Os brasileiros dão mais importância a alguns recursos de
conectividade do que motoristas de alguns outros países, conforme pesquisa
comparativa feita pela operadora Telefônica, na Europa. Um exemplo: 30% dos
brasileiros estão interessados em acessar as mídias sociais em automóveis,
contra apenas 9% no Reino Unido. No entanto, conectividade está intimamente
ligada à segurança e esse dois temas levaram a AEA (Associação Brasileira de
Engenharia Automotiva) a organizar um seminário semana passada em São Paulo
(SP).
Quando se trata do conceito mais amplo de Sistemas Avançados
de Assistência ao Motorista (ADAS, na sigla em inglês) o viés de segurança se
impõe. De acordo com a Bright Consulting, há diferentes taxas de aplicação dos
sistemas ADAS. Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC, em inglês) e câmera de
ré estão em 40% e 35%, respectivamente, dos veículos vendidos no Brasil e em
100% dos comercializados nos EUA.
No máximo 2% dos carros novos emplacados aqui vêm com
detector de fadiga, assistente de manutenção de faixa e frenagem autônoma de emergência
(AEB, em inglês). Na Europa a taxa de aplicação já supera 50% e os três itens
estarão em 100%, obrigatoriamente, em 2021. As regulamentações no Brasil estão
avançando e os cronogramas de adoção são mais lentos, basicamente pelo custo
elevado das diferentes tecnologias e a necessidades de adaptações às condições
de uso bastante severas no Brasil.
Entre os dispositivos citados o AEB reúne maior potencial de
aumento da segurança viária por diminuir atropelamentos (ou a sua severidade) e
até 40% das colisões em baixa e média velocidades (contra carros estacionados,
em movimento ou parados, além de obstáculos fixos). Todos são fruto de
distração, imprudência, negligência e algumas vezes de inabilidade ao volante.
Nos debates chamou-se atenção para o desenvolvimento de
protocolos que levem em conta como os motoristas interagem com os sistemas de
assistência e percebem as limitações. Os níveis de autonomia veicular variam de
1 a 5 em função da interatividade. Carros autônomos continuam a avançar, porém
o prazo de sua chegada ao mercado ainda suscita dúvidas. Mesmo o nível 4, que
dispensa qualquer atenção ao volante e aos pedais (eliminados no nível 5),
ainda será muito caro para automóveis particulares. Esperam-se, primeiramente,
aplicações comerciais, em frotas de uso intensivo e roteiros específicos.
A STÄRKX Automotive lembrou um ponto importante que, se
esquecido, traz sérios problemas. Todos os sensores ADAS aplicados em espelhos retrovisores, para-brisas, grades, para-choques e outros componentes
menos visíveis precisam ser recalibrados após uma colisão, substituição ou simples remoção para
manutenção.
Também se
deve considerar que carros elétricos estão suscetíveis a problemas de segurança
específicos, quando enfrentam alagamentos ou sofrem colisões mais severas.
Nesse casos, melhor se afastar imediatamente e procurar socorro especializado.
Por esses motivos companhias no exterior estão cobrando muito caro pelo preço
do seguro.
ALTA RODA
MINISTRO da
Economia, Paulo Guedes, acenou para uma gradual redução das tarifas de
importação. Uma curva progressiva: 1 ponto percentual (pp), no primeiro ano; 2
pp, no segundo; 3 pp, no terceiro; 4 pp, no quarto. No caso de automóveis
significaria o imposto de importação cair dos atuais 35% para 25% ao longo de
quatro anos, pela interpretação da coluna. 25% é tarifa máxima imposta pelos
EUA à China, por exemplo. Resta saber se a indústria teria condições para
exportar sem os impostos hoje incidentes.
RENAULT Kwid
Outsider segue a fórmula aventureira, porém trilha o caminho de chamar atenção
sem exageros. Preço de R$ 43.990 dentro do razoável. Há uma mudança mecânica estendida
a todos os Kwids: freio dianteiro a disco ventilado, novo servofreio e pistões
de pinça maiores. Sensação de toque e progressividade no pedal ficou melhor.
VERSÃO intermediária
Comfortline do VW T-Cross – motor turboflex de 1 litro e câmbio automático
6-marchas – tem boa desenvoltura em cidade e nem tanto em estrada. O modelo de
entrada, com câmbio manual, surpreende pela agilidade em qualquer situação. Espaço
interno, ergonomia e comportamento dinâmico superam a média dos concorrentes.
NISSAN inaugurou
na semana passada um Estúdio de Design, em São Paulo (SP), para aproveitar
talentos locais no desenvolvimento de séries especiais e colaborar em projetos
no exterior que podem chegar ao Brasil e em outros mercados. Líder da equipe é
o americano de origem vietnamita John Sahs e conta, inicialmente, com seis especialistas
brasileiros.
FERRAMENTA inovadora
desenvolvida pelo consórcio digital www.carroparatodos.com.br, em parceria com
o Grupo Disal, ajuda a planejar um possível lance vencedor por meio de
simulações estatísticas e um algoritmo específico. Todo o processo é feito
online e permite ao interessado uma flexibilidade na entrega do veículo, sem
depender apenas da sorte.
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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