Empresas ligadas à tecnologia da informação (TI) estão sob a
mira de governos dos dois lados do Atlântico Norte. Apple, Facebook, Google e
até a gigante do comércio digital Amazon perderam, nos últimos dias, em
conjunto nada menos US$ 131 bilhões de valor de mercado. É 50% superior à capitalização
em bolsa de valores do Grupo VW-Porsche, o maior do mundo em produção e vendas
de veículos. Ou quase o valor da Toyota (US$ 166 bi), na cotação em 4 de junho.
Entre os problemas gerados pelo gigantismo estão,
principalmente, a privacidade dos usuários e a tendência monopolista. Já se
fala até em cisão induzida dos grupos, como aconteceu há um século na indústria
do petróleo. Ou seja, de tempos em tempos, a história se repete.
No setor de mobilidade o cenário é um pouco menos exuberante.
Acham, entretanto, que o conceito de propriedade de um veículo vai morrer em
breve. E quase todos vão preferir usar aplicativos de transporte ou,
simplesmente, alugar um carro por curtos períodos (até por horas). Nos EUA, por
exemplo, o leasing é muito utilizado, mas nem por isso o desejo de posse de um
automóvel considerado “seu” sofreu grandes abalos. Não há indícios de que isso
mude tão cedo. Na Europa, compartilhamento parece mais palatável.
Vamos tomar o exemplo do Uber. Seu principal concorrente nos
EUA, Lyft, decidiu antes abrir seu capital, porém suas ações desvalorizaram
30%. Uber até agora nunca teve um ano lucrativo, porém continua apostando em
condução autônoma e assim independer de motoristas. Pouco antes de abrir seu
capital na bolsa de Nova York, há cerca de um mês, a empresa foi cautelosa ao
advertir que se trata de tecnologia cara, consome tempo de desenvolvimento e
até admitiu deixar de alcançar todos os objetivos.
Esses “ataques de sinceridade” são normais nesses casos. Sua
capitalização inicial foi inferior ao estimado, em parte por um momento ruim na
bolsa nova-iorquina. Agora, contudo, se recuperou para algo em torno de US$ 60
bilhões.
Algumas vozes discordantes surgem sobre a real consequência
no trânsito urbano. Estudo publicado há menos de um mês nos EUA mostra que
piorou em São Francisco e em outras grandes cidades. A pesquisa concluiu que os
diversos aplicativos concentram a demanda em áreas muito congestionadas e em
horários de pico.
Aqui, também acontece. É usuários perceberam casos de ficar
menos caro chamar um carro do que pagar a tarifa de transporte público. Isso se
tornou explícito depois de o Uber “inventar” a modalidade Juntos, apenas a
versão modernizada do antigo lotação em táxis ou veículos particulares.
Essas empresas de tecnologia, em geral, apresentam relacionamento
com os clientes um tanto pusilânime. Em caso de reclamação se “escondem” atrás
de comunicação somente por escrito, em troca de mensagens ou chats que parecem não
ter fim. Contatos por voz, muitas vezes, são mais fáceis de resolver, mas procuram
evitar a todo custo. Acaba por gerar irritação.
Experimente, por exemplo, apontar rotas inadequadas de aplicativos
que tanto ajudam no dia a dia, mas que te levam ao lado errado da rua do seu
destino. Período de lua de mel um dia acaba...
ALTA RODA
HYUNDAI dá pistas
sobre a segunda geração do HB20, que deve chegar em outubro próximo. Espaço
interno aumentará graças a 3 cm extras na distância entre eixos. Porta-malas
também ficará um pouco maior. Novidade mecânica é o motor de 1 litro, turbo
(120 cv) e injeção direta (hoje, indireta, menos eficiente). Atualização
estilística chega depois de sete anos no mercado.
MOTOR turbo de
1,5 L e 173 cv (apenas a gasolina, não é ideal) tornou o Honda HR-V um dos três
mais rápidos SUV compactos. Melhorias no acabamento, teto solar panorâmico e
todas as luzes em LED destacam-se. Merecia conjunto de rodas exclusivo. Escapamento
duplo diminuiu um pouco o porta-malas. Boa evolução no câmbio. Preço destoa: R$
139.900.
VENDAS de
automóveis e veículos comerciais leves e pesados ainda em ascensão. Nos
primeiros cinco meses deste ano cresceram 12,5% em relação ao mesmo período de
2018. Os números foram ajudados pela recuperação forte de caminhões e ônibus.
Presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., avalia estagnação nas
expectativas até a conclusão das Reformas.
FORD abriu o
leque na sua oferta de modelos da linhagem FreeStyle. Para o ano-modelo 2020, o
Ka hatch oferece agora motor de 1 litro e preço menor: R$ 56.690 (câmbio
manual). No caso do EcoSport, ao contrário, há uma versão mais cara que vai de R$
87.290 a 93.290. Cor preta está no teto, colunas, grade, molduras dos faróis de
neblina e retrovisores.
VINTE anos no
mercado de rastreamento veicular levou a Ituran a atribuir o maior avanço neste
setor ao recurso de Big Data. Análise
e interpretação de grandes volumes de dados, de modo contínuo, acelerou o
processo de localização e recuperação de veículos furtados ou roubados. Também
ajudou na precificação menor do seguro pela precisão das informações.
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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