Texto e fotos | Júlio Max, de Teresina - PI
Colaborou nesta matéria | Herman Lima, do Show Cars Elite
Quando a gente se propõe a falar sobre carros, precisa dirigir todos os modelos que entregam nas nossas mãos - isso ajuda a entender melhor a evolução dos automóveis ao longo dos tempos e estabelecer parâmetros mais justos. Em dezembro de 2019, tive minha primeira experiência ao volante de um Volkswagen Fusca - no caso um modelo 1300 ano 1981, o "Zero10" que é um dos mascotes do @showcarsthe, e atualmente em fase de repintura. Agora, a experiência foi com um 1300L, um pouquinho mais antigo - ano 1978 - e bem mais original.
O 1300L trazia detalhes de acabamento mais requintados que o 1300 básico. Por fora, havia diversos detalhes cromados, como frisos laterais, retrovisor, calotas centrais, para-choques e saídas de escapamento. Pode-se inclusive dizer com tranquilidade que os materiais que revestem o teto, os para-sóis e os forros de porta dessa versão são de melhor qualidade do que muito carro de 2020.
O Fusca teve aprimoramentos praticamente ano a ano no Brasil, e em 1978, o interruptor do pisca-alerta passou a ficar na coluna de direção. Além disso, passou a haver uma chave única para portas, capô e ignição.
Instrumentos? Só os essenciais: o velocímetro, com escala até 140 km/h, trazia hodômetro e pequenas luzes-espia. Mais para a direita estava o marcador de combustível (que não costumava ser muito confiável). O carona contava com uma alça fixa sobre o porta-luvas e a famosa alça na coluna central, que ficou conhecida como PQP.
Instrumentos? Só os essenciais: o velocímetro, com escala até 140 km/h, trazia hodômetro e pequenas luzes-espia. Mais para a direita estava o marcador de combustível (que não costumava ser muito confiável). O carona contava com uma alça fixa sobre o porta-luvas e a famosa alça na coluna central, que ficou conhecida como PQP.
Diferentemente do Fusca que já tinha dirigido - com um volante bastante reduzido - este 1300L trazia o volante original, liso, mas com algumas ranhuras no aro para acomodar os dedos. e tão grande que chegava a roçar nas coxas (e olha que sou magro...). Ele pega de primeira - ainda bem, pois dias antes a bateria tinha pregado suas peças e a chave da partida tinha ficado presa no tambor de ignição. Bastam alguns metros para se acostumar com o curso dos pedais fixados ao chão e também ao curso da alavanca de câmbio de 4 marchas, que se caracteriza por engates duros (e não muito precisos). Já a direção não é pesada nem em baixas velocidades, mesmo sendo mecânica.
O Fusca 1300 tem um ritmo próprio dele, para ser guiado sem pressa. Até porque os conjuntos de suspensão e chassi fazem o besouro quicar nas curvas e imperfeições do piso, ainda mais com os finos pneus com as especificações de época (165/60).
O motor a ar, de 1285 centímetros cúbicos, tinha rendimento modesto mesmo em 1978: 46 cavalos (SAE) e torque de 9,1 kgfm. Mas a confiabilidade mecânica era muito valorizada naqueles tempos. Apesar dos freios serem a tambor nas 4 rodas, até que cumprem bem seu papel.
O espaço pra quem senta à frente até que é bom, embora o banco do passageiro dianteiro tivesse um ponto em comum nos dois Fuscas - estava um pouco solto. Este modelo 1978 não contava com retrovisor externo do lado direito, o que exige atenção ainda maior ao espelho central, mas os cintos na dianteira já eram de três pontos. Para melhorar a ventilação interna, haviam os quebra-ventos na parte dianteira. Neste modelo 1300L, os passageiros de trás contavam com pequenos cinzeiros nas laterais. Ele também trazia o "chiqueirinho", que tinha como propósito inicial ser um porta-mala complementar ao dianteiro, mas acabou sendo usado como local de brincadeiras pelas crianças.
O Fusca "Zero10" ano 1981
O "Zero10", que é o outro Fusca 1300 em que andei no apagar das luzes de 2019, estava um pouco "fora do regulamento", mas está atualmente em processo de repintura e revitalização, em que várias peças serão substituídas pelas originais. Por fora, a pintura bege estava visivelmente desbotada e algumas peças estavam com trincas e ferrugem. Entre as modificações externas estão as rodas de 15 polegadas do Polo Sportline (notadamente mais largas que as originais), faróis de milha, retrovisor direito e lentes fumês nos piscas e lanternas.
O volante de diâmetro bem reduzido faz até motoristas iniciados com o carro esbarrarem em alguma alavanca da coluna de direção. Ele tem rádio Kenwood, ventilador portátil, suporte de celular e bancos em veludo, mas o resto segue o interior do Fusca original.
Nele, engatar a marcha corretamente é um pouco complicado, ainda mais porque o curso da alavanca é pouco ergonômico e é preciso força no pé esquerdo para acionar a embreagem. Este besouro também não corre muito, e tentar fazê-lo é contraindicado - por razões já mencionadas mais acima. No trânsito dos dias de hoje, prepare-se para lidar com motoristas pouco pacientes.
Por outro lado, o Fusca atrai muitos olhares de pessoas de todas as idades - e ainda tem características que o tornam imbatível para circular em certas regiões, onde a tração traseira e a altura em relação ao solo de 15,2 centímetros fazem a diferença.
Vem conferir a Galeria de Fotos do VW Fusca 1300L 1978!
O Fusca 1300 tem um ritmo próprio dele, para ser guiado sem pressa. Até porque os conjuntos de suspensão e chassi fazem o besouro quicar nas curvas e imperfeições do piso, ainda mais com os finos pneus com as especificações de época (165/60).
O motor a ar, de 1285 centímetros cúbicos, tinha rendimento modesto mesmo em 1978: 46 cavalos (SAE) e torque de 9,1 kgfm. Mas a confiabilidade mecânica era muito valorizada naqueles tempos. Apesar dos freios serem a tambor nas 4 rodas, até que cumprem bem seu papel.
O espaço pra quem senta à frente até que é bom, embora o banco do passageiro dianteiro tivesse um ponto em comum nos dois Fuscas - estava um pouco solto. Este modelo 1978 não contava com retrovisor externo do lado direito, o que exige atenção ainda maior ao espelho central, mas os cintos na dianteira já eram de três pontos. Para melhorar a ventilação interna, haviam os quebra-ventos na parte dianteira. Neste modelo 1300L, os passageiros de trás contavam com pequenos cinzeiros nas laterais. Ele também trazia o "chiqueirinho", que tinha como propósito inicial ser um porta-mala complementar ao dianteiro, mas acabou sendo usado como local de brincadeiras pelas crianças.
O Fusca "Zero10" ano 1981
O "Zero10", que é o outro Fusca 1300 em que andei no apagar das luzes de 2019, estava um pouco "fora do regulamento", mas está atualmente em processo de repintura e revitalização, em que várias peças serão substituídas pelas originais. Por fora, a pintura bege estava visivelmente desbotada e algumas peças estavam com trincas e ferrugem. Entre as modificações externas estão as rodas de 15 polegadas do Polo Sportline (notadamente mais largas que as originais), faróis de milha, retrovisor direito e lentes fumês nos piscas e lanternas.
O volante de diâmetro bem reduzido faz até motoristas iniciados com o carro esbarrarem em alguma alavanca da coluna de direção. Ele tem rádio Kenwood, ventilador portátil, suporte de celular e bancos em veludo, mas o resto segue o interior do Fusca original.
Nele, engatar a marcha corretamente é um pouco complicado, ainda mais porque o curso da alavanca é pouco ergonômico e é preciso força no pé esquerdo para acionar a embreagem. Este besouro também não corre muito, e tentar fazê-lo é contraindicado - por razões já mencionadas mais acima. No trânsito dos dias de hoje, prepare-se para lidar com motoristas pouco pacientes.
Por outro lado, o Fusca atrai muitos olhares de pessoas de todas as idades - e ainda tem características que o tornam imbatível para circular em certas regiões, onde a tração traseira e a altura em relação ao solo de 15,2 centímetros fazem a diferença.
Vem conferir a Galeria de Fotos do VW Fusca 1300L 1978!
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