Já dirigimos o Citroën C4 Cactus na versão Shine Pack THP



O Citroën C4 Cactus estreia no mercado brasileiro com a grande ambição de conquistar seu lugar ao Sol numa praia dominada por dezenas de opções de utilitários. Realizamos um test-drive com o novo modelo em sua versão topo-de-linha, Shine Pack.


O C4 Cactus segue uma estratégia similar à adotada pelo rival Renault Captur: visual inspirado em seu homônimo francês (no caso do modelo da Citroën, chega ao Brasil cerca de um ano após a reestilização na Europa que o deu este visual) e várias diferenças no interior e em detalhes técnicos e mecânicos (para se adequar ao mercado brasileiro ou conter custos de produção). De porte "compacto crescido", o modelo possui comprimento de 4,17 metros, altura de 1,57 m e largura de 1,71 metro (sem retrovisores).



É até difícil, em alguns ângulos, diferenciar o C4 Cactus brasileiro do europeu: as dimensões externas são iguais (diferente do Captur brasileiro, que por ser derivado do Duster, é maior que seu "gêmeo" do Velho Continente). Mas o Citroën brasileiro possui barras longitudinais de teto, o estilo das rodas é diferente, há opções de pintura em dois tons (no europeu, só molduras dos faróis de neblina e o detalhe do aplique plástico lateral recebeu cor contrastante) e o modelo brasileiro teve as janelas das portas traseiras encurtadas para poderem descer eletricamente (no europeu, elas basculam).



Ainda falando da parte externa, um dos destaques está no conjunto ótico desmembrado em três níveis, como no C4 Picasso (agora Spacetourer): junto aos frisos que envolvem os chevrons da Citroën estão apenas as luzes diurnas de LED, enquanto os faróis principais se situam mais abaixo, no mesmo nível da grade e, mais abaixo, estão os faróis de neblina. O ângulo do ataque do para-choque dianteiro é de 22 graus.


O perfil evidencia o que se chama de "teto flutuante", com as colunas pintadas de preto, dando a sensação de que a capota está desvinculada à carroceria e podendo ter esse contraste realçado com a pintura em dois tons. Já a parte inferior da carroceria é rodeado de plásticos pretos, como de praxe no segmento. Esta versão traz rodas de 17 polegadas diamantadas "Roby One" com pneus 205/55 de uso misto.


A traseira traz lanternas com LED e efeito de profundidade. A tampa do porta-malas, quando aberta, leva junto a iluminação da placa. O para-choque traseiro é notadamente volumoso e possui ângulo de saída de 32°.



São 14 combinações de cores. Há três opções de cores de teto e capas dos retrovisores (Branco Banquise, Preto Perla Nera e Azul Esmeralda), e seis cores para a carroceria (Branco Nacré, Cinza Alumínio, Cinza Grafito, Preto Perla Nera e Azul Esmeralda). Quem adquirir o modelo pela pré-venda poderá escolher ainda a cor Vermelho Aden.


Porém por dentro o C4 Cactus brasileiro em quase nada lembra seu xará europeu. A começar pelo volante, que no modelo brasileiro é emprestado do C3 AirCross. Possui topo e base achatados, além de revestimento de couro e ótima ergonomia, além de ser muito suave em manobras (o diâmetro de giro do modelo é de 11,1 metros). A ambientação interna segue o padrão da marca, com plásticos bem recortados (as versões mais caras possuem uma faixa central emborrachada sobre o painel) e revestimentos em volta dos puxadores das quatro portas (embora a área seja pequena). Já o quadro de instrumentos é compartilhado com C4 Lounge e Berlingo.



Com layout ao estilo "8-bit" e caracteres brancos numa tela preta, sua principal vantagem é oferecer a leitura da velocidade digital privilegiada, porém, a leitura de algumas informações é um pouco confusa por conta do layout aplicado. O conta-giros aparece numa barra vertical no topo da tela. À esquerda, barras indicam o nível de combustível; barras iguais aparecem no canto direito para informar ao motorista o quão ele está conduzindo o carro economicamente. Na parte de baixo estão outras informações do computador de bordo, como temperatura externa e consumo médio de combustível. Como este quadro possui algumas limitações (exemplo: o indicador de porta aberta é um ícone genérico), a tela do sistema multimídia faz a cortesia de exibir qual porta não foi corretamente fechada.



O denominado Citroën Connect Radio possui tela sensível ao toque de 7 polegadas, que serve não apenas ao sistema de som, como ao ar-condicionado e sistemas de auxílio de condução. Traz Bluetooth com acesso à agenda telefônica e gestão dupla de chamada, Mirror Screen (espelhamento de tela de celulares compatíveis com Apple CarPlay e Android Auto), seis alto-falantes e comandos no volante. Alguns comandos do ar, como o desembaçador e a ventilação máxima, foram mantidos em botões. Porém, a única entrada USB poderia estar numa posição mais discreta que no canto direito da própria tela.



Esta versão traz a comodidade da chave presencial com partida do motor por botão, além de som da Arkamys com potência de 25 Watts nos alto-falantes das portas, câmera de ré com linhas de guia, controlador e limitador de velocidade, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, retrovisor interno eletrocrômico e monitoramento de pressão dos pneus.


Há ainda os recursos de segurança, como o alerta de colisão frontal com frenagem automática de emergência, guiado por uma câmera na parte superior do para-brisa e que detecta obstáculos como outro carro rodando na mesma direção ou estacionado, atuando de 5 km/h a 85 km/h. Se há risco de colisão e o motorista não reagir adequadamente, o carro freia sozinho. A velocidade do carro não deverá exceder 80 km/h quando for detectado um veículo parado e 60 km/h quando for um pedestre para evitar acidentes ou minimizar seus efeitos.



O C4 Cactus também traz, na versão Shine Pack, o alerta de saída de faixa não sinalizada, quando são reconhecidas faixas horizontais sólidas ou tracejadas. Se houver a saída da faixa e a velocidade for superior a 60 km/h, é disparado um alerta sonoro e visual. Há também o alerta de atenção ao condutor, que atua acima de 65 km/h (quando o sistema interpreta o comportamento do veículo como indicando um certo limite de fadiga ou falta de atenção por parte do motorista, ele aciona o primeiro nível de alerta. O motorista é alertado pela mensagem - Fique atento! (Cuidado!) -, acompanhado de um sinal sonoro. Após três alertas de primeiro nível, o sistema aciona um novo alerta com a mensagem - Condução arriscada: Faça uma pausa! -, acompanhada de um sinal sonoro mais pronunciado) e o alerta de pausa para café, que entra em ação quando o motorista não faz uma pausa após duas horas de condução a uma velocidade acima de 70 km/h. Uma mensagem e um sinal sonoro sugerem ao motorista uma pausa, e se não o fizer, o alerta é repetido de hora em hora até que o veículo pare.


Outros recursos desta versão são: faróis de neblina com luzes de curva estáticas (que opera entre 0 e 40 km/h e pode ser ativada sem uso da seta quando o volante estiver em um ângulo de 60 graus e, com a seta, a 30°), assistente de partida em aclives de mais de 3 graus (que mantém o freio ativo por cerca de 2 segundos), Grip Control (seletor que altera parâmetros do motor, câmbio e assistentes eletrônicos, com os modos Padrão, Neve, Lama, Areia e controle eletrônico de estabilidade desativado.


O motor 1.6 THP (turbinado e com injeção direta de combustível) 16 válvulas Flex rende 173 cavalos com álcool ou 166 cv com gasolina a 6000 rpm e um torque de 24,5 kgfm, entre 1400 rpm e 4000 rpm (desta força, 15,9 kgfm estão disponíveis a partir de 1000 rpm). Diferentemente de seu irmão de plataforma Peugeot 2008 THP, só disponível com câmbio manual, o C4 Cactus THP utiliza unicamente o câmbio automático sequencial de 6 marchas com conversor de torque, fornecido pela AISIN.



Apesar de ser o tipo de transmissão adequado ao carro (e mais desejado pelos consumidores em geral), a operação da alavanca é confusa. Primeiro se procura o botão para liberar a alavanca, até perceber que seu pomo é vazado e lembrar que, nos carros da PSA, é comum a alavanca deslizar sem a necessidade de apertar algum botão. O maior problema é que o trilho das posições é sinuoso, só que a coifa o esconde. Há um indicador de posição de marcha que ajuda a guiar o motorista, porém na prática esta solução se mostra pouco intuitiva. Existem ainda botões Sport e Eco, que alteram a rotação do motor em que as marchas serão automaticamente trocadas.

O C4 Cactus THP é um dos utilitários mais ágeis do segmento, acelerando de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos (com etanol) e alcançando a velocidade máxima de 212 km/h, segundo a Citroën. Mas o modelo é bastante dócil quando conduzido com parcimônia.


As versões Feel e Live adotam o motor 1.6 120 Vti Flex Start. Curiosamente, ele é mais forte quando aliado ao câmbio manual de 5 marchas (122 cavalos a 5800 rpm e torque de 16,4 kgfm a 4000 rpm), perdendo força quando acoplado ao câmbio automático de 6 marchas (118 cv a 5750 rpm e torque de 16,1 kgfm a 4750 rpm).


A carroceria do Cactus privilegia o espaço para passageiros - a distância entre-eixos é de 2,60 metros. Os ocupantes da frente vão bem, obrigado, com bancos ajustáveis em altura, apoio de braço central e volante que regula em altura e profundidade. Mas atrás o assento cede mais que o desejável, e não há saída de ar, tomada 12 Volts ou entrada USB aos ocupantes traseiros.



Os bancos da frente de menor espessura ajudaram no espaço para os joelhos de quem vai atrás, enquanto o espaço para cotovelos foi incrementado com o estilo mais cavado dos painéis de porta.



Quem saiu penalizado nesta distribuição de espaço foi o porta-malas, de 320 litros - a menor capacidade do segmento, empatado com o Jeep Renegade após alterações no estepe e no assoalho. Não custa lembrar que Kicks, Creta e HR-V superam os 430 litros de capacidade. Para atenuar isto, o banco traseiro é bipartido e, rebatendo-o por inteiro, chega-se a 1170 litros para bagagens. O estepe é menor que as outras rodas, com pneu 180/60 e roda de ferro de 15 polegadas. Curiosamente, a iluminação da placa sobe junto com a tampa, que possui um vão no lado direito do forro para facilitar o fechamento.



O início do console central traz um porta-objetos e dois porta-copos. Abaixo do apoio de braço, há um espaço fundo para guardar objetos mais discretamente. As portas podem receber garrafas de até 1,5 litro e há porta-revistas no verso dos bancos dianteiros.

Com altura em relação ao solo de 22,5 centímetros (um dos maiores do segmento), o C4 Cactus teve o conjunto de suspensão todo reprojetado em relação ao modelo europeu. Na frente, a suspensão é do tipo "Pseudo McPherson", com molas helicoidais, barra estabilizadora e amortecedores pressurizados. Atrás, há o eixo de torção com molas helicoidais, amortecedores pressurizados e barra estabilizadora. Nas versões Feel e Shine, são usados pneus 205/55 e rodas de 17 polegadas, enquanto que nas versões Live a medida do pneu é 205/60 R16.

O modelo conta com freios ABS com distribuição eletrônica da força da frenagem, discos dianteiros ventilados de 283 milímetros e discos traseiros sólidos de 249 mm.


A versão Live, de R$ 69 490, é a mais acessível, mas a exemplo de outros modelos deste segmento com câmbio manual, deverá ter pouca procura. Traz de série: direção elétrica, ar-condicionado digital integrado à central multimídia, luzes diurnas em LED, barras de teto, rodas de aço de 16 polegadas com pneus 205/60 e calotas, quadro de instrumentos digital, volante espumado com regulagem de altura e profundidade com comandos de som, central multimídia Connect Radio com tela touchscreen de 7 polegadas, Bluetooth, 4  alto-falantes + 2 tweeters, entrada USB, tomada 12 Volts, vidros, travas e retrovisores elétricos, destravamento da portinhola do combustível associado às portas, bancos dianteiros reguláveis em altura, console com porta-objetos fechado, apoios de cabeça e cintos de 3 pontos para todos, fixação ISOFIX para cadeirinhas infantis, airbags frontais, barras de proteção nas portas, ABS e EBD.


A versão Feel está disponível com câmbio manual (partindo de R$ 73 490), câmbio automático (R$ 79 990) e também conta com o Feel Pack, com mais equipamentos e que custa R$ 84 990. O C4 Cactus Feel traz, a mais que a versão Live, faróis de neblina, câmera de ré, rodas de alumínio de 17 polegadas "Roby One" na cor cinza-escuro e pneus 205/55, Eco-coaching, alarme perimétrico, vidros com função um-toque para subir e descer, controlador automático de velocidade e, quando equipado com câmbio automático, vem também com controle eletrônico de estabilidade, assistente de partida em ladeiras e sensor de pressão dos pneus.



Já o Cactus Feel Pack acrescenta acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, ar-condicionado automático, chave presencial e partida do motor por botão, volante revestido de couro, alarme volumétrico, airbags laterais dianteiros, rack de teto e rodas de 17 polegadas com acabamento diamantado/preto e pintura em tons contrastantes.

O Shine (R$ 94 990) também traz de série itens do Feel Pack, como as barras de teto mais pronunciadas no lugar das molduras das outras versões, além de ar digital automático, partida por botão, chave presencial, rodas aro 17” diamantadas, pneus 205/55, faróis com acendimento automático, sensor de chuva, volante revestido de couro e airbags laterais. Há ainda alguns itens exclusivos: faixa em soft touch no painel, bancos em couro, Grip Control e alarme perimétrico e volumétrico.



O Shine Pack que avaliamos custa R$ 100 380 e vem a mais com alerta de colisão à frente com frenagem automática de emergência, aviso de atenção ao condutor, alerta de saída de faixa involuntária, indicador de descanso ao motorista, retrovisor interno eletrocrômico, airbags de cortina e, opcionalmente, carroceria em dois tons.


No intuito de fidelizar o cliente da marca, é criado o programa Citroën & Você de pós-venda, que garante:
• Revisão no mesmo dia: com agendamento prioritário e entrega do veículo no mesmo dia;
• Revisão Preço Fixo: respeito ao preço de tabela das revisões, ou o cliente não paga;
• Veículo reserva para deslocamento pessoal, caso o Cactus do cliente precise ficar mais do que quatro dias em reparo;
• 8 anos de assistência 24 horas: com serviço de reboque gratuito em casos de pane ou colisão;
• Sobre cada revisão realizada, o consumidor ganha 10% do valor gasto para a compra de peças ou serviços nas concessionárias;
• Desconto para carros antigos: mesmo fora do período de garantia, há descontos progressivos na mão de obra e nas peças;
• Verificação de água e óleo: verificação e abastecimento de fluidos gratuitamente;
• Pneus: Check-up, calibragem e rodízio de pneus gratuitos em toda as concessionárias.


O C4 Cactus conta ainda com o Seguro Conectado, desenvolvido em parceria com a Sura Seguros e que, com base em dados coletados do carro, oferece, via aplicativo, informações estratégicas sobre o modo de dirigir do cliente (como frenagens, acelerações, horários...). Dessa forma, quanto mais segura e prudente for a condução, mais benefícios e vantagens o cliente receberá. Podendo ser contratado por parcelamentos de até 8 vezes, dependendo da quilometragem rodada, este seguro permite descontos anuais de até 20%, incluindo a restituição do prêmio.


Outra forma de buscar fidelização é o Novo de Novo Citroën. Ao definir o pagamento da entrada do carro zero quilômetro (entre 30% e 60% do preço total), o cliente passa a contar com um fluxo de pagamento diferenciado durante os 30 primeiros meses de financiamento, com parcelas reduzidas e taxas subsidiadas pela marca. Na 30ª parcela, o consumidor passa a ter direito à recompra por um valor equivalente a 85% da tabela FIPE na troca pelo próximo carro zero.



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