Se a concorrência sempre foi duríssima entres os compactos e,
ainda assim, o Chevrolet Onix conseguiu liderar nos últimos quatro anos, a
segunda geração reúne todas as condições de manter ou mesmo ampliar. Inicialmente,
conforme a Coluna antecipou, está disponível apenas a versão sedã, enquanto o hatch
só em novembro. Agora se chama Onix Plus e o nome Prisma continua apenas na
versão básica Joy, da primeira geração.
Como é uma variável particularmente sensível nesse segmento,
o maior do mercado, a GM manteve as mesmas faixas de preços anteriores do seu
sedã mais barato: R$ 54.990 a R$ 77.780 (aqui incluídos todos os opcionais), motor
1-L turboflex e câmbio automático de seis marchas. Uma explicação é que há
apenas motores de 1 litro, ou seja, 4 pontos percentuais a menos de IPI, uma boa
ajuda na precificação do modelo. Não deixa de ser uma surpresa, pelo que
oferece de série desde a versão mais em conta: seis airbags (nota máxima nos
testes de colisão para adultos e crianças), controle eletrônico de estabilidade
e assistente de partida em rampa, entre outros. Motor de 1-L aspirado (82 cv,
flex) estará apenas no hatch.
O Onix Plus cresceu 7,2 cm na distância entre-eixos (o que
aumentou em 3,6 cm o espaço para joelhos no banco traseiro) e 4,1 cm na largura.
Só perde para o VW Virtus que oferece 2,65 m de entre-eixos, 5 cm a mais. O
porta-malas de 469 litros é um pouco menor em relação à geração anterior, contudo
seu formato permite melhor acomodação da bagagem. Tanque de combustível perdeu
10 litros e os 44 litros significam autonomia uns 15% menor, ponto negativo.
Novo motor não tem injeção direta, mas potência de 116 cv
(etanol e gasolina) e torque de 16,8/16,3 kgfm (etanol/gasolina) permitem acelerar
de 0 a 100 km/h em 10,4 s com câmbio automático (9,7 s câmbio manual), segundo
o fabricante O carro, no entanto,
oferece conjunto motriz dos mais acertados. O motor surpreende pelo baixo nível
de vibração e ruído – o melhor entre os de três cilindros do mercado – e
casamento perfeito com o câmbio automático. A 120 km/h o conta-giros indica
apenas 2.500 rpm, mas a seleção manual de marchas é feita por um botão na
alavanca, solução pouco prática.
Apesar de plásticos duros em excesso no interior, painel e
laterais de portas, na versão de topo, Premier, há acabamento bicolor de bom
efeito visual. Bancos dianteiros firmam bem o corpo, porém o assento é curto, o
que pode cansar em viagens longas. Novo volante tem ajustes em distância e
altura. Visibilidade também se destaca. Tela multimídia flutuante de desenho agradável,
aceita Android Auto e CarPlay, além de pareamento para dois celulares
independentes com carregamento por indução. Há duas portas USB para o banco
traseiro, mas sem saídas de ar-condicionado.
Muitos bons os acertos de suspensão e direção (novo
volante), mas freios traseiros não são a disco. A fábrica disponibiliza a opção
de seu exclusivo sistema de internet a bordo, antena de alto ganho e roteador
Wi-Fi para até sete equipamentos. Impressiona, ainda, pela grande evolução em
estilo, em particular as belas lanternas traseiras.
ALTA RODA
SALÃO de
Frankfurt, o maior do mundo em área disponível, encolheu este ano em razão da
ausência de grande parte de marcas não alemãs. Com tantos investimentos em
eletrificação e condução autônoma não sobra mesmo muito dinheiro para
exposições ao grande público. Obviamente as marcas “da casa” tinham muito a
mostrar, a começar pela VW. O Salão manteve ênfase nos elétricos.
PORTE de Golf,
espaço interno de Passat: assim é ID.3, primeiro elétrico com arquitetura
específica MEB que a fábrica anunciou por a partir de 30.000 euros (conversão
direta, R$ 136.000) e autonomia proporcional ao preço. A Mercedes-Benz exibiu o
carro-conceito EQS que deve chegar em dois anos como produto alternativo ao seu
topo de linha Classe S.
FRANKFURT também
viu o BMW Concept 4 com grade do radiador bastante pronunciada e que introduz novo
visual estendível aos outros modelos. MINI elétrico estreou para o público.
Audi AI:Trail atraiu por ser um SUV-conceito atrevido, incluindo soluções
disruptivas como faróis anexados em drones que podem se destacar do veículo
para iluminar o caminho.
TRAÇÃO traseira
(como no ID.3) está no primeiro elétrico compacto da Honda, batizado
simploriamente como “e”. Entre os modelos convencionais, a Land Rover
apresentou o novo Defender, seu SUV de entrada com longo histórico de
desempenho fora de estrada pelo mundo. Mantém versões de cinco e sete lugares.
Lamborghini aproveitou ausência da Ferrari para destacar o impressionante Sian,
830 cv.
ANÍSIO CAMPOS, o mais consagrado desenhista brasileiro
de automóveis, faleceu aos 86 anos. Pessoa afável e de muita competência,
projetou mais de 15 modelos desde 1962. O de maior sucesso foi o Puma GT. Apaixonado
por seu trabalho, manteve sempre o mesmo entusiasmo ao projeto de um minicarro,
batizado de Óbvio!, que acabou não sendo produzido.
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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