Tiguan cresceu em tudo [Alta Roda]


Fenômeno de expansão dos veículos utilitários esporte, mais conhecidos pelas três letras “mágicas” SUV (da sigla, em inglês, Sport Utility Vehicle), tem atingido a maioria dos mercados importantes do mundo. Nos EUA, cerca de 40%, na Europa perto de 30%, na China ao redor de 15% e no Brasil, em torno de 20%. No Japão, por características locais, a participação é baixa.


Há também modelos comuns com vestimenta “aventureira” – pseudo-SUV – que o marketing dos fabricantes desejam enquadrar nesse segmento, mas não passam de licença poética. Projeções para os SUVs autênticos apontam 30% do mercado brasileiro em quatro anos. Esse percentual dependerá de aumento dos financiamentos e recuperação do poder aquisitivo. Os mesmos fatores, no entanto, podem trazer mais compradores de modelos de menor custo não enquadrados como SUVs.

Porém, nenhuma marca deseja ficar de fora. Apenas a Fiat, entre as de maior volume, ainda está por definir planos. Por outro lado, a VW estabeleceu que cinco de seus 20 lançamentos até 2020 (com os quais pretende recuperar a liderança mantida entre 1960 e 2001) serão SUVs.


O primeiro a chegar é o mexicano Tiguan Allspace, seguido pelo T-Cross (mesmo entre-eixos do Virtus) a ser produzido no Paraná, no início de 2019, para concorrer na faixa do HR-V, Kicks, Renegade e Creta entre outros. O argentino Tarek, no final de 2019, deverá ter o entre-eixos do novo Jetta e enfrentará Compass, CR-V, RAV4, Tucson e outros. Os dois restantes seriam o SUV grande Atlas, produzido nos EUA, e talvez o Touareg, a ser importado apenas sob encomenda da Alemanha. Pode estar nos planos também um SUV com entre-eixos do Polo. Todos produzidos com arquitetura modular MQB.


O Tiguan Allspace tem distância entre-eixos maior em relação à versão vendida apenas na Europa. É oferecido com opção de cinco lugares (de entrada) e de sete (intermediária e topo de linha). As duas primeiras utilizam motor turboflex produzido no Brasil (1,4 L/150 cv) e a R-Line com acabamento esportivo dispõe de um turbo a gasolina 2 L/220 cv.


Distância entre-eixos generosa de 2,79 m (7 cm superior ao Equinox, por exemplo) garante amplo espaço, em especial no banco traseiro. Porta-malas invejável de nada menos que 710 litros, mas limitado a 216 litros com as três fileiras de bancos. O acesso à terceira fileira, no entanto, é particularmente difícil, se comparado a concorrentes como o Peugeot 5008. Acabamento é correto e o painel segue os padrões estéticos e eficientes da marca.


Impressiona mais o desempenho, sentido logo na primeira acelerada forte. Segundo a VW, a versão superior, com detalhes esportivos na carroceria, registra 0 a 100 km/h em apenas 6,8 s com câmbio automatizado de sete marchas e tração 4x4. Como referência, o hatch Golf GTI tem mesmo motor, câmbio de seis marchas, mas acelera nas mesmas condições em 7,2 s, embora pese 468 kg a menos. O Chevrolet Equinox tem 262 cv (42 cv a mais que o Tiguan), pesa quase 100 kg a menos (tração 4 x 2), menos uma marcha no câmbio e vai de 0 a 100 km/h em 7,6 s. É preciso promover um tira-teima...

Preços do Tiguan vão de R$ 124.900 a 179.900.

RODA VIVA


CIVIC Si é um típico carro de imagem que a Honda não abre mão de oferecer ao mercado. Cupê canadense é bastante impactado por imposto de importação e preço de R$ 159.900 limita aspirações de vendas. Seu estilo próprio, sem exageros, agrada a todos os olhos. Esportividade marcada pelo escapamento central (verdadeiro), rodas de 18 pol. e pneus 235/40 (Goodyear).


MOTOR turbo de 1,5 L/208 cv do Si tem boas respostas, porém concorrentes mais baratos entregam potência maior. Direção de resposta direta, volante de ótima pegada, suspensões muito bem calibradas e freios potentes formam conjunto de primeira linha. Câmbio manual e ótima alavanca, hoje, são para saudosistas (Porsche e Ferrari, automáticos), porém coerente com a proposta.



LEXUS LS 500h é topo de linha da marca de luxo da Toyota, mas só estará disponível no último trimestre por R$ 760.000. Trata-se de híbrido de tração traseira com motor V-6 (300 cv) e mais dois elétricos nas rodas dianteiras: potência total de 359 cv. Interior muito espaçoso com bancos individuais traseiros. Fora a grade exagerada, o estilo geral é bastante razoável.


JAC T40 agora está disponível com câmbio automático. Marca chinesa também oferece (só nessa versão) novo motor de 1,6 L com ótimos 138 cv e 17,1 kgfm. Desempenho agrada, apesar das limitações de todo câmbio CVT e de seu efeito-chiclete (motor sobe de giro e a velocidade, nem tanto). Suspensões também foram recalibradas. Versão única e bem equipada sair por R$ 69.900.

POLÍCIA Rodoviária Federal tomou a boa iniciativa de oferecer um site para registro de roubo ou furto de veículos. Todos os policiais dentro do raio de 100 km da ocorrência irão receber a mensagem em seus celulares. Probabilidade de recuperação de um veículo é maior nas primeiras horas após a ocorrência. URL é https://www.prf.gov.br/sinal.

Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e  de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).

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