Texto e Fotos | Júlio Max
No ano de 1994, o Fiat Uno já completava dez anos de mercado nacional, mas diante da onda de esportivos nacionais (que na época contava com Gol GTi, Escort XR3 e Kadett GSi) e motivada a aprimorar sua gama de produtos (que já contava com um modelo médio, o Tempra), a marca viu a chance de oferecer no Brasil uma versão mais esportiva em relação aos anteriormente oferecidos 1.5 e 1.6R. Era o Uno Turbo, que contava com um motor menor (1.4 de 1372 cm³, 4 cilindros e 8 válvulas), porém com a força do turbocompressor Garrett T2, que o fazia render 116 cavalos a 6000 rpm e torque de 17,0 kgfm a 3500 rpm.
Os carros das imagens estiveram reunidos no 1º Dia do Antigomobilismo do Piauí, ocorrido no último domingo (7/7); todos eles foram fabricados em 1995, mas só o vermelho é modelo 95, enquanto os demais são ano-modelo 1996, o último da produção.
Por fora, o Uno Turbo trazia vários diferenciais, entre os quais os para-choques e saias laterais mais encorpados, com novas entradas de ar e alojamentos para os faróis de neblina na frente. Aliás, a abertura esquerda era para o radiador de óleo (já que o radiador de água ficava ao centro), enquanto a abertura direita ventilava o intercooler do motor. As rodas de liga leve de 14 polegadas eram calçadas com pneus 185/60. Adesivos "Turbo" e Multi Point Injection" adornavam os para-lamas e, atrás, eram exclusivos o aerofólio junto à tampa traseira e a saída de escape à esquerda.
Dentro, o primeiro carro nacional com turbo de fábrica também reservava surpresas para o motorista, como o volante de três raios mais anatômico, além dos bancos dianteiros com apoios de cabeça vazados, cintos de segurança vermelhos, tecido aveludado e maiores apoios para o corpo e do quadro de instrumentos bem completo, que incluía pressão do turbo (o máximo alcançado era de 0,8 bar) e do óleo (bem como sua temperatura).
A lista de equipamentos do Uno Turbo incluía direção hidráulica, travas e vidros dianteiros elétricos, vidros traseiros térmicos, limpador e lavador traseiro, relógio digital, estepe com roda de liga leve (que diminuía a capacidade do porta-malas) e, como opcional, teto solar manual. Porém, o ar-condicionado não estava disponível nos modelos 1994 - é possível reconhecer os carros desta primeira safra pela ausência das entradas de ar acima do local reservado à placa dianteira, já presente nos carros das imagens.
O motor originalmente cortava em 6650 rpm e estava aliado ao câmbio manual de 5 marchas. A dupla era importada da Itália. Outro diferencial era o conjunto de freios, os mesmos do Tempra (a disco na frente, ventilados, com 257 milímetros de diâmetro, e a tambor na traseira, com 228 mm), porém sem o recurso anti-travamento. Rebaixado em 1 centímetro, o conjunto de suspensão era independente e com amortecedores pressurizados nas quatro rodas, com o esquema McPherson na frente e, atrás, feixe de mola transversal.
Segundo a Fiat, o Uno acelerava de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos, alcançando a velocidade máxima de 195 km/h.
Segundo a Fiat, o Uno acelerava de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos, alcançando a velocidade máxima de 195 km/h.
O Uno Turbo durou apenas dois anos no mercado brasileiro e teve 1801 unidades fabricadas (volume que contrariou a própria montadora, que esperava vender 2500 unidades a cada ano), saindo de cena para abrir espaço para a gama do Palio. Em 1996, especulava-se que o veterano modelo saísse de linha em pouco tempo, pois fora mantido em uma versão apenas, a SX. Mas o Mille conseguiu manter uma clientela que priorizava praticidade e baixos custos de compra e manutenção, o que o manteve no mercado até o fim de 2013, prazo limite para as montadoras continuarem produzindo automóveis sem airbags frontais e freios ABS de série.
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