BMW iX combina alta tecnologia e desempenho [Coluna Fernando Calmon]

Sofisticação, alta tecnologia e desempenho de tirar o fôlego estão reunidos no SUV elétrico BMW iX. Na versão de topo avaliada, xDrive 50, a potência combinada dos dois motores é de 523 cv e o torque total, de 78 kgf.m. Tração nas quatro rodas com distribuição de 60% para o eixo traseiro e 40% para o dianteiro assegura equilíbrio em curvas de raio curto ou longo. Aceleração de 0 a 100 km/h, no modo Sport, é feita em 4,6 s, surpreendente para um SUV de 2.510 kg de massa (620 kg só de bateria). O mais impressionante: verdadeiro salto à frente no vencer a inércia ao afundar o pé no acelerador.

Estilo frontal típico da marca mantém a clássica grade vertical dupla, mesmo sem função. Linha de cintura baixa e desenho moderno na traseira equilibram o conjunto.

Há uma minialavanca no console que inclui posição de frenagem regenerativa intensificada. Quando selecionada, é possível desacelerar na maior parte das situações de uso urbano sem tocar no pedal de freio, além, claro, de recarregar a bateria. Três metros de distância entre eixos oferecem muito espaço em especial para as pernas dos passageiros do banco traseiro. Os bancos dianteiros proporcionam suporte lateral perfeito e incluem alto-falantes (em todo o interior há 30).

A enorme tela multimídia de 14,9 pol. controla na prática quase todas as funções. Inclui comando por voz e até por gestos para aumentar e baixar o volume do áudio. Curiosamente pode-se usar um dos poucos botões do console para controlar o volume do áudio. Há acionamento elétrico da tampa do porta-malas de 500 litros (padrão VDA). Inclui reparador para furo de pneus, mas o iX é entregue com um estepe dentro de uma sacola incluído no preço, nada convidativo como todo elétrico, de R$ 799.950.

Alcance declarado de até 630 km está acima da média graças à bateria de 111,5 kWh. Fiquei atento para checar esse ponto. Entre São Paulo (760 m de altitude) e a Riviera de São Lourenço no litoral paulista foram 250 km (ida e volta). Regeneração máxima sempre acionada, mais de 90% da bateria carregada, alcance de 550 km indicado no computador de bordo. Rodei nos limites de velocidade na estrada entre 80 e 120 km/h. Cheguei ao destino com 410 km de alcance, ou seja, a descida da serra ajudou a regeneração.

Na volta, subindo a Serra do Mar até o mesmo ponto de partida o alcance final era 225 km. Entre descer e subir, portanto, houve uma diferença acentuada. Isso sempre acontece com carros elétricos. Uma situação exatamente inversa em relação aos motores a combustão cujo consumo é pior no para e anda do trânsito e melhor em velocidades constantes típicas de rodovias.

ALTA RODA

Seminário sobre Segurança e Conectividade, promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), destacou dois itens que estão em fase mais adiantada de análise e proposta à Secretaria Nacional de Trânsito para adoção escalonada em veículos leves, começando pelos novos projetos. São os sistemas de frenagem de emergência avançada e de alerta de saída de faixa. Itens importantes, porém exigem alta escala de produção para o aumento de custos chegar diluído ao preço final dos automóveis que não para de subir. O limitado poder de compra do consumidor brasileiro também ter que ser levado em consideração.

Ford ampliou em 50% sua equipe de engenheiros e especialistas no Centro de Desenvolvimento e Tecnologia, na Bahia. São 500 novas contratações em Camaçari e agora conta com 1.500 profissionais. Estes estão inseridos na rede mundial de pesquisa da fabricante, visando exportar patentes, softwares e tecnologias.

Montana que chega em 2023 receberá atualizações remotas de softwares de sua arquitetura eletrônica e de aplicativos da nova central multimídia integrada ao quadro de instrumentos. Atualizações remotas já estão em outros produtos Chevrolet. Em picapes leves é novidade.

Duster com o motor 1,3-L turbo, apenas na versão de topo Iconic, dá outra vida ao SUV da Renault. Além dos 170 cv (E)/162 cv (G), impressiona no dia a dia o torque de 27,5 kgf.m a apenas 1.600 rpm e continua nesse patamar até 3.750 rpm. Motor é tão elástico que nem precisaria que o câmbio automático CVT tivesse oito marchas. Câmeras para visão 360 graus e detector de ponto cego nos retrovisores contrastam com a oferta de apenas dois airbags no quesito segurança. Multimídia oferece conexão apenas por cabo, aceita Android Auto e Apple CarPlay e a tela, apesar de posição baixa, tem boa resolução.

Dica para quem preenche a declaração de ajuste anual do imposto de renda até o próximo dia 31. No ano passado os carros usados tiveram grande valorização porque a produção de veículos sofreu perdas em razão da falta de componentes em especial semicondutores. Veículos usados acima de R$ 35.000 estão sujeitos a pagar 15% de imposto sobre a diferença positiva (se houver) entre os valores de compra e de venda. Trata-se de uma situação rara, pois historicamente essa diferença era sempre negativa pela desvalorização natural ao se vender um modelo usado.

Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e  de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).

www.fernandocalmon.com.br 

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