Depois de um primeiro lote de 40 unidades que já chegaram vendidas ao Brasil no ano passado, a Porsche estuda importar em 2022 mais um lote do 911 GT3. Se já não bastasse o visual tão admirado que ao longo de quase seis décadas manteve o perfil clássico com motor colocado atrás do eixo traseiro, o GT3 exibe uma peculiar asa traseira que chama atenção por onde passa ou estaciona por suas dimensões nada discretas.
Os suportes da enorme asa invertida têm novo desenho destinado a não ocasionar prejuízo ao fluxo de ar sob ela e permitir ajuste manual em quatro posições, elevando a força vertical sobre o eixo traseiro em até 150%. No interior, os minúsculos bancos traseiros foram retirados para facilitar a instalação de uma gaiola de proteção. Os bancos dianteiros são do tipo concha em compósito de fibra de carbono e não têm ajuste de inclinação do encosto. Entrar no carro é relativamente fácil, mas ao abrir a porta para sair prepare-se para um exercício de contorcionismo.
Na realidade o GT3 é uma versão de rua dos modelos que disputam as corridas da Porsche Cup ao redor do mundo. Mesmo no modo, digamos, menos esportivo ajustado pela central multimídia não espere o carro enfrentar o asfalto irregular e os buracos sem acentuado desconforto, mas o ronco do motor agrada de tal forma os ouvidos que compensa o sacrifício.
O motor de 4 litros, único da linha 911 de aspiração natural (todos os outros são turbos), entrega 510 cv a nada menos de que 8.400 rpm, com limite de 9.000 rpm. Traz a sensação de um carro esporte dos tempos em que acompanhar o ponteiro do conta-giros subir freneticamente era quase uma catarse. O câmbio automatizado tem sete marchas e uma velocidade de troca extremamente rápida. Acelera de 0 a 100 km/h em ótimos 3,4 s, mas não é o 911 mais rápido. O GT2 de 700 cv faz de 0 a 100 km/h em incríveis 2,6 s.
Preço do GT3: R$ 1.208.900. O 911 menos caro parte de R$ 709.000 com motor turbo (3-litros) de 385 cv a 6.500 rpm e vai de 0 a 100 km/h em 4,2 s.
Elétrico HAN é completo, mas preço não atrai tanto
Planos da BYD são ousados no Brasil e concentrados em modelos elétricos. Depois do SUV Tan, cujas primeiras unidades foram entregues simbolicamente, o sedã Han chega ao mercado de sedãs médios grandes que já é bastante limitado pela forte presença dos SUVs. O Han tem 4,98 m de comprimento e distância entre eixos de 2,92 m. Assim seu porte assemelha-se ao de Audi A6, BMW Série 5 e Mercedes-Benz Classe E, por exemplo, mas a comparação resume-se a isso.
Carros elétricos oferecem a possibilidade de haver um motor em cada eixo e neste caso a potência combinada é de 494 cv. Desempenho nas acelerações são fulminantes porque o torque máximo surge quase instantaneamente. No caso do sedã chinês nada de diferente do esperado: 0 a 100 km/h em apenas 3,9 s, no modo Sport, mesmo pesando 2.170 kg.
A BYD desenvolveu uma nova bateria, batizada de Blade, mais leve, menos volumosa e de recarga rápida: 30% a 80% em 25 minutos. A fabricante declara alcance máximo de 500 km (referência NEDC, muito otimista e usada apenas na China), porém sem informar os ciclos de consumo urbano e rodoviário.
Estilo é atual com a parte frontal mais ousada e de perfil lembra o Tesla S. A traseira poderia ter lanternas um pouco maiores. No interior destaca-se a tela multimídia gigante de 15,6 pol. rotacionável com imagens e mapas que ocupam toda a sua superfície. Há cinco câmeras para visão de 360° e outra para gravação interna de alta resolução de imagem e som. Quem está no banco traseiro dispõe de uma tela de onde comanda do teto solar ao banco do passageiro dianteiro.
Preço de R$ 539.000, tudo incluído, não atrai tanto. A BYD importará mais três modelos até o fim do ano: sedã Qin Plus DM-i, SUV Song Plus DM-i, ambos híbridos plugáveis, e o furgão elétrico eT3.
ALTA RODA
JETTA GLI, versão de topo importada do México, recebeu alterações na grade frontal, para-choques dianteiro e traseiro, além de novas rodas diamantadas de 18 pol. No interior o acabamento foi refinado. Há um novo volante com borboletas de troca de marchas do câmbio automatizado de duas embreagens: antes seis e agora sete marchas. Central multimídia de 10,1 pol. projetada no Brasil também estreia no Jetta. O motor 2-litros já enquadrado no Proconve PL7 entrega 231 cv. Preço único e alto: R$ 216.990.
FORD decidiu importar sua picape grande F150, já vendida na Argentina, na mesma faixa de porte e preço da Ram, a partir de 2023. Exibiu a versão Lariart na Agrishow, de Ribeirão Preto (SP), com especificação final a definir. A Série F, em suas sete versões, é a picape mais vendida nos EUA há 45 anos. Já se especula que a GM poderia responder importando a Silverado, mas se trata de um mercado restrito pelo alto preço. Também anunciado na Agrishow, S10 e Trailblazer passam a contar com serviço de streaming Spotify nativo.
UBER explicitou os recursos de segurança (antes pouco visíveis) em seu aplicativo de mobilidade após queixas de motoristas e passageiros. Há uma barra horizontal e um botão específico de acesso a um código PIN. Este permite checagem mútua para confirmar se o usuário está no veículo correto e se o motorista pegou a pessoa certa.
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
www.fernandocalmon.com.br
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