicas.

Desempenho = 8,5

O propulsor 1.3 Firefly teve ligeiras reduções de força na virada de 2021 para 2022, atendendo às normas do Proconve (L7), mas a transmissão administra bem a potência e torque disponíveis - ainda que, em números, o Fiat esteja um pouco aquém até mesmo dos seus rivais com motores 1.5 ou 1.6 aspirados. As retomadas de velocidade são feitas com certa rapidez, mas o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h com gasolina foi apenas regular. É preciso submeter o Cronos a rotações mais elevadas de seu motor para que a força seja efetivamente entregue: o torque, por exemplo, só é entregue a partir de 4000 rpm (uma característica comum em motores aspirados). Com etanol, a melhora na entrega de força é mais perceptível: nosso tempo de 0 a 100 km/h, por exemplo, diminuiu em 1,5 segundo na comparação com o resultado com o combustível derivado do petróleo. Já o modo Sport deixa o sedã mais "esperto" o tempo todo.

Dirigibilidade = 9,0

O Cronos tem boa manobrabilidade, considerando que ele é 33,3 centímetros mais comprido do que o Argo: o diâmetro de giro é comparável ao de hatches compactos. O câmbio automático interpreta bem o peso do pé no acelerador e altera rapidamente as relações de marcha. As mudanças, aliás, são praticamente imperceptíveis - uma característica típica das transmissões continuamente variáveis com simulação de trocas. Em algumas situações, só é possível perceber que houve uma mudança de marcha quando o ponteiro do conta-giros se movimenta. O Cronos aderna um pouco nas curvas, em um nível aceitável mesmo em contornos rápidos, com o controle de estabilidade de prontidão para corrigir certos excessos. Mesmo sendo um sedã, sua condução chega a ser divertida.

Segurança = 6,5

Assim como Renault Duster e Oroch, Fiat Mobi, Argo e Strada Cabine Simples, Volkswagen Saveiro, Citroën C3 e JAC E-JS1, o Cronos não possui airbags laterais nem mesmo como opcional. Não custa lembrar, Fiat: os rivais do Cronos (Chevrolet Onix Plus, Toyota Yaris Sedã, Hyundai HB20S e Nissan Versa) trazem seis ou sete airbags desde as versões mais básicas. O alerta do não-uso do cinto de segurança só é ativado para o motorista. Fora o controlador de velocidade de cruzeiro, que não se adapta conforme a distância do veículo à frente, este sedã também não traz assistentes mais avançados de condução. Os itens de segurança presentes são: airbags frontais (com desativação da bolsa inflável do passageiro), freios ABS, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em ladeiras, fixações para cadeirinhas infantis e cintos de três pontos + apoios de cabeça ajustáveis para todos os passageiros. É um pacote razoável, mas, há dois anos, o Latin NCAP deu nota zero ao Argo e ao Cronos - a proteção para crianças foi muito baixa, e a baixa presença de itens de assistência à condução também influiu negativamente nesta classificação. De alguns anos para cá, a Fiat veio reforçando o pacote de segurança de seus modelos mais recentes, como Pulse, Toro e Fastback - porém, diferentemente de outras marcas que aprimoraram a proteção de seus carros após resultados ruins em crash-tests, não modificou Argo e Cronos para serem mais seguros. Se serve de consolo, o sedã possui ajuste de altura para os cintos dianteiros (alguns modelos deste segmento trazem a regulagem apenas para o motorista, ou até mesmo cintos fixos, que causam desconforto aos ombros dos ocupantes) e bons freios, que cumprem seu papel sem sustos.

Consumo de combustível = 9,0 

Com gasolina, o Cronos Drive obteve uma média de consumo de 12,2 km/l na cidade - distante dos 13,4 km/l que constam para esta versão no Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, mas melhor que os 11,4 km/l obtidos pelo Precision CVT em condições de rodagem parecidas. Já com etanol, o sedã conseguiu superar os 9,3 km/l declarados pelo Inmetro, chegando aos 10,6 km/l de média em nosso uso urbano (com velocidade média ligeiramente superior do que com gasolina).

Relação custo-benefício = 9,25

O Cronos CVT está entre as opções de automóveis automáticos mais em conta do mercado brasileiro, o que já é um chamariz e tanto para os consumidores. Outro ponto positivo é a disponibilidade desta transmissão desde esta versão intermediária Drive 1.3 do sedã (em alguns modelos, a caixa automática está atrelada às versões mais completas, o que diminui o poder de escolha do consumidor). Mas além do seu preço ser competitivo diante de outras opções do segmento, o Cronos Drive CVT reúne características interessantes: é um carro confortável, com amplo porta-malas, consumo de combustível contido e bons itens de série.

Apesar de haver uma distância de R$ 6.000 entre as versões Drive manual e Drive CVT, consideramos que vale a pena pagar a mais pela alternativa com câmbio automático. A diferença de valor é razoavelmente significativa, mas, além da transmissão mais cômoda para o dia-a-dia, este adicional também contempla adicionais como controles eletrônicos de estabilidade e tração, controlador automático de velocidade de cruzeiro (piloto automático), assistente de partida em ladeiras e modo Sport. Como dissemos no primeiro parágrafo desta matéria, a preferência do público brasileiro pelo carro automático já está consolidada há alguns anos, o que também faz com que estes modelos tendam a ter maior procura no mercado de usados e retenham maior valor de revenda. A discrepância de preço entre as versões Drive CVT e Precision CVT é ainda mais significativa: R$ 7.900. Mas o público tem várias alternativas: optar pelo pacote "básico" do modelo Drive (que já inclui os principais itens de conveniência), adicionar o pacote S-Design por mais R$ 3.990 ou então optar de vez pela versão topo-de-linha.

Nota Final = 8,7

As notas são atribuídas considerando a categoria do automóvel analisado, os atributos oferecidos pelos concorrentes (diretos ou por aproximação), além das expectativas entre o que o modelo promete e o que, de fato, oferece. Um mesmo carro avaliado duas vezes pode ter sua nota diminuída em uma avaliação posterior, caso não evolua para os níveis de exigência que se aprimoram continuamente no mercado automotivo. Frações de pontuação adotadas: x,0, x,25, x,5, x,75. Em caso de notas com valores fracionados na casa dos centésimos, os décimos da nota do resultado final são arredondados para cima. Critérios - Design = analisado o aspecto estético do automóvel, considerando-se as linhas e formas do veículo, bem como as proporções entre tamanho de rodas e o restante da carroceria, a presença de itens de estilo diferenciados, entre outros detalhes. Espaço interno = julgada a amplitude do espaço para passageiros (dianteiros e traseiros, de acordo com a capacidade declarada do carro), locais para acomodar objetos e bagagem. Conforto = considera o nível de comodidade transmitida pelo conjunto de suspensão e pela operação de transmissão, pedais, alavancas e outros mecanismos, bem como o nível de ruído e de vibrações dentro do automóvel, a posição de dirigir, a ergonomia interna e outras amenidades adicionais. Acabamento = analisada a atenção aos detalhes internos do veículo (encaixes de peças, qualidade dos materiais empregados e padronagens dos revestimentos). Equipamentos = analisam-se itens de série e opcionais disponíveis no automóvel avaliado. Aqui são considerados os equipamentos de conveniência. Instrumentos, Multimídia & Sistema de som = na análise do quadro de instrumentos, são julgados a facilidade de leitura e a disponibilidade de informações. O sistema multimídia do veículo é avaliado de acordo com os recursos disponíveis (espelhamento de tela de celulares, entradas para dispositivos, facilidade de operação do aparelho, visualização de câmeras, etc). Caso o veículo avaliado não possua um sistema multimídia mas disponha de rádio, este aparelho será analisado sob os mesmos critérios. Se o automóvel não dispuser de sistema de áudio, iremos considerar a presença de pré-disposição para som (fiação, antena e falantes). Desempenho = julgadas a aceleração do veículo, as retomadas de velocidade e a entrega de torque e de potência pelo automóvel. Dirigibilidade = são analisados o comportamento em curvas, a manobrabilidade do veículo (incluindo diâmetro de giro e número de voltas de batente a batente do volante) e o funcionamento da transmissão. Segurança = levam-se em conta a visibilidade pelos retrovisores e pela carroceria, a iluminação do veículo, os itens de proteção ativa e passiva, o desempenho nas frenagens (assim como a modulação do pedal do freio) e a presença e facilidade de operação dos assistentes de condução. Consumo de energia/combustível = energia/combustível gasto durante a avaliação e autonomia. Custo-benefício = avaliada a relação de vantagem entre o preço pago e o que o carro entrega.

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