A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou hoje os números do fechamento de 2019, terceiro ano consecutivo de recuperação nos volumes de vendas e produção. A entidade divulgou também suas projeções para 2020, com moderado otimismo em relação ao desempenho da indústria automobilística.
O ano fechou com recorde de licenciamentos de automóveis no último mês (262,6 mil unidades), melhor resultado mensal desde os 370 mil de dezembro de 2014. Foi também a melhor média diária de vendas em seis anos, com 13.173 unidades. O líder de mercado foi o Chevrolet Onix: o hatch acumulou de janeiro a dezembro 241,2 mil unidades vendidas – 14,6% a mais que em 2018.
Com essa forte reação no segundo semestre, o Brasil fechou o ano com 2,57 milhões de automóveis licenciados, o que deve levar o país a saltar da 8ª para a 6ª posição no ranking global, superando França e Reino Unido. Os números de fechamento dos outros países ainda são provisórios, mas tudo indica que o Brasil só ficará atrás de mercados como China, EUA, Japão, Alemanha e Índia.
O licenciamento de automóveis em 2019 registrou aumento de 8,6% em relação a 2018. Com isso, o mercado interno foi o grande responsável pelo crescimento de 2,3% na produção acumulada do ano, apesar da baixa de 31,9% nas exportações provocada pela aguda crise argentina. “Devemos comemorar esses números, que mostram uma consistente recuperação do setor pelo terceiro ano consecutivo”, afirmou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
O segmento de caminhões foi o principal destaque positivo, com alta de 33,2% nos emplacamentos e de 7,5% na produção. Os ônibus também apresentaram forte recuperação - crescimento de 38,8%. Já o setor de máquinas agrícolas e rodoviárias teve recuo de 8,4% nas vendas e de 19,1% na produção, com alta de 1,5% nas exportações.
A Anfavea também apresentou suas estimativas para o setor neste ano de 2020. A entidade prevê aumento de 9,4% no licenciamento de automóveis, índice maior que o de 2019, e mais relevante ainda dada a maior base de comparação do ano anterior. “Todos os indicadores da economia brasileira apontam para um ano de recuperação mais robusta: alta de 2,5% no PIB em 2020, inflação controlada, emprego em leve recuperação, juros mais baixos e maior confiança do consumidor”, justifica Luiz Carlos Moraes.
Com esse aquecimento do mercado interno, a indústria automobilística espera produzir 7,3% mais veículos que em 2019, mesmo com uma retração nas exportações estimada em 11%. Para o setor de máquinas, a Anfavea projeta crescimento de 5,4% na produção e de 2,9% nas vendas.
“São números mais animadores que os do ano passado, mas ainda insuficientes para que retomemos os picos de vendas e produção verificados um pouco antes da grave crise de 2014 a 2016. O Brasil está no sentido correto das reformas estruturais e do saneamento da máquina pública, mas precisa ser ainda mais ambicioso no sentido de avançar nas reformas e privatizações, e sobretudo no ataque ao Custo Brasil. Só teremos uma recuperação duradoura quando o país eliminar os gargalos tributários, logísticos e burocráticos que prejudicam toda a indústria”, concluiu o presidente da Anfavea.
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