No ano passado as vendas de automóveis e comerciais leves
cresceram 7,7% sobre 2018, um pouco abaixo das expectativas. O segmento de
maior expansão (27%) foi o de SUVs compactos, porém os hatches subcompactos e
compactos (incluídas versões “aventureiras”) continuam de longe o mais
importante. Em números absolutos, somaram 1,027 milhão contra 421.000 unidades.
Somados, todos os SUVs venderam 577.000 unidades.
Onix, Prisma e novo Onix ocuparam com grande folga a
liderança absoluta e nos respectivos segmentos. Tudo indica que a tendência é
de crescer ainda, a depender da política de preço que a GM praticar. O Renegade
liderou pela primeira vez entre os SUVs compactos desde seu lançamento em 2015,
mas nos últimos dois meses de 2019 o T-Cross o superou por margem mínima.
Outro SUV da Jeep, o Compass, continua com participação
impressionante de 60%. Trata-se do maior percentual entre os 16 segmentos em
que esta Coluna divide o mercado. Além do preço atraente, muitos dos seus
concorrentes têm preço maior por serem importados.
A segunda e última mudança na classificação foi entre os
sedãs médio-grandes com os BMW Séries 3 e 4 recuperando a liderança. Tiguan
quase desbancou o SW4: a diferença entre os dois foi a menor do ranking, apenas
1 p.p.
Nosso ranking tem base técnica com classificação por
silhuetas. A referência principal é distância entre eixos, além de outros
parâmetros. O enquadramento às vezes implica dúvidas e a escolha, em
pouquíssimos casos, torna-se subjetiva. Base de pesquisa é o Registro Nacional
de Veículos Automotores (Renavam). Citados apenas os modelos mais
representativos (mínimo de três) e em função da importância do segmento. Compilação
de Paulo Garbossa, da consultoria ADK.
Hatch subcompacto: Kwid, 55%; Mobi, 35%; up!, 9%. Kwid
consolidou-se.
Hatch compacto: Onix, 28%; Ka, 12%; HB20, 11%; Gol, 9,4%; Argo,
9,1%; Polo, 8,4%; Sandero, 6%; Fox, 4,4%; Yaris, 4,3%; Uno, 2,3%; Etios, 2,2%. Líder
continua a avançar.
Sedã compacto: Prisma+Onix Plus, 23%; Ka, 12%; Virtus, 11%;
HB20, 9%; Voyage, 7,4%; Yaris, 6,9%; Logan, 6,2%; Cronos, 6%; Versa, 5%; Grand
Siena, 3,7%, City, 3,4%; Etios, 3,1%; Cobalt, 3%. Vantagem tende a ampliar.
Sedã médio-compacto: Corolla, 45%; Civic, 22%; Cruze 14%; Jetta,
9%. Inabalável liderança.
Sedã médio-grande: BMW Série 3/4, 33%; Mercedes Classe C, 31%; Passat,
9%. BMW de volta ao topo.
Sedã grande: BMW Séries 5/6, 38%; Mercedes Classe E/CLS, 26%;
Panamera, 21%. Líder com menos folga.
Sedã de topo: Mercedes Classe S, 51%; BMW Série 7, 42%; Jaguar
XJ, 4%. Mercedes ameaçado.
Cupê esportivo: Mustang, 52%; Camaro, 20%; BMW M2, 14%. Mustang
tranquilo.
Cupê esporte: 718 Boxster/Cayman, 35%; 911 24%; BMW Z4, 23%. Domínio
Porsche.
SUV compacto: Renegade, 16%; Creta, 13,7%; Kicks, 13,3%; HR-V,
12%; T-Cross, 9%. EcoSport, 8%; Captur, 6,8%; Duster, 6,2%. Renegade, novo
líder.
SUV médio-compacto: Compass, 60%; ix35/Tucson, 9%; RAV4, 4%. Imbatível
Compass.
SUV médio-grande: SW4, 30%; Tiguan, 29%; Equinox, 10%. SW4 sob
ameaça.
SUV grande: Trailblazer, 33%; Volvo XC90, 10%; Range Rover
Velar, 8%. Líder tranquilo.
Monovolume: Fit/WR-V, 53%; Spin, 41%; C3 Aircross, 4%. Firme o Fit.
Picape pequena: Strada, 53%; Saveiro, 29%; Oroch, 9%. Strada
como sempre.
Picape média: Toro, 33%; Hilux, 20%; S10, 16%. Liderança mantida.
ALTA RODA
Peugeot vai ousar nas ações de marketing com carros de
teste. Pela primeira vez, quem deixar um SUV de qualquer marca na
concessionária participante poderá usar por 24 horas um 2008 THP, topo de linha.
Unidades de teste de outras marcas só ficam disponíveis por percursos limitados
e com acompanhamento (não dá para levar e devolver no dia seguinte). É preciso
agendar no site da marca.
Locadoras respondem hoje por metade das chamadas vendas
diretas, ou seja, 22% dos 44% que representam a comercialização por meio de
faturamento direto da fabricante para empresas (com CNPJ) ou PCD e taxistas (com
CPF). Cada marca tem sua política de maior ou menor desconto para microempresas.
Depende ainda do momento de mercado e do modelo, mas concessionárias disputam
clientes como no varejo tradicional.
Corolla GLi atrai pela boa relação preço-benefício. Bancos
mesclam couro e tecido, porém ar-condicionado não é digital. Suspensão ficou
melhor e o câmbio CVT responde bem ao tirar o carro da inércia. Novo motor 2-litros
destaca-se pelos 177 cv e ótimo torque. Como ficou mais econômico compensou em
parte o tanque de combustível menor. Este é 17% menor que o anterior (perdeu 10
litros), contudo a autonomia caiu só 8% em estrada.
RESSALVA: Aston Martin tem 107 anos de vida (fundada em
1913) e não 197. Na coluna da semana passada houve erro de digitação.
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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