Quando o HB20 foi lançado no Brasil, em setembro de 2012,
surpreendeu pelas linhas atraentes e a qualidade construtiva. Recebeu pequenas
atualizações e até motor turboflex de 3 cilindros que não tinha desempenho
destacado. Porém, com a versão sedã (HB20S) e aventureira (HB20X) tornou-se a
segunda família de automóveis mais vendida no Brasil, em luta próxima com o Ka,
mas algo distanciado do líder Onix.
A segunda geração chega exatos sete anos depois, iniciando
com o hatch. Em novembro e dezembro, as duas outras versões. Decidiu ousar no
estilo com grade frontal superdimensionada e contorno cromado, que no sedã não
causou tanto estranheza como no hatch. A solução estética para a coluna
traseira do hatch também provocou questionamentos. O sedã ficou mais harmonioso
graças às linhas do teto. Em ambos, as lanternas traseiras agradam. Nas versões
de topo as maçanetas são cromadas, como forma de indicar uma subida de nível.
O carro cresceu a fim de corrigir seu interior acanhado e se
alinhou à tendência liderada por Polo, Argo e agora os novos Onix. São 3 cm a
mais na distância entre eixos e 2 cm na largura. No banco traseiro houve ganho
de 5 cm para joelhos e 1 cm para cabeça. Volume do porta-malas do hatch ficou
igual, enquanto no sedã são 25 litros extras.
Interior também evoluiu, principalmente nas versões de topo.
Destacam-se a opção de acabamento marrom escuro, bancos em couro com boa
sustentação lateral e grande tela flutuante multimídia de 8 pol. com pareamento
aplicativos de rotas e câmera traseira acionável a qualquer momento. Há duas
portas USB no console, mas apenas uma permite alta corrente (2 A). O volante novo,
de ótima pega, inclui borboletas para trocas de marchas do câmbio automático. No
quadro de instrumentos velocímetro é digital e conta-giros analógico, arranjo
correto.
Motor turbo agora dispõe de injeção direta, potência de 120
cv e 17,5 kgfm, com níveis baixos de vibração e ruído. Há ainda os de aspiração
natural de 1 litro (3 cilindros) e 1,6 litro (4 cilindros), sendo este com 130
cv (2 cv extras). O motor turbo foi contido para manter o consumo baixo: 10,2 e
14,2 km/l, cidade e estrada, gasolina; 8,2 e 11,8 km/l, etanol. O turbo acelera
de 0 a 100 km/h em 10,7 s, contra 10,5 s do 1,6 aspirado. Suspensão e direção
continuam muito bem acertadas, mesmo em piso irregular.
Nas versões mais caras há quatro airbags e controle de
estabilidade (ESC) de série. Grande salto tecnológico está no sistema
automático de frenagem (AEB, em inglês), capaz de evitar os acidentes mais
comuns no dia a dia. Exclusividade entre compactos nacionais, funciona a até 50
km/h e detecta pedestres e veículos convencionais (bicicletas, motos e animais,
não). AEB e o sistema de alerta de invasão das faixas de rolamento, capaz de
memorizar a pintura padrão e entender que podem ter-se desgastado, estão só no topo
de linha, Diamond Plus.
Há nada menos de 22 preços, para as três versões da família
HB20, entre R$ 46.490 e 81.290. São menos competitivos que os novos Chevrolet Onix.
A Hyundai, porém, pretende observar a reação dos concorrentes. Se a GM
conseguir manter a precificação atual, todos terão de se mexer.
ALTA RODA
TOYOTA confirmou
investimento de R$ 1 bilhão na fábrica de Sorocaba (SP) para produzir seu
primeiro SUV no Brasil, sem antecipar em que segmento atuará. No entanto, utilizará
a mesma arquitetura do novo Corolla. Mais provável é o porte do Jeep Compass e do
futuro VW Tarek. Início de fabricação previsto para o primeiro trimestre de 2021.
ROTA 2030 começa a receber recursos para seu
importante capítulo de Programas e Projetos Prioritários. Primeiros protocolos
foram assinados entre Anfavea e cinco entidades de fomento à pesquisa e
inovação. Financiamento vem da alíquota de 2% para autopeças importadas sem
similar nacional. Fornecedores, antes desamparados, terão acesso a novas
tecnologias.
SEDÃ tradicional A6
e sedã-cupê A7 demonstram a Audi atenta a esse segmento de porte grande. Mais
impressionantes são os 5 m de comprimento. Motor comum aos dois é um V-6 turbo
de 340 cv e 51 kgfm. Na extremidade da tampa do porta-malas há um aerofólio. Internamente
tem três telas e acabamento de primeira linha. R$ 426.990 (A6) e R$ 456.990
(A7).
KIA CERATO foi todo reformulado. Estilo é inspirado
no Stinger e melhorou coeficiente aerodinâmico (Cx 0,27). Há uma estreita faixa
acrílica unindo as grandes lanternas traseiras. Está 8 cm mais comprido e 2 cm
mais largo. O motor, um 2-litros flex de 157/167 cv (gasolina/etanol), elevou
bem o desempenho. Vem do México sem imposto de importação. R$ 94.990 a 104.990.
DEPOIS de
aprovada sua recuperação judicial, a SHC apresentou quatro modelos elétricos da
JAC: iEV20 (crossover subcompacto), iEV40 (crossover compacto), iEV60 (SUV
médio) e iEV 330P (picape média). Todos importados da China, onde a produção de
baterias é volumosa. Mas os preços desencorajam: R$ 119.900; 153.900; 198.900 e
229.900, respectivamente.
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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