Avaliação: Fiat Argo 1.3 Trekking roda com suavidade e vem bem equipado


Fotos, vídeo, edição e texto | Júlio Max, de Teresina - Piauí
Agradecimentos | Assessoria de Imprensa Fiat-Chrysler Automobiles

As versões aventureiras de hatches compactos, 15 anos atrás, começavam a pipocar no mercado brasileiro. O precursor deste modismo foi o Volkswagen CrossFox em 2005, seguido por versões que na verdade eram kits oferecidos nas concessionárias, como Fiesta Trail e Celta Off-Road. Hoje, quase todas as montadoras dispõem de uma ou várias opções de hatches com visual fora-de-estrada. A Fiat, que já tinha o Uno e o Mobi em versões Way, esperou quase dois anos mas enfim pôs no mercado o Argo aventureiro, batizado Trekking. Será que as mudanças promovidas nesta versão realmente fazem a diferença em um uso mais aventureiro? É o que o Auto REALIDADE conta pra você agora!


O visual do Argo Trekking 1.3 é interessante, agrupando elementos que já existiam em outras versões, além de detalhes inéditos. De frente, os faróis trazem luzes de posição em LED que só estavam disponíveis nos modelos 1.8. O capô recebe um adesivo preto-fosco, que lembra modelos da Jeep. Teto e capas dos retrovisores (com piscas embutidos) contam com pintura preta, que combina com os logotipos escurecidos. No teto, as barras longitudinais trazem ganchos para apoiar barras transversais de teto, vendidas como acessório nas concessionárias.


Na lateral, as molduras em torno dos para-lamas, saias e aplique traseiro foram transplantados do Argo HGT e casaram bem com o estilo aventureiro. As rodas de liga leve de 15 polegadas (opcionais) já existiam no Argo Precision, porém os pneus de uso misto 205/60 são exclusivos da versão Trekking.



Atrás, o Argo Trekking traz aerofólio pintado de preto e adesivos na tampa traseira que identificam a versão, assim como nas laterais. O para-choque traseiro acomoda os sensores de ré e, opcionalmente, a câmera traseira. A ponteira de escape é como a do Argo HGT, mas escurecida.


Por dentro, o Argo Trekking conta com ambientação toda preta. Parece simples, mas além do forro, é preciso mudar colunas, base plástica do retrovisor interno, alças de teto, botões de iluminação e para-sóis. É um recurso estético interessante, mas à noite, o ambiente parece escuro demais sem a iluminação central-traseira. Já os bancos de tecido contam com bordado diferenciado e costuras laranjas. A densidade torna o assento confortável, mas as abas laterais são pouco pronunciadas.


O volante proporciona boa ergonomia e traz material agradável para as mãos. Conta com os botões de computador de bordo, telefone e, atrás dos dois raios, os atalhos para operação do som: à esquerda se altera a estação/faixa, e à direita se ajusta o volume. Nesta versão, a coluna de direção ajusta em altura e não deixa o volante despencar.


O quadro de instrumentos é idêntico ao das versões Drive. Bem legível, traz velocímetro à esquerda, ladeado pelo indicador da temperatura do motor, e conta-giros à direita, com a informação do nível de combustível. Ao centro fica a tela de 3,5 polegadas, que é monocromática mas traz layout bem similar ao das versões mais completas, inclusive animações e indicações individuais de portas abertas. Traz:
1 - Velocímetro (com marcação em KM/H ou MPH e alerta sonoro e visual de velocidade excedida, quando programada)
2 - Informações sobre consumo (parciais A e B, além de visor de consumo instantâneo e autonomia)
3 - Informações sobre o carro (pressão dos pneus, tensão da bateria, temperatura do óleo do motor, horímetro do motor e indicação de quantos quilômetros e dias faltam para a próxima revisão)
4 - Informações de som
5 - Mensagens
6 - Configurações da tela (é possível alterar as informações que aparecem nos cantos superiores da tela e ajustar seu brilho)
7 - Configurações de segurança (é possível desativar o airbag do passageiro dianteiro e alterar o volume de avisos)


A chave-canivete traz botões de travamento e destravamento das portas associado ao fechamento e abertura dos vidros, além de comando para abrir o porta-malas e acionamento do pisca-alerta. E nele o logotipo da Fiat também tem fundo escuro. Aliás, no Trekking o som do alerta é diferente. As versões com alarme volumétrico emitem um "píííí" digno de forno micro-ondas quando o tempo programado termina, que podia ser ouvido de longe. No aventureiro (com alarme perimétrico), ele dá buzinadinhas: uma no travamento, duas no destravamento (situação em que ele acende as luzes externas, um detalhe interessante).



A central multimídia Uconnect conta com tela sensível ao toque de 7 polegadas. Em um primeiro momento pode parecer estranho que as versões Drive 1.0 e 1.3 tragam opcionalmente um sistema multimídia com tela maior de 9 polegadas. Mas, a despeito da tela ser menor, esta central transmite mais confiabilidade, a começar pela presença de botões físicos. Além disso, espelha bem o conteúdo de smartphones através do Android Auto e Apple CarPlay, e transmite a imagem da câmera de ré com linhas de guia dinâmicas.


O Uconnect também inclui uma entrada auxiliar e duas entradas USB (uma na parte frontal do console - agora indicada como "USB1" para não confundir o usuário da central multimídia quando aparecem as indicações de fonte USB1 e USB2 - e outra em posição mais recuada, para também poder ser alcançada pelos ocupantes traseiros - aliás, as duas USB são para entradas de dados), além de Bluetooth, comandos de voz e som com 4 alto-falantes nas portas e 2 tweeters nas colunas. A qualidade do áudio está acima da média deste segmento. Curiosidade: o exemplar que nos foi cedido foi entregue sem a antena de teto, mas o rádio funcionou normalmente.


Na fileira de botões centrais abaixo das saídas de ar, ao canto esquerdo se aciona os faróis de neblina, como no Cronos (não custa lembrar que, nos primeiros Argo, havia um botão que tomava o espaço do porta-objeto do canto esquerdo do painel). Há ainda o pisca-alerta, a luz que indica a desativação do airbag do passageiro, o comando de travar e destravar portas (nesta última situação, acende uma luz vermelha) e o botão do desembaçador. O ar-condicionado possui comandos manuais nesta versão e manteve a cabine agradável mesmo em dias de calor de 42º C.


Em termos de pequenos detalhes de conveniência, temos Lane Change (setas são acionadas 5 vezes com um toque leve na alavanca, sem precisar acioná-la toda), espelhos nos para-sóis (com tampa corrediça para o motorista), alças de teto com retorno amortecido, com pequenos ganchos fixos nas alças de trás para apoiar cabides, temporizador dos faróis e porta-luvas iluminado. As portas travam com o carro em movimento, a 20 km/h. Porém, não há mais o porta-óculos para o motorista.



O porta-malas, também iluminado (no canto direito), conta com a boa capacidade de 300 litros. Nesta versão, o banco traseiro é inteiriço e rebatível (tanto o encosto quanto o assento).

Já o estepe é um pouco menor que as demais rodas (175/60 com roda de aço aro 14'') e o pneu tem banda de rodagem convencional. Na tampa, um recuo no canto direito ajuda a fechar o porta-malas.



O motor desta versão é o 1.3 Firefly, escolha bem acertada por se tratar de um propulsor que entrega bom nível de força sem exagerar no consumo de combustível. Com 4 cilindros e 8 válvulas, além de uma taxa de compressão bastante elevada (13,2:1), rende 101 cavalos a 6000 rpm com gasolina e 109 cavalos a 6250 rpm com etanol (o limite de giros é de 6500 rpm). Já o torque é atingido a 3500 rpm com ambos os combustíveis, entregando 13,7 kgfm com gasolina e 14,2 kgfm com etanol). Diferentemente dos primeiros Argo 1.3, no Trekking a manta acústica foi suprimida, mas o nível de ruído transmitido à cabine é praticamente o mesmo.


Já o câmbio é manual de 5 marchas, e por ora única opção para o Trekking. Se caracteriza pela necessidade de pisar na embreagem para dar partida no motor e pelos engates macios e curso longo (e não muito preciso) da alavanca. É um câmbio agradável, mas a Fiat acabou abrindo mão da parcela cada vez maior do público brasileiro que demanda uma transmissão automática. Como ainda não está pronto o câmbio automático para estar aliado ao motor 1.3, a solução encontrada pela marca será lançar, nas próximas semanas, um Argo Trekking com motor 1.8 e câmbio automático de 6 marchas (com conversor de torque).


As grandes mudanças mecânicas promovidas no Argo Trekking foram realizadas no conjunto de suspensão. O hatch está nada menos que 4 centímetros mais alto que as outras versões, resultando em um vão-livre de 21 centímetros, digno de SUV compacto. Molas, amortecedores e mesmo a calibração da direção elétrica foram modificados no Trekking ao longo das 25 mil horas de trabalho que o projeto consumiu, segundo a Fiat. A distância mínima do solo é de 18,7 cm, o ângulo de ataque é de 21 graus e o ângulo de saída, de 31,1 graus. Assim, ele atende a quase todos os critérios estabelecidos pelo Inmetro para classificar um carro como SUV, exceto o ângulo de ataque (que deve ser de pelo menos 24 graus).



Argo Trekking ao volante



Entre Argos e Cronos, de 2017 para cá, pude dirigir 7 unidades dos atuais modelos da Fiat, de modo que ao assumir o comando deste Trekking, já tive muita familiaridade com os comandos do interior. Mas curiosamente, é a primeira vez que dirigi um Argo 1.3 com câmbio manual (todos os outros modelos em que andei traziam a transmissão automatizada GSR). Assim como a versão 1.0, a alavanca de câmbio transmite engates macios e algo imprecisos, enquanto os pedais de curso longo demandam alguns quilômetros para se adaptar, principalmente se você for daquelas pessoas que costumam dirigir com o banco em posição mais alta.


O volante possui material agradável e se encaixa bem às mãos, e a assistência da direção é bastante cômoda, poupando energia do motorista em manobras e transmitindo segurança em alta velocidade. O diâmetro de giro é bom (10,4 metros). A visibilidade agrada, com os retrovisores externos bem-dimensionados, e é ligeiramente aprimorada com os centímetros extras em relação ao solo. Para estacionar, sensores e câmera de ré garantem o melhor posicionamento do carro nas vagas.


O conjunto de suspensão, de fato, absorve surpreendentemente bem as irregularidades do piso. Passando pelos mesmos lugares onde alguns hatches convencionais batem seco e dão fim de curso, o Argo Trekking preserva os ocupantes de baques mais fortes: dá até confiança para andar um pouco mais rápido em pisos ruins. Com os 4 centímetros a mais de altura, o Fiat acaba tendo um tanto menos de desenvoltura para fazer curvas aceleradas, mas continua a se manter no prumo.



Em nossas medições (realizadas em ambiente seguro, com uma pessoa a bordo e ar-condicionado desligado), o Argo Trekking andou bem para um modelo desse segmento, ainda mais considerando que o Fiat possui 1130 quilos. O tempo de aceleração de 0 a 100 km/h, por exemplo, foi apenas 0,8 segundo inferior ao declarado pela fábrica. Porém, nos testes de retomada com diferentes marchas, ficou evidente o descompasso da terceira (longa) com a quarta marcha do câmbio manual:

Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,8 segundos
Retomada de 60 a 100 km/h (3ª marcha): 7,6 segundos
Retomada de 80 a 120 km/h (4ª marcha): 13,0 segundos



Já o consumo de combustível foi até bom, mas poderia ter sido ainda melhor caso o Trekking tivesse disponível o Start&Stop (que é opcional no Drive), embora a aceitação a este item ainda é duplamente reduzida no Brasil por fazer o ar-condicionado do carro desligar e obrigar a comprar uma bateria significativamente mais cara no futuro. Veja os resultados do Trekking com gasolina na cidade:

Consumo médio: 10,9 km/l
Velocidade média: 20 km/h
Distância percorrida: 438,3 km



Nestas circunstâncias, o computador de bordo estimava uma autonomia de mais 63 quilômetros. O tanque de combustível tem a capacidade de 48 litros e sua tampa tem travamento ou destravamento associado às portas. O indicador de troca de marcha no quadro de instrumentos chega a recomendar o engate da 5ª marcha a partir de 48 km/h no intuito de consumir menos combustível...



O Argo Trekking tem preço de tabela de R$ 59 990. O carro avaliado conta com a cor Branco Banchisa para a carroceria (+ R$ 800) e os dois opcionais disponíveis: rodas de liga leve de 15 polegadas pintadas de cinza-escuro (R$ 1650) e a câmera de ré (R$ 710). "Nosso" carro ainda tinha tapetes de PVC com partes em carpete, que custam R$ 331 nas concessionárias. O Trekking das imagens, na prática, custa R$ 63 150. Com o fim de linha (temporário?) do Chevrolet Onix Activ e a extinção do Ford Ka FreeStyle 1.5 manual, acreditamos que o principal rival do Trekking é o Hyundai HB20 Vision 1.6 manual, tabelado em R$ 62 990, que chega às concessionárias em dezembro.



As revisões do Argo Trekking têm preços tabelados até 50 mil quilômetros. Pela primeira revisão, paga-se R$ 288; na 2ª revisão, R$ 528; na 3ª revisão, R$ 452; na 4ª revisão, R$ 1164, e na 5ª revisão, R$ 472.

Boletim comentado do Fiat Argo Trekking 1.3 Manual


Design = 9,0
Amado por uns e odiado por outros, o estilo aventureiro até que caiu bem no Fiat Argo. A versão Trekking aproveitou tão bem os itens estéticos já existentes em outras versões que precisou lançar mão de poucos elementos de estilo inéditos para compor seu design. Os faróis com LEDs, molduras e tons contrastantes valorizam o desenho do Argo, que continua agradando depois de dois anos de mercado. Lado a lado com uma versão Drive básica, o Trekking parece bem mais completo. Houve inclusive o cuidado de escurecer todos os fundos dos logotipos da Fiat. Mas as rodas de 15 polegadas parecem pequenas para a carroceria mais parruda com os apliques.

Espaço interno = 9,0
Pessoas altas desfrutam de bom espaço para cabeça e pernas, na frente e atrás. O porta-malas de 300 litros também é satisfatório e pode ser ampliado com o rebatimento do assento e encosto do banco traseiro (inteiriço). Há ainda variados espaços para guardar objetos nos forros das 4 portas, console entre os bancos e porta-luvas, que é profundo. Porém, até hoje o Argo não possui um espaço realmente adequado para colocar um celular conectado por cabo (a sugestão seria incluir uma redinha na parte da frente do console) e os porta-objetos das portas dianteiras são pequenos.

Conforto = 8,5
Se aqui fosse avaliado somente o conforto transmitido pelo conjunto de suspensão, o Trekking mereceria uma nota bem maior aqui. A suavidade com a qual passa por pisos ruins e a maior altura em relação ao solo lembram muito mais os SUVs do que os hatches tradicionais. A direção também é bastante agradável (bem leve em manobras), a ergonomia a bordo é boa e o ar-condicionado é eficiente. Mas o câmbio manual tira parte da comodidade no anda-e-pára que enfrentamos na cidade. Os engates da alavanca são suaves, mas achar o "ponto da embreagem" com o pedal de curso longo acaba cansando.

Acabamento = 8,75
O Argo Trekking, assim como os rivais, conta com predominância de plástico e tecido em seus materiais. Mas as texturas no aventureiro da Fiat são mais agradáveis: o volante, por exemplo, tem textura mais lisa e agradável, em contraponto ao plástico rugoso de modelos como o Ford Ka FreeStyle. Há áreas lisas, como a faixa central do painel, e texturizadas, como nos forros de porta (com insertos de tecido na dianteira). Além disso, há três espaços no console central com fundo emborrachado. É interessante a iniciativa de adotar um interior com ambientação preta (ainda que à noite as luzes internas pareçam iluminar menos o habitáculo, até porque não há iluminação atrás). A Fiat poderia rever o estilo e material dos puxadores de porta dianteiros. Feitos de plástico rígido, eles tendem a ranger quando são apalpados, e na unidade avaliada (com pouco mais de 6 mil km), um dos puxadores já estava bastante riscado por unhas.

Equipamentos = 8,5
A Fiat preferiu disponibilizar poucos opcionais no Argo Trekking - do jeito que o povo brasileiro gosta. Afinal, quanto mais completo o carro, menores as necessidades de produção de unidades com opcionais específicos (e consequentemente o tempo de espera por um pedido é reduzido), e menor a desvalorização no futuro. Esta versão conta com os itens mais esperados neste segmento (como ar-condicionado, direção elétrica, central multimídia, travas, vidros e retrovisores elétricos) e ainda sensor de ré com visualizador gráfico, computador de bordo com diversas funções, faróis de neblina e monitoramento de pressão dos pneus. Porém, achamos estranha a iniciativa de fazer uma versão aventureira com calotas, deixando as rodas de liga leve como opcionais.

Desempenho = 8,75
Mesmo tendo motor 1.3, o Argo anda junto de alguns modelos com motor 1.4 ou mesmo 1.6 de concepção mais antiga. Por ser aspirado, o Firefly demanda uma rotação moderada para render melhor, mas ainda assim este motor não precisa ser tão demandado em alta rotação quanto os 8 válvulas de concepção mais antiga. Aqui, vale sugerir uma modificação no escalonamento de marchas do câmbio manual. A primeira marcha é tão curta que a segunda não é adequada para deslocamentos em baixa velocidade. Já a terceira marcha é bastante alongada, o que favoreceu o tempo de retomada de 60 a 100 km/h (que é feita em 3ª marcha), mas amarrou o tempo em quarta marcha (80 a 120 km/h). As frenagens são boas e o comportamento em curvas é aceitável.

Segurança = 8,0
Não entendemos o motivo do Argo Drive 1.3 manual - mais barato - trazer como opcional os controles de estabilidade e tração (bem como o assistente de partida em subidas e o start-stop) e o Trekking não dispor dos itens nem como opcional. O Latin NCAP, que já recomenda apenas a compra de automóveis dotados do controle de estabilidade, vai começar a tirar pontos dos modelos que não disponham deste recurso de segurança a partir do próximo ano. Testado este ano pelo órgão independente, o Argo tirou 3 estrelas de proteção a adultos e 4 estrelas de proteção para crianças. O Argo se defende trazendo cintos de 3 pontos e apoios de cabeça para todos (itens que passarão a ser obrigatórios a partir de 2020), os já mandatórios airbag duplo e freios ABS, além de itens como regulagem de altura dos cintos dianteiros, sinalização de frenagem de emergência, alerta sonoro em caso de não-uso do cinto do motorista, bem como fixações ISOFIX e Top Tether para cadeirinhas infantis.

Consumo de combustível = 8,75
Quando pegamos o Argo Trekking, nossa referência mais próxima de consumo de combustível era o Argo Drive GSR que avaliamos em 2017. Ele tinha Start&Stop, que usamos regularmente. Mas o Trekking em tese teria a vantagem do câmbio manual. Fato é que concluímos, na prática, que o desligamento automático do motor em paradas faria o Trekking ter um consumo melhor, já que os 10,9 km/l (com gasolina na cidade) foram inferiores aos 11,8 km/l que obtivemos com o GSR (sendo que com a versão automatizada nossa velocidade média foi inclusive um pouco menor, de 18 km/h versus 20 km/h obtidos no uso urbano com o Trekking). Para ficar como referência, o resultado do Inmetro para o Trekking é de 12,1 km/l nas mesmas condições.

Relação custo-benefício = 8,75
A chegada do Argo Trekking mostra que a Fiat segue com sua habitual criatividade na criação de novas versões. O mercado brasileiro atual está recebendo bem os hatches aventureiros, mas hoje ter apliques sem pintura e adesivos não basta: é preciso ter maior altura em relação ao solo e conjunto de suspensão que ofereça mais conforto no uso cotidiano. O Argo Trekking preenche estes requisitos e atende bem ao público que faz questão de visual diferenciado e bom pacote de equipamentos pelos R$ 60 mil cobra. E em um futuro próximo, o Trekking 1.8 automático irá aumentar o nível de conforto e segurança para quem não abre mão de um hatch de estilo off-road.

Nota Final = 8,7

As notas são atribuídas considerando a categoria do carro analisado, os atributos oferecidos pelos concorrentes, além das expectativas entre o que o modelo promete e o que, de fato, oferece. Um mesmo carro pode ter sua nota diminuída caso não evolua para os níveis de exigência que se aprimoram continuamente. Frações de pontuação adotadas: x,0, x,25, x,5, x,75. Critérios - Design = aspecto estético do automóvel. Espaço interno = amplitude do espaço para passageiros (dianteiros e traseiros, de acordo com a capacidade declarada do carro), locais para acomodar objetos e bagagem. Conforto = suspensão, nível de ruído, posição de dirigir, comodidades. Acabamento = atenção aos detalhes internos (encaixes e qualidade dos materiais e padronagens). Equipamentos = itens de tecnologia e conforto disponíveis no automóvel avaliado. Desempenho = aceleração, velocidade máxima, retomada, comportamento em curvas. Segurança = visibilidade, itens de proteção ativa e passiva, frenagem. Consumo = combustível gasto e autonomia. Custo-benefício = relação de vantagem entre o preço pago e o que o carro entrega.

Vem conferir as fotos do Fiat Argo Trekking 1.3 Manual!


















Comentários

IzayoiVR6 disse…
Salve Júlio!

Fico surpreso em saber que alguém da minha Terehell estar na cena automotiva contribuindo com um site.

A propósito, uma pergunta: as montadoras que trazem carros pra cá para testes de resistência a altas temperaturas escolhem alguma parte específica da cidade pra rodar? Nunca dei de cara com nenhum protótipo, camuflado ou não.

No mais, lhe desejo sucesso, espero algum esbarrar com você na rua e cumprimentá-lo pessoalmente.
Júlio Max disse…
Tudo bem? Aqui as montadoras geralmente aproveitam a estrada de Teresina até Altos, e também algumas ruas da capital mesmo. Porém geralmente eles variam as rotas e os horários em que os carros circulam, para dificultar as fotos das pessoas que ficam na tocaia pelas novidades. Mais recentemente, Ford e Chevrolet testaram suas novidades por aqui, mas também é comum Hyundai e Volkswagen analisarem seus carros aqui. O hotel Metropolitan é um dos lugares em que as equipes dos testes mais se hospedam. Vez ou outra também é possível encontrar estes carros de teste nas oficinas de concessionárias das marcas que conduzem esses testes.

Obrigado pelo comentário!