Já fazia cerca de dois anos que o Brasil estava na expectativa pelo novo Renault Duster, desde a renovação do modelo Dacia europeu. Agora, é chegada a hora do Auto REALIDADE contar as primeiras impressões ao conhecer e dirigir a nova geração, na versão topo-de-linha Iconic 1.6 com câmbio automático CVT.
O estilo no geral continua lembrando o Duster anterior, mas um olhar mais demorado logo capta todas as modificações. A integração dos faróis com a grade superior está mais fluida, inclusive com o detalhe interessante de luzes de posição em LED que acompanham a forma da barra central. Sem o pacote Outsider (opcional), ele fica com um estilo mais "clean". Destaque, também, para as rodas de 17 polegadas exclusivas da versão, com face diamantada e fundo preto.
Na lateral, as portas possuem formato similar às do modelo anterior, mas a linha de cintura está mais alta e o para-lama dianteiro recebe uma moldura grossa para acomodar os piscas. As maçanetas passam a ser as dos atuais Kwid/Sandero. E a traseira possui lanternas em formato mais quadrado, ao invés do anterior, vertical. Muitos compararam às do Jeep Renegade, mas com a disposição em forma de cruz, particularmente enxerguei uma semelhança ainda maior com as peças dos primeiros Ford Galaxie.
Mas o Duster 2021 conquista mesmo pelas mudanças em seu interior: pouca coisa lembra a geração antiga. O volante passa a ser o dos novos Sandero/Logan/Stepway, com revestimento de couro e botões para o controlador/limitador automático de velocidade. No canto direito estão fixados os comandos-satélites para o sistema de som.
O quadro de instrumentos volta a ter conta-giros e velocímetro separados e uma tela ao centro, como o Duster 2011-2015. Mas agora o computador de bordo conta com uma tela monocromática com gráficos mais refinados, indicando individualmente a porta aberta e também a temperatura do motor, por exemplo.
A chave, presencial, agora é um cartão e possui visual diferente da do Captur, embora os comandos sejam os mesmos: travamento e destravamento das portas (associado aos comandos de vidros), abertura da tampa do porta-malas e acionamento das luzes. Porém, no Duster o botão de partida fica à direita da coluna de direção, ao invés de ser na parte inferior central do painel como em seu irmão "fashion". Também não há alojamento específico para o cartão, embora o porta-objeto no início do console central o acomode bem.
No canto esquerdo do painel estão os comandos dos retrovisores elétricos e também do monitoramento de veículos em pontos cegos, item inédito na linha Duster e exclusivo da versão Iconic.
A central multimídia é toda nova, com tela de 8 polegadas mais destacada do painel. Conta com layout personalizável em até 5 perfis, além do modo convidado. Vem ainda com espelhamento de tela de celulares através do Android Auto e Apple CarPlay, bem como o Driving Eco², que dá dicas de condução econômica e mostra quão economicamente o motorista dirigiu ao longo de um percurso. Porém, tanta tecnologia destoa do posicionamento muito exposto da entrada USB, no canto direito da própria tela.
Já o ar-condicionado digital é item inédito e disponível a partir da versão Intense. Possui visores incorporados aos botões, ajuste de temperatura de meio em meio grau (entre 17,5°C e 26,5° C), e 8 velocidades de vento.
O acabamento inclui forros de porta dianteiros com partes em tecido e couro, e o painel possui porta-objeto com fundo emborrachado acima do porta-luvas. No mais, segue a simplicidade do plástico rígido, com variações de texturas.
As dimensões externas cresceram ligeiramente. O Duster 2021 passa a ter 4,38 metros de comprimento (4,7 cm mais comprido), 1,83 m de largura (1 centímetro mais largo) e 1,69 metro de altura (1 cm mais alto). A distância entre-eixos foi mantida em 2,67 metros, bem como o porta-malas de 475 litros e o tanque de combustível de 50 litros.
A versão analisada, Iconic, possui seis itens diferenciais em relação à opção Intense: apoio de braço retrátil para o motorista, quatro câmeras Multiview, chave-cartão presencial + partida por botão, faróis com acendimento automático, rodas de liga leve de 17 polegadas e monitoramento de ponto cego. Opcionalmente, pode receber bancos e apoio de braço de couro (R$ 1.700) e o Pack Outsider (R$ 2.300), que inclui protetor do para-choque frontal com faróis auxiliares, alargadores de para-lamas e frisos para portas.
Impressões ao dirigir
Acomodado no banco do motorista, logo noto que a alavanca de freio de mão fica bem alta em relação ao que se baixa para liberá-la inteira. A mudança da assistência da direção (de eletro-hidráulica para elétrica) fez com que o esforço nas manobras diminuísse consideravelmente - 35%, segundo a Renault. Também diminuiu o número de voltas no volante de batente a batente, de 3,28 para 3,10. O reservatório de fluido para a direção foi dispensado, só que o mesmo não se pode dizer do tanquinho de partida a frio, que permanece no novo modelo.
A direção mais suave casou bem com o conjunto de suspensão que transmite conforto ao rodar. Aliás, o Duster ficou com a altura em relação ao solo um pouco mais elevada, passando de 21 para 23,7 centímetros. Outro destaque é o maior silêncio a bordo, resultado de aprimoramentos acústicos no modelo.
O motor 1.6 de 16 válvulas foi mantido no modelo novo. Rende 118 cavalos com gasolina e 120 cv com etanol, com torque igual para ambos os combustíveis de 16,2 kgfm a 4000 rpm. Assim como no Duster anterior, o motor é suficiente para o uso urbano, porém distante do patamar de força disponível em seus rivais turbinados. Ainda assim, com a carroceria ligeiramente mais aerodinâmica (Cx de 0,40), o modelo atual ficou um pouco mais ágil: o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h baixou em 8 décimos de segundo, chegando a 12,4 segundos, e a velocidade máxima passou de 166 km/h para 173 km/h.
O câmbio também permanece o automático continuamente variável X-Tronic CVT, com simulação de 6 marchas e modo sequencial. Existe ainda o modo de condução Eco, que faz com que motor, câmbio e ar-condicionado trabalhem em regimes mais mansos, a fim de economizar combustível.
Conforme dados do Inmetro, também houve discreta melhora no consumo de combustível com gasolina (tanto cidade quanto estrada) e com etanol (na cidade). Com gasolina, os resultados são de 10,7 km/l na cidade (0,5 km/l a mais) e de 11,1 km/l na estrada (0,3 km/l a mais). Quando o tanque está com etanol, os resultados são de 7,2 km/l na cidade (0,1 km/l a mais) e 7,8 km/l na estrada (0,1 km/l a menos).
Versão Zen
Depois da boa impressão deixada pela versão Iconic, fomos conhecer também o Duster Zen, que não teve imagens reveladas de forma oficial pela marca. Havia exemplares com câmbio manual (de 5 marchas e nova manopla), além do automático CVT. Todos contavam com o Pack Techno, que por R$ 3.000 adicionais inclui sistema multimídia, faróis de neblina, controlador/limitador de velocidade e rodas de liga leve de 16 polegadas. No Zen, é possível adquirir o Kit Aventura, que é basicamente o Pack Outsider, só que instalado na concessionária.
Por dentro, percebe-se que o acabamento é bem mais simples, com as portas dianteiras inteiramente em plástico rígido, as maçanetas pretas e o volante em plástico. Já os bancos em tecido contam com costuras aparentes em azul. A chave lembra a anterior de corpo fixo, mas passa a ser do tipo canivete, mantendo dois botões para travamento/destravamento de portas.
Já os comandos do ar-condicionado manual seguem disposição semelhante aos do aparelho digital e automático, com três comandos giratórios.
Tabela de preços
Zen 1.6 Manual: R$ 71.790
Zen 1.6 CVT: R$ 77.790
Intense 1.6 CVT: R$ 83.490
Iconic 1.6 CVT: R$ 87.490
Para mais detalhes de cada versão, clique aqui.
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