A Ford até que foi rápida quando começou a oferecer híbridos
no mercado mundial. Mas estava atrás de outros fabricantes no tocante a modelos
100% elétricos. Agora descontou a diferença com o novo Mustang Mach-E que acaba
de ser apresentado em Los Angeles, na Califórnia.
Mustang é uma marca icônica de cupês de alto desempenho. O
modelo vendeu nada menos de 113.000 unidades no mundo em 2018, das quais 76.000
nos EUA. Aliar essa grife a um SUV cupê, e elétrico, pode configurar algo
chocante. Porém a fabricante sabe que aquele cupê não é o único automóvel na
garagem do comprador. O segundo modelo certamente é um SUV e a empresa confia
em atrair interessados em sua própria marca e aquelas dos concorrentes.
Suas pesquisas apontam os principais receios de potenciais clientes:
64% acham que há poucas estações de recarga; 59% que o alcance é insuficiente;
51% apontam o longo tempo de recarga; 43% preocupam-se com escassez de oficinas
especializadas. A Ford afirma ter atacado todos esses pontos. Até 2025 espera que
8% dos modelos novos nos EUA, 15% na Europa e 14% na China sejam elétricos somados
aos híbridos plugáveis em tomada. Não fez estimativas para o resto do mundo.
Mach-E só estreia nos EUA daqui a um ano, fabricado no
México e na China e previsão de 50.000 unidades/ano. Terá uma gama de cinco
opções lançadas em etapas, com tração nas rodas traseiras ou 4x4, potências
entre 258 e 465 cv, alcance de 370 a 480 km e preços de US$ 44.000 a 60.000 (R$
180.000 a 250.000, conversão direta). Preços atraentes, dependendo dos
equipamentos incluídos. Importação para o Brasil considerada certa.
Mede 4,72 m de comprimento e 1,88 m de largura, dimensões
equivalentes às de um Porsche Macan. Visto ao vivo o estilo é bem atraente com
teto pintado de preto que realça as linhas de cupê e uma traseira bem-resolvida.
A “grade” das versões de menor preço já não atrai tanto, à exceção da versão GT
mais elaborada e com iluminação de LED do perfil do famoso cavalo selvagem galopante.
Maçanetas externas são embutidas com comando elétrico por um discreto botão ou
destravamento automático via aplicativo de celular.
Internamente a tela atrás do volante tem desenho retangular,
de pequenas dimensões e apenas com informações básicas. Em compensação há um
verdadeiro e estiloso monitor vertical, de 15,5 polegadas, multifunção, alta
conectividade e tecnologia de ponta de autoaprendizado. Espaço interno é muito
bom, inclusive para quem vai atrás e também colocação de objetos em nichos
espaçosos. Como ainda está em nível de protótipo, a versão GT tinha o interior inacessível
no dia da apresentação mundial, mas promete se destacar nesse quesito. Porta-malas traseiro, mesmo sem estepe, não é dos maiores,
mas há um segundo na parte dianteira.
Também não foi possível dirigir o carro, apenas acompanhar
um piloto da Ford ao volante. Além de acelerações bastante convincentes, a
prova de zigue-zague entre cones na pista não deixa dúvidas sobre o
comportamento ágil e seguro de todo carro elétrico com baterias no assoalho.
Mustang tornou-se um nome tão forte que não seria surpresa
transformar-se em marca independente no futuro.
ALTA RODA
ONZE modelos e
versões a GM prometeu lançar em 2019. Até agora foram oito e na próxima semana
o nono, Onix hatch, de nova geração. Em dezembro duas versões do Equinox: Midnight
e outra (a Coluna antecipa) de preço menor, motor turbo de 1,5 litro. Quanto ao
novo Spin, no final de 2020, vai evoluir de minivan a crossover de 5 e 7
lugares, levemente inspirado nas linhas do elétrico Bolt.
DEPOIS de vários
anos estagnados na faixa de 35% de participação, os motores de 1 litro começaram
a avançar de novo na preferência dos compradores graças às versões de três
cilindros com turbocompressor. Em setembro e outubro últimos subiram para 40%.
Com lançamentos atuais e os próximos podem chegar a 45% em 2020. Em 2001
representavam 70% das vendas.
BMW Z4 M40i é um roadster (conversível de
dois lugares) que carrega tradição e ao mesmo um conjunto mecânico bem acima da
média. Nenhum motorista fica indiferente ao ronco do motor turbo, 6-cilindros
em linha de 340 cv e nada menos de 51 kgfm. Comportamento em curvas passa total
segurança e os bancos são perfeitos. Ótima vedação da capota de lona.
NOTÍCIAS da
Argentina indicam que o SUV médio da VW (na faixa do Compass, Tucson, RAV4, CR-V
e outros) ficou mesmo para 2021. Só que não se chamará nem Tarek e nem Tharu:
nome por decidir. A picape concorrente da Toro, nome provisório “Tarok”, chega só em 2022. A empresa (ainda) não
confirma que produção será no país vizinho. Mas será.
AÇÃO inédita da
Peugeot oferece até o fim deste mês carros usados, adquiridos nas
concessionárias, com garantia de fábrica por um ano. Atualmente, o prazo usual para
modelos usados é de três meses e o vendedor assume a garantia. Iniciativa vale
para veículos a partir do ano-modelo 2015 e no máximo 80.000 km rodados. A
marca busca imagem de maior confiabilidade.
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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