Conquistar espaço num segmento como o de sedans médios no Brasil não é fácil, mas a nova geração do Volkswagen Jetta chega com muitos atributos para cair no gosto do público desta categoria. Em nosso País, o sedã do Golf começou a ser vendido no ano 2000, com o nome Bora (em sua quarta geração). De 2006 (quinta geração) para a frente, começou a ser comercializado pelo nome que era conhecido no mercado norte-americano. Esta é a sétima geração, a primeira construída sobre a plataforma modular MQB, hoje utilizada por modelos tão distintos entre si como Polo e Passat.
O visual do Jetta 2019 passa a trazer linhas mais dinâmicas e que reforçam a (real) sensação de que sua carroceria está maior. Na frente, a grade entre os faróis (que são de LED na versão R-Line) ganha maior área. Entre os diferenciais do modelo R-Line estão o estilo das rodas de liga leve de 17 polegadas - que são calçadas por pneus 205/55 - além da presença de capas dos retrovisores pintadas de preto e logotipos com o nome da versão na grade e filetes dos para-lamas dianteiros. Atrás, o para-choque traz uma moldura inferior exclusiva, com duas imitações de saídas de escape.
Seu interior possui similaridade em layout com modelos como o Virtus: o quadro de instrumentos digital, a tela do sistema multimídia com 8 polegadas e a disposição de elementos como as saídas de ar e a alavanca de câmbio são similares entre os dois sedãs da Volkswagen. O acabamento do Jetta, em contrapartida, é bem mais refinado. Do topo do painel até os frisos centrais, o material é macio ao toque (presente também na parte superior dos forros de porta dianteiros). O forro de teto é de tecido (preto na versão R-Line), e há porta-objetos emborrachados (à frente da alavanca de câmbio e no teto), bem como forro de carpete no espaço abaixo do apoio de braço. Este, assim como os bancos e as portas, são revestidos em material sintético Native de série.
O quadro de instrumentos Active Info Display com tela de 10,25 polegadas vem de série na versão R-Line, enquanto o Comfortline traz os instrumentos tradicionais, com a tela monocromática do computador de bordo ao centro. Pelo botão "View" do volante, alterna-se entre 3 modos de visualização das informações. Só as informações de nível de combustível e temperatura do motor são exibidas fora da tela, que pode ter informações e coloração alteradas através da central multimídia.
Com tela sensível ao toque de 8 polegadas, o Discover Media vem de série nas duas versões. Além do GPS, o sistema multimídia traz espelhamento de tela de dispositivos compatíveis com Android Auto, Apple CarPlay e MirrorLink. Há duas entradas USB (uma à frente da alavanca de câmbio e outra abaixo do apoio de braço dianteiro), e, no porta-luvas, leitor para CD e duas entradas para cartão SD, além de Bluetooth que pode parear com 2 celulares simultaneamente, sensor de aproximação, comandos de voz, reprodutor de fotos, vídeos e músicas, além do aplicativo Think Blue Trainer, que auxilia na condução mais econômica, e do Volkswagen Media Control para smartphones e tablets: por meio de conexão wi-fi, ele atua como um espelhamento de tela ao contrário: a interface do carro é que poderá ser acessada por aparelhos móveis, o que é interessante quando alguém no banco de trás, por exemplo, fica responsável por escolher as músicas. Outro recurso tecnológico é o Manual Cognitivo, que usa IBM Watson para responder aos motoristas perguntas sobre o veículo.
O Discover Media também conta com comandos de voz e seletor de modos de condução, que alterna entre os modos Eco, Normal, Sport e Individual (personalizável pelo proprietário).
Além dos sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, há câmera de ré com linhas de guia e frenagem automática em caso de iminência de colisão traseira.
O volante é idêntico ao do Golf, mas possui o logotipo R-Line nesta versão. Revestido de couro, possui ajuste em altura e profundidade.
A partida do motor é feita por botão, mediante a proximidade da chave presencial. Os vidros possuem acionamento por um toque.
No console ao redor da alavanca de câmbio, há os botões para acionamento do freio de estacionamento (no lugar do velho freio de mão, o que permitiu aproveitar melhor o espaço do console), ativação/desativação do Start-Stop (desligamento do motor em paradas para economia de combustível), modos de direção e ativação/desativação do alarme do sensor de estacionamento. Curiosamente, há também um cinzeiro, item cada vez mais raro nos carros modernos. Já os porta-copos possuem garras flexíveis, que permitem acomodar recipientes de tamanhos variados.
O ar-condicionado possui comandos similares aos do Golf, com duas zonas de temperatura e ajuste digital da temperatura de meio em meio grau Celsius, além de modo automático. Diferentemente do Golf e até mesmo do Polo, foi suprimida a refrigeração do porta-luvas.
O interior se destaca pela iluminação ambiente presente na parte central do painel, além do porta-objetos central. Pode-se ajustar entre 10 cores; há ainda a iluminação dianteira para os pés, sempre branca. O espaço para os ocupantes e objetos é bem generoso.
Atrás, o modelo manteve o apoio de braço com porta-copos, mas foi suprimida a portinhola que dava acesso ao porta-malas. Porta-revistas, só atrás do assento do passageiro. O Jetta 2019 também fica devendo, em relação ao 2018, as saídas de ar traseiras, a tomada 12 Volts e o pequeno porta-objetos no final do console. Os forros de porta tem revestimento bem menor de couro, apenas no puxador da porta, e o túnel central limita o conforto de quem senta ao meio. Já os apoios de cabeça laterais são fixos, como no Nissan Sentra. Economiza-se na linha de produção, mas os apoios atrapalham um pouco na visão do espelho interno.
O comutador dos faróis é bem menor que o de costume dos carros da Volkswagen. Integra faróis e lanterna de neblina, além do acendimento automático dos faróis.
Ao volante, sobressai-se de cara a direção elétrica, que nas manobras é bem leve e possui ótima progressividade conforme o aumento de velocidade. Chega-se a uma boa posição de dirigir facilmente graças aos ajustes ergonômicos, embora o banco do motorista seja todo operado manualmente (as versões mais caras de Cruze, Civic e Corolla trazem o ajuste elétrico para o condutor). A visibilidade também é boa, com exceção de situações em que o Sol incide diretamente na parte traseira, o que compromete bastante a visão pelo espelho interno.
Ao volante, sobressai-se de cara a direção elétrica, que nas manobras é bem leve e possui ótima progressividade conforme o aumento de velocidade. Chega-se a uma boa posição de dirigir facilmente graças aos ajustes ergonômicos, embora o banco do motorista seja todo operado manualmente (as versões mais caras de Cruze, Civic e Corolla trazem o ajuste elétrico para o condutor). A visibilidade também é boa, com exceção de situações em que o Sol incide diretamente na parte traseira, o que compromete bastante a visão pelo espelho interno.
O motor 1.4 TSI é pequeno só no tamanho: graças ao turbocompressor e à injeção direta de combustível, são gerados 150 cavalos a 5000 rpm e torque de 25,5 kgfm já a 1400 rpm, seja com gasolina ou etanol. Os dados da Volkswagen dão conta de que o Jetta acelera de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos e chega à velocidade máxima de 210 km/h. Em nosso test-drive, aceleramos, mas não com o mesmo rigor das avaliações do Auto REALIDADE (havia, por exemplo, o peso de 3 pessoas no veículo). Ainda assim, a disposição do sedã ao ganhar velocidade surpreendeu. E, apesar do conjunto de suspensão ser tradicional (McPherson na dianteira com molas helicoidais integradas; eixo de torção na traseira, também com molas helicoidais), o sedan faz curvas muito bem, sem descuidar do conforto para os ocupantes.
A presença do Start-Stop e a injeção direta de combustível contribuem para o contido consumo de combustível: com gasolina, o modelo faz 10,9 km/l na cidade e 14,0 km/l na estrada, conforme o Inmetro. A ajuda vem também do escalonamento do câmbio automático de 6 marchas, com conversor de torque e operação bastante suave, até mesmo no modo sequencial. Ele conta com trocas sequenciais, agora unicamente no trilho da própria alavanca (anteriormente havia a opção das aletas junto ao volante).
O porta-malas (aberto por botão na chave, na tampa ou ainda na porta do motorista) manteve a capacidade de 510 litros e os puxadores que rebatem os encostos do banco traseiro. O revestimento do habitáculo é praticamente todo em carpete, mas a opção pelas alças na tampa do porta-malas compromete um pouco do volume efetivamente aproveitável. Além disso, o estepe possui roda de ferro. Em compensação, a tampa possui destravamento anti-sequestro feito com plástico que brilha no escuro.
O pacote de equipamentos de segurança do Jetta R-Line inclui airbags frontais (com opção da desativação da bolsa dianteira do passageiro), laterais dianteiros e de cortina; freios dianteiros com discos ventilados de 288 milímetros (e secagem para melhorar a frenagem com umidade, que atua em velocidades acima de 70 km/h quando o limpador de para-brisa está acionado), e discos de 272 milímetros na traseira, com ABS, EBD e assistência hidráulica à frenagem (HBA). Ainda falando de segurança, o Jetta traz fixação ISOFIX para cadeirinhas infantis, alerta sonoro de não-afivelamento dos cintos dianteiros, além de apoios de cabeça e cintos de 3 pontos para todos.
Um Jetta R-Line igual ao que avaliamos custa R$ 124.980, por estarem aí inclusos os R$ 4990 do teto solar elétrico, com persiana manual. A cor sólida Branco Puro não possui custo adicional, assim como o Vermelho Tornado. E não podemos desprezar o fato de, ao menos neste primeiro momento, as 3 primeiras revisões (de 10 mil, 20 mil e 30 mil quilômetros, ou a cada 12 meses) serem gratuitas. Com este conjunto, o sedan de Volkswagen se mostra uma compra bastante vantajosa.
Bônus: Fotos da versão Comfortline 250 TSI
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