Captur Turbo chega por R$ 124.490 a R$ 138.490 [Coluna Fernando Calmon]

Desde o lançamento do Captur, em fevereiro de 2017, a Renault mudou sua postura mercadológica e o primeiro resultado explícito chega com seu modelo 2022. Afinal, o segmento de SUVs compactos aqui conta com 14 concorrentes (se incluídos alguns hatches de fórmula discutível). As mudanças externas se concentraram na parte frontal: grade, faróis (LED total na versão mais cara), para-choque e luzes de rodagem diurna de LED. Novas rodas e lanternas traseiras de LED complementam.

Interior recebeu materiais de qualidade superior, revestimento dos bancos pode ser bitom na versão de topo Iconic, novos volante e porta-objetos. Sistema multimídia (tela de 8 pol.) ganhou pareamento simultâneo de até seis celulares. Há uma conexão USB na frente e duas atrás. Iconic inclui sistema de som Bose, partida remota do motor, monitor de ponto cego e quatro câmeras externas.

Mecanicamente destaca-se o novo motor turbo de 1,33 L. Desenvolvido em colaboração com a Daimler e por enquanto importado, está nos planos da Renault sua produção no Brasil. Aqui se desenvolveu a versão flex: 170 cv (etanol) e 162 cv (gasolina). Torque de 27,5 kgf.m com os dois combustíveis, o maior neste segmento. Câmbio automático CVT de oito marchas (antes, sete) também é novo. O Captur alcançou nota A no Programa Brasileiro de Etiquetagem. São 12 km/l (G) e 8,3 km/l (E), rodoviário; 11,1 km/l (G) e 7,5 km (E), urbano.

Em avaliação por estradas e ruas a diferença de desempenho em relação ao antigo motor aspirado de 1,6 L é mais do que evidente. O incremento em potência e torque oferece respostas imediatas ao acelerador. As trocas de marcha do câmbio CVT, que costumam ser mais lentas, agora incomodam menos. Seleção manual sequencial, apenas na alavanca seletora, praticamente ficou desnecessária para quem busca ultrapassagens rápidas e seguras.

A fábrica informa aceleração de 0 a 100 km/h em 9,2 s (1,7 s melhor que o antigo 2-litros aspirado). Quadro de instrumentos está mais visível e informativo. Em razão da rigidez torcional 12% maior o comportamento em curvas melhorou.

Preços: R$ 124.490 (Zen), 129.490 (Intense) e 138.490 (Iconic).

Falta de semicondutores reduz projeções para 2021

Com base em estudo internacional do Boston Consulting Group a Anfavea estima que até 140.000 unidades deixarão de ser fabricadas este ano apenas em razão da escassez de semicondutores. Os números do primeiro semestre de 2021, no entanto, ainda mostram recuperação sobre 2020 em razão da base comparativa baixa causada pela pandemia: vendas, mais 33%; produção, mais 57% e exportação, mais 67%.

Essa constatação levou a associação dos fabricantes a reduzir um pouco suas projeções para 2021. Diminui de 15% para 13% a recuperação das vendas e de 25% para 22% o avanço na produção em relação ao ano passado. A Fenabrave também rebaixou o crescimento das vendas de 16% para 11,6%. As duas previsões incluem veículos leves e pesados (estes em uma reação vigorosa, porém representam apenas 5% das vendas totais).

A Fenabrave, no entanto, estima que 200.000 unidades adicionais seriam vendidas este ano, se houvesse produção normal. Isso indica fortalecimento do mercado brasileiro de veículos e pessoas procurando voltar a comprar carros, bem além do simples represamento causado pela pandemia. Um bom termômetro: veículos leves usados cresceram 63% no primeiro semestre de 2021 frente a 2020.

 

ALTA RODA

AUDI Q5 SPORTBACK (SUV cupê) combina dimensões externas praticamente iguais ao Q5 com desenho mais atraente pela linha do teto em suave queda. Grade e os dois para-choques dianteiros são novos. Entre os opcionais faróis LED com tecnologia adaptativa Matrix e lanternas traseiras Oled (comprador escolhe uma entre três assinaturas). Novas rodas de 20 pol. também são opcionais. Porta-malas (510 litros) perdeu apenas 10 litros em relação ao Q5. No interior, multimídia agora recebeu tela tátil. Após quase 500 km de teste, o SUV se destacou pelo desempenho e combinação perfeita de motor turbo de 249 cv/37,7 kgf.m e o câmbio automatizado de dupla embreagem, 7-marchas. Tração 4x4 por demanda tem transferência quase instantânea do eixo dianteiro ao traseiro.

MUSTANG MACH 1 é uma série especial numerada que se destaca pelo conjunto muito bem acertado. Atrai logo pelo ronco típico do V-8 de aspiração natural: 483 cv e 56,7 kgf.m. Guiei no autódromo VeloCittà, em Mogi-Guaçu (SP) e na função Pista – uma das sete disponíveis – possibilita explorar melhor a seleção manual das 10 marchas do câmbio automático. Com sete chicanas demarcadas por cones os freios Brembo (dianteiros) e os pneus Michelin Sport 4S foram bastantes exigidos e aprovados. No interior destaca-se o quadro de instrumentos configurável com o conta-giros tradicional transformável numa barra horizontal para leitura mais rápida. Preço: R$ 523.990 (sob encomenda apenas).

Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e  de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).

www.fernandocalmon.com.br

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