Você certamente já ouviu falar em luta contra a balança. As
pessoas desejam manter a forma física ou se adequar à estética atual em que
peso a mais pode significar desleixo ou desinteresse com a saúde.
Da mesma forma a balança é um dos itens de grande
importância no projeto de um automóvel a partir do zero. Isso porque peso e
consumo de combustível estão intimamente ligados. Os números parecem
desprezíveis, mas não são. Para quem costuma carregar ou esquece coisas
desnecessárias no carro, a cada 50 kg o consumo de combustível aumenta em 1%.
Economizar combustível é palavra de ordem no mundo por ser
uma forma de diminuir emissões de gás carbônico (CO2), responsável
por mudanças climáticas. Na Europa há pesadas multas para os fabricantes que
não atingirem as metas impostas a partir de 2021— tal como no Brasil, porém em
prazos mais dilatados.
Para qualquer novo carro são traçados objetivos de projeto de
acordo com o orçamento de engenharia. Como são muitos os parâmetros em
discussão cada fabricante parte de um número. Mas, na média, se aceita que dá
para investir algo como até US$ 500 (R$ 2.500), além do previsto, para cada 100
kg economizados no peso. Se isso se refletir no preço de venda final, haverá
implicações de aceitação mercadológica.
Veja o exemplo do projeto GEM (Mercados Emergentes Globais,
na sigla em inglês) que deu origem aos novos Onix (hatch e sedã) e Tracker. Comparei
a redução de peso, nas versões mais caras. No primeiro caso, a diferença é de
39 kg, mas, no segundo, atinge substanciais 142 kg. Não à toa os dois modelos
alcançaram números excelentes de consumo no Programa de Etiquetagem Veicular,
tornando-se os mais econômicos do Brasil no resultado geral e entre os SUVs. Motores
de quatro cilindros foram substituídos por novos, de três cilindros, mais
leves.
Peso menor também permite até usar freios a tambor atrás, mais
baratos que os a disco. As distâncias de frenagem são boas, mas em longas
descidas e altas cargas pode haver perda de eficiência que a GM afirma ter
compensado tecnicamente. Mas do ponto de vista de marketing já não funciona bem.
Na faixa de preço, principalmente do Tracker, ausência de discos nas rodas
traseiras soa como economia pura e simples.
O projeto de modelos totalmente novos é um quebra-cabeça
orçamentário. Além de segurança passiva e ativa, entram na conta itens de série
ou opcionais de conforto, comodidade e conectividade, sendo este último um dos
que mais atrai o comprador. Obviamente, desempenho também entra na equação,
pois produzir um veículo frugal em consumo de combustível e de baixo desempenho
de nada adianta.
ALTA RODA
AINDA há muita
incerteza sobre como será a volta da produção de veículos, após o fim da
quarentena causada pelo novo coronavírus. Dependerá da decisão de cada Estado.
São Paulo, que concentra maioria das fábricas, só decide no próximo dia 22.
Toyota anunciou que voltará a produzir só em 22 de junho, mas poderá antecipar
de acordo com a reação do mercado.
PLANOS novos de
financiamentos foram anunciados pela FCA em contraponto às dificuldades atuais.
Primeiro para Renegade e Compass, até 5 de maio. Dependendo do valor da entrada
e do prazo, até as primeiras oito parcelas de um financiamento em 36 meses
serão assumidas pela fábrica. Já a Fiat, em promoção que vai a 30 de abril,
adiou o vencimento da primeira parcela para janeiro de 2021.
ALTERNATIVAS criativas
são palavras de ordem em momentos como esse. Outra promoção até o fim deste mês
é da Peugeot para modelos 208, 2008 e 3008. O esquema é de cashback, ou seja, devolução de valores de R$ 3.000, R$ 5.000 e R$
7.000, respectivamente, diretamente na conta bancária do comprador. A primeira
parcela do financiamento só vence em julho.
MODELOS de marcas
premium, como BMW, estão cada vez mais sofisticados e com alta tecnologia. A
marca alemã decidiu abrir para qualquer interessado uma série de 100 filmes
curtos no Youtube, com legendas em português, explicando todos os recursos
disponíveis. Haverá, em breve, também filmes produzidos no Brasil. Endereço: https://bit.ly/2wGLO9G.
COMPONENTE de filtros
de ar, combustível e óleo de motores podem também servir de matéria-prima para
fabricação de máscaras respiratórias N95 (95% de eficiência), para ambientes que
precisam de maior proteção dos profissionais de saúde. Cummins e DuPont, nos
EUA, juntaram forças para industrializar o produto, assim que for homologado
por agência oficial.
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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