Avaliação: Nissan Frontier PRO-4X desbrava as trilhas com segurança e comodidades


Texto e Fotos | Júlio Max, de Teresina - Piauí 
Agradecimentos | Assessoria de Imprensa Nissan 

O fenômeno da utilização das picapes como veículos de passeio é um fator que desafia as equipes de engenharia das montadoras de automóveis a oferecerem produtos que sejam mais confortáveis, sem perder a funcionalidade utilitária. Olhando a trajetória da Nissan Frontier desde 1998 (quando começou a ser vendida no Brasil) até os dias de hoje, é possível se dar conta de que, com a concorrência cada vez mais competitiva, suas evoluções se tornaram mais frequentes e abrangentes. Antes, as picapes tinham um ciclo de geração mais duradouro do que o dos automóveis de passeio, e passavam anos a fio sem remodelações extensas. Agora, todas as marcas seguem um ritmo mais constante de atualizações em suas utilitárias para atrair as atenções do público e fechar negócios. E, ainda por cima, também é preciso planejar novas versões, buscando atender a todos os subnichos deste segmento (acredite: eles são muitos).


A Frontier 2023 teve sua gama ampliada de quatro para seis versões: desde 2018, eram S, Attack, XE e LE; agora, as opções são S, SE, Attack, XE, Platinum e PRO-4X. Nós do Auto REALIDADE já havíamos dirigido a versão Platinum em abril de 2022 na Argentina, em um trecho off-road cheio de desafios. Em seguida, no mês de maio, fizemos um test-drive rápido na versão PRO-4X. Agora, chegou a hora de conviver por oito dias com a Frontier PRO-4X e contar todas as impressões neste uso cotidiano!



A atual geração da Frontier, conhecida pelo código D23, foi lançada no Brasil em março de 2017. Nestes cinco anos, a picape da Nissan teve várias mexidas para se manter atraente no segmento. Chegou inicialmente do México e com apenas uma versão: a LE, com motor 2.3 Biturbo Diesel e câmbio automático de 7 marchas. Em novembro daquele mesmo ano, passou a ser vendida a Frontier SE (menos equipada, mas com o mesmo conjunto mecânico). Nos idos de 2018, a Frontier passou a vir da Argentina, incorporando uma gama de opções mais recheada, trazendo melhorias técnicas e novos equipamentos. Em 2021, foi lançada a série especial X-Gear, uma edição limitada. E, em abril deste ano, vieram diversas novidades com a reestilização da linha 2023.


A dianteira da Frontier está bem mais imponente, alinhando-se às tendências de estilo de outras picapes médias. O capô ganha vincos ainda mais definidos e os faróis com LEDs (presentes a partir da versão XE) passam a adotar um estilo mais agressivo, com quatro projetores de luz ao centro e arestas "pontiagudas" para a iluminação de posição. Os dois projetores em posição mais baixa acendem os faróis baixos; já a luz alta é acionada pelos dois canhões superiores e fica ativa junto com o facho baixo. De acordo com a Nissan, o alcance dos faróis cresceu 20% no facho baixo e 30% no facho alto. Apenas os piscas são halógenos na dianteira. 


Mas é mesmo a enorme grade superior, inspirada na norte-americana Nissan Titan, que mais chama a atenção. Antes praticamente nivelada com o tamanho dos faróis, a nova peça cresceu para todos os lados, e é grande a ponto de acomodar o nome da picape em sua moldura superior (que é fixada ao capô). Somente na versão PRO-4X, os logotipos da Nissan trazem escudo preto e letras na cor Vermelho Lava. Com aberturas de ar octogonais, a grade traz pintura em cinza-fosco na versão PRO-4X e acomoda parte dos sensores de auxílio à condução, avançando em direção ao para-choque dianteiro. Este, por sua vez, também foi redesenhado e incorpora alojamentos mais ousados para as luzes de neblina (agora de LED) e nova moldura central. O ângulo de ataque nesta versão é de 32 graus.


Na versão PRO-4X, as rodas de 17 polegadas com seis raios vazados são pintadas de preto. Elas também são utilizadas pela versão Attack, mas nesta opção topo-de-linha o emblema da Nissan possui pintura diferenciada. 


Já os pneus são os Pirelli Scorpion ATR 255/65, com banda de rodagem de uso misto. É um "detalhe" que faz toda a diferença ao rodar com a picape em terrenos escorregadios e acidentados. Os para-lamas dianteiros e traseiros possuem molduras plásticas em preto com detalhes na cor Vermelho Lava e para-barros rígidos.


Olhando com atenção, é possível constatar que a pintura preta das capas dos retrovisores, das maçanetas externas, dos racks de teto e até dos emblemas da Nissan é metálica, demonstrando o cuidado da marca com estes detalhes de estilo. As barras de teto suportam até 56 quilos distribuídos uniformemente.


Assim como a dianteira, a traseira também teve mudanças significativas. As laterais da caçamba se tornaram mais volumosas, sendo ampliadas em 2,5 centímetros, na região perto da cabine, e em até 5 cm nas laterais, perto da tampa. A capacidade volumétrica da caçamba foi ampliada em 10,5% (passando a ser de 1054 litros).


A caçamba também possui quatro ganchos com argola móvel na região do assoalho, que podem ser usados para amarrar cargas de até 400 kg cada um, e volta a ter uma tomada de 12 Volts/120 Watts/10 Ampères com tampa retrátil na lateral esquerda, que havia na Frontier mexicana. O comprimento do compartimento é de 1,51 metro, enquanto a largura máxima é de 1,56 metro e a altura é de 47,3 cm.


Além disso, a tampa da caçamba recebeu dois amortecedores que reduzem em 60% o peso na hora de sua abertura, permitindo abri-la com apenas uma mão. Vale dizer que o estepe, fixado por baixo da caçamba, possui as mesmas dimensões dos demais pneus e também usa roda de liga leve. Para baixá-lo, é preciso encaixar e girar uma das ferramentas guardadas abaixo do banco traseiro dentro de uma fenda no para-choque. A capacidade de carga desta versão é de 1030 quilos.


A tampa traseira passa a trazer o nome da picape gravado em baixo-relevo na própria lataria, eliminando o vinco em forma de "V" que contornava o emblema da Nissan. As lanternas estão escurecidas e mais volumosas, adotando uma assinatura de LED nas luzes de posição. Os diodos emissores de luz também estão nas luzes de freio e no brake-light, posicionado acima do vidro traseiro, enquanto os piscas e as luzes de ré são halógenos. Para arrematar, o para-choque traseiro foi redesenhado, ficando mais envolvente na região central, que acomoda a placa do veículo (com iluminação branca). Além disso, o novo formato da peça também aumenta o apoio para os pés na hora de subir e descer da caçamba. O ângulo de saída da PRO-4X é de 25,7 graus.


Mesmo com todas as mudanças de estilo, o comprimento da carroceria se manteve idêntico ao da Frontier lançada em 2017 (5,26 metros). A largura da versão PRO-4X, desconsiderando os retrovisores, é de 1,875 metro por conta das molduras dos para-lamas mais largas, mas foram conservadas a distância entre-eixos (3,15 m) e a altura de 1,86 metro, considerando o rack de teto.

Foto: Divulgação/Nissan

Apesar de ambas serem opções topo-de-linha, a versão PRO-4X traz as seguintes diferenças em comparação com a versão Platinum:
  • A grade dianteira possui contornos em cinza-fosco na versão PRO-4X (na Platinum, são cromados). Além disso, o símbolo da Nissan é preto com as letras em Vermelho Lava na versão aventureira, ao passo que é cromado com letras pretas na opção top "urbana".
  • No para-choque dianteiro, as duas molduras inferiores possuem a cor Vermelho Lava (e, mais abaixo, preto), enquanto na Platinum estes detalhes são integralmente pintados na cor prata.
  • A Platinum possui o emblema BiTurbo nos para-lamas dianteiros, dispensado pela versão PRO-4X. Enquanto a versão aventureira traz seu nome adesivado nas laterais da caçamba, a opção de visual "urbano" possui a identificação 4x4, mais discreta.
  • Na PRO-4X, os racks de teto, as capas dos retrovisores, os estribos e as maçanetas externas são pintados de preto. Já na Platinum, as capas dos retrovisores são pintadas na cor da carroceria, as maçanetas e o friso na base das janelas laterais são cromados e as barras longitudinais de teto são prateadas (assim como as soleiras dos estribos). Só a Frontier Platinum dispõe de série dos frisos das portas na cor da carroceria. Em compensação, só a Frontier PRO-4X traz as molduras plásticas dos para-lamas com detalhes em Vermelho Lava.
  • Pintadas de preto, as rodas são de 17 polegadas com pneus 255/65 de uso misto (All Terrain) na PRO-4X. Já a versão Platinum possui rodas de 18 polegadas (com detalhes diamantados e escurecidos) e pneus 255/60 "All Season".
  • Atrás, a maçaneta da tampa da caçamba é preta na versão PRO-4X e prateada na Platinum, que ainda possui o logo com o nome da versão acima da identificação 4x4. O escudo da Nissan varia de tonalidade conforme a versão.
  • No interior, as diferenças são: a pintura do emblema no volante, as estampagens dos bancos de couro (a PRO-4X possui bordados em branco, preto e vermelho, além do nome da versão estampado nos encostos dianteiros, enquanto a Platinum possui as costuras em marrom), a presença do botão para operação do bloqueio do diferencial apenas na versão PRO-4X, o estilo dos tapetes e a coloração das molduras das saídas de ar laterais, da área central do painel, do console central e dos puxadores de porta (são prateadas na versão Platinum e pintadas de cinza na PRO-4X).
  • A Frontier Platinum é a única versão da linha a trazer protetor e divisor de caçamba de série, ao passo que na versão PRO-4X estes itens só estão disponíveis como acessórios nas concessionárias.
  • A PRO-4X tem maior capacidade de carga que a Platinum (1030 x 1010 quilos) e sua altura em relação ao solo é maior (25,2 x 24,74 centímetros), refletindo em um ângulo de ataque maior (32° x 31,6°).
  • Para a Frontier PRO-4X existem três opções de cores para a carroceria: Branco Aspen (sem custo adicional), Preto Premium (R$ 1.950) e Cinza Shark, tonalidade exclusiva desta versão (R$ 2.200). Já a versão Platinum pode ser pedida em uma das cinco opções a seguir: Branco Aspen (sem custo adicional), Preto Premium, Cinza Grafite, Prata Classic e Azul Cayman (cada uma representa um valor adicional de R$ 1.950).
Foto: Divulgação/Nissan 

Antes que se pergunte: "mas a versão aventureira da Frontier não é a Attack?", é preciso explicar que a Nissan está seguindo uma estratégia similar à da Ford, que atualmente oferece duas versões de apelo off-road da Ranger (Storm e FX4), com pacotes de equipamentos e preços bem distintos entre si. Apesar da Frontier Attack ter alguns elementos de estilo semelhantes aos da PRO-4X (como grade dianteira em cinza, detalhes pretos nas capas dos retrovisores, maçanetas externas, estribos e barras de teto, além do desenho das rodas de 17 polegadas), a Attack vem mais básica do que a versão XE (a chave é canivete, não-presencial; as luzes externas são halógenas, o banco do motorista tem ajustes manuais, os revestimentos internos são de tecido, o volante é de plástico, não há sensor de ré e o ar-condicionado é manual), enquanto a PRO-4X traz mais equipamentos do que a Frontier XE, sendo uma autêntica versão topo-de-linha. Para mais imagens e detalhes sobre a Frontier Attack, clique aqui.


Internamente, a Frontier também incorpora várias novidades. O volante de três raios é parecido com a peça presente em modelos como Kicks e Versa, mas é todo arredondado (nos outros modelos, a base é achatada). Revestido de couro com costuras aparentes, ele concentra em seu raio esquerdo os botões para controle do volume do som, das faixas de áudio e para a operação do computador de bordo. Do lado direito estão os comandos do limitador/controlador de velocidade de cruzeiro e da operação de telefone e comandos de voz. A coluna de direção regula em altura e não despenca ao liberar a trava.


O quadro de instrumentos da picape mescla informações digitais e analógicas. Conta-giros, indicador de temperatura do líquido de arrefecimento do motor, velocímetro e nível de combustível são exibidos com os ponteiros. Agora, a tela colorida do computador de bordo ficou maior e mais nítida (cresceu de 5 para 7 polegadas e passou de 93,5 para 133,3 dpi). Quando o motor é ligado, os instrumentos giram toda a escala e uma animação em 3D da Frontier surge, sendo exibido o nome Nissan na sequência.

A tela do computador de bordo exibe algumas informações fixas, como relógio, temperatura externa, hodômetro, autonomia estimada (que deixa de informar quando, pelos cálculos do computador de bordo, há menos de 60 km restantes), posição de câmbio, modo de condução selecionado e seleção de tração. Ao centro, é possível ver:

  • Velocímetro digital: pode ser acompanhado de informações de rádio/música ou da velocidade média. Um submenu permite a opção de não aparecer nenhuma informação ao centro da tela, como forma de minimizar distrações;
  • Média de consumo de combustível, acompanhada de uma barra de consumo instantâneo que mostra se o gasto está sendo maior ou menor do que a média atual (indicada por uma seta);
  • Trip: exibe distância percorrida e tempo de viagem. A partir desta tela é possível ver a informação da pressão individual dos pneus na escala escolhida pelo motorista, exibida com a picape em movimento a partir de cerca de 25 km/h, acompanhada da informação da pressão ideal. 
  • Informações de som: exibe a sintonização AM ou FM de rádio e a estação selecionada, além das informações das demais mídias (USB, Bluetooth, entrada auxiliar). Pelo botão OK no volante é possível alternar entre as fontes de áudio.
  • Assistentes: um gráfico mostra quais assistências ao motorista estão ativadas (englobadas em: monitoramento de veículos em pontos cegos, monitoramento frontal e assistência de permanência na faixa de rodagem). Este menu pode ser aberto pelo botão no canto inferior esquerdo do painel com o ícone do "Safety Shield". Caso a picape esteja por cima de uma faixa sem dar seta, por exemplo, este visor pisca uma demarcação tracejada para mostrar ao motorista se é a faixa esquerda ou direita que está sendo invadida. Já quando um veículo é detectado na região dos pontos cegos e o motorista da Frontier dá seta exatamente neste momento, uma indicação mostra a direção lateral-traseira em que se encontra um automóvel.
  • Alertas: exibe avisos como o de portas abertas.
  • Definições: permite fazer as seguintes configurações:
    • Assistências ao condutor: aqui, é possível ativar ou inibir a frenagem autônoma de emergência, ligar/desligar o alerta de saída de faixa e a intervenção para permanência na pista, bem como o alerta e a intervenção em caso de veículos em pontos cegos. Em termos de auxílio ao estacionamento, é possível ativar ou desativar o detector de objetos em movimento do sistema multimídia e ligar ou desligar os sensores de ré. Ainda é possível escolher o volume dos apitos e o alcance do sensores. Por aqui também dá para ligar e desligar o alerta de tráfego cruzado traseiro, o alerta de atenção do condutor (o sistema avalia o padrão de condução do veículo e de esterçamento do volante em períodos em que a picape é conduzida acima de 60 km/h, sugerindo uma pausa para um café no caso de haver uma avaliação de cansaço do motorista), o temporizador de alerta (não possui função específica, mas funciona como um "despertador" para um determinado tempo) e o alerta de baixa temperatura, que adverte o motorista quando a temperatura externa for de menos de 3° C.
    • ECO Mode Setting: permite ou não exibir o ECO Drive Report (relatório que surge toda vez que a ignição é desligada), mostrando gráficos da média de consumo dos últimos minutos em comparação com as últimas cinco médias de rodagem, computadas quando se roda pelo menos 500 metros com a picape. No histórico, é possível ver também qual foi a melhor média de consumo de diesel.
    • Configurações TPMS: permite ajustar a pressão dos pneus a ser utilizada para os pneus dianteiros e traseiros (a diferenciação da pressão entre os eixos se faz necessária em casos de levar muita carga), permite selecionar a unidade de pressão (kPa, psi, bar ou kgf/cm²) e redefinir o sensor.
    • Relógio: é possível ajustar manualmente o horário e definir se o relógio irá aparecer no formato de 12h ou de 24 horas.
    • Definições do veículo: é dividido em quatro submenus. Em Luz de cortesia automática, é possível ativar ou desativar a função de acender as luzes internas se qualquer porta for aberta. Em Sensibilidade da luz, é possível  alternar a intensidade da luz baseando-se no brilho do lado de fora. Também é possível ativar/desativar a função de acionar o pisca 3 vezes com um leve toque na alavanca de seta. Em Botão Ext. do i-Key, é possível ativar ou desativar os botões mas maçanetas externas dianteiras para destravar e travar as portas pela presença da chave. Já em relação aos espelhos externos, é possível desativar o rebatimento automático dos retrovisores ao travar a picape e abrir os espelhos somente quando a ignição for posta no modo On.
    • Manutenção: este menu traz o controle da troca de óleo do motor (mostrando quantos quilômetros faltam para a próxima troca, recomendada em intervalos de 10 mil quilômetros), permite estabelecer alertas quando o veículo chegar à quilometragem recomendada para troca de óleo/filtro, pneus e outros componentes, e também informa sobre o nível de Arla 32 no tanque suplementar.
    • Personalizar a tela: aqui é possível ocultar ou mostrar os menus já mencionados. Já em relação ao efeito de boas-vindas, é possível escolher se a picape irá ou não girar os ponteiros até o fim da escala e mostrar a animação em 3D da Frontier que dá lugar ao nome Nissan.
    • Unidades/idioma: além do ajuste da unidade de pressão dos pneus, já comentada acima, tambem é possível alterar a exibição em quilômetros e consumo em km/l, quilômetros e consumo em litros por 100 km, ou milhas e MPG (miles per gallon, milhas por galão) no padrão do Reino Unido ou na escala norte-americana.
    • Por fim, é possível retornar às configurações de fábrica.

Vale dizer que a Frontier dispõe de indicação individual de porta aberta no quadro de instrumentos. Não há alerta para tampa da caçamba, capô ou tampa do tanque de combustível abertos.


Do lado esquerdo da cúpula dos instrumentos foram mantidos os botões Trip/Reset e o controle do brilho da instrumentação. Pelo botão Trip é possível ver a distância percorrida A, a distância parcial B (ambas são desvinculadas da distância percorrida que é exibida junto com o tempo de viagem) e o hodômetro total. Ao ser apertado por alguns segundos, este botão zera a quilometragem parcial.


A haste de luzes traz quatro posições: off (os faróis ficam desligados, mas a iluminação do quadro de instrumentos fica ativa com a ignição ligada e, caso o motor seja ligado, as luzes diurnas se acendem), Auto (para acendimento automático dos faróis), luzes de posição ligadas ou faróis baixos ligados. Há um segundo comando giratório para acionar as luzes de neblina dianteiras. Ao desligar a ignição, é possível programar o Follow me Home, que faz com que as luzes externas permaneçam acesas entre 30 e 180 segundos. Um alerta sonoro dispara caso o motorista tenha esquecido os faróis ligados; caso haja o travamento das portas, eles são desligados automaticamente para evitar que a bateria descarregue.


Com um leve toque é possível acionar a seta três vezes. Na posição Auto, ao empurrar a alavanca para a frente, começa a atuar a comutação automática do facho dos faróis, que só acende a luz alta quando não são detectadas luzes em sentido contrário, evitando o ofuscamento de outros condutores.


Já a haste dos limpadores dianteiros possui posição de funcionamento automático (operado pelo sensor de chuva) e seleção de sua sensibilidade, bem como o acionamento intermitente conforme a velocidade e a varredura contínua lenta ou rápida.


A central multimídia da Frontier manteve a tela sensível ao toque de 8 polegadas e conserva praticamente as mesmas funcionalidades já conhecidas desde sua produção na Argentina. Com úteis botões físicos que circundam a moldura da tela, o sistema dispõe de ícones no menu principal que permitem alternar entre os submenus de Telefone, Áudio, Conexões, Informações e Configurações. As três telas do menu principal podem ser personalizadas, sendo possível inserir widgets e atalhos do jeito que o usuário preferir, desde que os ícones "caibam" nos espaços de tela livres.


Este sistema multimídia é capaz de se conectar a redes de Wi-Fi para realizar atualizações do sistema operacional. Assim como outros modelos da Nissan, não é possível avançar para outro ponto de um arquivo de áudio tocando na barra de tempo, sendo necessário apertar e segurar o botão de avançar ou retroceder, num processo mais demorado e suscetível a erros. Somente arquivos de áudio podem ser reproduzidos.


O aparelho dispõe de espelhamento de conteúdo de celular através do Android Auto e Apple CarPlay (utilizando-se de um cabo USB), permitindo a utilização de diversos aplicativos na tela da picape (como Maps, Spotify, notificações do WhatsApp e Telegram, e até jogos da GameSnacks), além do Bluetooth para chamadas telefônicas e streaming de áudio, mas perdeu o aplicativo de GPS nativo. 


Foi mantida a visão em 360 graus em torno do veículo (Around View Monitor). Quatro câmeras (uma dianteira, posicionada na grade frontal, além de duas câmeras embutidas nos retrovisores externos e mais uma câmera na tampa traseira) formam uma imagem "aérea" que auxilia nas manobras em espaços apertados ou de visibilidade limitada. A visão em 360 graus divide espaço com a imagem da câmera dianteira ou de ré (a depender da posição de câmbio), ambas com linhas de guia que acompanham o esterço do volante. 


Este sistema de câmeras em torno da picape agora traz o detector de objetos em movimento, similar ao do Kicks, que destaca com uma moldura amarela de qual direção está se aproximando um objeto ou pessoa. Esta detecção não está disponível no modo Tow (apropriado para reboques), uma vez que os sensores poderiam permanentemente apontar a movimentação na região traseira. Outra nova função interessante é que, ao acionar o modo 4WD Low, as câmeras de visão em torno do veículo são automaticamente acionadas, permitindo uma melhor visão do entorno, e permanecem sendo exibidas na tela até que a velocidade fique acima de 10 km/h. Já a imagem em 360 graus pode dar lugar à câmera do lado direito ao apertar o botão "Camera" quando a visualização já está ativa, melhorando o campo de visão e evitando que os pneus do lado direito encostem na calçada. A imagem das câmeras pode ser alterada em cor, brilho e contraste através de um menu do sistema multimídia.


O sistema de som possui seis alto-falantes (um em cada porta e mais dois no painel). Pela tela do sistema multimídia é possível ajustar graves, médios, agudos, balanço (esquerda/direita ou frente/trás), ajuste de volume variável de acordo com a velocidade e potencializador de graves. Para uma picape, a Frontier oferece uma boa reprodução de áudio, especialmente em volume moderado e com a otimização dos graves ativa.


Os comandos do ar-condicionado digital e automático de duas zonas são conhecidos. O aparelho regula a temperatura de meio em meio grau Celsius entre 18 e 32° C, dispondo também de botão para sincronização da temperatura com a escolhida pelo motorista e duas saídas de ar traseiras (vale dizer que, nesta categoria, só a Frontier e a Hilux contam com esta amenidade para quem senta atrás). 


A eficiência do aparelho foi comprovada sob temperatura de mais de 36° C em Teresina. No aspecto de climatização, também é útil a presença do para-brisa com proteção ultra-violeta (presente a partir da versão XE). Porém, sob sol forte, a tela e principalmente as luzes dos botões de ar ficam significativamente menos visíveis.


Foi mantida a boa sacada dos porta-copos retráteis diante das saídas de ar laterais do painel: basta puxá-lo para a frente e empurrar a base para baixo. Há ainda uma pequena garra lateral que ajuda a manter copos pequenos no lugar e que abre espaço para copos maiores caso necessário.


Abaixo dos comandos de ar estão o seletor giratório de tração "Shift-on-the-fly" (com as posições 2WD, de tração traseira, 4WD High, que pode ser engatada com a picape em movimento a até 100 km/h, e 4WD Low, que deve ser engatada com o veículo parado e o câmbio em Neutro), além do botão para bloqueio do diferencial, que pode ser ativo quando a tração 4x4 Low está engatada, permitindo a transferência de torque para a roda que tem mais aderência à superfície e evitando deslizamento excessivo na roda oposta. Há ainda o botão do controlador de velocidade em descidas e para a desativação dos bipes dos sensores de estacionamento traseiros, que operam a até 10 km/h. No canto direito está presente uma tomada de 12 Volts com tampa, próximo de uma entrada USB (a única da cabine com função de dados) e uma entrada auxiliar - que já está entrando em extinção nos automóveis novos.


A versão PRO-4X é a única da gama que dispõe de botão na cabine para o bloqueio do diferencial traseiro, que fornece tração adicional quando uma das rodas traseiras perde aderência. Este sistema deve ser utilizado com o seletor de tração no modo 4WD Low e em velocidades de no máximo 20 km/h. Nas outras versões, o bloqueio de diferencial é eletrônico, e, em funcionamento, desativa recursos como o ABS (antitravamento) dos freios e o controle de estabilidade.


Para o controlador de velocidade de descida funcionar, há três formas: acionamento do interruptor, engate do seletor de tração no modo 4WD Low com velocidade inferior a 25 km/h ou seletor no 4WD High e com velocidade menor do que 35 km/h. Este sistema controla automaticamente a velocidade da descida. Caso o acelerador ou o freio sejam pressionados, o recurso é momentaneamente desativado, retornando à atividade assim que o motorista libere o pedal.


O console se manteve o mesmo. À frente está um porta-objetos de fundo liso, e, nas laterais, mais dois pequenos porta-objetos, que podem guardar a chave. A moldura em torno da alavanca de câmbio possui acabamento em preto-brilhante e a máscara em torno das posições de câmbio é cromada. Uma pequena tampa preta oculta a possibilidade de liberação da trava de mudança de marcha caso a transmissão eventualmente fique travada, o que pode ocorrer caso o nível de bateria esteja muito baixo. Há dois porta-copos e, mais atrás, o apoio de braço revestido de couro e com costuras aparentes, que possui uma pequena trava para ter acesso ao porta-objetos de boas dimensões. Este baú esconde mais uma tomada de 12 Volts/120 Watts e duas entradas USB para carregamento - uma do tipo A, outra do tipo C.


Também no console dianteiro fica o botão para regeneração do filtro de partículas de diesel (DPF). As partículas se acumulam e não são queimadas em certas situações, notadamente sob o chamado "uso severo", quando se roda pouco e o motor funciona por apenas 10 minutos (ou menos) e a velocidade é inferior a 15 km/h por um longo período de tempo. A Nissan optou por permitir que a regeneração do filtro de partículas de diesel fosse feita de duas formas: automática ou manual. Na forma automática, que é feita quando a luz do DPF se acende no quadro de instrumentos, basta dirigir a cerca de 80 km/h até a luz se apagar (isso leva cerca de 30 minutos). No modo manual de regeneração, que é acionado pelo botão, o processo de regeneração leva 45 minutos e a rotação do motor fica mais elevada (começa em 3000 rpm, depois baixa para 1700 rpm). O botão existe para minimizar a necessidade de levar a picape para uma oficina para o serviço e para reduzir a necessidade de se rodar com a Frontier para concluir este serviço. É possível interromper a regeneração no modo manual ao segurar o botão por 3 segundos ou pisar no acelerador ou no freio.


O porta-luvas possui espaço razoável e pode ser trancado à chave, mas não traz iluminação (presente até no Kicks). Quando aberto, ele dá acesso a um vão onde estão alojados os fusíveis da picape.


A parte inferior esquerda do painel concentra o ajuste interno da altura do facho dos faróis (nos níveis 0 - quando se roda com menos carga, 1 - adequado para 5 pessoas e metade da carga útil, 2, para 5 pessoas e carga útil máxima, e 3, quando o motorista roda sozinho com carga útil máxima), além do botão para desativação do controle de estabilidade e o comando que aciona todos os assistentes de condução (Safety Shield). Mais abaixo estão a alavanca para abertura do capô e o leitor OBD2 para scanner veicular.


O forro de teto mantém os dois para-sois revestidos de carpete com tampas, iluminação e espelhos (do lado do motorista, há ainda uma tira porta-documentos), além de porta-óculos dianteiro revestido de carpete (acompanhado de duas luzes de leitura para os ocupantes dianteiros e uma discreta luz ambiente que se acende assim que os faróis são acesos) e mais duas luzes traseiras que ficam logo à frente das alças móveis de teto. Um botão permite o acendimento de todas as quatro luzes de teto.


A porta do motorista concentra os comandos dos retrovisores externos (inclusive com botão para rebatimento elétrico), travas das portas (elas são automaticamente fechadas com a picape em movimento, a partir de 24 km/h), bloqueio das janelas (afeta os vidros traseiros e também o do passageiro dianteiro, sendo que, quando estão bloqueados, nem mesmo o motorista consegue operar as janelas) e dos vidros elétricos. O motorista possui a funcionalidade um-toque apenas para baixar a sua janela. Ainda em relação aos comandos de vidros, notamos, com a convivência, que a Frontier 2023 acabou perdendo as discretas iluminações nos botões dos vidros nas portas dos passageiros, que ajudavam a localizar estes comandos à noite (só o botão do motorista, identificado por um desenho com a letra "A", é iluminado). As portas dianteiras trazem luzes de cortesia amareladas na parte inferior, que servem para iluminar o chão e para alertar a outras pessoas que a picape está parada com a porta aberta. As maçanetas internas são cromadas e trazem pequenas travas.


Ao destravar as portas, as luzes externas e internas ficam acesas por alguns segundos. Quando a porta é aberta, além das luzes de teto, ficam acesos o botão de partida e a tela do quadro de instrumentos, que indica a necessidade de pressionar o freio para ligar o veículo. Com a ignição ligada, ficam acesos o quadro de instrumentos por inteiro, a luz verde do retrovisor interno eletrocrômico, o botão do vidro elétrico do motorista e as telas do sistema multimídia e do ar-condicionado (seus botões ainda ficam "no escuro"). 


Com os faróis acesos, também ficam iluminados todos os comandos do volante, os botões do canto esquerdo do painel (de ajuste do brilho dos instrumentos, trip/reset, facho dos faróis, controles eletrônicos e Safety Shield), além dos comandos dos espelhos (e do rebatimento), do botão do pisca-alerta, dos comandos fisicos ao redor do sistema multimídia e do ar-condicionado, bem como o seletor de tração (e os três comandos próximos), o seletor do D-Mode, a máscara com as posições do câmbio (não há iluminação destacando as posições sequenciais), o botão de limpeza do DPF e a luz ambiente do teto.


Os bancos trazem texturas em alto-relevo. Vale destacar que a versão PRO-4X possui padronagens exclusivas, trazendo o nome da versão gravado nos encostos dianteiros e costuras aparentes em branco, preto e vermelho. O motorista tem ajustes elétricos para regulagens de altura, distância e inclinação de seu banco; há ainda ajustes lombares elétricos em duas direções. As regulagens elétricas funcionam mesmo com a picape desligada. 


Os bancos dianteiros, batizados "Zero Gravity", tiveram formato e densidade planejados para evitar o cansaço em trajetos longos. Eles trazem capas de carpete na região do console central, evitando o acúmulo de sujeira em cantos mais difíceis de serem higienizados. Os cintos dianteiros são ajustáveis em altura e contam com pré-tensionadores.


Na parte de trás da cabine, a picape teve um redesenho no fim do console central para adicionar, abaixo das saídas de ar, um pequeno porta-treco aberto acompanhado de uma entrada USB para carregamento com uma tampa flexível. Contando com ele, a Frontier traz ao todo 27 porta-objetos pela cabine. O banco de trás permanece com o apoio de braço central com dois porta-copos. O assento do banco traseiro pode ser rebatido para cima e fixado com uma cinta, permitindo o acesso aos dois compartimentos de ferramentas para trocar o estepe.


O piso é mais elevado na região traseira, fazendo com que os ocupantes fiquem com as pernas mais flexionadas, mas o espaço disponível é bom. No meio do banco de trás existe uma elevação no assento: quem tem cerca de 1,80 metro de altura vai ficar com a cabeça bem próxima do forro de teto, que possui um ressalto para acomodar o vidro do teto solar. Nas outras posições, a acomodação é melhor. Os ocupantes traseiros dispõem de dois porta-revistas e duas alças de teto de retorno suave (também presente para o carona dianteiro), além de dois focos de iluminação. 


As versões PRO-4X e Platinum trazem de série o teto solar elétrico, com persiana manual e acionamento do vidro por um toque e função anti-esmagamento. No segmento de picapes médias, só a Frontier dispõe deste item. O vidro do teto, que desliza para a região entre a capota e o forro de teto, também pode assumir a posição "tilt", que permite a saída do ar da cabine e dá um charme adicional. Caso a persiana esteja fechada, ela é empurrada para trás caso o teto for aberto. Na parte da frente da abertura há um defletor plástico que se levanta para reduzir a turbulência na cabine.


A chave presencial I-Key mantém o seu formato oval e conta com botões para travamento e destravamento das portas, além de trazer uma lâmina embutida para girar nas fechaduras caso necessário. Com a chave presente na cabine, é possível ligar o motor ao toque de um botão (ela não é detectada na caçamba ou junto dos limpadores dianteiros). Ao travar a picape, fica ativo o alarme perimétrico (que dispara somente com a abertura de portas). Caso alguma janela ou o teto solar fiquem abertos, eles continuarão assim se as portas forem travadas. Se a ignição estiver ligada e a chave for retirada do veículo, bipes soarão do lado de fora para alertar sobre este fato.


À frente da alavanca de câmbio, o seletor de modos de condução (D-Mode) dispõe de quatro opções: Tow, Sport, Standard e Off-Road. Com o seletor de tração no modo 2WD (apenas nas rodas traseiras), não é possível utilizar o modo Off-Road. Com tração nas quatro rodas (4WD), os quatro estilos de condução podem ser ativados. Já com tração reduzida (4WD Low), fica desativado o modo Sport.


O modo Standard é selecionado automaticamente toda vez que a ignição é ligada e é recomendado para uma condução mais convencional. O modo Sport ajusta os parâmetros do motor e do câmbio para oferecer respostas mais rápidas, ao custo de uma elevação no consumo de combustível. O modo Tow é recomendado quando for necessário tracionar um reboque ou cargas pesadas, e também altera as características de operação do motor e da transmissão. Por fim, o modo Off-Road é recomendado para condições fora-de-estrada, como em trilhas, atoleiros e superfícies de areia. O quadro de instrumentos mostra em que modo de direção a picape está.


O motor 2.3 de quatro cilindros e 16 válvulas, adequado às normas de emissões estabelecidas pela fase L7 do Proconve, conta com sistema redutor catalítico (SCR) com ARLA 32/AdBlue (que é uma solução composta de 32,5% de uréia e água desmineralizada), cujo reservatório é acessado por uma tampa que fica ao lado do bocal do combustível. Segundo a Nissan, o consumo de ARLA 32 é de aproximadamente 100 mL a cada 100 quilômetros, podendo chegar a até 500 mL/100 km em caso de uso severo. Vale dizer que, sem ARLA 32 no reservatório, o motor pode chegar ao nível de não conseguir dar a partida.


A capacidade para diesel foi ligeiramente reduzida de 80 para 73 litros, enquanto o tanque de ARLA 32 possui a capacidade de 18,4 litros. A portinhola, aliás, agora é travada ou destravada juntamente com as portas, dispensando o botão interno que liberava sua abertura. Com as portas destrancadas, basta empurrar a portinhola por sua extremidade traseira para abri-la.


Com 2298 cm³, quatro cilindros e 16 válvulas, este motor Biturbo é movido a diesel S10 ou S50 e tem rendimento de 190 cavalos a 3750 rpm e torque de 45,9 kgfm na faixa de 1500 a 2500 rpm. Já o câmbio é automático de 7 marchas, com opção de trocas sequenciais através de um trilho na alavanca à esquerda da posição Drive. 


A picape possui capacidade de rebocar até 2750 quilos nesta versão (caso haja freio no trailer) e dispõe do assistente de oscilação do reboque, que detecta a oscilação do trailer por meio do monitoramento do balanço do veículo, reduzindo a oscilação do reboque pela ativação do freio, para mitigar o balanço excessivo da carroceria.


A Frontier PRO-4X comercializada no Brasil não dispõe de protetor de caçamba nem da capota marítima de fábrica. Estes itens, assim como o santantônio, são oferecidos como acessórios pagos à parte nas concessionárias da marca. Ao todo, existem 35 equipamentos disponíveis para a linha 2023 da Frontier nas autorizadas: clique aqui para conhecer mais sobre eles.


O conjunto de suspensão foi mantido: à frente está o esquema independente double-wishbone com barra estabilizadora, enquanto atrás o eixo rígido é complementado pelos braços (five-link) com molas helicoidais, em um esquema único no segmento (muitas rivais permanecem utilizando os feixes de mola na traseira). Os amortecedores dianteiros e traseiros foram recalibrados nesta linha 2023. Além disso, o chassi do tipo "Duplo-C" foi reforçado.


A picape da Nissan também passa a ter freios a disco nas quatro rodas (neste segmento, só a Frontier e a Amarok dispõem deles), que são mais eficientes em condições adversas, além de antitravamento (ABS) e com controle eletrônico de distribuição de força (EBD) e assistência em caso de frenagem de pânico (Brake Assist). Outro detalhe é que há um alarme sonoro que avisa sobre o desgaste das pastilhas de freio.


Todas as versões da Frontier passam a ter seis airbags (frontais, laterais dianteiros e de cortina), ancoragens Isofix I-Size e Top Tether no banco traseiro para fixação de cadeirinhas infantis, além de alerta visual e sonoro do não uso dos cintos de segurança nos bancos dianteiros e traseiros, que entra em ação com a picape em velocidades acima de 15 km/h.


Durante nossa avaliação, notamos um fato no mínimo alarmante em relação ao alerta do não uso dos cintos. Nos bancos traseiros, quando os ocupantes estavam com cintos desafivelados desde a partida do motor, nenhum aviso sonoro disparou com o veículo em movimento (diferentemente, portanto, do que acontece nos bancos dianteiros, quando o alerta sempre soou acima dos 15 km/h). A advertência sonora só surgiu quando um dos ocupantes colocou o cinto com o veículo em movimento e, em seguida, o retirou. 


O pacote de equipamentos de segurança da versão PRO-4X, denominado "Nissan Safety Shield", engloba alerta de colisão frontal avançado (capaz de monitorar dois veículos à frente, minimizando o risco de engavetamentos), frenagem automática de emergência, alerta de saída involuntária da faixa de rodagem com assistência de permanência na pista, alerta de atenção do motorista (recomenda uma pausa para um descanso), alerta de veículos em pontos cegos com acionamento dos freios em caso de risco de colisão, alerta de tráfego cruzado traseiro (que funciona nas manobras de ré) e a comutação automática dos faróis altos, que funciona a partir de 30 km/h e evita o ofuscamento da visão de quem transita no sentido contrário. Um botão foi adicionado à parte esquerda do painel para que o motorista possa ativar os assistentes e alertas.


Em termos de segurança, a picape também dispõe de controles de tração e estabilidade, trava de direção (acionada com a ignição desligada) e assistente de partida em ladeiras (que mantém os freios acionados por dois segundos, tempo suficiente para retirar o pé do freio e acelerar sem recuar).


Produzida em Santa Isabel, na Argentina, a Frontier PRO-4X tem preço de R$ 320.990 e está disponível em três cores para a carroceria: Cinza Shark (com custo adicional de R$ 2.200), Branco Aspen (gratuita) e Preto Premium (R$ 1.950). O exemplar avaliado possui a tonalidade Shark (tubarão em inglês), nome que faz referência à cor do corpo do animal conhecido pela agressividade de seus ataques. A coloração é exclusiva da versão PRO-4X e sua nomenclatura é diferenciada para o mercado brasileiro, escolhida por funcionários da marca. No México e na Argentina, por exemplo, o tom é chamado "Gris Volcánico", em referência à cor das cinzas expelidas pelos vulcões em erupção. Já em mercados onde o idioma é o inglês, esta cor se chama Stealth Grey, sendo relacionada aos aviões-caças que cumprem suas missões sorrateiramente.

Fotos: Divulgação 

No segmento de picapes médias, a Chevrolet S10 High Country é o modelo topo-de-linha mais em conta e custa R$ 306.990. A Mitsubishi L200 Triton Sport HPE-S tem valor de R$ 314.990. Já a Ford Ranger Limited (R$ 321.090) e a Toyota Hilux SRX (R$ 327.500) estão em patamares de preço mais elevados em relação à Frontier PRO-4X.


Veja o custo das revisões até os 60 mil quilômetros da Frontier:

1ª Revisão (12 meses ou 10.000 quilômetros rodados): R$ 855,00
2ª Revisão (24 meses ou 20.000 quilômetros rodados): R$ 1.800,00
3ª Revisão (36 meses ou 30.000 quilômetros rodados): R$ 855,00
4ª Revisão (48 meses ou 40.000 quilômetros rodados): R$ 1.800,00
5ª Revisão (60 meses ou 50.000 quilômetros rodados): R$ 855,00
6ª Revisão (72 meses ou 60.000 quilômetros rodados): R$ 1.800,00


A Nissan Frontier possui garantia de fábrica de 3 anos sem limite de quilometragem para uso particular (no caso de uso comercial, o limite é de 100 mil km) e assistência técnica 24 horas por dois anos (Nissan Way Assistance) a partir da data de entrega do veículo. Também é possível optar por um dos planos do Nissan Protect: Plus, Master e Supreme. No plano Plus, são adquiridas previamente as três primeiras revisões e a cobertura 24 horas é ampliada para 3 anos. No plano Master, adquire-se quatro revisões, ampliando a garantia da picape para 4 anos e aumentando o período de assistência técnica para quatro anos. Por fim, no plano Supreme, o consumidor paga antecipadamente pelas cinco revisões, estendendo a garantia do veículo para 5 anos e garantindo cinco anos de assistência técnica 24 horas.

Impressões ao dirigir


Ao assumir o volante, além da natural posição de condução bem elevada, é possível notar que, nas manobras de estacionamento, a assistência hidráulica da direção é mais pesada em comparação com outras picapes que já aderiram à direção elétrica (S10 e Ranger). Mas é possível se adaptar a esta característica com o convívio diário, e, em movimento, esta assistência permite exercer um melhor controle da picape, evitando sustos e perda de controle. O diâmetro de giro da Frontier, de 12,4 metros, é idêntico ao da Hilux e melhor que o da S10 e da Amarok.


O novo volante possui boa empunhadura e sua textura evita o escorregamento acidental das mãos. Já o apoio para o pé esquerdo tem boas dimensões e traz uma área emborrachada que minimiza que a sujeira infiltre diretamente no carpete.


A visibilidade da Frontier se mantém em um bom patamar, graças aos retrovisores externos verticalmente amplos e ajudado pelo espelho interno bem-dimensionado e com lente anti-ofuscante. Outro fator que contribui é o fato do apoio de cabeça do banco traseiro poder ficar praticamente da altura do encosto para as costas quando não está em uso, o que amplia a visão central para trás (que é fundamental em um veículo de sua natureza). E, na dúvida, quando o campo de visão "natural" não der conta, o conjunto de câmeras de visão em 360 graus é verdadeiramente útil nos espaços mais apertados, permitindo verificar se ainda há espaço para as manobras e estimulando o motorista a estacionar da forma mais alinhada possível com as faixas e veículos no entorno. Durante o teste, as palhetas e esguichos dianteiros funcionaram apropriadamente.


Para entrar na cabine com mais facilidade, estribos e alças fixas para os passageiros estão presentes. O motorista consegue encontrar um bom posicionamento de condução com os ajustes de altura da coluna de direção, do cinto de segurança e do assento, inclusive com ajustes lombares em duas direções, para "abraçar" a parte inferior das costas. O formato do banco faz com que o motorista praticamente não sinta necessidade de "ajeitar" a posição do corpo mesmo depois de algumas horas de viagem.


O conjunto de suspensão fez com que a Frontier passasse com louvor em trechos de pedregulhos e mato, graças à altura em relação ao solo de 25,2 centímetros. Para o segmento, há um bom compromisso entre filtragem das imperfeições do piso e rigidez para manter a estabilidade da carroceria nas curvas. Os solavancos do piso são sentidos de forma atenuada, filtrados também pelos pneus de perfil alto.


À noite, o alcance do facho baixo dos faróis é bem satisfatório e a iluminação de LED permite melhor visualização do entorno. A iluminação interna também é confortável aos olhos, com botões alaranjados, instrumentos em branco e telas azuis. Os faróis de neblina colaboram para ter mais luminosidade no chão imediatamente à frente do veículo. Já a comutação automática dos faróis ajuda a não ofuscar a visão de quem trafega em sentido contrário.


O curso do acelerador é um pouco mais longo do que o habitual dos veículos de passeio, mas o motor entrega todo o seu torque já a partir de 1500 rpm, pouco acima do regime de giros em marcha-lenta (aproximadamente 750 rpm), garantindo respostas rápidas em situações como subidas e em ultrapassagens nas estradas. O ar-condicionado possui boa eficiência (durante o teste, fez mais de 36º C em Teresina), e os ocupantes traseiros possuem saídas de ar tanto no final do console quanto na região dos pés.


Mesmo sendo movida a diesel, a Frontier traz um nível de vibrações bastante atenuado, similar ao de um veículo a gasolina, até mesmo quando o motor está na fase fria de funcionamento. O nível de ruído na cabine, com as janelas fechadas, também é contido, graças a fatores como a manta de isolamento acústico no capô e às vedações da carroceria. Em velocidades de estrada, o barulho de vento ouvido do lado de dentro é mínimo, mesmo com a caçamba sem a capota. Para se ter uma ideia, a 100 km/h constantes, o motor está trabalhando a cerca de 1750 rotações por minuto.


Parte da mídia especializada critica o fato da Frontier ser, junto da L200 Triton Sport, a picape menos potente do segmento (não obstante, a utilitária da Nissan supera a da Mitsubishi em termos de torque, oferecendo 2 kgfm a mais). Mas o fato é que o nível de força da Frontier é satisfatório para a cidade e a estrada, principalmente por conta do torque estar disponível integralmente entre 1500 e 2500 rpm, uma faixa de rotação alcançada desde baixas velocidades. Confira agora os resultados dos nossos testes de desempenho com a Frontier PRO-4X, realizados em pista sem tráfego, com uma pessoa a bordo, ar-condicionado desligado, diesel no tanque, controles eletrônicos ativados, câmbio em Drive e cronometragem automática pelo app GPS Acceleration: 

Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,3 segundos
Retomada de 40 a 80 km/h: 6,9 segundos
Retomada de 60 a 100 km/h: 6,7 segundos
Retomada de 80 a 120 km/h: 7,7 segundos

Condições do teste
Temperatura externa: 29° C
Altitude (estimada): 60 metros
Nível de combustível do veículo (estimado): 1/2 tanque
Pressão dos pneus: 35 psi/36 psi (pneus esquerdos/direitos)

Curiosidade: nosso tempo de 0 a 100 km/h é exatamente o mesmo resultado divulgado pela montadora.


Em termos de consumo de combustível, conosco a PRO-4X chegou a uma média pouco acima do dado do Inmetro com rodagem em percurso urbano (de 9,1 km/l). Para rodar os 761,1 quilômetros, a picape demandou um tanque cheio de combustível e um abastecimento adicional de aproximadamente 21 litros, chegando ao fim do teste na reserva. Confira os resultados (obtidos com diesel S-10, uso moderado do ar-condicionado e maior parte do tempo rodando na cidade com tração 2WD e no modo de condução Standard):

Consumo de combustível: 9,5 km/l
Distância percorrida: 761,1 km
Velocidade média (estimada): 22 km/h


A operação do câmbio automático de sete marchas da Frontier pode ser considerada suave para o segmento de picapes médias. Partindo com a picape em Drive a partir da imobilidade, sem acelerar, o seu avanço é bem previsível. As trocas de marcha são razoavelmente perceptíveis, como é esperado para uma transmissão com conversor de torque. No modo sequencial, soa um bipe em caso de mudança inadequada (exemplo: tentar o engate da quinta marcha a 50 km/h), mas não há ícones de sugestão de troca de marcha. 


Neste modo manual de trocas, a transmissão mantém a marcha engatada mesmo que se acelere a mais de 4 mil rpm, mas, nas desacelerações, automaticamente são feitas as reduções de marcha. Aliás, somente no modo sequencial é possível ver em tela qual é especificamente a marcha engatada (exemplo: 1M, 2M, 3M...). Curiosamente, é possível desligar o motor com a transmissão fora da posição Parking, muito embora um alerta sonoro seja instantaneamente disparado para lembrar o motorista de levar a alavanca até a posição P. Tanto a sexta quanto a sétima marcha da Frontier possuem relações mais longas (overdrive, inferiores a 1:1), para reduzir o consumo de combustível e o nível de ruído em velocidades de estrada.


A título de curiosidade, nós monitoramos as velocidades mínimas de engate de marcha. Confira abaixo (os valores são aproximados e podem sofrer variações conforme o tipo de terreno, a carga no veículo e a pressão sobre o acelerador):

1ª marcha: desde 0 km/h
2ª marcha: 14 km/h
3ª marcha: 27 km/h
4ª marcha: 43 km/h
5ª marcha: 55 km/h
6ª marcha: 67 km/h
7ª marcha: 90 km/h


Em relação à atuação dos modos de transmissão, é possível notar que o Sport eleva os regimes de rotação do motor em um patamar maior do que o Tow, pois o Sport privilegia a entrega de potência, e o Tow dá preferência para o torque. No modo Standard, a Frontier muda de 1ª para 2ª marcha e de 2ª para 3ª marcha um pouco abaixo de 1750 rpm. Já no modo Tow, o ponteiro marca um pouco mais de 1750 rpm nestas duas trocas, e o estilo Sport faz estas mesmas mudanças acima de 2000 rpm. 


Os assistentes eletrônicos, como o monitoramento de pontos cegos (que não apenas acende luzes nas lentes dos retrovisores, como também emite um alerta sonoro e visual caso o motorista acione a seta quando um veículo está no entorno lateral traseiro, numa área aproximada de 3 metros x 3 metros), atuaram bem em todas as condições, funcionando a partir de 32 km/h. Aliás, a presença deste alerta (bastante útil para evitar sustos) ainda é coisa rara entre as picapes do segmento: só as versões mais completas da Frontier e da L200 Triton Sport contam com o recurso de fábrica. 


Em complemento ao alerta de veículos em pontos cegos, também há o sistema de intervenção do monitor de pontos cegos (que funciona a partir de 60 km/h, acionando os freios automaticamente para evitar que a Frontier invada a pista onde trafega outro veículo) e o alerta de tráfego cruzado traseiro, que funciona especificamente nas manobras de ré, abaixo de 8 km/h. É um recurso "importado" do Kicks Exclusive e acende as mesmas luzes nos espelhos externos caso estejam passando veículos na parte traseira, em direção perpendicular num raio de até 20 metros (portanto, detecta veículos a uma distância bem maior do que os sensores de ré convencionais). É um alerta adicional ao motorista, que se soma ao detector de objetos em movimento e ao sensor de estacionamento traseiro, que traz indicação gráfica (tanto no quadro de instrumentos quanto na tela de visão em 360 graus) e bipes sonoros.


Em relação ao alerta de saída da faixa de rodagem, a picape avisou de forma visual e sonora sobre a invasão da pista em todas as vezes que o sistema esteve ativo e, na prática, operou até um pouco abaixo da velocidade de 70 km/h informada pela montadora. Testamos este sistema sempre nas faixas centrais, para maior margem de segurança. Com a convivência, descobrimos que o sistema de permanência na faixa de rodagem não intervém diretamente na direção do veículo, como é comum na extensa maioria dos modelos com este assistente. O que ocorre, na verdade, é uma aplicação automática dos freios por um curto período de tempo, para que a velocidade diminua um pouco e o motorista consiga ter uma maior margem de correção da trajetória do veículo.


O controlador de velocidade de cruzeiro nos chamou a atenção por ter atuação em ritmo mais lento do que o da imensa maioria dos automóveis que passaram recentemente pelas mãos do Auto REALIDADE. Exemplo: se você estiver a 50 km/h e quiser programar o cruise-control para 60 km/h, o sistema aumenta a velocidade tão lentamente que primeiro só permite que você selecione até cerca de 58 km/h, para que a picape alcance primeiro os 58 km/h, cabendo a você ter a paciência para, depois, apertar novamente o botão para aumentar o passo até os 60 km/h. 


Curiosamente, a faixa de operação do controlador de velocidade de cruzeiro é diferente da do limitador de velocidade: é possível utilizar o piloto automático entre 40 e 144 km/h, enquanto o limitador de velocidade está disponível entre 30 e (teoricamente) 200 km/h. Testamos o limitador e de fato só foi possível exceder a velocidade programada ao pisar até o fim de curso do acelerador (situação que o veículo entende que é excepcional).

Foto: Divulgação/Nissan

Destaque também para o alerta de colisão frontal acompanhado da frenagem autônoma de emergência. Ambos operam a partir de cerca de 5 km/h. O monitoramento frontal é capaz de detectar até dois veículos à frente (desde que sejam razoavelmente largos: motos não são reconhecidas), minimizando as chances de ocorrerem engavetamentos. Caso algum dos automóveis à frente esteja em velocidade reduzida e distância curta, a Frontier alerta de forma visual e sonoro indicando a possível iminência de colisão. Se o condutor não reagir adequadamente, a picape se encarrega de frear automaticamente, podendo evitar ou mitigar uma colisão, a depender do caso. Esta frenagem emergencial ocorre a no máximo 80 km/h.


O alerta de colisão frontal chegou a atuar em alguns momentos durante nossa avaliação, piscando a advertência no quadro de instrumentos para o motorista frear e acionando também um alerta sonoro. As situações não foram sérias a ponto da picape iniciar uma frenagem autônoma de emergência. Precavido, o sistema alerta o condutor com uma margem um pouco maior do que automóveis menores, afinal, a Frontier é um veículo mais pesado e de maiores dimensões. A despeito de suas características físicas, a picape da Nissan conta com boa modulação do pedal do freio, e os discos e pastilhas das quatro rodas permitem com que a picape freie com eficiência em todas as condições.  

Boletim comentado da Nissan Frontier PRO-4X


Design = 9,25
As mudanças de estilo promovidas na Frontier fizeram com que ela passasse a ser o centro das atenções do segmento. O modelo anterior, lançado em 2017, já era bem-resolvido em termos estéticos, porém suas linhas eram um pouco tímidas diante das rivais. Agora, reestilizada, a Frontier está mais robusta, com grade dianteira ampliada, faróis e lanternas mais marcantes, capô "bombado", para-choques encorpados e caçamba mais volumosa. Em termos puramente estéticos, nós preferimos o visual da versão Platinum, com os cromados típicos das versões mais completas e as rodas de 18 polegadas que harmonizam melhor com as dimensões da carroceria, mas gosto sempre é um aspecto subjetivo e a Nissan acertou ao oferecer duas opções topo-de-linha de sua picape: uma com visual mais urbano, outra com detalhes escurecidos e apetrechos mais úteis para o uso fora-de-estrada. Nas ruas de Teresina, a Frontier PRO-4X chamou atenção e fez muita gente virar a cabeça para poder admirar melhor seu estilo.

Espaço interno = 9,25
Tanto na frente quanto atrás, a acomodação dos ocupantes da Frontier é boa. Na frente, os bancos apoiam muito bem o corpo e há amplitude no espaço para cabeça e pernas. Atrás, o piso é elevado mas a intrusão do túnel central é mínima, permitindo posicionar melhor as pernas. No banco traseiro, quem vai ao centro conviverá com um assento um pouco mais alto e o encosto para costas mais vertical, mas, nas outras posições, até quem possui 1,90 metro de altura conseguirá viajar numa boa. Além disso, a profusão de porta-objetos pela cabine permite guardar vários trecos nos forros de porta e console, existindo até mesmo nichos específicos para óculos (no console de teto) e para copos no painel. Raso e liso, o porta-objetos à frente da alavanca de câmbio poderia ser redesenhado para acomodar melhor os celulares. A caçamba está em um patamar intermediário de volume no segmento, superando Hilux e L200, porém ficando atrás de S10, Amarok e Ranger.

Conforto = 9,0
O comportamento ao rodar da Frontier PRO-4X tem compromisso com a comodidade dos ocupantes: os chacoalhados e solavancos são sentidos de forma atenuada. A picape também dispõe de um bom isolamento acústico da cabine, e também chama a atenção positivamente o nível de vibrações muito contido. A direção hidráulica vai exigir um pouco mais de esforço nas manobras, mas ajuda a manter o controle no uso fora-de-estrada ou até mesmo ao passar por valetas. Em termos de ergonomia, os comandos mais utilizados estão bem à mão. O ar-condicionado eficiente conserva um clima agradável a bordo e os bancos apoiam bem o corpo. 

Acabamento = 8,5
Neste aspecto, a Frontier está dentro da média do segmento. Nesta versão, a picape traz couro nos bancos, volante, empunhadura do freio de mão, apoios de braço, laterais das portas (dianteiras e traseiras) e alavanca de câmbio, além de costuras aparentes em certas regiões e de carpete no porta-óculos e nos para-sóis. O plástico rígido predomina na cabine, principalmente no painel, mas existem variações de pinturas/texturas e as peças são bem modeladas. É possível notar, também, que houve atenção com as forrações do cofre do motor e também no vão entre a cabine e a caçamba. Bem que os porta-objetos do console poderiam ter fundo revestido, evitando os batuques de plásticos que são muito comuns nos pisos irregulares.

Equipamentos = 9,5
Como é de se esperar de uma versão topo-de-linha, a Frontier PRO-4X traz uma longa lista de equipamentos (alguns deles exclusivos no segmento, como o teto solar elétrico). Ar-condicionado automático digital de duas zonas e saídas traseiras, chave presencial com partida por botão, câmeras de visão em 360 graus, banco do motorista ajustável eletricamente, sensores de ré, apoios de braço (dianteiro e traseiro), retrovisor interno anti-ofuscante e 4 entradas USB estão entre os itens de destaque. Como nada é perfeito, se sente a falta de protetor de caçamba (é um acessório vendido nas concessionárias, mas vem de série na versão Platinum), iluminação do porta-luvas e acionamento de todos os vidros elétricos por um toque e fechamento automático ao travar as portas.

Desempenho & Dirigibilidade = 9,25
A Frontier às vezes nem parece ter o tamanho que possui: seu torque disponível desde baixas rotações do motor garante boas acelerações, retomadas e subidas nas ladeiras. A força do motor 2.3 Biturbo Diesel é gerida pelo câmbio automático de 7 marchas que, mesmo no modo Standard, mantém relações que privilegiam respostas rápidas. Ainda que esteja rodando com tração 2WD traseira, é raro a picape apresentar tendência ao sobresterço (a popular saída de traseira) em condições normais de uso, a menos que seja muito provocada. Apesar do centro de gravidade da carroceria ser naturalmente alto, a Frontier é bem estável nas curvas.

Segurança = 9,5
A Nissan melhorou a segurança passiva da Frontier ao dotar todas as versões de seis airbags (frontais, laterais dianteiros e de cortina) e chassi com reforços estruturais. Também é digna de aplausos a iniciativa de dotar a picape do alerta do não-uso do cinto em todas as posições desde a versão S. E esta versão PRO-4X avaliada, juntamente com a Frontier Platinum, traz um dos pacotes de segurança mais completos do segmento ao vir de fábrica com frenagem autônoma de emergência, alerta de colisão frontal, aviso de saída de faixa involuntária, monitoramento de veículos em pontos cegos, detector de objetos em movimento, faróis altos automáticos... Para fechar este pacote com chave de ouro, bem que a Frontier podia pegar "emprestado" do Leaf o controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, que mantém uma distância segura do veículo à frente.

Consumo de combustível = 8,5
Os reajustes nos preços do litro do diesel ao longo de 2022 fizeram com que este combustível assumisse um valor até superior ao da gasolina em várias partes do Brasil, mas os veículos movidos a óleo diesel ainda se destacam pela autonomia elevada e pelos gastos de combustível menores. A Frontier registrou conosco uma média de 9,5 km/l na cidade, que, para o segmento de picapes médias fabricadas sobre chassi, é uma boa marca.

Relação custo-benefício = 9,0
A nova gama de versões da Frontier está mais atraente, com a inclusão de novas opções e a oferta de equipamentos adicionais em toda a linha. As novidades da picape da Nissan chegam em boa hora, já que o segmento vive uma "entressafra": Ford Ranger e Volkswagen Amarok aguardam renovações para o próximo ano, Toyota Hilux e Chevrolet S10 foram retocadas há dois anos e a Mitsubishi L200 recebeu uma reestilização em 2021. Nesta reestilização, a Frontier está mais bonita, segura e equipada. E, analisando seu lado utilitário, a caçamba está mais volumosa e a capacidade de carga útil cresceu.

A diferença de preço das versões Platinum e PRO-4X em relação à Frontier XE é de R$ 36.400. Mas é preciso considerar que, além dos itens de comodidade privativos das opções topo-de-linha (como câmeras de visão em 360 graus, teto solar, retrovisor interno anti-ofuscante e empunhadura da alavanca de freio de mão em couro), o abrangente pacote de segurança (Nissan Safety Shield) das versões Platinum e PRO-4X é muito útil no dia-a-dia para manter a atenção e evitar colisões. Para completar, a presença de pneus de uso misto, bloqueio do diferencial acionado pelo motorista e a maior altura em relação ao solo fazem da versão PRO-4X a melhor alternativa para encarar as trilhas. O consumidor é quem decide pela versão, de acordo com suas prioridades - e, nesse sentido, quanto mais opções disponíveis, melhor. Com isso, a estratégia da Nissan em oferecer seis versões da Frontier se mostra bem-acertada neste segmento que ganha relevância a cada dia que passa.

Nota Final = 9,1

As notas são atribuídas considerando a categoria do automóvel analisado, os atributos oferecidos pelos concorrentes (diretos ou por aproximação), além das expectativas entre o que o modelo promete e o que, de fato, oferece. Um mesmo carro avaliado duas vezes pode ter sua nota diminuída em uma avaliação posterior, caso não evolua para os níveis de exigência que se aprimoram continuamente no mercado automotivo. Frações de pontuação adotadas: x,0, x,25, x,5, x,75. Em caso de notas com valores fracionados, o resultado final é arredondado para cima. Critérios - Design = aspecto estético do automóvel. Espaço interno = amplitude do espaço para passageiros (dianteiros e traseiros, de acordo com a capacidade declarada do carro), locais para acomodar objetos e bagagem. Conforto = suspensão, nível de ruído, posição de dirigir, comodidades. Acabamento = atenção aos detalhes internos (encaixes, qualidade dos materiais e padronagens). Equipamentos = itens de tecnologia e conforto disponíveis no automóvel avaliado. Desempenho & Dirigibilidade = aceleração, velocidade máxima, retomada, comportamento em curvas. Segurança = visibilidade, itens de proteção ativa e passiva, frenagem. Consumo de energia/combustível = energia/combustível gasto e autonomia. Custo-benefício = relação de vantagem entre o preço pago e o que o carro entrega.

Uma picape que veio de longe


Quando os jornalistas automotivos experimentaram a Frontier 2023 na Argentina, em abril deste ano, nossa experiência se deu com exemplares destinados ao país dos hermanos. Entre as diferenças, a picape para o Brasil traz ajuste interno de altura do facho dos faróis e tanque de Arla 32, mas dispensa aquecimento dos bancos dianteiros e santantônio, que existem de série do outro lado da fronteira na versão PRO-4X. A Nissan logo tratou de compor a sua frota para a imprensa composta por picapes de especificação brasileira. Boa parte desta frota ficou concentrada em Resende (RJ), onde recentemente a marca realizou um evento pioneiro voltado a mulheres do jornalismo automotivo, com destaque para as ações de equidade de gênero desenvolvidas pela Nissan. Pouco tempo depois, exemplares da Frontier 2023 foram remetidos aos mais diversos cantos do País.


A logística de envio destes veículos normalmente exige o fretamento de um caminhão-cegonha para destinação do automóvel de frota para uma concessionária da marca na cidade em que residem os profissionais de imprensa. Depois, o mesmo veículo é enviado para outros Estados. Os jornalistas de Teresina (PI), por exemplo, usualmente se dirigem à concessionária Japan Veículos para receber o carro para testagem por uma semana. Mas desta vez foi bem diferente: acabei recebendo a PRO-4X na porta de casa! Samuel, o motorista da Frontier, contou que rodou aproximadamente 2900 quilômetros de Resende até Teresina, acumulando dezenas de tíquetes de pedágio de lá para cá. Ele elogiou principalmente o conforto transmitido pela picape da Nissan nas estradas. Enquanto nós do Auto REALIDADE colhíamos as primeiras impressões ao dirigir, Samuel começava outra saga: a volta, de ônibus, a partir da Rodoviária de Teresina. Tem que ter disposição para rodar este Brasil...

Vem conferir a Galeria de Fotos da Nissan Frontier PRO-4X!



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