A quarta série de resultados em 2018 do Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e o Caribe, o Latin NCAP, foi apresentada hoje com resultados preocupantes para o Nissan March e o Mazda 2, fabricado no México.
O Nissan March, fabricado no México e no Brasil, já foi avaliado outras três vezes pelo Latin NCAP (em 2011, 2015 e 2016), sendo o resultado mais recente divulgado em dezembro de 2016, ainda sob o antigo protocolo de avaliação (pois visava apenas "confirmar" o teste de impacto frontal de 2015). Naquela ocasião, obteve 3 estrelas de proteção a adultos e 1 estrela de proteção a crianças, o que representou a diminuição de 1 estrela de proteção a adultos em relação ao teste com unidade patrocinada pela Nissan em 2015.
Agora, o March foi submetido ao crash-test lateral, e obteve só 1 estrela (20,11 de 34 pontos possíveis) para proteção de adultos, embora tenha melhorado para 2 estrelas (21,42 de 49 pontos possíveis) no tocante à proteção de crianças. As imagens do teste de colisão frontal foram repetidas do teste de 2016, então a maior curiosidade foi conferir como o compacto da Nissan se saiu na colisão lateral, que ocorre a 50 km/h.
A compressão frontal do tórax foi alta e a estrutura da carroceria se mostrou instável, contribuindo para o resultado de uma estrela a respeito da proteção do ocupante adulto. Este teste do Latin NCAP evidencia a necessidade de atualização do March, que conta apenas com o que é obrigatório por lei. O hatch feito no México não possui alerta do não-uso do cinto de segurança nem ancoragens ISOFIX para a fixação de cadeirinhas infantis, obrigando à utilização dos cintos de segurança - que, na posição central do banco traseiro, é subabdominal. Com este resultado, o March se iguala a Renault Sandero e Fiat Mobi na (falta de) proteção a adultos.
Já o Mazda2, fabricado no México, obteve o mediano resultado de duas estrelas para adultos (28,66 de 34 pontos possíveis) e três estrelas para crianças (33,81 de 49 pontos possíveis). O hatch mexicano obteve boa proteção nos impactos frontal e lateral para os adultos, além de contar com o alerta do uso do cinto para os ocupantes dianteiros, mas que não cumpre com os requerimentos do Latin NCAP, além de não ter o controle eletrônico de estabilidade. A proteção para crianças foi um pouco melhor, graças à presença das fixações ISOFIX para cadeirinhas infantis e dos cintos de 3 pontos para todos os ocupantes.
Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP, disse:
“É alentador encontrar mais modelos compactos com boa proteção infantil e com o potencial para oferecer boa proteção aos passageiros adultos como padrão. Continua a nos preocupar o baixo nível de proteção proporcionado por um dos carros mais vendidos como é o Nissan March. É prometedor saber que os fabricantes de veículos estão comprometidos a melhorar um modelo com apenas mostrar o resultado do teste do Latin NCAP. A informação independente dada aos consumidores se tornou uma ferramenta muito poderosa e eficiente, que já está impulsionando o mercado latino-americano para ter veículos mais seguros.
Os governos deveriam animar e promover a qualificação de estrelas do Latin NCAP para todos os modelos de seus mercados acelerarem a mudança em direção a veículos mais seguros. Os governos deveriam alentar e incentivar aqueles veículos que contém tecnologias de segurança ativa como o ESC e a Frenagem Autônoma de Emergência, visando melhorar os níveis de segurança dos novos veículos vendidos na região e alinhar-se com os requisitos globais”.
Ricardo Morales, Presidente da Comissão Diretiva do Latin NCAP, comentou:
“Nestes anos, os resultados do Latin NCAP promoveram boas reações nos consumidores e, recentemente, também, nos fabricantes. Os consumidores começaram a demandar veículos novos com mais segurança e os fabricantes estão escutando essa solicitação. Agora é o momento para os governos da América Latina e do Caribe também mostrarem um sinal positivo e comprometerem-se a promover os resultados de estrelas do Latin NCAP para veículos mais seguros. O benefício desta simples ação é enorme, proteger os consumidores e salvar vidas”.
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