Apesar de graves problemas da Covid-19, o mercado de
veículos este ano vai voltar (ver abaixo, em Alta Roda, opinião semelhante da
Fenabrave). Alguns economistas falam ainda no primeiro semestre, outros preveem
só no segundo. Então, está na hora de refletir sobre os lançamentos mais
recentes e como se dará a disputa pela liderança.
Um dos segmentos mais competitivos é o de SUVs compactos. Estreia
do novo Tracker promete acirrar a briga pela preferência dos compradores.
Liderança do Renegade (alcançada em 2019 pela primeira vez) está cada vez mais
apertada pelo T-Cross. Balanço da primeira quinzena deste mês mostra o produto
da VW com apenas 72 unidades vendidas a mais que o da Jeep. Mas, no acumulado
de 2020, este conseguiu liderar por 893 unidades, 7% à frente.
Apresento, então, um comparativo triplo das versões de maior
preço e completas com as exclusividades de cada uma em relação ao produto mais
novo, o Tracker. Neste caso, trata-se de um duelo de excelência para valorizar também
o que está mais próximo dos padrões internacionais.
A começar pelo Chevrolet, que impôs algumas surpresas aos adversários.
Veja seus itens exclusivos:
Conectividade de nível quatro (internet 4G e wi-fi a bordo,
pareamento de dois celulares simultaneamente e até sete conexões por wi-fi,
além de informação de trânsito em tempo real), sistema de concierge remoto
(OnStar), frenagem autônoma de emergência (funciona de 8 a 80 km/h, mas não
detecta pedestre, bicicleta e moto) com aviso anticolisão, alertas de ponto
cego, carregamento de celular por indução (sem fio) e motor mais econômico.
O Jeep defende sua liderança por ser o único com motor Diesel
e mais potente (170 cv), tração 4x4, câmbio automático de nove marchas, sete
airbags, rodas de 19 pol. de diâmetro, freio de estacionamento eletromecânico
(sem função de autoimobilização), ar-condicionado de duas zonas, faróis de
neblina, freios traseiros a disco, monitor de pressão de pneus e tanque de
combustível de 60 litros.
Já o SUV da VW reúne atributos mais numerosos entre série e
opcional: motor turbo com injeção direta e o mais potente entre os flexíveis,
frenagem automática (apenas em pós-colisão), freios a disco nas rodas traseiras,
faróis de neblina, parafusos antifurto nas rodas, quadro de instrumentos
digital, GPS, manual cognitivo, sistema de som premium, saídas de
ar-condicionado para o banco traseiro, borboletas para troca de marchas,
rebatimento elétrico automático dos retrovisores, porta-luvas refrigerado,
encosto rebatível do banco dianteiro do passageiro, iluminação ambiental em LED,
banco do motorista com regulagem lombar e pintura bicolor.
A decisão de quem compra depende de outros vários fatores,
individuais ou associados, como preço-benefício, tamanho do porta-malas, espaço
interno, motor mais econômico ou potente, custo de manutenção e valor de
revenda, só para citar alguns. O Tracker surpreendeu também pelo preço muito
competitivo. Porém, dependendo da versão, o T-Cross destaca-se por oferecer
três primeiras revisões gratuitas e uma cesta de peças mais barata em colisões
de baixa velocidade (padrão Cesvi).
ALTA RODA
FECHAMENTO temporário
das fábricas, em razão do coronavírus, levou ao adiamento da estreia de alguns
modelos importantes previstos para este semestre. Picape Fiat Strada, hatch
Peugeot 208 e SUV compacto VW Nivus terão outras datas, condicionadas ao fim da
quarentena. Ranger Storm, contudo, chega em abril. Ainda há dúvida sobre data
da Amarok mais potente.
EM MEIO ao pessimismo geral sobre os
efeitos da crise econômica, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr.,
procura reverter o desânimo. Ele acredita que o ano de 2020, em termos de
vendas de veículos (incluindo motocicletas), não será negativo. Ainda assim, o crescimento
sobre 2019 ficará muito abaixo dos 9% previstos inicialmente.
VÁRIAS marcas de
produtos importados, entre elas Audi, BMW e Kia, decidiram flexibilizar os
prazos e quilometragens de revisão preconizados, sem afetar a garantia do
produto. Ocorrerá durante o período em que há recomendação para manter os
carros parados ou utilizados apenas em deslocamentos curtos e de urgência.
Seria ideal que todas tomassem a mesma iniciativa.
EFEITOS fortemente
deflacionários começam a surgir. Locadoras baixaram os preços de aluguel de
carros usados por motoristas de aplicativos. Ação deve se estender agora a
seguradoras. Como há movimentação baixíssima no trânsito, a startup Thinkseg,
que cobra tarifas por quilômetro rodado (sistema Pague pelo Uso), resolveu
cortar os preços entre 30% e 40%.
RECOMENDAÇÕES da
Nissan, no momento de higienização interna de veículos com alcoolgel ou
produtos semelhantes, apontam para locais que eventualmente podem ser
esquecidos: botões de regulagem dos espelhos retrovisores, tela do sistema multimídia,
alças de teto e colunas (estas mais comuns em picapes), bancos e descança-braços
nas portas e entre os bancos.
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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