Texto e fotos | Júlio Max, de Teresina - PI
Matéria feita em parceria com @showcarsthe
Estabelecida no Brasil há três anos, a LL Motors, startup especializada na comercialização de motocicletas elétricas, passou a disponibilizar este ano um portfólio de três modelos: o scooter de uso recreativo Baldur, de design retrô (rival da Watts W4 que pilotamos em junho), a moto compacta TY e a E-Odin, modelo mais sofisticado e que está disponível em duas versões: Lite (R$ 25.000) e 2.0 (R$ 28.000). Em parceria com o Show Cars Elite, mostramos os detalhes da E-Odin 2.0 nesta postagem.
Na parte externa, a E-Odin chama a atenção por suas linhas esportivas. Os faróis, com iluminação totalmente em LED, são divididos em dois segmentos (ambos acendem luzes de posição, mas só do lado direito se acende o farol alto, como forma de estabelecer uma assimetria visual comum, por exemplo, em algumas motos da BMW), e o formato das ranhuras dos pneus lembra o de motos de alta performance. Retrovisores e para-lamas também são elementos que compõem a esportividade visual desta moto.
Lateralmente, destaque para o estilo futurista da carenagem e a carroceria em preto-fosco. As duas rodas, ambas com 17 polegadas, contam com discos de freio ventilados e sistema antitravamento (ABS), capazes de acionar as pinças dianteiras mesmo se apenas o guidão de freio da roda traseira for exigido, para equilibrar a frenagem. Os pneus devem ser calibrados com 32 libras. O componente dianteiro possui as dimensões 110/70, e, na traseira, o perfil é 180/55. Há dois tipos de tripé: um mais simples e leve, à esquerda da moto, e outro apoiado sobre duas barras verticais, que deixa a E-Odin com a roda traseira "no ar".
Atrás, a E-Odin traz lentes escurecidas para a lanterna traseira (incorporada ao fim da carroceria, com lente de três níveis) e para os piscas, embutidos no quadro para a placa, que também traz um refletor e iluminação. Quando apagadas, as lentes escuras dão um visual mais intimidador à moto da LL Motors. A peça que acomoda a placa de licença, aliás, é bem projetada para trás.
O quadro de instrumentos exibe todas as informações em uma tela retangular de LCD, com caracteres brancos sob fundo azul, e faz uma espécie de saudação de boas-vindas na partida: os dígitos dos caracteres se acendem de 0, 1, 2... até 9, depois de volta até 1, revelando as reais informações, em um processo que leva aproximadamente quatro segundos. No canto esquerdo fica o índice do nível de bateria, acompanhado do conta-giros (uma informação rara em veículos elétricos). Ao centro, o velocímetro digital está acompanhado de informações como relógio, hodômetro total e distâncias parciais A e B. As informações são alteradas pelos dois botões "Set" à esquerda do quadro de instrumentos, difíceis de serem apertados. À direita, a tela exibe a posição de câmbio. Uma luz-espia verde com o nome Ready se acende quando a partida é feita.
A manete esquerda concentra os botões de comutação do facho baixo para facho alto dos faróis, além das luzes de seta, da buzina e do engate da posição Parking do câmbio. Já do lado direito, é possível alternar entre faróis desligados, luzes de posição acesas ou faróis ligados, bem como ligar o pisca-alerta e selecionar as outras posições de câmbio. É possível selecionar pelo botão S entre as três velocidades de condução possíveis e existe até mesmo uma marcha-a-ré.
No local onde habitualmente fica o tanque de combustível das motos com motor a combustão, a E-Odin traz um pequeno porta-luvas cuja tampa se abre para trás, em direção ao motociclista. O banco revestido em material sintético teoricamente comporta duas pessoas, mas na prática o carona irá colado no piloto, em uma pequena elevação. Este assento pode ser removido para se ter acesso a componentes elétricos da moto.
A chave da E-Odin, de corpo fixo, é utilizada para fazer a ignição e pode ser utilizada para ter acesso a outras fechaduras, como a do porta-luvas. Um chaveiro (muito semelhante, aliás, ao da Watts W4) concentra as funções de acionar e desabilitar o alarme.
A E-Odin 2.0 se diferencia da versão Lite por trazer o motor elétrico de 6000 Watts (equivalentes a aproximadamente 8,2 cavalos) e a bateria de lítio de 100 Ah, contra 4000 W e 50 Ah da opção mais em conta. Segundo a LL Motors, a versão 2.0 cedida para avaliação é capaz de alcançar a velocidade máxima de 110 km/h (100 km/h na Lite) e pode rodar até 210 quilômetros com uma carga completa - 60 km a mais do que a E-Odin Lite.
Nas duas versões, a vida útil da bateria é estimada em 1500 ciclos de carregamento e descarregamento, mas a 2.0, mesmo com o carregador de 10 Ampères, demora cerca de 10 horas para ser completamente carregada, enquanto a Lite, com carregador de 5 Ampères, pode ser carregada em 6 horas. A E-Odin 2.0 é vinte quilos mais pesada do que o modelo Lite, chegando aos 187 kg, e seu pneu traseiro é mais largo e de perfil um pouco mais fino (180/55 x 145/70).
As motocicletas da LL Motors são oriundas da Zhejiang Dayi Industrial e produzidas na cidade de Yongkang, localizada na província de Zhejiang, na China. Assim como a maioria dos veículos elétricos, a E-Odin 2.0 emite somente um ruído agudo e em baixo volume quando está sendo acelerada. Não há som de inicialização ou algum tipo de alerta sonoro ao começar a andar com a moto da LL Motors. O motociclista fica a 85 centímetros do chão e convive com uma moto razoavelmente pesada, que tem praticamente o peso de uma crossover como a Honda CB 500X (183 kg).
Em termos de desempenho, a E-Odin 2.0 consegue acompanhar a aceleração de uma Honda CG 160, por exemplo. Confira os resultados dos testes da moto da LL Motors no modo 3 de transmissão, cronometrados automaticamente através do aparelho Dragy, com um piloto de 95 quilos a bordo:
- Aceleração de 0 a 50 km/h: 5,11 segundos
- Aceleração de 0 a 60 km/h: 6,85 segundos
- Aceleração de 0 a 80 km/h: 12,15 segundos
- Aceleração de 0 a 100 km/h: 21,65 segundos
- Aceleração de 0 a 201 metros (1/8 de milha): 13,16 segundos
- Aceleração de 0 a 402 metros (1/4 de milha): 20,97 segundos
- Velocidade máxima: 113 km/h
Pressão dos pneus: não disponível
A E-Odin chega ao Brasil com uma receita interessante: é uma moto de estilo agressivo que traz desempenho satisfatório para o uso no cotidiano, com uma velocidade final que até a permite trafegar nas estradas, sem o alto nível de ruído que é típico dos motores a combustão. Além disso, com ela é possível ter uma autonomia boa para uma moto elétrica (em sua faixa de preço, a maioria das rivais roda no máximo 180 km).
Vem conferir a Galeria de Fotos da LL Motors E-Odin 2.0!
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