Os primeiros modelos da Volkswagen projetados especificamente para aproveitar as melhores características dos motores elétricos serão mesmo importados da Alemanha e vendidos aqui a partir de 2022. Trata-se do hatch ID.3 e do SUV ID.4, ambos de motor e tração traseiros. Eles remetem à arquitetura mecânica do Fusca, que deu origem à marca e à proeminência do Grupo VW.
A filial brasileira,
por enquanto, admite oficialmente um plano imediato de exposições, clínicas com
clientes e test drives, sem marcar
data para a estreia no País. Ambos impressionam pelo estilo, espaço interno, soluções
de engenharia e, principalmente, avanços em eletrônica de bordo, além de
atualizações por meio remoto (Over The Air ou OTA, na sigla em inglês) via
Wi-Fi e internet.
Ao sentar no banco do
motorista de ambos os modelos na fábrica de São Bernardo Campo (SP), o que mais
chamou atenção foi a projeção no para-brisas de informações tridimensionais em
realidade aumentada, um avanço considerável frente ao existente hoje. Com 2,77
m de distância entre eixos, o espaço interno do ID.3 surpreende. Porta-malas tem
385 litros. No ID.4 entre-eixos é igual, mas o porta-malas oferece 543 litros.
Potências de 145 a 299 cv. Alcance médio de 330 a 550 km, em razão da
capacidade da bateria.
Pablo Di Si, presidente da VW América Latina, foi claro ao informar que, além da eletrificação a ser atendida por modelos importados, continuará a investir aqui em híbridos com motores flex que podem usar etanol. Assim atenderá as condições de uso no Brasil com emissões de CO2 reduzidas em 80% no ciclo do poço à roda. A empresa desenvolverá estes produtos por meio de engenharia local. E assinou uma parceria com a Unicamp para desenvolver pilha a hidrogênio, este obtido por reformador de etanol.
Importação de usados, sem
sentido
Realmente não chega a
surpreender como projetos de lei descabidos surgem, de tempos em tempos, nas
casas legislativas em Brasília (DF). A intenção do deputado federal Marcel van
Hattem (Novo–RS) ao propor a importação de carros usados de qualquer país, sem
ao menos sugerir limites claros ou restritos, é de oferecer liberdade de
escolha aos motoristas. A proposta apresentada em 2020 só ganhou os holofotes na
semana passada por meio de audiências públicas na Câmara.
Estudar o impacto
econômico-financeiro deveria ser o primeiro passo. Depois, pesquisar como
outros países encaram essa questão. Nada disso parece ter sido considerado
neste e também em outros projetos cujo destino previsível está no simples
arquivamento.
Importação de modelos
usados, geralmente, ocorre em países de baixo poder aquisitivo e sem indústria
automobilística local, a exemplo de Paraguai e Bolívia, além de nações
africanas. O Brasil só autoriza a importar carros a partir de 30 anos de uso
após longo processo burocrático e caro, que só colecionadores ousam enfrentar.
No México a
importação de veículos usados, basicamente dos EUA, ocorria dentro do acordo
Nafta (sigla, em inglês, para Acordo de Livre Comércio da América do Norte). Isso
atrofiou tanto o mercado interno mexicano de produtos novos que a lei mudou. As
vendas internas quase dobram com restrições aos usados. Mas como é difícil de
controlar o fluxo na fronteira, estima-se que a indústria local poderia vender
30% a mais, se houvesse fiscalização rígida.
O Brasil até hoje não implantou a inspeção técnica veicular. Como então “periciar” os usados de fora do País e avaliar sobre que preço se calcularia o imposto de importação? Além disso, taxação sobre automóveis aqui é a maior do mundo e também atingiria importados usados.
ALTA RODA
PEUGEOT e-208 GT, primeiro elétrico da marca francesa no Brasil, chega com lote
inicial de 40 unidades. Há um ponto de venda em São Paulo e outro no Rio. Mesmo
visual externo e interno do 208 a combustão, em versão única e completa por R$
244.990. Preço, em conversão direta, é próximo ao da Europa sem o subsídio
governamental. Aqui é livre do imposto de importação. São 136 cv e até 330 km
de alcance. Stellantis fez convênio com uma empresa que confere pleno
funcionamento dos pontos de recarga.
NOVO motor turbo do Captur (170 cv (E)/162 cv (G) é o ponto alto do SUV da
Renault, colocando-o em patamar bem superior ao Duster e assim justificando a
diferença de preço. Respostas ao acelerador destacam-se dentro do seu segmento,
em uso urbano e rodoviário, com ajuda das oito marchas do câmbio CVT. Consumo
de combustível mostra-se compatível ao aumento de desempenho. Muito úteis as quatro
câmeras que permitem visualização individual. De negativo, freios a tambor
atrás e acesso ao estepe.
MENOS jovens têm tentado obter a carteira de habilitação no Brasil em razão de preço e processo. Levantamento mundial do site inglês Zutobi, focado em ensinar técnicas seguras de condução, apontou o País como o segundo mais difícil para obter a habilitação. Só a Croácia exige e cobra mais: o equivalente a R$ 9.500. México é o mais fácil para conseguir habilitação.
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