Uma jornada e tanto. Desde 5 de maio de 1999 esta coluna completa agora 1.000 edições semanais consecutivas. Para seguir a tendência das mídias impressas e digitais, o nome do colunista passa a encimar a coluna. Alta Roda a partir de agora identifica notícias curtas e relevantes que seguem abaixo.
Para essa edição comemorativa foi feito um estudo sobre lançamentos até 2022. As três principais marcas, por exemplo, sinalizam apenas a quantidade e têm critérios diferentes sobre “novidades”. A indústria automobilística costuma apresentar gerações novas de modelos entre seis e oito anos e uma reciclagem de meia vida a cada três ou quatro anos. Segue uma projeção por sondagens e experiências anteriores. Sujeita, obviamente, a imprecisões por se tratar de segredos a sete chaves.
Chevrolet: previstos 20 produtos. Renovação da atual linha: 13 modelos, incluídos Camaro cupê/conversível e Cruze hatch/sedã. Completados por crossover Onix; SUV base Onix (abaixo do Tracker); SUV base Cobalt (entre Tracker e Equinox); dois SUVs 7-lugares; picape entre Montana e S10 (base Cobalt) e Bolt (elétrico). Novo Blazer poderá ser o 21º veículo.
Volkswagen já lançou seis de 20 novidades até 2020: Amarok V-6, Polo, Virtus, Tiguan, Golf e Variant. Seguem Gol e Voyage com câmbio automático, Jetta, Polo GTS e Virtus GTS ainda em 2018. Depois, T-Cross (SUV base Virtus), Tarek (SUV base Jetta), crossover (base Polo), picape intermediária (maior que Saveiro), nova Saveiro, novo up! e o sucessor do Gol. Importados: Atlas (EUA) e Passat (Alemanha). Nova geração da Amarok (não muda desde 2010) ampliará a lista para 21 modelos.
FCA: prevê 15 produtos Fiat. Além da renovação de Mobi, Uno, Argo, Cronos e Toro, haverá crossover (base Mobi), SUV (base Argo) e SUV 7-lugares (base Compass). Novas gerações de Strada e Fiorino. Versões com motores turbo e câmbios automáticos completam a gama. Jeep serão 10: Renegade e Compass atualizados e Compass 7-lugares. O restante, importado: Wrangler (e sua versão picape), Cherokee/Grand Cherokee e Wagoner/Grand Wagoner, além do “baby” Jeep (menor que Renegade). RAM terá picape média para 1.000 kg (porte da antiga Dakota) e uma maior.
Ford: não antecipa planos para cinco anos. Garante que terá três lançamentos em 2019. Estes poderiam ser Ranger (facelift), Edge (facelift) e Mustang conversível. Novas gerações de Ka e Ka sedã, EcoSport (2020) e nova Ranger (2022) são previstas.
Toyota tem dois ciclos: meia-vida três anos e renovação a cada seis. Nova geração Corolla confirmada para 2019. Além de renovação de Etios, Yaris, RAV4, Camry, Hilux e SW4, projeta para 2022 um SUV com base no Yaris e um possível crossover (base Etios). Nissan ainda está em fase de planejamento e estuda os segmentos em vai atuar ou mesmo abrir mão. Honda não vislumbra novos segmentos de atuação: segue ciclos semelhantes à Toyota.
Renault começa por renovar o Duster em 2019 e os demais modelos em ciclos de quatro e sete anos. Um novo crossover SUV/cupê é considerado certo para produção no Brasil (acima do Captur e mirando no Compass). Koleos volta a figurar entre os importados.
A também francesa PSA vai se reinventar. Serão 16 produtos novos (incluídos comerciais leves), produzidos no Brasil e Argentina, até 2024. Começa com Citroën C4 Cactus no começo de setembro. Peugeot 208, 2008, 308, além de C3 e C4 Lounge terão novas gerações com uma única arquitetura modular conhecida como CMP. E também haverá uma picape média Peugeot para 1 tonelada de arquitetura convencional.
ALTA RODA
PROGRAMA Rota 2030 começa a superar um impasse na reta final. Procuradoria Geral do Ministério da Fazenda (PGMF) apontou a impossibilidade legal de conceder incentivo fiscal para fabricantes que conseguirem superar a meta de eficiência energética a cada cinco anos. Novas negociações e uma solução: só modelos acima do padrão obrigatório terão direito ao benefício.
INICIALMENTE, havia a interpretação de que inviabilizaria um ponto relevante do Rota 2030: estimular investimentos em pesquisa no País. Mas o enquadramento por modelo pode chegar aos mesmos resultados, sem obstáculos jurídicos, pois todos terão de cumprir a meta mínima sem incentivos. É provável que até o fim deste mês o programa possa, afinal, ser anunciado.
SISTEMA de chassi 100% ativo, que a ZF acaba de anunciar na Europa, pode se transformar em grande facilitador para adoção de direção autônoma. Suspensões convencionais não lidam com pisos irregulares sem exigir atuação do motorista. Tal recurso é preditivo e deixa a carroceria livre de quaisquer oscilações. Resta discutir os custos.
RESSALVAS: apenas no mês de novembro próximo a Toyota pretende iniciar o terceiro turno de produção em Sorocaba, se o mercado confirmar a tendência de recuperação. Quanto ao Golf e à station Variant, apesar de lançados no mês passado, são modelos 2018 e não 2019, como costuma ser a regra. Há casos, porém, de outros veículos em mercado três ou quatro meses antes, que já são modelos 2019.
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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