Fotos | Rafael Susae @rscarhunter
O mercado cresceu 12% neste primeiro semestre em relação ao
mesmo período de 2018. No entanto, a categoria de SUVs e assemelhados continua
a aumentar sua participação nas vendas, atingindo o recorde de 21% com
tendência a aumentar. Esse é um fenômeno mundial que começou nos EUA (lá
representam quase 55% do total de veículos) e se espalhou para a Europa com
cerca de 30% de tudo que lá se comercializa.
Embora hatches subcompactos e compactos ainda representem
40% do total aqui, o subsegmento de SUVs compactos não para de crescer. E foi
justamente neste que ocorreu a única mudança de liderança do ranking da coluna.
O Renegade, pela primeira vez, desde o lançamento em março de 2015, assumiu a
ponta em um semestre e reúne boa chance de fechar o ano nessa posição. No
entanto, foi a vitória menos folgada, apenas quatro pontos percentuais à frente
do Kicks.
Por outro lado, o que alcançou a liderança esmagadora foi o
Mercedes-Benz Classe S, com 89%. Mas, este é um segmento minúsculo, de vendas
simbólicas (cinco dos oito modelos não acharam nenhum comprador). Os
dominadores continuam a ter resultados acima de 50% de participação: Kwid, BMW
Séries 5/6, Mustang, Compass, Fit/WR-V e a mais longeva líder, a picape Strada.
Esta voltou a superar os 50% e deixou as três adversárias diretas bem para
trás.
Nosso ranking tem base técnica com classificação por
silhuetas. A referência principal é distância entre eixos, além de outros
parâmetros. O enquadramento às vezes implica dúvidas e a escolha, em
pouquíssimos casos, torna-se subjetiva. Base de pesquisa é o Registro Nacional
de Veículos Automotores (Renavam). Citados apenas os modelos mais
representativos (mínimo de três) e em função da importância do segmento. Compilação
de Paulo Garbossa, da consultoria ADK.
Hatch subcompacto: Kwid, 55%; Mobi, 35%; up!, 8%. Kwid
consolida-se.
Hatch compacto: Onix, 28%; HB20, 13%; Ka, 12%; Gol, 9,2%; Argo,
8,7%; Polo, 8%; Sandero, 5,4%; Fox, 5%; Yaris, 4,3%; Uno, 2,3%; Etios, 2,1%. Líder
ainda mais à frente.
Sedã compacto: Prisma, 21%; Ka, 11,7%; Virtus, 11,2%; HB20, 8%;
Voyage, 7,8%; Yaris, 7,5%; Logan, 6,5%; Cronos, 5,6%; Versa, 5,1%; Grand Siena,
4,7%, City, 4%; Cobalt, 3,4%; Etios, 3,1%. Prisma com folga.
Sedã médio-compacto: Corolla, 42%; Civic, 22%; Cruze 14%; Jetta,
9%. Inabalável liderança.
Sedã médio-grande: Mercedes Classe C, 32%; BMW Séries 3/4, 25%;
Fusion, 12%. Líder se manteve.
Sedã grande: BMW Séries 5/6, 51%; Mercedes Classe E/CLS, 29%;
Panamera, 11%. BMW avançou.
Sedã de topo: Mercedes Classe S, 89%; BMW Série 7, 7%;
Rolls-Royce Wraith, 4%. Resultado esmagador.
Cupê esportivo: Mustang, 54%; Camaro, 21%; BMW M2, 12%. Mustang
muito firme.
Cupê esporte: 718 Boxster/Cayman, 47%; 911, 25%; BMW Z4, 9%.
Porsche absoluta.
SUV compacto: Renegade, 18%; Kicks, 14%; Creta, 13%; HR-V, 12,7%;
EcoSport, 8%; Captur, 7,4%; Duster, 7%; Tracker, 4,7%; T-Cross, 4,3%. Renegade
virou o jogo.
SUV médio-compacto: Compass, 60%; ix35/Tucson, 10%; Sportage,
4%. Líder aumenta vantagem.
SUV médio-grande: SW4, 32%; Tiguan, 27%; Equinox, 12%. SW4 com
menos folga.
SUV grande: Trailblazer, 32%; Range Rover Velar, 10,7%; Volvo
XC90, 10,5%. Trailblazer ainda firme.
Monovolume: Fit/WR-V, 57%; Spin, 37%; C3 Aircross, 5%. Líder
sem discussão.
Picape pequena: Strada, 54%; Saveiro, 28%; Montana, 9%. Strada
imbatível.
Picape média: Toro, 32%; Hilux, 22%; S10, 16%. Liderança
serena.
ALTA RODA
VOLKSWAGEN e Ford
parecem cada vez mais próximas de algo além de simples acordos de cooperação.
Acabam de anunciar outros dois. Trabalharão juntas em veículos de condução
autônoma por meio da empresa Argo AI. VW fornecerá sua arquitetura de
automóveis elétricos para modelos da Ford na Europa. Por enquanto, não se fala
em fusão. Até quando?
POUCO mais de
três anos após seu lançamento, Fiat apresenta ano-modelo 2020 da Toro para
consolidar liderança na faixa de uma tonelada. Agora um discreto quebra-mato
está em todas as 10 versões da picape e tela multimídia passou de 5 para 7 pol.
No último trimestre, kit batizado de Ultra com tampa rígida para a caçamba,
produzida na fábrica, aumentará versatilidade. Preços: R$ 92.990 a 159.990.
TORO também tem
nova versão de entrada com motor flex de 1,8 L e câmbio manual de cinco marchas.
Ideia é atrair compradores pelo preço menor ou utilização comercial. No uso em
cidade será difícil conseguir novos clientes só por essa oferta. Bom o engate
das marchas, porém se trata de um veículo muito pesado para o torque
disponível. Com carga ficará lento.
BORGWARNER prevê
produção crescente de turbocompressores, tanto no exterior como no Brasil. No
intervalo de 10 anos (2017-2027), a participação em motores a combustão deve
passar de 43% para 59% no mercado mundial. Aqui essa proporção será menor, mas
bem acima de hoje. Pelo menos quatro fabricantes ampliarão a oferta de turbos
em novos produtos.
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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