Desde que chegou ao Brasil, no ano de 2012, o Audi Q3 passou a ser um dos produtos mais importantes para a marca em nosso mercado, juntamente com o A3 Sedan. Tanto é que não demorou para ambos serem fabricados nacionalmente, em São José dos Pinhais (PR). Recebeu uma leve reestilização em 2015, mas chegaram rivais mais tecnológicos, como BMW X1 e Jaguar E-Pace, que tornaram o Q3 obsoleto. Portanto, a mudança de geração do SUV da Audi chega ao nosso mercado em boa hora.
Por fora é evidente que as linhas do novo Q3 estão mais modernas, com algumas inspirações no Q8, o utilitário que é o atual "flagship" da marca. De frente, o destaque vai para a ampla grade octogonal e para os faróis full LEDs com ajuste de altura automático em formato côncavo, bem diferente das peças anteriores, trapezoidais.
A lateral possui vincos mais destacados (especialmente na traseira). Nesta versão, a Black, há detalhes em preto nas capas dos retrovisores, moldura da grade, frisos inferiores das portas e longarinas de teto. A nova geração possui 4,48 metros de comprimento e 1,85 m de largura – sendo 9,7 centímetros mais longo e 2,5 cm mais largo que a geração anterior. Sua distância entre-eixos foi alongada em 7,7 centímetros, passando a 2,68 metros.
A traseira mantém as lanternas em disposição horizontal (com setas dinâmicas) e a placa de licença colocada no para-choque, mas a tampa, quando levantada, leva agora somente parte das lanternas. Outra novidade diz respeito à própria tampa: ela continua com o acionamento elétrico, mas agora pode ser aberta com um gesto com o pé, similar a um chute, por baixo do para-choque.
O ponto mais evidente de mudanças em relação ao Q3 anterior está em seu interior, onde quase nada lembra o antecessor. As linhas do painel estão mais modernas e horizontais. O quadro de instrumentos, antes analógico com uma pequena tela monocromática central para o computador de bordo, passa a ter tela de 10,25 polegadas digital e configurável em todas as versões, sendo que a partir da versão Prestige Plus ele passa a ter o modo de exibição dinâmico. O layout, parecido com o do Audi Q8, também pode assumir conta-giros e velocímetros maiores, como se fossem analógicos, através do botão View no volante.
Falando nele, cabe destacar a ótima empunhadura, o ajuste em altura/profundidade e a base achatada. Além disso, na parte esquerda da coluna estão os comandos do controlador de velocidade adaptativo.
O velho botão giratório de faróis não teve vez no novo Q3: três botões cumprem os papéis de ligar os faróis principais e as luzes de neblinas dianteiras e traseiras. Mas foi mantida a tradição do porta-objeto tampado e com forração em veludo na parte esquerda do painel.
Ao centro do painel, que é voltado em 10 graus para o motorista, o destaque é o sistema multimídia MMI com tela sensível ao toque de 8,8 polegadas, que substitui o sistema anterior de tela escamoteável manualmente e operada por botões físicos ao centro do painel. O layout é parecido com o do Q8 e inclui espelhamento de tela de celulares através do Android Auto e Apple CarPlay (única maneira de usar GPS no carro) e a imagem da câmera de ré. Além disso, agora há nada menos que 4 entradas USB, duas na parte frontal do console e mais duas voltadas para os ocupantes traseiros.
Os comandos do ar-condicionado automático digital de duas zonas passam a ser os mesmos do A3, com botões menores e mais agrupados. Foram mantidas as duas saídas de ar traseiras.
A fileira de botões no painel está em nova disposição, ao estilo "teclado de piano". Por lá está o acesso ao seletor de modos de condução, assistente semi-automático de estacionamento, ativação/inibição dos bipes dos sensores nos para-choques e, agora, controlador de velocidade de descida. Porém o Start-Stop, alvo de reclamações de parte da clientela, não está mais presente.
O acabamento de um modo geral manteve o patamar, com algumas melhorias com a inserção de Alcantara em parte dos bancos e em frisos internos. O Q3 mantém a porção superior do painel e das portas em material macio ao toque, além de veludo no porta-luvas e no porta-objetos tampado do lado esquerdo do painel, e porta-objetos no console também emborrachados.
A lista de equipamentos inclui assistente de partida em ladeiras, chave presencial com partida do motor por botão, teto solar elétrico panorâmico Open Sky e luzes internas com 30 opções de cores. Opcionalmente, está disponível o pacote ACC Stop&Go, que contempla controle de cruzeiro adaptativo, com função de assistência em congestionamento (traffic jam assist), e o Audi pre sense dianteiro, que detecta iminência de colisão com pedestres, ciclistas e outros veículos usando o radar, e inicia uma frenagem de emergência caso necessário.
As maçanetas são um detalhe de estilo bem interessante, e são até ergonômicas, a despeito da disposição pouco usual. Elas formam uma continuação com o friso prateado aplicado às portas.
Na frente, os bancos dianteiros possuem ajustes elétricos (inclusive lombar). Atrás, os bancos são corrediços em todas as versões, correndo até 15 centímetros. Os passageiros do banco de trás contam com descansa-braço central que acomoda dois porta-copos e pequenos nichos abertos nas laterais dos assentos. Os encostos, reclináveis, são divididos na proporção 40:20:40.
O crescimento da carroceria do Q3 beneficiou também o porta-malas, que cresceu de 460 para 530 litros; Com os bancos traseiros na posição mais vertical e para a frente possível, o espaço para bagagens passa para 675 litros. E com os encostos rebatidos, o volume chega a 1525 litros. O assoalho do porta-malas pode ser ajustado em dois níveis. Abaixo, há um estepe temporário (pneu 145/85 com roda aro 18).
Todas as versões importadas trazem o motor 1.4 de quatro cilindros com injeção direta e turbocompressor, que entrega 150 cavalos e 25,5 kgfm de torque. É basicamente o mesmo "250 TSI" da Volkswagen, só que no novo Q3 aceita apenas gasolina - retrocesso, portanto, em relação à própria geração passada do Q3, que tinha motor 1.4 flex.
A Audi manteve também o câmbio automatizado de dupla embreagem S tronic, com seis marchas. E os cinco modos de condução disponíveis no Audi Drive Select influenciam a resposta do acelerador, de esterçamento e características das mudanças de marcha.
A Audi manteve também o câmbio automatizado de dupla embreagem S tronic, com seis marchas. E os cinco modos de condução disponíveis no Audi Drive Select influenciam a resposta do acelerador, de esterçamento e características das mudanças de marcha.
De cara é possível perceber a leveza da direção do Q3 nas manobras, que vai dando lugar ao enrijecimento assim que a velocidade aumenta. A posição de dirigir é sensivelmente mais elevada e adequada ao segmento. O motor só se manifesta mais quando está selecionado um modo esportivo de condução ou o câmbio está em modo sequencial.
Já havia dirigido alguns carros da Volkswagen com basicamente este mesmo motor 1.4, como o Jetta R-Line e o T-Cross Highline. Porém, enquanto estes modelos recorrem ao câmbio automático (com conversor de torque) Tiptronic, o Q3 conserva a transmissão S tronic, de dupla embreagem e também com seis marchas. Ele faz as trocas rapidamente, o que faz a diferença para quem está a fim de uma tocada mais esportiva.
O Q3 surpreende na entrega de força a partir de baixas rotações, e também faz curvas muito bem. Porém, o conjunto de suspensão repassa solavancos aos ocupantes além do desejável, certamente um reflexo da combinação de rodas de 19 polegadas com o asfalto ruim (e que tende a piorar com as chuvas desta estação).
Disponível nas lojas no Brasil desde fevereiro, o Q3 está disponível em três versões: Prestige, a partir de R$ 179.990, Prestige Plus, a partir de R$ 189.990, e Black, a partir de R$ 209.990. São nove cores externas à disposição: Branco Ibis, Prata Florete, Cinza Cronos, Preto Mito, Cinza Nano, Branco Geleira, Azul Cosmos, Vermelho Tango e o Laranja Pulse do carro das fotos.
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