Fotos, vídeo e edição | Júlio Max, de Teresina, Piauí
Agradecimentos | Imprensa Renault
Originado na Europa, o mercado de hatches esportivos no Brasil começou a ganhar representatividade na década de 1980, com a introdução do Ford Escort XR3, seguido do VW Gol GT. Aí vieram Kadett GS, Uno 1.5R... Só que, nos anos 2000, a fórmula "carroceria compacta" + "motorzão" acabou se perdendo, o que gerou esportivos de maquiagem, como Corsa SS, Uno Sporting e... Sandero GT Line. A divisão Renault Sport, no entanto, resolveu explorar o potencial da segunda geração do hatch. O resultado é este aí: o Sandero R.S., que com certeza será lembrado daqui a alguns anos como um dos últimos remanescentes da fórmula do motorzão maior (no caso, 2.0) ao invés de artifícios como turbocompressor e injeção direta de combustível para extrair mais potência.
Visualmente, o R.S. é digno de elogios. Diferentemente das versões iniciais, que parecem algo desajeitadas, este Sandero traz um conjunto estético muito interessante. É importante ressaltar que o novo desenho dos para-choques, saias laterais e aerofólio são funcionais, a fim de aprimorar a aerodinâmica. Na frente, além dos spoilers mais proeminentes, o destaque está nas fileiras de LED diurnas no lugar dos faróis de neblina. Para arrematar, o logotipo "R.S." adorna a grade dianteira, com aberturas em forma de losango.
De lado, chamam a atenção as rodas de 17 polegadas, único opcional do modelo, calçadas com pneus 195/55 Continental Sport Contact. Vale falar dos freios, a disco nas quatro rodas (ventilados na frente, com 280 mm na frente - 22 mm adicionais em relação ao Sandero Dynamique - e 240 mm na traseira). Os retrovisores contam com capas pretas e luzes de seta incorporadas. Quase não dá pra ver com esta cor, mas há também adesivos texturizados que lembram as bandeiras quadriculadas e, nos cantos dos spoilers laterais, o logotipo "Renault Sport".
Na traseira, destaque para as lanternas com máscara preta (as mesmas do modelo Stepway), além da dupla ponteira de escape cromada, da moldura prateada do para-choque traseiro e do aerofólio mais proeminente. A logotipia elimina a identificação "Sandero" em prol da identificação da divisão de desenvolvimento de modelos esportivos da Renault, que na Europa já preparou Mégane, Clio, Twizy (!!) e o cupê de competição R.S. 01.
Por dentro, o Sandero R.S. também traz alguns diferenciais, a começar pelo volante, que é o mesmo adotado em modelos europeus como o Clio R.S., um centímetro menor em diâmetro em relação a outras versões do Sandero e com forração em couro, trazendo costuras vermelhas. Sua assistência é eletro-hidráulica e, em seus raios, estão incorporados os botões do controlador/limitador automático de velocidade e dos comandos de voz.
A coluna é ajustável unicamente em altura, mas a posição de dirigir é adequada a um modelo de verve esportiva, graças aos bancos dianteiros com apoios laterais mais envolventes (com ajuste de altura para o motorista) e faixa de veludo. As pedaleiras são de alumínio, com o freio próximo ao acelerador; as portas dianteiras trazem soleiras e as saídas de ar contam com detalhes vermelhos (azuis no GT Line).
No lugar em que normalmente está o botão de bloqueio das janelas traseiras está o seletor de modos de condução. Sempre que se dá a partida, é selecionado o modo Standard, com ESP (controle eletrônico de estabilidade) e ASR (controle de tração) ligados, além da luz indicadora de mudança de marcha priorizar o consumo de combustível.
Ao apertar o botão R.S., entra em ação o modo Sport: a rotação do motor em ponto-morto é elevada para 950 rpm, as respostas dos pedais são mais sensíveis, o som do escape fica mais grave, o indicador de troca de marcha passa a ser sonoro e o mapeamento do motor prioriza a performance. Ao pressionar o botão por cerca de 3 segundos, passa a ser ativado o modo Sport+, que desativa os controles de tração e estabilidade, o que ajuda a ganhar décimos de segundo em pistas de corrida, já que a eletrônica deixa de atuar no controle do veículo.
O sistema multimídia Media Nav dispensa as funcionalidades de consumo de combustível (presentes nas outras versões) para inserir mais um menu do GPS, que dispõe de informações de trânsito em tempo real em algumas regiões. Com tela sensível ao toque de 7 polegadas, a central dispõe de comandos-satélite na coluna de direção para mudança de faixa, controle do volume e botões de atender ou recusar chamadas telefônicas; Bluetooth para telefonia e streaming de áudio, entradas USB e auxiliar (posicionadas no alto da tela), além do ajuste de funções de som e 4 alto-falantes nas portas que proporcionam qualidade relativamente boa de áudio. Há ainda o sensor de estacionamento traseiro, com um alerta discreto e amplitude grande na detecção de objetos.
O ar-condicionado conta com regulagem automática de temperatura e seleção numérica entre 18 e 26 graus Celsius, com zona única de temperatura e boa eficiência, em dias teresinenses com temperaturas superiores a 35º C.
O computador de bordo traz as funções de quilometragem total e parcial, consumo de combustível médio e instantâneo, temperatura externa, autonomia e relógio. O vídeo publicado no início da matéria exibe todas as funções.
Também são itens de série do Sandero R.S.: abertura interna da tampa do tanque do combustível e do porta-malas (no piso, à esquerda do motorista), alerta sonoro de luzes acesas com a porta aberta, banco traseiro com encosto rebatível, porta-revistas atrás dos bancos dianteiros, luz e apito indicadores de troca de marcha, luz indicadora do reservatório de partida a frio, iluminação do porta-luvas, espelhos nos para-sois, porta-copo dianteiro e traseiro no console central, porta-objetos nas portas e na parte central superior do painel, temporizador do limpador do para-brisa, retrovisores, travas e vidros elétricos, além do limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro.
O espaço interno é destaque: graças à distância entre-eixos de 2,59 metros (apenas como comparação, o recém-lançado Nissan Kicks tem 2,61 m de entre-eixos) e à largura de 1,73 metro, quatro adultos e uma criança usufruem de espaço de sobra para cabeça e pernas, algo até raro em um modelo de caráter esportivo - Fiat 500 Abarth (veja a avaliação dele aqui) e Suzuki Swift Sport não deixam mentir.
No mais, o Sandero herda a simplicidade presente nas outras versões. Os comandos dos vidros traseiros ficam na parte inferior do quadro central, e é preciso segurar o botão para subir ou descer qualquer janela, inclusive a do motorista. O teto traz forro de carpete, três alças fixas e iluminação apenas dianteira (com foco central ou para o passageiro). As maçanetas cromadas são o único toque de requinte no forro das portas, inteiramente moldado em plástico e com parafusos aparentes. Ambos os para-sois trazem espelhos, mas para o passageiro não há tampa. A chave também é bem franciscana, resumida a botões para travamento e destravamento das portas (se serve de consolo, as janelas fecham ao trancar o carro).
Mas o que é realmente diferenciado no Sandero R.S. é sua mecânica, a começar pelo propulsor 2.0 16 válvulas Flex F4R aspirado, que rende 145 cavalos com gasolina e 150 cv com etanol. Trata-se, grosso modo, do motor do Duster transplantado (levando inclusive o tanquinho de partida a frio), e que se encaixou bem no cofre do motor - a propósito, o capô possui amortecimento e manta acústica. O ganho de força em relação ao utilitário se deu por conta do remapeamento da unidade central de controle, coletor de admissão maior e pressão de injeção de 4,2 bar.
Para tomar as rédeas dos 20,2/20,9 kgfm de torque (com gasolina/etanol, respectivamente), o R.S. conta com câmbio manual de 6 marchas, sendo que as quatro primeiras marchas possuem relações mais curtas, e a 5ª e 6ª são alongadas, no intuito de economizar combustível nas estradas. Não é exagero: até a sexta marcha, o Sandero continua com fôlego para andar forte.
E não é só: a suspensão recebeu molas 92% mais rígidas na frente e 10% mais rígidas atrás, as barras de torção ganharam 17% de rigidez na frente e 65% de rigidez atrás, e o centro de gravidade foi reduzido em 25 milímetros em relação ao Sandero de entrada, tudo para melhorar o comportamento dinâmico da carroceria. As saídas de escape tiveram o diâmetro ampliado de 4,5 para 5 centímetros, influindo diretamente no ronco do motor.
Considerando que seu peso em ordem de marcha é de 1161 quilos (resultando em uma relação peso-potência de 7,74 kg/cv), o engine swap (transfusão de motor) no Sandero R.S. lhe deu fôlego incomum: o hot-hatch acelera de 0 a 100 km/h em 8,0 segundos com etanol (8,4 s com gasolina) e atinge a velocidade máxima de 202 km/h (com gasolina, 200 km/h). Também vale destacar os resultados de suas retomadas: de 80 a 120 km/h, com a quinta marcha engatada, o tempo é de 7,3 segundos - com a quarta marcha engatada, bastam 5,9 segundos. A embreagem tem bom peso, mas o curso da alavanca de câmbio requer certo tempo para se acostumar.
Dirigir o Sandero R.S. em asfalto bom é tão estimulante que exige atenção para não extrapolar os limites de velocidade: o equilíbrio da carroceria é interessante, o motor emite um ruído instigante e a direção eletro-hidráulica é suave sem ser molenga, transmitindo maior segurança ao contornar curvas. Mas o R.S. sofre um pouco em terrenos irregulares, sendo possível sentir cada remendo de asfalto, e é preciso atenção extra para não raspar as saias nas valetas e lombadas. Havia também um inconveniente inerente ao carro em que andamos: o insulfilm escuríssimo aplicado em todas as janelas (exceto para-brisa), que até à luz do dia era responsável pela visibilidade ruim, especialmente ao se olhar pelos retrovisores.
Em termos de consumo, obtivemos as médias de 8,0 km/l rodando com gasolina na cidade e 5,2 km/l com etanol, também na cidade. Abastecemos duas vezes, de modo que durante os sete dias em que hospedamos o R.S. na garagem, a primeira metade do percurso fosse feita com gasolina e a segunda parte com o combustível derivado da cana-de-açúcar - aliás, é a primeira vez que resolvemos adotar este método, uma vez que abastecer com etanol no Piauí é pouco vantajoso. A capacidade do tanque de combustível é de 50 litros.
A segurança do R.S. é complementada pelos controles eletrônicos de estabilidade (ESP) e tração (ASR), auxiliar de partida em subidas (após desengatar o freio de mão, mantém o carro parado por 3 segundos em inclinações superiores a 3%, evitando que o carro desça em locais íngremes) e freios ABS a disco nas quatro rodas, que se somam a: airbags frontais, alarme perimétrico, alças de segurança no teto (uma dianteira e duas traseiras), cintos de segurança dianteiros reguláveis em altura e travamento das portas a 6 km/h. Em relação a outras versões do Sandero, como a Stepway, fica devendo apoio de cabeça central e encosto do banco traseiro bipartido.
O porta-malas tem a capacidade de 320 litros, significativos 20 litros a mais que Citroën C3 e Hyundai HB20; o estepe é do tipo temporário, para rodar a até 80 km/h, pois seu perfil (185/65 com roda de ferro aro 15'') é bem diferente das rodas de 17 polegadas, e também da opção vinda de série (195/55 aro 16''). No habitáculo, que é iluminado, o macaco fica apoiado na lateral esquerda, e a chave de roda, no lado direito. Já o triângulo fica envolto em plástico.
A carroceria mantém os 4,07 metros de comprimento; a largura, com retrovisores, é de 2,01 metros, enquanto a altura é de 1,50 m - portanto, 2,6 cm mais baixo em relação a outras versões. Em termos de suspensão, adota o sistema McPherson na frente e o eixo de torção na traseira.
De lado, chamam a atenção as rodas de 17 polegadas, único opcional do modelo, calçadas com pneus 195/55 Continental Sport Contact. Vale falar dos freios, a disco nas quatro rodas (ventilados na frente, com 280 mm na frente - 22 mm adicionais em relação ao Sandero Dynamique - e 240 mm na traseira). Os retrovisores contam com capas pretas e luzes de seta incorporadas. Quase não dá pra ver com esta cor, mas há também adesivos texturizados que lembram as bandeiras quadriculadas e, nos cantos dos spoilers laterais, o logotipo "Renault Sport".
Na traseira, destaque para as lanternas com máscara preta (as mesmas do modelo Stepway), além da dupla ponteira de escape cromada, da moldura prateada do para-choque traseiro e do aerofólio mais proeminente. A logotipia elimina a identificação "Sandero" em prol da identificação da divisão de desenvolvimento de modelos esportivos da Renault, que na Europa já preparou Mégane, Clio, Twizy (!!) e o cupê de competição R.S. 01.
Por dentro, o Sandero R.S. também traz alguns diferenciais, a começar pelo volante, que é o mesmo adotado em modelos europeus como o Clio R.S., um centímetro menor em diâmetro em relação a outras versões do Sandero e com forração em couro, trazendo costuras vermelhas. Sua assistência é eletro-hidráulica e, em seus raios, estão incorporados os botões do controlador/limitador automático de velocidade e dos comandos de voz.
A coluna é ajustável unicamente em altura, mas a posição de dirigir é adequada a um modelo de verve esportiva, graças aos bancos dianteiros com apoios laterais mais envolventes (com ajuste de altura para o motorista) e faixa de veludo. As pedaleiras são de alumínio, com o freio próximo ao acelerador; as portas dianteiras trazem soleiras e as saídas de ar contam com detalhes vermelhos (azuis no GT Line).
No lugar em que normalmente está o botão de bloqueio das janelas traseiras está o seletor de modos de condução. Sempre que se dá a partida, é selecionado o modo Standard, com ESP (controle eletrônico de estabilidade) e ASR (controle de tração) ligados, além da luz indicadora de mudança de marcha priorizar o consumo de combustível.
Ao apertar o botão R.S., entra em ação o modo Sport: a rotação do motor em ponto-morto é elevada para 950 rpm, as respostas dos pedais são mais sensíveis, o som do escape fica mais grave, o indicador de troca de marcha passa a ser sonoro e o mapeamento do motor prioriza a performance. Ao pressionar o botão por cerca de 3 segundos, passa a ser ativado o modo Sport+, que desativa os controles de tração e estabilidade, o que ajuda a ganhar décimos de segundo em pistas de corrida, já que a eletrônica deixa de atuar no controle do veículo.
O sistema multimídia Media Nav dispensa as funcionalidades de consumo de combustível (presentes nas outras versões) para inserir mais um menu do GPS, que dispõe de informações de trânsito em tempo real em algumas regiões. Com tela sensível ao toque de 7 polegadas, a central dispõe de comandos-satélite na coluna de direção para mudança de faixa, controle do volume e botões de atender ou recusar chamadas telefônicas; Bluetooth para telefonia e streaming de áudio, entradas USB e auxiliar (posicionadas no alto da tela), além do ajuste de funções de som e 4 alto-falantes nas portas que proporcionam qualidade relativamente boa de áudio. Há ainda o sensor de estacionamento traseiro, com um alerta discreto e amplitude grande na detecção de objetos.
O ar-condicionado conta com regulagem automática de temperatura e seleção numérica entre 18 e 26 graus Celsius, com zona única de temperatura e boa eficiência, em dias teresinenses com temperaturas superiores a 35º C.
O computador de bordo traz as funções de quilometragem total e parcial, consumo de combustível médio e instantâneo, temperatura externa, autonomia e relógio. O vídeo publicado no início da matéria exibe todas as funções.
Também são itens de série do Sandero R.S.: abertura interna da tampa do tanque do combustível e do porta-malas (no piso, à esquerda do motorista), alerta sonoro de luzes acesas com a porta aberta, banco traseiro com encosto rebatível, porta-revistas atrás dos bancos dianteiros, luz e apito indicadores de troca de marcha, luz indicadora do reservatório de partida a frio, iluminação do porta-luvas, espelhos nos para-sois, porta-copo dianteiro e traseiro no console central, porta-objetos nas portas e na parte central superior do painel, temporizador do limpador do para-brisa, retrovisores, travas e vidros elétricos, além do limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro.
O espaço interno é destaque: graças à distância entre-eixos de 2,59 metros (apenas como comparação, o recém-lançado Nissan Kicks tem 2,61 m de entre-eixos) e à largura de 1,73 metro, quatro adultos e uma criança usufruem de espaço de sobra para cabeça e pernas, algo até raro em um modelo de caráter esportivo - Fiat 500 Abarth (veja a avaliação dele aqui) e Suzuki Swift Sport não deixam mentir.
No mais, o Sandero herda a simplicidade presente nas outras versões. Os comandos dos vidros traseiros ficam na parte inferior do quadro central, e é preciso segurar o botão para subir ou descer qualquer janela, inclusive a do motorista. O teto traz forro de carpete, três alças fixas e iluminação apenas dianteira (com foco central ou para o passageiro). As maçanetas cromadas são o único toque de requinte no forro das portas, inteiramente moldado em plástico e com parafusos aparentes. Ambos os para-sois trazem espelhos, mas para o passageiro não há tampa. A chave também é bem franciscana, resumida a botões para travamento e destravamento das portas (se serve de consolo, as janelas fecham ao trancar o carro).
Mas o que é realmente diferenciado no Sandero R.S. é sua mecânica, a começar pelo propulsor 2.0 16 válvulas Flex F4R aspirado, que rende 145 cavalos com gasolina e 150 cv com etanol. Trata-se, grosso modo, do motor do Duster transplantado (levando inclusive o tanquinho de partida a frio), e que se encaixou bem no cofre do motor - a propósito, o capô possui amortecimento e manta acústica. O ganho de força em relação ao utilitário se deu por conta do remapeamento da unidade central de controle, coletor de admissão maior e pressão de injeção de 4,2 bar.
Para tomar as rédeas dos 20,2/20,9 kgfm de torque (com gasolina/etanol, respectivamente), o R.S. conta com câmbio manual de 6 marchas, sendo que as quatro primeiras marchas possuem relações mais curtas, e a 5ª e 6ª são alongadas, no intuito de economizar combustível nas estradas. Não é exagero: até a sexta marcha, o Sandero continua com fôlego para andar forte.
E não é só: a suspensão recebeu molas 92% mais rígidas na frente e 10% mais rígidas atrás, as barras de torção ganharam 17% de rigidez na frente e 65% de rigidez atrás, e o centro de gravidade foi reduzido em 25 milímetros em relação ao Sandero de entrada, tudo para melhorar o comportamento dinâmico da carroceria. As saídas de escape tiveram o diâmetro ampliado de 4,5 para 5 centímetros, influindo diretamente no ronco do motor.
Considerando que seu peso em ordem de marcha é de 1161 quilos (resultando em uma relação peso-potência de 7,74 kg/cv), o engine swap (transfusão de motor) no Sandero R.S. lhe deu fôlego incomum: o hot-hatch acelera de 0 a 100 km/h em 8,0 segundos com etanol (8,4 s com gasolina) e atinge a velocidade máxima de 202 km/h (com gasolina, 200 km/h). Também vale destacar os resultados de suas retomadas: de 80 a 120 km/h, com a quinta marcha engatada, o tempo é de 7,3 segundos - com a quarta marcha engatada, bastam 5,9 segundos. A embreagem tem bom peso, mas o curso da alavanca de câmbio requer certo tempo para se acostumar.
Dirigir o Sandero R.S. em asfalto bom é tão estimulante que exige atenção para não extrapolar os limites de velocidade: o equilíbrio da carroceria é interessante, o motor emite um ruído instigante e a direção eletro-hidráulica é suave sem ser molenga, transmitindo maior segurança ao contornar curvas. Mas o R.S. sofre um pouco em terrenos irregulares, sendo possível sentir cada remendo de asfalto, e é preciso atenção extra para não raspar as saias nas valetas e lombadas. Havia também um inconveniente inerente ao carro em que andamos: o insulfilm escuríssimo aplicado em todas as janelas (exceto para-brisa), que até à luz do dia era responsável pela visibilidade ruim, especialmente ao se olhar pelos retrovisores.
Em termos de consumo, obtivemos as médias de 8,0 km/l rodando com gasolina na cidade e 5,2 km/l com etanol, também na cidade. Abastecemos duas vezes, de modo que durante os sete dias em que hospedamos o R.S. na garagem, a primeira metade do percurso fosse feita com gasolina e a segunda parte com o combustível derivado da cana-de-açúcar - aliás, é a primeira vez que resolvemos adotar este método, uma vez que abastecer com etanol no Piauí é pouco vantajoso. A capacidade do tanque de combustível é de 50 litros.
A segurança do R.S. é complementada pelos controles eletrônicos de estabilidade (ESP) e tração (ASR), auxiliar de partida em subidas (após desengatar o freio de mão, mantém o carro parado por 3 segundos em inclinações superiores a 3%, evitando que o carro desça em locais íngremes) e freios ABS a disco nas quatro rodas, que se somam a: airbags frontais, alarme perimétrico, alças de segurança no teto (uma dianteira e duas traseiras), cintos de segurança dianteiros reguláveis em altura e travamento das portas a 6 km/h. Em relação a outras versões do Sandero, como a Stepway, fica devendo apoio de cabeça central e encosto do banco traseiro bipartido.
O porta-malas tem a capacidade de 320 litros, significativos 20 litros a mais que Citroën C3 e Hyundai HB20; o estepe é do tipo temporário, para rodar a até 80 km/h, pois seu perfil (185/65 com roda de ferro aro 15'') é bem diferente das rodas de 17 polegadas, e também da opção vinda de série (195/55 aro 16''). No habitáculo, que é iluminado, o macaco fica apoiado na lateral esquerda, e a chave de roda, no lado direito. Já o triângulo fica envolto em plástico.
A carroceria mantém os 4,07 metros de comprimento; a largura, com retrovisores, é de 2,01 metros, enquanto a altura é de 1,50 m - portanto, 2,6 cm mais baixo em relação a outras versões. Em termos de suspensão, adota o sistema McPherson na frente e o eixo de torção na traseira.
Disponível nas cores Preto Nacré (das imagens, metálica, por R$ 1000 adicionais), Vermelho Vivo (opaca), Prata Étoile (metálica) e Branco Neige ("opaca especial", por R$ 400 adicionais), o Sandero R.S. atualmente tem preço de tabela de R$ 61.509; o jogo de rodas de 17 polegadas "Grand Prix" é vendido por R$ 1000. O Sandero das fotos, portanto, tem preço sugerido de R$ 63.909. Para efeito de comparação, o HB20 R spec parte de R$ 55.855 (também com câmbio manual de 6 marchas) e o speed up! é vendido por R$ 53.190.
Boletim comentado do Renault Sandero R.S. 2.0
Design_ 9,5
O Sandero R.S. pode até ser confundido com o modelo GT Line por leigos, mas conquista pelos detalhes de bom gosto espalhados pela carroceria. A uniformidade de elementos na cor preta deu um ar malvado ao modelo que avaliamos, fazendo um contraste com as bonitas molduras prateadas (chamada "Dark Metal" pela Renault dos para-choques. E é sempre bom ressaltar que tais modificações estéticas tem benefícios práticos na aerodinâmica.
Espaço interno_ 9,0
Trata-se de um dos hatches mais espaçosos para passageiros e bagagem, inclusive superior a muito modelo do segmento médio, uma qualidade inerente a todo Sandero - não por acaso, o R.S. recebe a mesma nota concedida ao modelo Authentique 1.0 que avaliamos no início de 2016. Mesmo em percursos longos com adultos nos bancos dianteiros e traseiros, ninguém reclamou de aperto. Talvez um quinto passageiro reclamaria do recuo para as pernas na região central do banco traseiro, mas os bancos, especialmente os dianteiros, tem anatomia que garante conforto em longos trajetos.
Conforto_ 8,25
O Sandero R.S. pode ser utilizado como carro diário, sem problemas que se encontravam nos esportivos de outrora. A direção eletro-hidráulica transmite uma boa pegada sem ser molenga, transmitindo ao condutor maior precisão. Tirando os botões dos vidros, que exigem ser apertados em toda a operação de subi-los ou baixá-los, praticamente todos os comandos (dos retrovisores, travamento das janelas traseiras, Media Nav e outros) estão à mão, mesmo o botão de alternar informações do computador de bordo, acionado por um botão na lateral da haste do limpador de para-brisa. Também é louvável a inclusão do controlador/limitador de velocidade em um modelo com câmbio mecânico (se formos lembrar que nenhum Nissan com câmbio CVT traz o recurso...).
Acabamento_ 7,5
Se a equipe de engenharia se esforçou para entregar um hot-hatch de impor respeito, a equipe de "packaging" (arquitetura interna) parece que tirou férias no desenvolvimento do R.S.... Isto porque há poucos itens com percepção de qualidade realmente superior às outras versões. O volante é revestido de couro, a parte central traz aplique em preto-brilhante (bonito, mas que deixa evidente as marcas de dedos) e os bancos de tecido trazem faixas aveludadas. E é isso. As portas são inteiramente moldadas em plástico texturizado e ouvimos reclamações de que os apoios para as mãos transmitem fragilidade. Não há rebarbas inadmissíveis, mas seria bem-vinda uma maior atenção ao ambiente interno, que garantiria status mais premium ao Sandero.
Equipamentos_ 8,5
Na versão R.S., estão presentes os principais itens exigidos em um carro de R$ 60 mil: ar-condicionado automático, central multimídia com GPS, sensor de ré, vidros/travas/retrovisores elétricos e regulagens de altura do volante e banco do motorista. Quando se trata da aliança Renault-Nissan, sempre há itens que equipam determinados modelos que são excluídos em outros de categoria semelhante. O R.S. não vem com câmera de ré, CD/DVD Player e ar com regulagem digital como o March SL, mas em contrapartida o Nissan não traz sensor de estacionamento, informações sobre tráfego no GPS e controlador automático de velocidade.
Desempenho_ 9,5
Aqui, o Sandero brilha: entrega nível de performance inigualável em sua faixa de preço (considerando carros zero-quilômetro, obviamente). HB20 Turbo e up! TSI estão em um patamar inferior de desempenho; já Fiesta EcoBoost e 208 GT são mais eficientes, porém significativamente mais caros. A direção transmite confiança e o equilíbrio da carroceria em pisos de bom asfalto também é admirável. Ah, e o ronco do motor é estimulante.
Segurança_ 8,75
A versão R.S. traz recursos de proteção indisponíveis em qualquer outra versão do Sandero, como controles eletrônicos de estabilidade e tração, além do assistente de partida em ladeiras, que se somam aos freios a disco nas 4 rodas com ABS, ao ajuste de altura dos cintos dianteiros e aos airbags frontais. Porém, o R.S. não dispõe de cinto de 3 pontos e apoio de cabeça central traseiro. Airbags laterais, confirmados para o futuro compacto Kwid, também seriam bem-vindos.
Consumo_ 7,5
Era esperado que o R.S. consumisse mais que as outras versões, já que o motor 2.0 Renault é tipicamente sedento (a propósito, confira a avaliação do Fluence GT Line), e o motorista tende a se empolgar mais nas acelerações com o ronco mais nervoso do motor. As médias - de 5,2 km/l com etanol e 8,0 km/l com gasolina - são medianas, e estão próximas das aferições do Inmetro: 5,9 km/l com etanol e 8,3 km/l com gasolina, também em percurso urbano.
Custo-benefício_ 9,0
Quando o assunto é custo-benefício, o Sandero dificilmente perde sua majestade, e com a versão R.S. não é diferente. Vejamos: que hatch com vigor para andar tanto custa menos que R$ 60 mil? Podem falar no up! TSI (1.0, 105 cv) ou no HB20 R spec (1.6, 128 cv), porém além de eles estarem em um patamar inferior de desempenho, o up! chega a ser mais simples que o Sandero no ambiente interno e o R spec é mera fantasia sobre o HB20 normal, sem ajustes nos freios, suspensão ou motor. O rival que mais se aproximava - o Fiat Punto T-Jet - saiu de linha. Portanto, quem quiser um hot-hatch nacional mais sofisticado terá que pagar proibitivos R$ 80 290 no Peugeot 208 GT. Por quase R$ 20 mil a menos, o Sandero R.S. já traz o que é de fato essencial para os entusiastas: motor forte, câmbio manual e acerto esportivo que o permite tanto fazer bonito nos track-days quanto ser utilizado para ir ao trabalho.
Nota Final = 8,6
As notas são atribuídas considerando a categoria do carro analisado, os atributos oferecidos pelos concorrentes, além das expectativas entre o que o modelo promete e o que, de fato, oferece. Frações de pontuação adotadas: x,0, x,25, x,5, x,75. Critérios - Design = aspecto externo. Espaço interno = amplitude do espaço para passageiros (dianteiros e traseiros) e bagagem. Conforto = suspensão, nível de ruído, posição de dirigir, comodidades. Acabamento = atenção aos detalhes internos. Equipamentos = itens de tecnologia e conforto, sejam de série ou opcionais. Desempenho = aceleração, velocidade máxima, retomada, handling e outros fatores. Segurança = itens de proteção ativa e passiva. Consumo = combustível gasto e autonomia. Custo-benefício = relação de vantagem entre o preço pago e o que o carro entrega.
Vem conferir a Galeria de Fotos do Renault Sandero R.S. 2.0!
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