A crescente procura pelos SUV vem impulsionando as vendas e o avanço de participação de mercado. Mesmo quando se trata de apenas um hatch com a “decoração” externa típica (incluindo indefectíveis barras de teto) e altura de rodagem elevada, as fabricantes preferem enquadrá-lo como SUV.
Houve, porém, um
posicionamento diferente por parte da Citroën, ao mostrar por videoconferência
o novo C3. O modelo exibe estilo típico de SUV, inclusive um interessante e
incomum efeito visual (vincos largos e côncavos), na parte superior dos quatro
para-lamas, que deixa a impressão de ser ainda mais alto. A marca francesa, no entanto,
preferiu pré-apresentá-lo como hatch compacto (segmento B).
Há uma razão,
obviamente não revelada. Tudo indica que se trata de um posicionamento de
mercado da Stellantis para suavizar a “concorrência” interna. Nos filmes
revelados até agora do Pulse, aparece o termo “SUV Fiat”. O lançamento deste
modelo está previsto até o próximo mês de novembro. Já o novo C3, com mais
aspecto de SUV do que o C4 Cactus, só chega em março de 2022.
Embora apresentado de
corpo inteiro, inclusive a parte interna, nenhuma dimensão e motorização do
novo “hatch” foi antecipada pela Citroën. Mas como o modelo também será
fabricado na Índia, já se sabe que o carro tem entre-eixos de 2,54 m e
comprimento de 3,99 m. O C3 hatch parou de ser fabricado aqui em julho do ano
passado e vendido até o começo deste ano, porém era bem menor por dentro (2,46
de entre-eixos) e pouco menor por fora (3,94 m). O motor será o mesmo já
conhecido de 1,6 L, 118 cv (E)/115 cv (G), porém oferecerá, até um ano depois,
o turbo flex de 1 litro que estreará no Pulse.
Além de espaçoso
internamente, oferece tela multimídia de 10,1 pol. e, ao seu lado, um útil suporte
no painel para encaixar o telefone celular. A conexão pode ser feita sem fio,
mas o carregamento não. Há dois pequenos ganchos no centro do painel em que se
pode fixar o fio para não ficar solto. Solução simples e efetiva.
O projeto batizado de C-Cubed inclui outros dois lançamentos, em 2023 e 2024, todos produzidos em Porto Real (RJ). A expectativa é por um sedã e outro SUV, de maior porte, provavelmente de dimensões entre Renegade e T-Cross.
O elétrico custa R$ 389.950,
valor 45% superior ao do híbrido plugável. A linha atual da marca sueca fica assim
totalmente concentrada em modelos parcial ou totalmente elétricos. Uma
estratégia diferenciada frente aos concorrentes diretos e indiretos. Só do
elétrico pretende entregar 450 unidades e assim assumiria a liderança desse
nicho de mercado.
Apesar dos 2.118 kg
de massa (500 kg só de baterias), o SUV é bastante ágil. Há um motor em cada
eixo. Juntos entregam 408 cv e nada menos de 67,3 kgf.m de torque. Isso garante
aceleração de 0 a 100 km/h em 4,9 s, de acordo com o fabricante. Alcance
declarado (norma WLTP) é de até 418 km, mas na estrada é difícil de conseguir. Durante
a apresentação no Rio Grande do Sul, depois de rodar em rodovias por cerca de
200 km, restavam só 33% de carga restante.
Em circuito urbano, com
a forte regeneração automática durante as frenagens, o alcance referido é
possível. No tráfego em cidade raramente se usa o pedal de freio. O pacote de
assistência de segurança ao motorista é completo, como todo Volvo. Os faróis de
LED, no entanto, não dispõem de comutação automática alto/baixo como o Jeep
Commander fabricado aqui, por exemplo.
No outro extremo da
escala de preço está o subcompacto chinês JAC e-JS1, elétrico mais barato à
venda por R$ 149.900. O modelo é o primeiro desenvolvido depois que a VW
comprou 50% da empresa chinesa. Seu desenho mostra um hatch de linhas ousadas,
teto alto pintado em cor contrastante à carroceria e apenas 3,65 m de
comprimento. No interior de aspecto minimalista destacam-se tela do multimídia
de 10,25 pol., console amplo (inclui botão para freio de imobilização elétrico,
bom espaço para recarregar o celular por indução) e uma pequena alavanca na
coluna de direção para controlar avanço e ré.
O motor entrega só 62 cv, mas os 15,3 kgf.m de torque garantem agilidade em uso urbano. Suspensões bem firmes e precisão ao volante indicam a “mão” da VW no projeto. A bateria tem apenas 30 kWh e alcance declarado de até 300 km. Essa distância é 50% menor em rodovias. Em estrada, apesar de limitado a 110 km/h, dá para guiar sem sustos. Porém, a sensação de pisar um pouco mais no acelerador para uma ultrapassagem rápida e o motor não responder é desagradável. Porta-malas não carrega estepe (há bolsa com kit de reparo) e oferece apenas 121 litros de capacidade.
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