Chevrolet Chevette e Volkswagen Voyage: os sedãs que marcaram época no Brasil


Texto e fotos | Júlio Max, de Teresina - PI
Matéria feita em parceria com @showcarsthe

Eles eram bem diferentes entre si, mas conquistaram legiões de fãs e admiradores em todo o Brasil. Volkswagen Voyage e Chevrolet Chevette representavam alternativas confiáveis de sedãs compactos nacionais no início da década de 1990. A intenção, aqui, não é de estabelecer um comparativo rigoroso entre estes modelos - até porque existem diferenças significativas entre os modelos, como será mencionado a seguir.


Primeiramente, é preciso apresentar estes exemplares. O Chevette é um modelo SL 1.6 a gasolina, ano/modelo 1990/1990. Já o Voyage é um CL ano/modelo 1991/1991 com o motor 1.8 AP a gasolina. Importante que se diga que, no ano de 1991, o Chevette abria mão das opções SL e SL/E em prol de um único modelo, o DL, que trazia mais equipamentos na comparação com o SL básico, mas abria mão de certos opcionais e diferenciais do SL/E. Nesta época, o Voyage tinha as versões CL e GL, sendo que o modelo mais básico poderia ser adquirido com o motor 1.6 AE ou o 1.8 AP, a gasolina ou a álcool; já o GL era sempre 1.8, com opção a gasolina ou a álcool. 


No começo dos anos 90, o Chevette já era um verdadeiro veterano - ele, que foi o primeiro automóvel de porte compacto da General Motors em nosso mercado, tinha sido apresentado ao Brasil no ano de 1973 e passado por reestilizações nos anos de 1978, 1983 e 1987, numa cadeia evolutiva diferenciada da Europa e dos Estados Unidos. O Voyage, projeto destinado para a América do Sul (e que acabaria sendo exportado para os Estados Unidos, com o nome Fox), também já carregava muita história pra contar nas costas: fez sua estreia nacional no ano de 1981 e recebeu reestilizações em 1987 e 1990.


Os dois sedãs são da época em que as duas portas tinham a preferência da imensa maioria dos consumidores no segmento de modelos compactos. O modelo da Chevrolet chegou a ter a opção das quatro portas entre 1978 e 1987. No caso do Voyage, houve dois intervalos de tempo em que as 4 portas foram oferecidas para ele: primeiramente, entre 1983 e 1986; depois, de 1991 até o final de produção desta geração, decretado em dezembro de 1995.


Ambos trazem carrocerias de formas predominantemente retas, com portes parecidos. Com 4,185 metros de comprimento, o Chevette era ligeiramente mais longo que o Voyage (4,072 m), porém um pouco mais baixo que o VW (1,324 x 1,349 m). Os dois modelos trazem detalhes de acabamento equivalentes, com tecido nos bancos, painéis de plástico injetado e curvim revestindo o forro de teto e as laterais das portas.

O Chevette saiu do mercado nacional no final de 1993, e foi substituído pelo Corsa Sedan em 1995. Já o Voyage não teve um sucessor direto: a Volkswagen optou por importar o Polo Classic a partir de 1997 e, posteriormente, fabricar o Polo Sedan no Brasil no final de 2002. Mas a marca acabou trazendo o Voyage de volta à vida em 2008, desta vez como derivado da quinta geração do Gol. Este modelo ficou no mercado até o fim de 2022.

Impressões ao dirigir


No começo da década de 1990, direção hidráulica era um item que ainda não era oferecido de forma tão corriqueira no Brasil - a linha Volkswagen derivada do Gol só passou a contar com a comodidade a partir da linha 1994, e, ainda assim, somente nas versões mais completas, enquanto o Chevette nunca dispôs deste item de fábrica em nosso País. Como ambos possuem rodas bem maiores do que as originais, é preciso ter força na hora de girar o volante dos dois - ambos foram equipados com rodas de 18 polegadas, que exigem esforço adicional no Chevette. Mas basta ganhar mais um pouco de velocidade para o esforço diminuir bastante.


Chevette e Voyage se destacam pela operação de seus câmbios manuais, mas de jeitos diferentes. No sedã da General Motors, a alavanca é bem mais comprida e o pomo da alavanca fica "de cara" para o motorista. O movimento para o engate de marchas é um pouco mais longo do que no rival, mas os engates são justos e fáceis de serem acertados. 


Já o Voyage, cujo exemplar das imagens traz o conforto do ar-condicionado, não nega a tradição das transmissões da Volkswagen de alavancas mais curtas e assentadas ao console, com menor movimentação da alavanca e engates muito justos. Mais semelhanças: ambos trazem a ré logo atrás da quinta marcha e entram sem inibidores. Ambos, sem dúvida, trazem um gosto de nostalgia muito marcante ao dirigir: uma época em que os carros tinham menos tecnologia, mas traziam boas doses de diversão ao guiar.

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Confira a Galeria de Fotos do Volkswagen Voyage CL 1.8 1991 e do Chevrolet Chevette SL 1.6 1990!






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