Audi A4 2.8 V6 2001: este sedã impressiona até os dias de hoje!


Texto e Fotos | Júlio Max, de Teresina (PI)
Colaborou nesta matéria | José Moisés

Nascido para suceder o longevo Audi 80 (que permaneceu no mercado entre 1966 e 1996) e concebido para disputar o exigente público de modelos como BMW Série 3 e Mercedes-Benz Classe C, o A4 foi apresentado ao mundo em outubro de 1994 e começou a ser vendido no Brasil poucos meses depois, em abril de 1995. A primeira geração do sedã, conhecida pelo código B5, que também convivia nas concessionárias da marca com a perua Avant a partir de 1996 e compartilhava sua plataforma com a quarta geração do Volkswagen Passat, trouxe uma série de inovações mecânicas e requintes que até hoje surpreendem.

O A4 trazia visual bem mais moderno do que o seu antecessor 80, cuja última geração foi apresentada na Europa em 1986 e recebeu uma atualização em 1991. Na dianteira, algumas linhas do A4 lembravam o estilo da primeira geração do A8, de 1994, como o estilo dos faróis e da grade dianteira, proporcionalmente ajustados para uma carroceria menor e mais jovial. Em novembro de 1999, o modelo passou por uma leve reestilização, que incluiu alterações no estilo da grade e do para-choque dianteiro, além de modificações em alguns comandos da cabine.

Na lateral, as rodas de liga leve de 16 polegadas com cinco parafusos e 5 raios eram calçadas com pneus 205/55. A traseira trazia quinas arredondadas e o emblema 2.8 identificando a motorização mais forte do sedã. O modelo das imagens é pintado na cor Prata Cristal metalizado. A carroceria tinha 4,48 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,415 metro de altura e 2,62 metros de distância entre-eixos. Seu coeficiente aerodinâmico (Cx) era de 0,29. 

O exemplar das imagens, modelo 2001 (o último antes da estreia da segunda geração do A4), está praticamente original, adicionando pintura na parte inferior dos para-choques na cor da carroceria e luzes azuladas nos faróis principais e de neblina.

O acabamento interno traz couro Kodiak antracite nos bancos, nos apoios de braço e nos forros de porta, materiais macios ao toque na porção superior do painel e das portas, porta-luvas com revestimento e raiz de nogueira em detalhes do painel, do console e dos forros das portas.

A coluna de direção trazia ajuste manual de altura e profundidade. O exemplar das imagens traz revestimento de couro no volante de três raios, que continha botões de atalho para a operação do câmbio Tiptronic.

O quadro de instrumentos continha seis instrumentos analógicos: temperatura do óleo do motor, conta-giros (acompanhado de uma tela com relógio digital e data; em modelos anteriores, este relógio era analógico), temperatura do líquido de arrefecimento do motor, nível de combustível, velocímetro (com escala até 260 km/h e outra tela digital com indicação do hodômetro total/parcial) e voltímetro da bateria. Já a tela digital central, de iluminação predominantemente vermelha, indicava a posição de câmbio, a estação de rádio selecionada, as informações do computador de bordo e também alertava caso houvesse alguma porta aberta (bem como capô ou tampa do porta-malas abertos) ou se era necessário completar o líquido do reservatório do limpador de para-brisa ou desarmar o freio de mão.

Na coluna de direção havia três alavancas: do lado esquerdo, a alavanca mais curta permitia acender os faróis baixos, enquanto a coluna mais comprida controlava os piscas, faróis altos, luzes de estacionamento e a operação do controlador de velocidade de cruzeiro, disponível a partir de 40 km/h. Do lado oposto estavam os comandos dos limpadores dianteiros. E no canto esquerdo do painel era possível fazer a regulagem de altura dos faróis.

Agrupados abaixo das três saídas de ar centrais estavam os botões de acionamento das luzes de neblina na dianteira e traseira, além do comando para ativar ou desativar o controle de tração (ASR). À esquerda do botão do pisca-alerta havia um porta-copo embutido no painel.

O sistema de som Audi Concert, desenvolvido pela Dolby, dispunha de 6 alto-falantes e incorporava rádio AM/FM, toca-fitas e CD Changer, com espaço para seis discos, alojado na parte esquerda do porta-malas.

O ar-condicionado digital com modo automático de funcionamento detectava a intensidade e a posição do Sol para manter a temperatura interna mais amena e podia operar no modo econômico. Abaixo dos comandos de ar, uma tampa escondia o cinzeiro do carro. Outra tampa, do lado direito do freio de mão, deixava discreto o acendedor de cigarros. Atrás da alavanca de freio ficava o apoio de braço dianteiro, retrátil e com porta-objetos embutido; do lado direito havia dois porta-copos.

O teto solar elétrico trazia persiana manual e acionamento elétrico (levantamento e deslizamento) pelos botões no forro de teto, que também trazia alças de teto e focos de iluminação entre os para-sóis e para os ocupantes traseiros. 

O porta-luvas, que neste exemplar contém o manual do proprietário, trazia três cavidades rasas para apoiar copos.

A chave, do tipo canivete, controlava a abertura e o fechamento dos vidros e das portas, além do funcionamento do alarme. 

As portas traziam luzes vermelhas para advertir que estavam abertas e pinos de travamento. Na porta do motorista estão os controles das travas elétricas, do ajuste elétrico dos retrovisores e dos vidros elétricos das quatro portas (com botão para bloqueio das janelas traseiras).

Os espelhos externos são azulados, para atenuar o ofuscamento das luzes, e o retrovisor direito é menor do que o esquerdo, por questões de aerodinâmica.

Atrás, o A4 dispunha de apoio de braço central com porta-objeto embutido (neste exemplar, fica guardado o kit de primeiros-socorros, que chegou a ser obrigatório na época da promulgação do Código de Trânsito Brasileiro, mas desde 1999 já não é mais exigido), além de redes porta-revistas e saída de ar para os ocupantes traseiros. 

Em termos de segurança, o A4 contava com airbags frontais, laterais e, desde a linha 2000, as bolsas de cortina como opção, além de cintos de três pontos com ajuste de altura para os ocupantes dianteiros, apoios de cabeça para quatro ocupantes, alarme volumétrico (um botão na coluna à frente da porta esquerda traseira permite desativar os sensores) e barras de proteção lateral nas portas.

O porta-malas trazia a capacidade de 440 litros. A tampa trazia articulações dobráveis e, no forro, o triângulo de sinalização. Vale dizer que o estepe trazia roda de liga leve idêntica às outras quatro no chão, com o mesmo perfil de pneu.

Inicialmente, o A4 V6 trazia como única opção de transmissão o câmbio manual de 5 marchas. Foi a partir de 1997 que o modelo passou a ter a opção do câmbio automático Tiptronic com conversor de torque, também de cinco marchas, que até então só era aplicado no A8 e em alguns esportivos da Porsche. 

Acompanhando esta evolução, o motor 2.8 V6 montado em posição longitudinal (com coletor de admissão variável e injeção eletrônica multiponto), que tinha rendimento de 174 cavalos, passou a render 193 cv, graças à utilização de 30 válvulas, sendo três de admissão e duas de escape por cada cilindro (antes, eram 12 válvulas ao todo). Seu peso, vazio, era de 1335 quilos, e o tanque de combustível comportava 62 litros. 

Com o motor V6 aprimorado, o A4 passou a acelerar de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos (o tempo era de 8,2 segundos) e chegava à velocidade máxima de 240 km/h (antes, até 230 km/h), conforme os dados de fábrica. Poucos meses depois da apresentação do A4 em 1995, chegaram ao mercado nacional as outras duas opções de motorização: 1.8 aspirado de 125 cv e 1.8 Turbo 20 válvulas de 150 cavalos. O capô do A4 era aberto através de uma lingueta embutida em meio às argolas da Audi na grade frontal, e dispunha de amortecedor e manta de isolamento acústico. 

Os freios utilizavam discos nas quatro rodas e traziam ABS com distribuição eletrônica da força de frenagem. Já o conjunto de suspensão era o FourLink, independente nas quatro rodas e com braços de alumínio.

Demos uma voltinha neste A4 e nos surpreendemos com o seu rodar - em especial, com o conjunto de suspensão, que atua para filtrar as irregularidades do piso, e com a disposição do motor V6, que emite um urro quando o acelerador é pressionado e faz o ponteiro do velocímetro se movimentar rapidamente. Apenas nesta situação de demanda de força o silêncio da cabine é quebrado. A visibilidade pelos espelhos é boa e a assistência hidráulica da direção contribui com a comodidade do motorista.

A geração B5 do A4 saiu de cena em setembro de 2001, quando foi substituído pelo modelo B6 - que se tornou bem mais parecido com o Audi A6 C5 (lançado mundialmente em 1997). Atualmente, o A4 continua disponível no mercado brasileiro em sua geração B9 como uma alternativa de maior porte em comparação com o A3 Sedan (cujo comprimento, distância entre-eixos e tamanho do porta-malas são parelhos aos do A4 de primeira geração).

Confira a Galeria de Fotos do Audi A4 2.8 V6 2001!






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