De 1917 para 2017, muita coisa mudou no universo das picapes. Antigamente voltadas estritamente para trabalho, elas foram ganhando comodidades e hoje desfrutam de um status similar ao dos utilitários esportivos, no caso das representantes de porte médio do segmento. Atualmente com duas opções no Brasil - Montana e S10 - a Chevrolet relembra os 100 anos de picapes da marca com a série especial 100 Years da S10 High Country, que já está nas concessionárias e é limitada a 450 unidades.
Visualmente, a S10 100 Years se distingue pelo emblema ao estilo clássico da marca, pintado em azul escuro e grafado com o nome da marca, como na primeira picape Chevrolet produzida nos Estados Unidos. O emblema aparece na dianteira, na tampa traseira e portas dianteiras, porém não no volante ou nas rodas. A pintura da carroceria é sempre na cor Azul Steel, aplicada também os filetes horizontais (normalmente cromados) e a barra central do para-choque dianteiro (que é preta nas outras S10).
Outros diferenciais estéticos são os adesivos pretos do capô e as rodas aro 18'' reaproveitadas da primeira série High Country com novo acabamento diamantado e preto, enquanto a capota marítima segue o mesmo tom do santo-antônio que envolve a parte superior da caçamba e a lona traz a inscrição “100 Years” em baixo relevo.
A cabine da S10 100 Years adota os tons preto Jet Black e cinza Dark Ash Gray, e as portas dianteiras trazem a numeração do veículo, de que vai de 1 a 450. Fora isso, é idêntica ao modelo High Country produzido em série, com motor 2.8 Turbo Diesel de 200 cavalos e 51 kgfm de torque, com tração 4x4, câmbio automático de seis marchas e o CPA (Centrifugal Pendulum Absorber), que ajuda a reduzir os níveis de ruído e de vibração da picape.
Entre os itens de série da S10 100 Years, estão: acendimento automático dos faróis, luzes de condução diurna em LED, banco do motorista com ajuste elétrico, sensor de chuva, retrovisor central eletrocrômico, câmera de ré com gráficos para auxílio em manobras, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, partida remota do motor, ar-condicionado digital automático, som com 5 alto-falantes e 2 tweeters, rebatimento elétrico dos retrovisores externos, estribos laterais, direção com assistência elétrica progressiva, computador de bordo com alerta da perda de pressão dos pneus, sistema multimídia MyLink com espelhamento de tela de celulares compatíveis com Android Auto e Apple CarPlay; OnStar com serviços de aplicativo de celular, emergência, segurança, navegação, concierge e diagnóstico avançado; alerta de saída de faixa não sinalizada, alerta de colisão frontal, controles eletrônicos de estabilidade e de tração, assistente de partida em ladeiras e controlador automático de velocidade em descidas.
Nos Estados Unidos, foram os modelos Colorado (a "S10 americana") e Silverado os escolhidos para “vestir” a gravata vintage da Chevrolet. Há cem anos, a GM introduzia o modelo 1918 da One-Ton, e desde então acumulou mais de 85 milhões de unidades de picapes produzidas.
1918 One-Ton: A primeira picape de produção comercial da Chevrolet foi inspirada em veículos utilizados nas fábricas da marca para mover peças de um lugar para outro. Era um basicamente um chassi com rodas e cabine aberta, trazendo motor de quatro cilindros em linha e uma estrutura que permitia aos clientes instalarem uma carroceria. A pioneira picape não passava dos 40 km/h. Um elemento de design marcante é o emblema da gravata borboleta na cor azul escura, quase preta, com proporções e tipo de fonte que foram adotados na série comemorativa de 100 anos.
1929 Series AC: O modelo foi a primeira picape da Chevrolet projetada com cabine fechada, dando origem a um conceito que se mantém até hoje. É também nessa época que as picapes começam a ganhar mais elementos estéticos, como a possibilidade de diferentes combinações de cores para a carroceria. Tinha motor V6 econômico para a época.
1938 Half-Ton: A primeira picape projetada no então recém-inaugurado Centro de Design de Harley Earl, primeiro executivo de design da GM. A partir deste ano, observa-se que as picapes começam a ganhar identidade própria, diferenciando-se dos automóveis de passeio. As proporções ficaram mais baixas e longas, com uma grade estilizada e para-lamas alongados e mais encorpados.
1947 Série 3100: Conhecida como "Design Advanced", era maior e trazia grade horizontal de cinco barras. Os para-lamas passavam a ser mais integrados à carroceria, e os faróis foram deslocados para as extremidades do veículo. No Brasil, inaugurou a categoria “picape leve” e era usada inclusive como carro de passeio, uma tendência até os dias de hoje. Anos depois, começou a ser produzido em São Caetano do Sul com design e sobrenome exclusivos, a 3100 Brasil.
1955 Série 3124: Devido à sua beleza e a uma ironia do destino, o modelo Task Force ficou conhecido por aqui como Martha Rocha, a Miss Brasil de 1954. No concurso Miss Universo, Martha ficou em 2º lugar e diz a lenda que a perda do título para a americana Miriam Stevenson se deveu a duas polegadas a mais nos quadris, e em 1956 a Chevrolet lançava no Brasil a picape 3100 com duas polegadas (5 cm) a mais na distância entre eixos que nos modelos convencionais.
Foi a primeira picape Chevrolet a adotar o estilo "Fleetside" - a linha de cintura da caçamba alinhava-se à da cabine e à dos para-lamas - e também a primeira a utilizar-se do recurso da reestilização ao longo dos anos para manter-se competitiva comercialmente.
Foi a primeira picape Chevrolet a adotar o estilo "Fleetside" - a linha de cintura da caçamba alinhava-se à da cabine e à dos para-lamas - e também a primeira a utilizar-se do recurso da reestilização ao longo dos anos para manter-se competitiva comercialmente.
1967 C10: O design esguio, marcado pelas linhas retas da carroceria, remetia ao estilo mais moderno e funcional para melhor aproveitamento do espaço na caçamba e na cabine. Trazia para-brisa panorâmico, com melhor visibilidade. A lateral da carroceria tinha uma linha que seguia em direção à traseira. A barra na grade dianteira ligava o centro do farol com a gravata borboleta - elemento consistente até hoje. Neste período a pintura metálica foi introduzida, permitindo destacar vincos da carroceria que antes não eram aparentes. Um modelo homônimo e de estilo parecido ao norte-americano fez sucesso no Brasil do fim dos anos 60 até o início dos anos 80, intervalo em que as picapes começaram a ganhar itens antes exclusivos dos automóveis, como a direção hidráulica.
Série 10/20: Lançada em 198, foi uma das linhas de picapes brasileiras mais emblemáticas. Seguia a tendência de estilo da década, com linhas retas, faróis e lanternas envolventes. Vinha com retrovisor do lado direito (que não era obrigatório pela legislação de época) e a caçamba trazia ganchos nas bordas que facilitavam a amarração da carga. Como o nome sugere, a série se dividia em duas configurações: a “série 10”, com capacidade de carga de meia tonelada e a “série 20”, que carregava até 1 tonelada. Eram sempre precedidas de uma letra que indicava o tipo do combustível utilizado: A (etanol), C (gasolina) e D (diesel). Na foto mais acima, um raro exemplar da B-10.
Silverado: Foi a primeira picape cujo design fora influenciado pela aerodinâmica. Essa mesma lógica se aplicou ao interior, com um painel de instrumentos baixo, envolvente e com elementos de aparência futurista. Chegou ao Brasil em 1997 com pequenas modificações em relação à picape dos Estados Unidos, como nos faróis e nas lanternas, essencialmente para atender o código de trânsito local. Principalmente pelo seu visual moderno para a época, é considerada hoje um veículo clássico em mercados onde foi comercializada.
Montana: Seguindo a tradição de oferecer também picapes compactas derivadas de automóveis, como a Chevy 500 e a picape Corsa, a Chevrolet lançou no Brasil a Montana, baseada no Corsa C que se diferenciava das antecessoras pela cabine mais espaçosa e por ter a maior caçamba da categoria, frente a Courier, Strada e Saveiro. A segunda geração da Montana foi apresentada em 2010, com forte inspiração no estilo do Agile e plataforma reaproveitada do Corsa B, mantendo o conceito de cabine estendida e o step side lateral para facilitar o acesso aos itens transportados.
S10: Baseada na S10 norte-americana, a brasileira foi lançada em 1995 como uma opção de picape média, útil tanto para o trabalho como para o lazer. Ganhou cabine estendida e opção de motor V6 ao longo da década de 1990. Durante os anos 2000, recebeu três reestilizações, mas já não escondia a idade ultrapassada de seu projeto, assim como a Ranger. A segunda geração do modelo, lançada em 2012, cresceu e é oferecida hoje nas configurações chassi-cabine, cabine simples ou dupla, com motor 2.5 Flex ou 2.8 Turbodiesel e câmbio manual ou automático.
Comentários
Postar um comentário
Na seção de comentários do Auto REALIDADE você está livre para escrever o que você achou da matéria.
Caso você queira fazer perguntas maiores, incluir fotos ou tirar dúvidas, envie e-mail para blogautorealidade@hotmail.com
Sua opinião é muito importante para o Auto REALIDADE! Estamos a disposição no Facebook (http://www.facebook.com/AutoREALIDADE), no Instagram (http://www.instagram.com/autorealidade e no Twitter (@AutoREALIDADE).