O ano de 2019 foi muito bom para a indústria automobilística
brasileira, mas poderia ter sido melhor. O mês de dezembro, por exemplo, alcançou
a melhor média diária de vendas em seis anos, com 13.173 unidades. Isso ajudou
a baixar o estoque total nas fábricas e concessionárias de 38 dias em novembro
para 33 dias em dezembro, ligeiramente abaixo da média considerada normal de 35
dias. No entanto, as previsões iniciais para 2019 eram de crescimento entre 11
e 12% e acabou fechando em 8,6%.
As 2.787.850 unidades de veículos leves e pesados vendidas
em 2019 foram suficientes para o Brasil subir de oitavo para sexto lugar entre
os mercados mundiais. Porém ainda distante dos 3,8 milhões de 2012, quando o
País foi o quarto maior do mundo. Produção total foi prejudicada pela queda das
exportações, basicamente em razão da Argentina. Crescimento foi de apenas 2,3%
sobre 2018 para 2,94 milhões de veículos.
Não houve mudanças na posição das 10 principais marcas.
Chevrolet (18%), VW (16,3%), Fiat (13,4%), Renault (9,5%), Toyota (8,5%), Ford
(7,6%), Hyundai (7,5%), Jeep (4,6%), Honda (4,5%) e Nissan (3,9%). Os SUVs
desbancaram pela primeira vez os sedãs na preferência dos compradores, ficando
apenas atrás dos hatches. Os motores de 1 litro, graças às versões com
turbocompressor, subiram sua participação para 39%, a maior dos últimos oito
anos.
O que esperar de 2020? Tradicionalmente, Fenabrave e Anfavea
fazem suas previsões logo no começo de janeiro. Ambas confiam no crescimento da
economia duas vezes maior, inflação controlada, oferta de crédito em ascensão,
financiamentos com juros menores, consumidor mais confiante e nível de emprego
em leve recuperação.
Em geral, a entidade das concessionárias é mais conservadora
nas projeções, porém para este ano estimou aumento nas vendas de automóveis e
veículos comerciais leves e pesados de 9,6%. A Anfavea espera números
fracionalmente menores com o mercado interno 9,4% maior que 2019 e 3,050
milhões de unidades vendidas.
No primeiro grupo enquadram-se SUV compacto com linhas de
cupê VW Nivus, SUVs médios Ford Territory e Escape, hatch compacto Kia Rio,
picape média Jeep Gladiator, SUV médio Chevrolet (ainda sem nome), SUV
crossover Citroën C5 Aircross, Porsche Taycan, SUV clássico Land Rover Defender
e da Chery SUV de sete lugares Tiggo 8, sedã médio Arrizo 6 e SUV de luxo Exeed.
Mudanças de gerações também serão numerosas como hatch compacto Peugeot 208,
SUV compacto Chevrolet Tracker, Honda Fit, sedã compacto Nissan Versa, picape
compacta Fiat Strada e SUVs compactos Audi Q3 e Mercedes-Benz GLA.
Entre as versões inéditas estarão Polo e Virtus GTS, Onix
hatch RS e picape média Amarok de 258 cv. Das atualizações de ano-modelo
destaques para SUV compacto Renault Duster e talvez o subcompacto Kwid, picape
média Chevrolet S10 e SUV médio-grande Trailblazer.
ALTA RODA
PICAPES pesadas,
até agora, dependiam de oferta superlimitada e restrita à marca Ram, da FCA.
Mas, o grupo ítalo-americano vai importar no segundo semestre a nova 1500, bem
maior que as picapes médias atuais (em média meio metro mais comprida). Rivais diretas
Ford F-150 (esta já em pré-venda na Argentina) e Chevrolet Silverado também
poderão chegar ao Brasil.
VANTAGEM da Ram
1500 é que não exigirá Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de profissional,
além do preço um pouco menor. No caso da Ram 2500, antes importada a
conta-gotas, sempre se tornou um limitador de vendas seu peso bruto total de 4.500
kg. Isso obriga a portar a mesma CNH de motorista de caminhão, que poucos estão
dispostos a obter.
PEUGEOT 2008 turbo, com câmbio automático de
seis marchas, destaca-se por acelerações bem rápidas e o prazer proporcionado pelo
volante de menor diâmetro entre os SUVs compactos. Interior bem acabado e
iluminado por teto solar panorâmico também agradam, além de numerosos itens de
série e seis airbags. Espaço no banco traseiro é o seu ponto fraco.
MAIS um golpe de
frentistas de postos. Quando pedem para verificar nível do óleo, aproveitam
para abrir a tampa do vaso expansor do sistema de arrefecimento. Isso leva a
uma leitura errada do nível do fluido (água destilada e etilenoglicol) e
aproveitam para vender “reposição” por até R$ 100. Para checar o nível, não precisa
abrir a tampa. Reclame e não volte a este posto.
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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