A curiosa história do Pininfarina Argento Vivo


No Salão de Tóquio de novembro de 1995, o resultado de uma associação entre o estúdio Pininfarina e a Honda era apresentado ao público: o roadster Argento Vivo, de linhas elegantes com toques de futurismo, expresso nos estreitos faróis e no alumínio cromado do capô e tampa do porta-malas, em contraste com a fibra de vidro em azul. O interior mesclava componentes de fibra de carbono com madeira e bancos revestidos em couro. 


Equipado com um motor 2.5 de cinco cilindros de 20 válvulas e 190 cavalos desenvolvido pela montadora japonesa e com tração traseira e câmbio manual de cinco marchas, o Argento Vivo seria, como tantos outros, apenas um belo conceito que seria guardado, como tantos após apresentações pelos salões de automóveis todos os anos. Junto com ele, a Honda apresentava o SSM (sigla para Sports Study Model), desenhado por estilistas da própria montadora - um conversível mais compacto e esportivo, que apontava as primeiras proporções do S2000.


Entretanto, a extravagância do Sultão de Brunei Hassanal Bolkiah permitiu que fosse feita uma encomenda de quatro unidades do Argento Vivo para membros da família real. Como se não bastasse a produção em série limitada especialmente para um cliente, o conversível teve uma mudança drástica: o motor 2.5 deu lugar ao 7.3 V12 AMG do Mercedes-Benz SL73 (de 655 horsepower), assim como a suspensão, os freios e a plataforma. Estima-se que cada unidade do Pininfarina Argento Vivo - já sem os logotipos e rodas da Honda - saiu por mais de US$ 2 milhões na época, e que o modelo acelerava de 0 a 100 km/h em menos de 4 segundos, alcançando a velocidade máxima de 280 km/h.


Apesar das poucas imagens disponíveis do Argento Vivo encomendado pelo sultão de Brunei, é possível perceber que os faróis tiveram área ampliada, a grade ficou nitidamente mais larga, e os retrovisores externos, menos ousados.

Dois dos Argento Vivo foram descobertos em 2010 nos Estados Unidos parcialmente construídos, ainda com muitos componentes dos SL que os originaram. Calcula-se que o sultão acumule mais de 4000 carros, muitos deles desenvolvidos desta mesma maneira: sob encomenda. Já o modelo original pertence ao museu do estúdio Pininfarina e ocasionalmente é apresentado em exposições.


Fontes | ConceptCarz, Autowp.ru, BenzWorld

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