Desenvolvido no Brasil e admirado em todo o mundo, o projeto Volkswagen SP completou 50 anos do seu lançamento no nosso País neste último domingo (26). As cinco decadas do esportivo foram celebradas no último sábado (25) em um encontro promovido pela Volkswagen e pelo SP2 Club no Motor Park, o primeiro parque automotivo do Brasil, no Haras Tuiuti (São Paulo). Dezoito unidades do VW SP2 estiveram presentes em um dos maiores encontros do modelo já realizado desde o lançamento na década de 1970.
O projeto do Volkswagen SP teve José Vicente Martins, conhecido como “Jota”, como o responsável pela sua estilização, enquanto o engenheiro Claudio Menta foi o responsável pelo desenvolvimento mecânico do cupê. Os primeiros desenhos foram feitos no final da década de 1960 a pedido do então presidente da Volkswagen na época, Rudolf Leiding. Na época, a designação interna era "Projeto X". Já no primeiro esboço, o projeto de Jota agradou, graças a detalhes como os vidros inclinados e a carroceria baixa - como convinha a um esportivo. Logo depois dos desenhos feitos à mão, vieram outros desafios, como a modelagem das forças da carroceria. Inicialmente, a meta era construir uma carroceria com componentes de chapa rebitados, e não soldados. Após estudos e tentativas, a Volkswagen chegou à conclusão que esse processo de produção não era viável, o que levou ao processo tradicional de fabricação de carrocerias.
O projeto SP se utilizava do chassi da perua Variant. O cupê foi apresentado pela primeira vez na Feira da Indústria Alemã, realizada no Parque Ibirapuera em São Paulo, em março de 1971, ao lado da linha 72 dos demais veículos da Volkswagen. Até hoje, o significado desta sigla não possui consenso. Dizia-se que as letras eram as iniciais de Sport Prototype; mas a versão mais aceita é de que a sigla homenageava o Estado de São Paulo, onde o modelo foi projetado.
Em 26 de junho de 1972, os VW SP1 e SP2 foram lançados oficialmente. Houve um evento de apresentação para jornalistas no Iate Clube Santa Paula, em São Paulo, e outro para a rede de concessionários, na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo. Diferentemente do Puma e da maioria dos outros fora-de-série, o SP trazia uma carroceria de aço, ao invés de fibra de vidro. A altura do veículo era a menor entre todos os automóveis de produção em série nacionais, de apenas 1,15 metro. Inovou em aspectos como a presença de cintos de segurança dianteiros de três pontos e da alavanca para acionamento dos limpadores fixada à coluna de direção.
O SP1 trazia o motor 1600 boxer refrigerado a ar de 65 cavalos líquidos de potência, nível de força abaixo das expectativas até mesmo para aquela época. Além do desempenho muito tímido (que gerou a maldosa piada de que a sigla significava "Sem Potência"), o SP1 também carecia de instrumentos e itens exigidos pelos consumidores - como alça para o passageiro, relógio ou luzes internas de leitura. Em 1973, o menos potente dos SP já era passado: consta que o modelo teve apenas 88 exemplares produzidos.
Já o SP2 trazia o motor 1700 de 75 cavalos, também com refrigeração a ar e cilindros contrapostos, e vinha com pneus radiais ao invés dos diagonais, mais largos. O interior trazia bancos em formato concha com revestimento em couro, console central entre os bancos, quadro de instrumentos com marcador de temperatura do óleo, amperímetro e relógio.
O SP2 permaneceu em linha até o ano de 1976, tendo 10.205 exemplares produzidos. Estudos para uma variante mais potente chegaram a ser realizados, mas este modelo nunca foi fabricado em série. A Dacon chegou a preparar um SP3, com motor 1800 refrigerado a água do Passat TS, de 100 cavalos, instalado em posição traseira. O câmbio e os freios permaneceram os mesmos. Por fora, o esportivo recebeu uma grade dianteira ampliada na altura dos faróis, além de spoiler dianteiro, entradas de ar laterais e traseira redesenhada, sem a grade do escape. Internamente, o SP3 trazia painel em preto com instrumentos adicionais e volante de couro. Houve apenas um protótipo do SP3, e seu atual paradeiro é desconhecido.
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