Nesta semana comemoram-se os 50 anos de lançamento do Chevrolet Opala. Até o ano de 1968, a fabricante norte-americana - estabelecida no Brasil desde 1925 - produzia somente caminhões, picapes e utilitários.
“Quem esperava o carro certo, te saúda e te ama e te louva, Chevrolet Opala”. Com essas palavras a GM anunciava nas revistas a chegada do seu primeiro automóvel brasileiro, lançado no 6º Salão do Automóvel de 1968, na época ainda sediado no Parque do Ibirapuera. O nome retirado de uma pedra preciosa também representava a simbiose de um projeto europeu Opel (no caso o Rekord) com algumas características inspiradas em carros norte-americanos (como o Impala).
Foram dois anos de desenvolvimento para adequar o modelo as condições de piso e clima brasileiro. Quando lançado o modelo era oferecido com carroceria de quatro portas em duas versões (Standard e De Luxo) e duas de motor - 2500 de quatro cilindros (80 cavalos) ou o 3800 de seis cilindros (125 cv). O câmbio era sempre manual de três marchas, com alavanca na coluna de direção.
Internamente, as duas versões traziam dois bancos inteiriços com capacidade para transportar seis passageiros. O acabamento podia seguir a cor da pintura externa (vermelho na carroceria e bancos e painéis das portas em vermelho, por exemplo). Em 1969 já haviam sido vendidos 10 mil Opalas.
Em junho de 1970 era lançada a versão esportiva SS, ainda com a carroceria sedã. Distinguia-se pelas faixas pretas no capô, laterais e na traseira, rodas esportivas de tala de 5 polegadas. Internamente os bancos era individuais, volante de três raios e aro de madeira e um pequeno conta-giros no lugar do relógio. Trazia como novidades os freios a discos na dianteira, a alavanca de câmbio (de quatro marchas) no assoalho e o motor 4100 de seis cilindros que rendia 138 cavalos e 29 kgfm de torque.
Em 1975, após a reestilização da linha, é lançada a perua Caravan, uma das poucas peruas de grande porte feitas no Brasil. Como era um carro destinado a famílias numa época em que não existiam cadeirinhas infantis ou travas centrais, somente a versão de duas portas foi oferecida. A novidade para o início da década de 1980 é a chegada da versão Diplomata, a mais luxuosa da linha Opala.
Durante a década de 80, o Opala ganhou as versões luxuosas Comodoro e, posteriormente, o Diplomata. Sem a concorrência dos Dodge V8, que saíram de linha em 1981, nem do Landau a partir de 1983, o Chevrolet foi o único a "teimar" em oferecer um motor de seis cilindros no mercado brasileiro.
O Opala foi reestilizado em 1985 e depois em 1988. Essa modificação o aproximou do estilo do Monza, com a inclusão de faróis de formato trapezoidal. No interior as novidades eram o volante de três raios e o quadro de instrumentos com iluminação indireta. O sedã podia receber volante com regulagem de sete posições de altura, temporizador dos vidros elétricos, luz interna direcional, saída de ar-condicionado para o banco traseiro, alarme e aviso sonoro de faróis ligados e porta aberta em movimento. Esse ano também viu a despedida da versão cupê do mercado.
Outra novidade era a chegada do câmbio automático de quatro marchas da marca alemã ZF. O modelo de transmissão 4HP-2A podia equipar tanto os modelos de quatro ou seis cilindros, e no exterior esteve presente em modelos da BMW, Jaguar e Peugeot.
A partir do final dos anos de 1980, rumores davam conta que a Chevrolet preparava a chegada do sucessor do Opala. Mas, talvez para contrariar os boatos, a GM continuou a fabricá-lo com alterações pontuais.
Para 1991, os para-choques ficavam envolventes, o quebra-vento dianteiro era eliminado e os retrovisores passaram a ser embutidos. As rodas passaram a ser de 15 polegadas, calçadas com pneus de perfil mais baixo. Os freios eram a disco nas quatro rodas e a direção, hidráulica progressiva Servotronic da ZF. O modelo estreou também o câmbio manual de cinco marchas, embora o engate desta última posição sempre tenha sido alvo de críticas.
Em 1992, a série especial Collector anunciava o canto do cisne da linha Opala. Essa versão de coleção tinha tiragem limitada a 100 veículos e trazia uma pasta em couro legítimo com uma carta de apresentação, uma fita VHS contando a história do modelo e caneta e chaveiro banhados a ouro. O nome “Collector” vinha gravado nas laterais e no emblema do centro do volante.
Em 16 de abril de 1992 as últimas unidades do Opala deixaram a linha de produção da planta de São Caetano do Sul. Foram produzidos cerca de 1 milhão de Opalas durante 24 anos.
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