A oferta de SUVs já é ampla no mercado brasileiro e ficou ainda mais concorrida após dois lançamentos separados por apenas 24 horas. O Jeep Commander, modelo de porte grande de sete lugares, e a segunda geração do compacto Hyundai Creta.
O primeiro foi desenvolvido
no Brasil e utiliza a mesma arquitetura do Renegade, Compass e Fiat Toro. Estilo
lembra o do Compass, mas o novo modelo tem personalidade própria, desenho bem atraente
e vem sempre com teto pintado de preto. A faixa em preto fosco, unindo os
faróis e encobrindo cerca de três quartos da conhecida grade de sete fendas,
pode não agradar a todos. A diferença de porte fica evidenciada nas dimensões
em relação ao Jeep médio: mais 36 cm no comprimento, 4 cm na largura, 5 cm na
altura e 16 cm na distância entre eixos.
O segmento dos SUVs
grandes de sete lugares é heterogêneo. Há arquitetura monobloco (Outlander,
Tiggo 8 e Tiguan Allspace) e também a tradicional de carroceria sobre chassi (Pajero
Sport, SW4 e Trailblazer). O Commander fica muito bem situado na primeira
referência, mantendo tração integral e motores turboflex de 1,33 L, 180 cv
(G)/185 cv (E) ou Diesel, 2 L/170 cv. O primeiro motor é exatamente igual ao do
Compass, o que leva a desempenho inferior em razão do maior peso em ordem de
marcha; o segundo tem a mesma potência do irmão menor e ganhou 3 kgf.m de
torque, imperceptíveis em avaliação no autódromo de Curvelo (MG).
Interior do Commander
o coloca em vantagem em relação aos concorrentes diretos. O acesso aos dois
bancos de trás impressiona pelo ângulo de abertura das portas de 80 graus. Os
dois bancos traseiros são reguláveis em distância e inclinação do encosto. O
banco do motorista é elétrico e, na versão de topo, o do acompanhante também. O
acabamento e os materiais surpreendem pelo capricho e a qualidade. Sistema
multimídia inclui wi-fi com internet a bordo, carregador de celular por indução
e portas USB para cada uma das três fileiras de banco. Segurança ativa inclui AEB
(frenagem emergencial automática), ACC (controle adaptativo de cruzeiro) e
detector de fadiga, entre outros. Há sete airbags de série.
O volume do
porta-malas também se destaca no segmento: 661 litros (cinco lugares) e 233
litros (sete lugares) pelo critério de cálculo indireto (volume de água por software).
Há ainda 31 litros de compartimentos na cabine. Desempenho fora de estrada
mantém o alto nível Jeep. Em uma das provas mais impactantes, no circuito de
teste, o Commander subiu uma escadaria de onze degraus com desenvoltura ímpar.
Estratégia da Jeep é ampliar o segmento SUV de 7-lugares com preços surpreendentes entre R$ 199.990 e R$ 279.990.
Creta aposta no estilo ousado
Bem posicionado entre
os SUVs compactos, o Creta vem liderando no segmento de varejo, ou seja,
excluído o de vendas corporativas, frotistas e locadoras. Nesta segunda geração
o estilo é completamente novo e até controverso. No entanto, se não aparece tão
bem nas fotos, ao vivo o desenho torna-se aceitável, embora faróis, lanternas e
luzes diurnas fujam dos padrões. A grade foi modificada para o mercado
brasileiro e ficou melhor. De perfil agrada. Na traseira, as lanternas seguem o
mesmo arrojo da parte frontal.
A carroceria ganhou 1
cm na largura e no comprimento. Os 2 cm extras no entre-eixos melhoraram o
espaço para pernas no banco traseiro. Altura não mudou. Volume do porta-malas de
422 litros continua muito bom (9 litros a menos que o anterior). As rodas de
16, 17 e 18 pol. de diâmetro, de acordo com a versão, têm desenho arrojado. O teto
solar panorâmico superdimensionado valoriza as mudanças feitas internamente: atmosfera
a bordo ficou bem melhor. A grande tela multimídia de 10,25 pol. fica direcionada
para o motorista. Nas versões de topo há agora freio de imobilização automático
(auto-hold) muito útil no trânsito urbano.
Hyundai continua a
avançar nos equipamentos de segurança. O novo AEB, além de detectar pedestres,
ciclistas e veículos à frente, agora é capaz de frear o Creta, em conversão à
esquerda, caso haja risco de colisão com um veículo em sentido contrário.
Bastante útil também o monitor de tráfego lateral. Câmeras nos retrovisores externos
eliminam pontos cegos ao projetar, no centro do quadro de instrumentos, a
movimentação no entorno: basta acionar a seta. São seis airbags de série.
O sistema de
conectividade Bluelink que permite rastreamento, socorro mecânico e médico em
caso de acidente, entre outros, passa a se integrar às câmeras com visão de 360
graus. A partir do celular com o aplicativo instalado, é possível monitorar o
entorno do veículo de modo remoto e diretamente na tela do aparelho. Recurso
bastante útil em situações ou locais duvidosos.
Os motores são os mesmos: turbo de 1 litro (120 cv) e de aspiração natural de 2 litros (antes 166 cv, agora 167 cv). Motor 1,6 L só na versão básica, da primeira geração, ainda à venda. Na nova geração o câmbio é sempre automático, seis-marchas. Preços: R$ 107.490 a R$ 146.990.
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