A primeira marca de automóvel a apresentar um veículo equipado com rádio de fábrica foi a Chevrolet, em 1922, nos Estados Unidos. Na época, o sistema de áudio do veículo precisava de baterias independentes e a antena ocupava todo o perímetro do teto. A instalação também era complexa e o custo deste equipamento correspondia a quase um quarto do valor de um sedã de luxo da GM. O fonógrafo que projetava o som era voltado para o exterior do veículo, já que a tecnologia dos rádios naquela época sofria com interferências do motor e com a trepidações das vias, além da frequência das poucas estações AM da época oscilar muito entre os deslocamentos. O experimento foi pensado para que as famílias pudessem ouvir jazz, música clássica, noticiários, cultos e programas do lado de fora do veículo, enquanto faziam seus tradicionais piqueniques ao ar livre nos fins de semana.
Foi apenas no início dos anos 1930 que o rádio para automóveis começou a ser produzido em massa. Mesmo assim, continuava a ser um item relativamente caro, pois a instalação deste equipamento exigia a presença um par de técnicos por dias inteiros de trabalho. Ao menos os sistemas de áudio não ocupavam mais o espaço de uma pessoa na cabine, contavam com ajuste de volume e já tinham o propósito de entreter os ocupantes dentro do veículo.
Nos anos 1950, os aparelhos traziam novidades, como botões para a seleção de estações de rádio e a opção para a transmissão em frequência modulada (FM), com menor incidência de ruídos. Mas o grande salto foi dado com o surgimento dos primeiros rádios automotivos totalmente transistorizados na década seguinte, assim como o sistema de som estéreo. Enquanto os transistores permitiram reduzir os rádios veiculares a tamanhos próximos dos atuais, para serem encaixados no painel, o estéreo melhorou a qualidade acústica por conseguir recriar a posição dos sons onde foram espacialmente gravados.
No período pós-guerra, houve tentativas de inovações como o rádio de gaveta com alto-falante embutido para uso externo, o cartucho de oito músicas e até a vitrola com disco de vinil. Nenhuma delas, no entanto, prosperou comercialmente.
Foi o lançamento do toca-fitas nos anos 1970 que deu outra guinada em relação ao entretenimento a bordo. Os ocupantes agora podiam escolher os conteúdos que mais apreciavam e reproduzi-los durante seus deslocamentos, que passavam a ser mais duradouros, por conta do tráfego urbano intensificado e da malha rodoviária que só se ampliava. No Brasil, o primeiro Chevrolet a oferecer um toca-fitas de série foi o Opala, em 1979, marcando a estreia da versão Diplomata. O pacote de itens desta versão incluía antena elétrica, relógio digital, direção hidráulica e ar-condicionado.
Outra evolução marcante da qualidade sonora veio com os CD Players, que dominaram nas décadas de 1990 e 2000, inicialmente com os modelos Single DIN e depois com os Double DIN, que passaram a ocupar o dobro do espaço. Isso também estimulou os designers a repensar o visual dos aparelhos de áudio, que passaram a ser integrados ao painel. A abertura das importações de automóveis e as transformações econômicas ajudaram a acelerar a modernização da nossa frota. O Omega, lançado em 1992, foi o primeiro automóvel nacional a contar com CD Player como item opcional.
Posteriormente vieram os aparelhos de som com leitores de áudio em formato MP3 e entradas USB, que permitiam espetar pen-drives com maior capacidade de armazenamento de dados. Outra vantagem era que o motorista não precisava mais carregar estojos com discos ou fitas, que ocupavam muito espaço dos porta-objetos.
O Bluetooth abriu caminho para a conexão sem fio entre outros aparelhos compatíveis com esta tecnologia. Sua principal função era poder transmitir o áudio de chamadas do celular para o sistema viva-voz do carro com segurança, já que o motorista não precisaria tirar as mãos do volante para usar o telefone.
No início dos anos 2010, a Chevrolet iniciava a popularização do sistema multimídia com tela sensível ao toque e colorida no centro do painel. Sua interface intuitiva e simples seguia o layout de tablets e smartphones, que se tornariam um item indispensável no dia-a-dia das pessoas. O nível seguinte de conectividade veio com a chegada dos sistemas Android Auto e Apple Car Play para a projeção de determinados aplicativos do smartphone na tela da central multimídia, como o Waze, de navegação, e o WhatsApp, para troca de mensagens.
Em 2015, a Chevrolet apresentava o sistema de telemática avançado OnStar, uma novidade para o Brasil, mas que já estava disponível em alguns modelos da GM nos Estados Unidos desde 1996. O OnStar oferece mais de 20 serviços, entre eles o de resposta automática em caso de acidente, que é capaz de detectar uma colisão com deflagração dos airbags e providenciar socorro às vítimas. A tecnologia, inaugurada com o Cruze, também já oferecia auxílio na recuperação em caso de roubo do veículo.
A partir de 2019, com a integração entre o serviço OnStar e a tecnologia 4G, a Chevrolet chegou ao "quarto nível" de conectividade ao oferecer o serviço de Wi-Fi nativo a bordo. Com o sinal de internet do próprio veículo, os ocupantes podem conectar outros aparelhos à rede disponível no carro. O motorista pode consultar mapas com trânsito em tempo real, previsão do tempo ao longo do percurso, além de consultar e agendar serviços mecânicos.
Em suma, o automóvel vem se apropriando de inovações de conectividade para ficar mais independente do smartphone. Antes, para se conectar a sua playlist favorita era necessário conectar um celular ao carro. No Equinox 2022, que chega ao Brasil no início do ano que vem, é possível utilizar o aplicativo do Spotify já instalado na memória do aparelho, sendo possível escutar músicas, notícias e podcasts pelo próprio sistema multimídia do carro, sem precisar usar o pacote de dados do telefone. Outra novidade é a presença da assistente comandada por voz Alexa, que entende instruções sobre navegação e mídia, respondendo ao usuário seus questionamentos.
“Cada vez mais pessoas valorizam conteúdo personalizados, no formato e horário mais condizentes para elas. Ninguém precisa mais esperar para que uma estação de rádio toque uma música específica ou traga informações sobre o tópico de seu interesse. Os serviços por demanda já estão disponíveis para o smartphone, para a TV de casa e estão chegando para transformar a experiência nos automóveis”, explica Eduardo Oliveira Santos, gerente do laboratório de Eletroeletrônica do Campo de Provas da GM.
O novo Equinox também terá Wi-Fi a bordo, espelhamento de tela sem fio para Android Auto e Apple Car Play, aplicativo myChevrolet para comandar funções do carro à distância e a função de atualização remota de sistemas eletrônicos do veículo (Over The Air), entre outros. O SUV contará ainda com novidades em relação aos pacotes de segurança e conectividade do OnStar.
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